
30/04/2010
28/04/2010
Caminhos e Muros - obras tiveram início
Depois de um Inverno rigoroso que originou a queda de vários muros e que deixou intransitáveis quase todos os caminhos rurais, iniciaram-se esta semana, por iniciativa da Junta de Freguesia, diversas obras de recuperação e, em alguns casos, reconstrução quase total de muros de suporte, bem como o arranjo de cerca de 32 Km de caminhos.
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obras
26/04/2010
25/04/2010
Hoje é dia 25 de Abril
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25 de Abril
Animação de Rua - "Velha Gaiteira"

O grupo Velha Gaiteira nasceu no Paúl (Beira Baixa) com o intuito de divulgar a gaita de fole transmontana e as percussões tradicionais da Beira Baixa. É um projecto de raiz tradicional cujo repertório serve como homenagem a todas as velhas gaiteiras que mantêm viva a música enquanto veículo de comunicação e expressão cultural e identitária. Os seus temas originais partem deste universo rural e pastoril para um novo caminho desbravado todos os dias ao som da gaita, da caixa, do bombo, dos adufes, criando um novo estilo já denominado por Trance Rural Orgânico...
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Festa da Caça
23/04/2010
Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor

Iniciamos hoje a divulgação dos grupos convidados e que estarão presentes na Festa da Caça.
A Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor irá actuar no dia 1, sábado, pelas 16 horas.
O Grupo Cultural Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor existe desde 1942, sob a designação inicial de Mindagos. A partir de 1980 passou a designar-se de Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor.
Tem como actividades preferenciais a recolha, adaptação instrumental e execução pública de melodias tradicionais, principalmente de Portugal e das suas regiões.
Executa as suas melodias na harmónica de boca, instrumento musical largamente enraizado na cultura popular.
A Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor irá actuar no dia 1, sábado, pelas 16 horas.
O Grupo Cultural Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor existe desde 1942, sob a designação inicial de Mindagos. A partir de 1980 passou a designar-se de Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor.
Tem como actividades preferenciais a recolha, adaptação instrumental e execução pública de melodias tradicionais, principalmente de Portugal e das suas regiões.
Executa as suas melodias na harmónica de boca, instrumento musical largamente enraizado na cultura popular.
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Festa da Caça
25 de Abril, Sempre

Ao acordar com a notícia da “Boa-Nova”, nem queria acreditar.
Seria um sonho meu dessa noite?!...
De ouvidos à escuta e de olhos bem abertos, ouvi e vi que não era sonho, não. O dia era bem diferente dos outros.
O Povo, a despertar para uma vida nova de liberdade, saiu à rua e com alegria, juntamente com os corajosos e valorosos Capitães de Abril que tornaram, em realidade, sim um sonho seu, cantava Vitória, gritando: “O Povo unido jamais será vencido”.
Com toda esta alegria e euforia, sem derrame de sangue, foi assim que os valorosos Capitães de Abril 74 acabaram com a opressão e restituíram ao povo português um Portugal livre e democrático; foi assim que Portugal se tornou um outro Portugal.
Com um respeitoso agradecimento, e para que todos soubessem a verdade e acreditassem, perguntei-lhe:
25 de Abril de 1974,
Que vieste tu fazer
Com a “Canção do Adeus”
E a “Grândola, Vila Morena”,
Sem se saber,
Pela calada da noite?
— Acordar os adormecidos
E libertá-los do açoite.
25 de Abril de 1974,
Que nos viestes tu dar
Com cravos nas espingardas,
Em vez de balas de matar?
— Nos militares,
Dar dignidade às fardas
E com a guerra acabar.
25 de Abril de 1974,
Que mais vieste tu fazer?
— Libertar os oprimidos
Da tirania do Poder;
Dar a todos a liberdade
De falar e dizer
O que na alma lhes vai;
Dar a todos o mesmo direito
De trabalho p’ra viver;
Acabar com o fascismo,
P’ra nunca mais renascer
E o 25 DE ABRIL, SEMPRE,
O garante fiel ser.

"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado
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25 de Abril
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daniel machado
20/04/2010
Que viva a Festa!

Faltam 10 dias para a FESTA!
Uma motivada equipa procura afinar todos os pormenores: a iluminação, o som, os horários de chegada dos muitos grupos convidados, o local dos stands, as refeições, enfim, toda a logística necessária!
A divulgação está feita. Na Beira Interior, a Festa da Caça do Casteleiro está já na agenda de muitos. Em todos as estradas da região surgiram no passado fim de semana, bandeiras a indicar o caminho!
A previsão meteorológica indica que a 1 e 2 de Maio vai estar bom tempo, sem chuva e sol de Primavera!
Estão criadas todas as condições para que a Festa seja uma grande Festa!
Vai ganhar o CASTELEIRO, cada vez mais uma Terra com Futuro!
Uma motivada equipa procura afinar todos os pormenores: a iluminação, o som, os horários de chegada dos muitos grupos convidados, o local dos stands, as refeições, enfim, toda a logística necessária!
A divulgação está feita. Na Beira Interior, a Festa da Caça do Casteleiro está já na agenda de muitos. Em todos as estradas da região surgiram no passado fim de semana, bandeiras a indicar o caminho!
A previsão meteorológica indica que a 1 e 2 de Maio vai estar bom tempo, sem chuva e sol de Primavera!
Estão criadas todas as condições para que a Festa seja uma grande Festa!
Vai ganhar o CASTELEIRO, cada vez mais uma Terra com Futuro!
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Festa da Caça
O Borda D´Água

