25/02/2011

Festa da Caça ao ritmo do Acordeão


Seis acordeonistas vão percorrer as ruas e largos do Casteleiro durante os três dias da Festa da Caça. A qualquer hora, para onde se desloque, encontrará sempre um acordeão que marcará o ritmo da Festa!

23/02/2011

"Testamento do Galo" regressa a 6 de Março


O “Testamento do Galo” vai voltar a ouvir-se nas ruas e largos do Casteleiro no próximo dia 6 de Março, a partir das 15 horas.
Depois de no passado ano a Junta de Freguesia ter retomado a realização desta antiga e enraizada tradição associada aos festejos do Entrudo, eis que o Centro de Animação Cultural aceitou o desafio e é este ano o responsável pela iniciativa com o apoio da Junta. Está assim assegurada a preservação de uma tradição da memória cultural do Casteleiro.

21/02/2011

O cheiro das palavras

Hoje queria apresentar-vos o jogo das sensações, que pretende despertar em cada um dos leitores o cheiro intenso, que estas palavras transportam ao longo do tempo, nesta terra que é nossa - Casteleiro:

- Uva; mosto, jeropiga, vinho, aguardente, balsa, pipa, adega
- Marmelo, marmelada, geleia, açúcar em ponto
- Ovelha, leite, queijo curado, requeijão, soro.
- Porco, chouriça assada, morcela, farinheira, fumeiro, presunto, salgadeira.
- Lume, lareira, lenha, fumo, brasial, maçã assada, panela de ferro.
- Castanha, lume, magusto, assador.
- Natal, Menino Jesus, presépio, igreja, madeiro, praça, filhoses, família, amigos.
- Azeitona, lagar, azeite.
- Terra, estrume, semente, flor, fruto

Que tal este desafio?
Afinal as palavras também têm cheiro e o que é curioso, é que cada uma delas nos transporta para vivências bem características de épocas festivas, vida rural…de um tempo já passado, mas que pretendemos trazer à memória presente.




"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

09/02/2011

I Passeio Equestre do Casteleiro





















No passado domingo, dia 6 de Fevereiro, as terras quentes do Casteleiro foram palco para um Passeio Equestre que juntou cerca de 50 cavaleiros.
O desafio, lançado por dois sócios do Centro de Animação Cultural do Casteleiro e mordomos do passeio equestre, Vítor Fortuna e Joaquim Nabais, dois amantes dos cavalos e de bons passeios, foi prontamente aceite pela Direcção.
Logo pela manhã, a azáfama era muita, cavalos, cavaleiros e muitos acompanhantes não paravam de chegar e foram muitos os que, após o pequeno-almoço, fizeram questão de iniciar o passeio…de carrinha!
Um domingo com temperatura agradável, um sol quente e a beleza única das terras casteleirenses, formaram o cenário perfeito para partir à descoberta de trilhos e caminhos de cores inconfundíveis.
À chegada, o CACC brindou todos os participantes com um almoço de ementa apelativa com os tradicionais enchidos da região para as entradas, sopa de canja e, como prato principal, arroz de feijão e uma farta grelhada, regada com um tinto das velhas e famosas castas do Casteleiro.
A Junta de Freguesia apoiou a iniciativa com a oferta de um troféu a todos os participantes.
Durante a tarde ainda houve tempo para brindar os mais resistentes com uma brincadeira e também uma surpresa: três bezerras para animar a malta.
Terminado com êxito este I Passeio Equestre do Casteleiro, ficou a promessa de iniciar a preparação do próximo.

Beatriz Costa

04/02/2011

Expressões do linguajar casteleirense (II)

Depois da viagem que tenho vindo a fazer por ruas e vielas, desta nossa terra, conversando com pessoas idosas, sabedoras de muitas vivências ancestrais, procurei trazer a este espaço, de partilha, muitas palavras e expressões que fazem parte do património linguístico casteleirense.
Por agora, vou ficar aqui estacionado, na “paragem da carreira”, procurando voltar ao vosso encontro, em momento considerado oportuno.

- Andar a intchê tchòriças – andar sem fazer nada