Desde muito cedo que o homem soube interpretar a previsão do tempo. Ainda hoje encontramos pessoas idosas que, olhando para os Astros formulam as suas hipóteses e condicionam, em função disso, os seus afazeres do dia seguinte.
Se quisermos ir mais longe, através da sabedoria popular, ou mesmo de testemunhos ainda vivos, é possível encontrar previsões do tempo, mesmo para o ano inteiro. O povo, através dos sinais que os Astros lhes forneciam, e do tempo que fazia nos primeiros 12 dias de Janeiro, em algumas localidades, e nos primeiros 13 dias de Agosto – no Casteleiro (o dia 1 de Agosto, dizia-se que o Governo tirava-o para ele...já nessa altura o governo não dava, tirava!) conseguia criar uma previsão para o ano inteiro. Nestes casos, o tempo que fazia em cada dia, correspondia a cada mês do ano.
Hoje, através de sofisticada tecnologia, é possível fazer previsões a médio e a longo prazo, com uma mínima margem de erro.
Outros tempos!... muito longe do tempo em que o Almanaque nasceu.
"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
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joaquim gouveia
17/04/2010
10/04/2010
O meu fascínio pelas cegonhas

A casa da minha avó era um lugar privilegiado para observar a azáfama que então começava. Tinha um balcão solarengo virado para a torre, que era a «casa» escolhida por elas há muito tempo. Dali, a observação era perfeita.
Chegavam com a primavera. Depois de descansarem, começava o trabalho. O ninho que então tinham deixado, precisava de obras e isso era prioritário. Era vê-las num corrupio, acarretando pauzinhos de vide, restos de palha, e tudo o que achavam útil, para aconchegar o ninho que iria receber os ovos, e mais tarde os filhotes.
Era aí que eu me deliciava com a graça e organização daqueles bichos, apetecia-me dizer que quem dera a muitos humanos! O trabalho era organizado em equipa. Logo que os ovos começavam a ser chocados, ora o macho ora a fêmea percorriam os arredores à procura de alimentos. Quando os bebés nasciam, os cuidados redobravam, o casal revezava-se para os alimentar. Era um momento bonito, quando as cabecitas, com os seus bicos compridos e bem abertos, apareciam para apanhar os alimentos que os seus progenitores lhes levavam. Mãe e pai responsáveis e incansáveis nos cuidados a prestarem. Seguiam-se os primeiros ensaios de voo. Aquele bailado era conduzido com a perícia dos artistas, àquele cenário em conjunto com o silêncio da aldeia, só faltava juntar uma música clássica e imaginarmo-nos num local de sonho.
Ainda hoje não sei por que é que o ninho das cegonhas desapareceu.
Não acredito que fosse maldade. Ignorância…talvez.
Sempre que vou ao Casteleiro e passo no Fundão delicio-me com a colónia enorme que agora se encontra à saída.
Apesar de tudo, quando olho para a torre que me acompanhou durante tantos anos, não posso deixar de sentir pena, e nostalgia. As cegonhas levavam vida e alegria à aldeia.
Fazem falta os comentários: «Olha! As cegonhas chegaram!».
Já que mais não fosse, para as pessoas comunicarem.
Texto de autoria de Maria Dulce Martins
07/04/2010
Biodiversidade para todos

Dei o titulo de biodiversidade para todos por duas razões: a primeira é que este ano se assinala o ano internacional da biodiversidade, no decorrer do qual serão realizadas várias actividades sobre a biodiversidade, algumas para sensibilizar, outras de caracter cientifico para estudar algumas áreas de conservação das espécies e habitats, e a segunda porque encontrei na internet uma nova associação com a designação “Biodiversity4all”, que podem ver aqui. Esta associação pretende juntar o maior número de participantes para registar as observações. Existe uma grande lacuna a nível nacional de registo de biodiversidade a nível de fauna e ainda mais de flora, embora existam regiões onde se efectuaram estudos que ainda prosseguem.
Eu já estou registado e efectuei três registos na freguesia mas espero que este numero vá aumentando. Seria interessante a colaboração de todos por forma a aumentar este número de observações na fresguesia. Assim, apelo à participação de todos e desafio mesmo o Centro de Animação Cultural do Casteleiro a desenvolver uma actividade no âmbito do ano internacional da biodiversidade.
Boas observações, e vamos lá colocar a freguesia no mapa deste projectos que são gratuitos e podem trazer frutos no futuro....

"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais
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ricardo nabais
04/04/2010
Páscoa “peseach”
A Páscoa é um dos mais importantes marcos históricos para os cristãos. Comemora a Ressurreição de Jesus Cristo, ao terceiro dia da sua morte, o que ocorreu na era cristã 30 ou 33 anos. A palavra Páscoa tem origem no hebraico “Peseach” o que significa passagem, transição.
Ao falar de Páscoa, vem-me à mente a minha infância. Era uma azáfama na limpeza e embelezamento das casas e das ruas do Casteleiro. A casa, porque tinha passado o Inverno, as lareiras deitavam fumo que se entranhava em
todos os cantos, por isso exigiam uma limpeza profunda. Além disso recebíamos o sacerdote da aldeia na visita pascal, e era de bom-tom que tudo estivesse impecável. A minha rua era enfeitada pela ti Jusvina e pelos mais jovens, o que nos dava muita alegria. Fazíamos arcos de ramos de palmeira, cortados na quinta da D. Maria do Céu, assim como tapetes de rosmaninho e flores, para passar a procissão. Era a altura em que as flores começavam a despontar nos campos, em que as crianças corriam com uma alegria efusiva à procura das flores designadas por campainhas, jasmim e camélias entre outras. Quando da visita pascal, as pequenas flores de jasmim, que exalavam um perfume delicioso, eram colocadas num prato para cobrirem as moedas, que então eram recolhidas pelo sacristão quando da visita pascal.
Entre os miúdos, quem tivesse mais flores repartia com os outros. Não me esquece a pequena Maria Lt. que não pronunciava os “q e c” substituía-os por “t”. Gritava ela para nós, os outros miúdos “tem ter fitas e tampainhas”. Nós, malandrinhos, respondíamos para a imitar, com a mesma troca de letras “tero eu, tero eu” e riamos e corríamos com grande alarido.
De Lisboa os amigos dos pais, sobretudo o Manuel Figueiredo, presenteava-nos a mim e à minha irmã com amêndoas de açúcar, algumas de formas estranhas, entre as quais em forma de bebé, recheadas de licor, o que era uma raridade para a época, apesar de no século XVIII os confeiteiros franceses já confeccionarem ovos de chocolate.
Mais tarde, adolescente, pintava com tintas bem garridas e desenhos vistosos os ovos, depois de cozidos, para enfeitar a mesa de Páscoa. Os ovos que pintava, não eram os ovos do rei Eduardo I banhados a ouro e decorados com pedras preciosas, mas mesmo assim, davam-me muita satisfação. Simbolizavam o início da vida, associada à Primavera.
Que o Círio da Páscoa, vela que se acende no Sábado de Aleluia e simboliza a luz dos povos, nos ajude a reencontrar os melhores caminhos para a nossa terra, com a nossa junta de freguesia e colaboração de todos. São estes os nossos votos.
Ao falar de Páscoa, vem-me à mente a minha infância. Era uma azáfama na limpeza e embelezamento das casas e das ruas do Casteleiro. A casa, porque tinha passado o Inverno, as lareiras deitavam fumo que se entranhava em
Entre os miúdos, quem tivesse mais flores repartia com os outros. Não me esquece a pequena Maria Lt. que não pronunciava os “q e c” substituía-os por “t”. Gritava ela para nós, os outros miúdos “tem ter fitas e tampainhas”. Nós, malandrinhos, respondíamos para a imitar, com a mesma troca de letras “tero eu, tero eu” e riamos e corríamos com grande alarido.
De Lisboa os amigos dos pais, sobretudo o Manuel Figueiredo, presenteava-nos a mim e à minha irmã com amêndoas de açúcar, algumas de formas estranhas, entre as quais em forma de bebé, recheadas de licor, o que era uma raridade para a época, apesar de no século XVIII os confeiteiros franceses já confeccionarem ovos de chocolate.
Mais tarde, adolescente, pintava com tintas bem garridas e desenhos vistosos os ovos, depois de cozidos, para enfeitar a mesa de Páscoa. Os ovos que pintava, não eram os ovos do rei Eduardo I banhados a ouro e decorados com pedras preciosas, mas mesmo assim, davam-me muita satisfação. Simbolizavam o início da vida, associada à Primavera.
Que o Círio da Páscoa, vela que se acende no Sábado de Aleluia e simboliza a luz dos povos, nos ajude a reencontrar os melhores caminhos para a nossa terra, com a nossa junta de freguesia e colaboração de todos. São estes os nossos votos.
Texto de autoria de Mariazinha Guerra
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mariazinha guerra
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páscoa
Novos Orgãos Sociais do Centro Cultural
O Centro de Animação Cultural do Casteleiro reuniu ontem, sábado, a Assembleia Geral Eleitoral. Os cerca de trinta sócios presentes elegeram os novos orgãos sociais para os próximos dois anos:
Assembleia Geral
Assembleia Geral
Presidente - Daniel Augusto Machado
1ª Secretário - Beatriz Conceição Costa Nabais
2º Secretário - José Manuel Antunes Gonçalves
1ª Secretário - Beatriz Conceição Costa Nabais
2º Secretário - José Manuel Antunes Gonçalves
Suplentes
- Ismael Valentim Gonçalves Martins
- Manuel Esteves Leal
Conselho Fiscal
Presidente - Ismael Martins
Secretário - Rui Augusto Teixeira Proença
Vogal - Vitorino dos Reis Cantinhas Fortuna
Direcção
Presidente - Albertino Machado Lopes
Secretário - Ricardo Miguel Fortuna Marques
Tesoureiro - Sérgio Daniel Ramos Ribeiro
Suplentes
- Bruno Ricardo Tavares Antunes
- Pedro Ricardo Felix Soares
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cacc
31/03/2010
Vem aí a Páscoa

Vem aí a Páscoa, e ainda bem, porque Páscoa é a Ressurreição de Cristo; é tempo de repicar os sinos, de aleluia e de alegria; é tempo de boas-festas, de folares e amêndoas; é tempo de flores, de vida e luz.
Há, no entanto, quem afirme que a Páscoa era uma primitiva festa de pastores nómadas e que já os Cananeus a celebravam no começo das ceifas; outros dizem tratar-se de festejos a assinalar o fim da época das chuvas e começo da época primaveril.
Muito mais tarde, porém, passou a assinalar o êxodo dos Israelitas da escravidão do Egipto, através do deserto, rumo à Terra Prometida, precedida da imolação de um cordeiro ou de um cabrito, cujo sangue, assinalado nas portas das casas do povo eleito, evitava assim a morte dos filhos primogénitos.
Jesus Cristo, como judeu cumpridor, não deixou de celebrar esse ritual a que, na última Páscoa da Sua vida terrena, juntou, na véspera da Sua Paixão e Morte, um novo rito, ordenando aos Seus discípulos que esse gesto fosse repetido até ao fim dos tempos. Assim nasceu a Páscoa Cristã, a imortalizar, para sempre, a entrega do Senhor para resgate da humanidade.
Os Hebreus, ao prepararem a celebração da Páscoa, deitavam fora todo e qualquer resíduo de pão velho, fermentado, para comerem na ceia pascal o pão ázimo, sem fermento e sem sal, sinal da libertação da escravidão no Egipto.
Duma maneira mais lata, também os nossos antepassados faziam com esmero e a preceito a limpeza das casas, para ser apresentada a Cristo, aquando da aspersão da água pascal, uma casa limpa e resplandecente, uma casa nova.
Resumidamente, se para os Hebreus a Páscoa é uma festa anual, a perpetuar a sua saída da escravidão do Egipto para a Terra Prometida, para os Cristãos é a Ressurreição de Cristo ao terceiro dia, após a Sua morte no Calvário e com Ele a nossa Ressurreição; é a vitória do Bem sobre o Mal; da Luz sobre as Trevas; da Vida sobre a Morte; é um convite para vivermos agora e sempre as alegrias da Aleluia.
BOAS-FESTAS.

"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado
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daniel machado
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páscoa
"J’ai tué mon mari"

Leia a notícia aqui.
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josé loureiro
29/03/2010
21 de Março - Dia Mundial da Poesia

As palavras
São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
(post enviado por Joaquim Gouveia)
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poesia
25/03/2010
A Primavera chegou!
Entrou no passado Sábado, dia 20 de Março, pelas 17:38 horas, a estação do ano mais bonita que podemos ter a seguir a um Inverno chuvoso e frio e que nos brindou com alguns mantos brancos de geada e neve.
Os mais atentos já devem ter reparado na árvores de fruto que estão a dar o ar da sua graça, com as suas flores rosadas e brancas, entre amendoeiras, pessegueiros e abrunheiros. São as chamadas de fruto com caroço, que começam nesta nova estação e iniciam mais um ciclo de flor, folhas e fruto, para podermos degostar no final da primavera, início do Verão.
Existem espécies que precisam de dois exemplares diferentes para haver polonização das flores que mais tarde vão originar o fruto. A espécie mais conhecida deste caso é o kiwi que, dizem, ser um exemplar masculino para dois exemplares femininos. A polonização não é mais que: o polén masculino fecunda o feminino, podendo ocorrer de várias formas, através do vento ou dos insectos. Um dos insectos mais importantes para a polonização são as abelhas que andam sempre de flor em flor à procura do melhor nectar, transportando o polén de umas flores para outras sem se aperceberem que estão ajudar a continuidade da biodiversidade e da humanidade.
Os mais atentos já devem ter reparado na árvores de fruto que estão a dar o ar da sua graça, com as suas flores rosadas e brancas, entre amendoeiras, pessegueiros e abrunheiros. São as chamadas de fruto com caroço, que começam nesta nova estação e iniciam mais um ciclo de flor, folhas e fruto, para podermos degostar no final da primavera, início do Verão.
Existem espécies que precisam de dois exemplares diferentes para haver polonização das flores que mais tarde vão originar o fruto. A espécie mais conhecida deste caso é o kiwi que, dizem, ser um exemplar masculino para dois exemplares femininos. A polonização não é mais que: o polén masculino fecunda o feminino, podendo ocorrer de várias formas, através do vento ou dos insectos. Um dos insectos mais importantes para a polonização são as abelhas que andam sempre de flor em flor à procura do melhor nectar, transportando o polén de umas flores para outras sem se aperceberem que estão ajudar a continuidade da biodiversidade e da humanidade.
"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais
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24/03/2010
Jardineiros de palmo e meio


Cerca de 100 jovens, alunos do 1º ciclo de escolas do concelho do Sabugal, estiveram ontem no Casteleiro para plantar 300 árvores, nomeadamente carvalhos e pinheiros.
Esta iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal, que se prolonga por toda a semana em freguesias atingidas pelos incêndios do último Verão, tem por objectivo a sensibilização ambiental dos mais jovens, replantando espécies de árvores autóctones.
Esta iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal, que se prolonga por toda a semana em freguesias atingidas pelos incêndios do último Verão, tem por objectivo a sensibilização ambiental dos mais jovens, replantando espécies de árvores autóctones.
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jardineiros
21/03/2010
Memórias Paroquiais do Castelleyro (2)
8- O pároco é cura e apresentado pelo reverendo vigário da dita vila de Sortelha por ser anexa da igreja matriz de Santa Maria da mesma vila a qual pertençe a El Rei. Tem de rendimento vinte mil réis.
9- Nada.
10-Nada.
11-Nada.
12-Nada.
13- Tem quatro ermidas. Uma de S. Sebastião, esta está fora do lugar quase cem passos, e outra do Divino Espírito Santo, esta está dentro do lugar, e outra de Santa Ana, esta está fora do lugar à distância de meia légua, e outra de S. Francisco que está fora do lugar quase trinta passos e nela está erecta a irmandade dos terceiros, sujeita ao convento de Santo António da vila de Penamacor e todas estam sujeitas à igreja matriz do dito lugar de Casteleiro.
14- À ermida de Santa Ana costumam os moradores do mesmo povo fazer romagem em dois dias do ano: um em dia de Santa Cruz, a três de Maio, e outro no terceiro dia das ladainhas do dito mês de Maio, e nesta data e em todas as mais acima nomeadas se costuma dizer missa.
15- Os frutos que nesta terra se colhem em maior abundância são centeio vinho e azeite castanha e linho, mas esta maior abundância apenas...a terras fortes.
16- Está sujeita aos juízes ordinários da vila de Sortelha e nela está este ano servindo um juíz ordinário por se costumar fazer um da vila e outro da terra....vereador e todos os anos tem dois juízes, oficiais da câmara da dita vila.
17-Nada.
18-Nada por ser gente muito rústica e não se lembrarem de memória alguma.
19 Nada.
20-Não tem correio, serve-se do correio de Penamacor que dista daqui três léguas.
21-Dista da cidade da Guarda, capital deste bispado, seis léguas e de Lisboa capital do Reino dista quarenta e três.
22-Nada.
23-Nada.
24-Nada.
25-Nada.
26-Não padeceu ruína alguma no terramoto de 1755.
"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques
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memórias paroquiais
17/03/2010
FESTA DA CAÇA - Dias 1 e 2 de Maio
A primeira edição da “Festa da Caça do Casteleiro” realiza-se já nos próximos dias 1 e 2 de Maio, uma iniciativa da Junta de Freguesia que pretende potenciar o desenvolvimento sustentado da Aldeia.
Esta iniciativa tem ainda por objectivo vir a constituir-se, pela sua repetição anual, como pólo de atractividade e alavanca decisiva no combate à progressiva desertificação a que temos vindo a assistir nos últimos anos, apostando nas vertentes cultural, de animação, valorização do património e dos produtos locais, bem como de outros recursos existentes.
Um programa de qualidade e diversificado, quer a nível da sua estrutura base, quer dos intervenientes, foi uma das apostas assumidas pela Junta de Freguesia. Assim, a Festa vai desenrolar-se e ocupar todos os largos da Aldeia: Largo de S. Francisco, Largo do Chafariz das Duas Bicas, Largo do Reduto, Largo da Praça, Largo do Terreiro da Fonte e Largo da Estalagem. Durante os dois dias da Festa, irão decorrer actividades temáticas em todos os Largos.
Para a realização deste evento, a Junta de Freguesia conta com o apoio decisivo do Clube de Caça e Pesca do Casteleiro e ainda da Câmara Municipal do Sabugal, Empresa Municipal Sabugal +, Federação de Caça e Pesca da Beira Interior e o patrocínio do RaiHotel (Sabugal).
Dias 1 e 2 de Maio, todos os caminhos vão dar ao Casteleiro.
Esta iniciativa tem ainda por objectivo vir a constituir-se, pela sua repetição anual, como pólo de atractividade e alavanca decisiva no combate à progressiva desertificação a que temos vindo a assistir nos últimos anos, apostando nas vertentes cultural, de animação, valorização do património e dos produtos locais, bem como de outros recursos existentes.
Um programa de qualidade e diversificado, quer a nível da sua estrutura base, quer dos intervenientes, foi uma das apostas assumidas pela Junta de Freguesia. Assim, a Festa vai desenrolar-se e ocupar todos os largos da Aldeia: Largo de S. Francisco, Largo do Chafariz das Duas Bicas, Largo do Reduto, Largo da Praça, Largo do Terreiro da Fonte e Largo da Estalagem. Durante os dois dias da Festa, irão decorrer actividades temáticas em todos os Largos.
Para a realização deste evento, a Junta de Freguesia conta com o apoio decisivo do Clube de Caça e Pesca do Casteleiro e ainda da Câmara Municipal do Sabugal, Empresa Municipal Sabugal +, Federação de Caça e Pesca da Beira Interior e o patrocínio do RaiHotel (Sabugal).
Dias 1 e 2 de Maio, todos os caminhos vão dar ao Casteleiro.
Vamos, todos, fazer da Festa, uma Grande Festa!
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Festa da Caça
13/03/2010
11/03/2010
Acordeão. Que saudades!

Um bailarico dos antigos, entenda-se, não daqueles que se fazem agora nas discotecas, tudo ao molho, com ruído ensurdecedor, com copos cheios de álcool e, por vezes, outras substâncias à mistura. Nessa altura, não precisavam disso para serem felizes.
Chegava-lhes um acordeão, um acordeonista, e espaço ao ar livre.
Só mais tarde, já a tender para os costumes de hoje, se começaram a usar espaços fechados.
Havia um grupo que tinha a tarefa de contratar o acordeonista com antecedência pois, na altura, a procura era muita.
Chegado o dia, esperava-se o artista, quase em clima de festa. Bebido o copito da praxe, dava-se início à primeira ronda (uma volta pela aldeia, a tocar). Aos primeiros acordes, instalava-se um clima de boa disposição, com muita gente a espreitar às portas e às janelas, para ouvirem as «modas» que na altura faziam as delícias de todos. O acordeão quase falava, tal era o empenhamento do intérprete.
Depois de correr a aldeia a tocar para chamar os participantes, sentava-se no Terreiro de S. Francisco num lugar de destaque, e tocava…tocava…
Era então que os primeiros pares avançavam entusiasmados, bamboleando-se para cá e para lá, com o coração a palpitar, muitas vezes de amor; um amor que para alguns já estava em gestação e era ali que se concretizava. A música, a proximidade, a descontracção, ajudavam a desinibir e a dar o primeiro passo.
Ainda me lembro da habilidade de alguns pares, a deslizarem ao som de toda a espécie de ritmos, com as saias esvoaçando, e os pés quase a não tocarem o chão. Tudo isto, alem do divertimento, era também uma forma de convívio. Havia um ou outro que, para ganhar coragem, bebia um copito a mais, para assim se desinibir e então se divertir.
O acordeão fazia milagres! Movimentava toda a aldeia, que se concentrava no Largo (de S. Francisco). Uns a dançar, outros a ver e a gozar o momento. Era um divertimento até às tantas.
A noite terminava com os corpos moídos, mas felizes. Tudo acabava com mais uma ronda, já altas horas. Já em casa, no silêncio, ouvia-se não só o som inconfundível e bonito do acordeão, mas também um coro de vozes cantando entusiasmadas. Era uma sensação boa, o corpo pedia mais, apesar do cansaço, e o coração estava feliz.
Era tempo de terminar, e acompanhar o acordeonista ao meio de transporte, que o levaria ao seu destino.
O dia seguinte era dia de trabalho, que às vezes era árduo. Provavelmente na semana seguinte havia mais.
Que tal uma experiência destas um dia destes?...
Texto de autoria de Maria Dulce Martins
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dulce martins
10/03/2010
Dia Internacional da Mulher
Sabia que, no dia 8 de Fevereiro, se comemorou o “Dia Internacional da Mulher”?
E como é que as mulheres o conseguiram?
É o que vamos saber:
Comemorou-se, no dia 8 de Março o “Dia Internacional da Mulher” que, após uma árdua e difícil luta pela igualdade de direitos e deveres, a mulher viu-o a ser reconhecido, no dia 8 de Março de 1975, pelas Nações Unidas.
Não foi fácil que a “Declaração dos Direitos do Homem” fosse aplicada às mulheres, pedido este formulado no fim do século XX, após os protestos sobre as condições de trabalho e reduzidos salários das mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque. Ao entrarem em greve, neste dia, as operárias foram fechadas na fábrica, onde, num incêndio deflagrado, 130 morreram queimadas. Em 1910, porém, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, em homenagem a todas as mulheres que lutaram pela igualdade de direitos, em especial, àquelas heróicas operárias, foi decidido comemorar o dia 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher.”
De então para cá, de luta após luta, foi graças a essas martirizadas mulheres que, pelo menos formalmente, existe actualmente uma igualdade de tratamento, reconhecida em Carta Magna, a permitir que a mulher tenha acesso a qualquer trabalho, realizado pelo homem e que se comemore o dia 8 de Março desde 1975, como “Dia Internacional da Mulher.”
E como é que as mulheres o conseguiram?
É o que vamos saber:
Comemorou-se, no dia 8 de Março o “Dia Internacional da Mulher” que, após uma árdua e difícil luta pela igualdade de direitos e deveres, a mulher viu-o a ser reconhecido, no dia 8 de Março de 1975, pelas Nações Unidas.
Não foi fácil que a “Declaração dos Direitos do Homem” fosse aplicada às mulheres, pedido este formulado no fim do século XX, após os protestos sobre as condições de trabalho e reduzidos salários das mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque. Ao entrarem em greve, neste dia, as operárias foram fechadas na fábrica, onde, num incêndio deflagrado, 130 morreram queimadas. Em 1910, porém, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, em homenagem a todas as mulheres que lutaram pela igualdade de direitos, em especial, àquelas heróicas operárias, foi decidido comemorar o dia 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher.”
De então para cá, de luta após luta, foi graças a essas martirizadas mulheres que, pelo menos formalmente, existe actualmente uma igualdade de tratamento, reconhecida em Carta Magna, a permitir que a mulher tenha acesso a qualquer trabalho, realizado pelo homem e que se comemore o dia 8 de Março desde 1975, como “Dia Internacional da Mulher.”
"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado
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07/03/2010
Viver Casteleiro no Facebook

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04/03/2010
A recuperação lenta da área ardida
Curioso que, mal sentiu a minha aproximação, enrolou-se todo para se proteger, movia-se lentamente tipo um caracol.
É bom encontrarmos estes animais, é sinal que o ecossistema está a recuperar do incêndio e que existem sobreviventes que vão colonizar novamente o espaço.
O ano tem sido chuvoso, o que não ajuda muito para áreas ardidas, uma vez que está a lavar as cinzas e a levar o banco de sementes que ainda poderia existir no solo.
Se encontrarem mais bicharada comuniquem, para irmos acompanhando a recuperação da área ardida.
A nível de flora também já se começam a ver algumas espécies a florir. Ficará para outro post.
"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais
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02/03/2010
27/02/2010
Força Toni!

O projecto que o Toni apresentou nas últimas eleições autárquicas aos sabugalenses assentava em permissas de quem conhece bem a sua terra, de quem vive as suas angústias, sofre com os seus retrocessos, de quem sonha com uma terra com futuro assegurado: para nascer, trabalhar e bem viver.
E este genuíno e sincero projecto em prol da sua terra, não foi nem nunca será derrotado.
Após as eleições, o Toni provou mais uma vez que o seu amor ao Sabugal ultrapassa tudo o que podemos imaginar. A sua vida profissional não lhe permitia a acumulação com o cargo de Vereador. E mais uma vez ganhou o amor à terra. Para assumir o cargo de Vereador, deixou o cargo da Chefe de Finanças do Sabugal e caminha agora, todos os dias, para Aguiar da Beira.
Os sabugalenses sabem que podem contar com ele, hoje e sempre. E no Casteleiro, o Toni sabe que está na sua casa. Orgulhamo-nos disso.
Ontem, encontramo-nos na Assembleia Municipal.
E eu, mais que nunca, senti que o Toni é uma referência para os sabugalenses, independentemente das ideologias políticas.
Ontem, percebi que as gentes do Sabugal apostam no Toni porque apostam no futuro do Concelho.
Eu não aposto. Tenho a certeza. O futuro do Sabugal passa por alguém que me dá a honra de ser meu amigo. Força Toni!
"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques
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Tradições da Quaresma
Passado o carnaval e depois da euforia, começa a Quaresma. No passado, este período até à Páscoa era vivido duma forma respeitosa. Os mais velhos levavam muito a sério esta época e procuravam passar para os mais jovens a tradição que já os seus progenitores lhes haviam passado. Não havia bailes nem demonstrações de alegria… Optava-se então por jogos tradicionais, feitos ao ar livre e de forma interactiva.
Vou apenas citar um dos jogos e algumas tradições.
O Jogo da Pucarinha
Para se jogar este jogo, era preciso comprar duas ou três pucarinhas de barro, daquelas onde na altura as pessoas guardavam água para ficar mais fresca.
Depois de adquiridas, dava-se início ao jogo.
Todas em fila, as raparigas (sim, porque na altura não havia misturas!) atiravam da frente para trás a pucarinha que, não raras vezes, caía no chão ficando feita em bocados. Quando isso acontecia, lá ia um elemento do grupo a correr à loja do senhor Tó Pinto, agora do Paulinho, buscar mais uma pucarinha. Era assim que, contrariando um pouco a tradição, aquele grupo corria alegremente a aldeia do cimo ao fundo, com cacos e gargalhadas à mistura. Eu, ainda muito jovem, seguia de olhos arregalados aquilo que para mim era uma habilidade impossível de concretizar.
Algumas tradições
Outro tipo de tradição era a relacionada com a alimentação. Durante as sete semanas, e por imposição da Igreja, toda a gente deveria jejuar – isto é, não comer carne – todas as quartas e sextas-feiras, o que se traduzia em algum sacrifício, pelo menos para quem andava no campo em trabalhos que exigiam força física.
Na Semana dos Ramos, e imediatamente a seguir à missa festiva, em que toda a gente levava um ramo para ser abençoado, a tradição também se impunha. Era ver as donas de casa a pôr na rua tudo o que existia em casa, para ser lavado e esfregado até brilhar. Isto acontecia porque era preciso que tudo estivesse bem limpo e cheiroso para receber a visita do pároco na segunda-feira a seguir ao Dia de Páscoa. Nesse dia, ele deslocava-se a todas as casas para dar as Boas-Festas e recolher as ofertas que os paroquianos lhe davam. Com ele seguiam o sacristão da igreja e muitas crianças entusiasmadas, que ajudavam a transportar tudo o que fora angariado. Assim, esta segunda-feira de Páscoa era transformada num dia ainda mais alegre do que o próprio dia de Páscoa.
As cacadas
Outra tradição que contrariava também o espírito da quaresma, por ser muito engraçada,
eram «as cacadas». Pela calada da noite, e quando todas as famílias se encontravam a cear depois de um dia de trabalho árduo, no meio do silêncio, ouvia-se um estrondo. Isso não só assustava as pessoas como os punha a todos em pé de guerra, à procura de quem tinha provocado todo aquele desassossego. Enquanto isso, o autor ou os autores (às vezes era um grupo) fugiam a sete pés para não serem reconhecidos, o que às vezes era difícil. Aos donos da casa, para lá de acharem muita piada, restava-lhes limpar os cacos que tinham sido lançados dentro dum cântaro, dum cesto ou dum garrafão, tanto fazia, e que ficavam espalhados pela casa, ou pelas escadas… E quando elas eram de madeira, que grande festival! A barulheira era mais que muita!
Era assim. As tradições eram seguidas com alegria e com respeito.
Por isso, manifesto com satisfação o meu apoio às iniciativas que começam a acontecer no Casteleiro. Só espero que os jovens participem com vontade de mergulhar e de tomar conhecimento do que foi a vivência dos seus avós.
Bom trabalho.
Vou apenas citar um dos jogos e algumas tradições.
O Jogo da Pucarinha

Depois de adquiridas, dava-se início ao jogo.
Todas em fila, as raparigas (sim, porque na altura não havia misturas!) atiravam da frente para trás a pucarinha que, não raras vezes, caía no chão ficando feita em bocados. Quando isso acontecia, lá ia um elemento do grupo a correr à loja do senhor Tó Pinto, agora do Paulinho, buscar mais uma pucarinha. Era assim que, contrariando um pouco a tradição, aquele grupo corria alegremente a aldeia do cimo ao fundo, com cacos e gargalhadas à mistura. Eu, ainda muito jovem, seguia de olhos arregalados aquilo que para mim era uma habilidade impossível de concretizar.
Algumas tradições
Outro tipo de tradição era a relacionada com a alimentação. Durante as sete semanas, e por imposição da Igreja, toda a gente deveria jejuar – isto é, não comer carne – todas as quartas e sextas-feiras, o que se traduzia em algum sacrifício, pelo menos para quem andava no campo em trabalhos que exigiam força física.
Na Semana dos Ramos, e imediatamente a seguir à missa festiva, em que toda a gente levava um ramo para ser abençoado, a tradição também se impunha. Era ver as donas de casa a pôr na rua tudo o que existia em casa, para ser lavado e esfregado até brilhar. Isto acontecia porque era preciso que tudo estivesse bem limpo e cheiroso para receber a visita do pároco na segunda-feira a seguir ao Dia de Páscoa. Nesse dia, ele deslocava-se a todas as casas para dar as Boas-Festas e recolher as ofertas que os paroquianos lhe davam. Com ele seguiam o sacristão da igreja e muitas crianças entusiasmadas, que ajudavam a transportar tudo o que fora angariado. Assim, esta segunda-feira de Páscoa era transformada num dia ainda mais alegre do que o próprio dia de Páscoa.
As cacadas
Outra tradição que contrariava também o espírito da quaresma, por ser muito engraçada,
eram «as cacadas». Pela calada da noite, e quando todas as famílias se encontravam a cear depois de um dia de trabalho árduo, no meio do silêncio, ouvia-se um estrondo. Isso não só assustava as pessoas como os punha a todos em pé de guerra, à procura de quem tinha provocado todo aquele desassossego. Enquanto isso, o autor ou os autores (às vezes era um grupo) fugiam a sete pés para não serem reconhecidos, o que às vezes era difícil. Aos donos da casa, para lá de acharem muita piada, restava-lhes limpar os cacos que tinham sido lançados dentro dum cântaro, dum cesto ou dum garrafão, tanto fazia, e que ficavam espalhados pela casa, ou pelas escadas… E quando elas eram de madeira, que grande festival! A barulheira era mais que muita!
Era assim. As tradições eram seguidas com alegria e com respeito.
Por isso, manifesto com satisfação o meu apoio às iniciativas que começam a acontecer no Casteleiro. Só espero que os jovens participem com vontade de mergulhar e de tomar conhecimento do que foi a vivência dos seus avós.
Bom trabalho.
Texto de autoria de Maria Dulce Martins
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maria dulce
26/02/2010
Tradição oral... é urgente recuperar!

Para além do calor que levamos a quem toma este espaço como um bocado da sua vida, trazemos sempre retidas na nossa memória muitas estórias, algumas delas passadas ou imaginadas num tempo bem remoto.
Da última vez que ali estive e em conversa com um octogenário que ainda trata a vida como um desafio permanente, ouvi-lhe uma pequena história que contava a um seu parente que “reside” nesta instituição há uma década.
Dizia assim: “Dantes tudo falava. Para além dos animais, falava o pão, falava o trigo e falava a cevada.
O pão (centeio) dizia: quem me houver de comer há-de ter bom coração! Sim, porque o pão era o principal sustento de todas as pessoas, daí marcar presença destacada em cada mesa da refeição – sobretudo das famílias mais humildes, mais pobres, mas de gente boa…
O trigo dizia: cá eu sou o trigo fidalguinho, que vou a todas as bodas e baptizados e ainda estou no altar sagrado! Aqui a exibição deste cereal para afirmar que era superior a qualquer outro e que por isso, só estava na mesa dos ricos e em locais sagrados…
Por último, a cevada afirmava: eu sou a cevada preganuda, mas no mês de Maio ainda dou a minha ajuda! E isto porquê? Explicava melhor a nossa fonte: antigamente eram tempos de fome, e o pão (consumido pelas pessoas do povo) não dava para todo o ano … e como a cevada amadurecia e era colhida primeiro, íamos ao moinho, trazíamos a farinha e, enquanto não havia pão (centeio), era daqui que se fazia o pão que comíamos. Era muito escuro e bastante preganudo, mas enquanto não havia o centeio, era o que valia!”
Fiquei fascinado com tal estória!
Quantas mais não haverão, algumas delas adormecidas naquelas cabeças que já esquecem rapidamente o presente, mas que lembram com precisão os tempos do seu crescimento.
Agora que tivemos recentemente o anúncio da “Casa da Memória”, porque não havemos também de começar a registar estes tesouros da nossa tradição oral?
"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
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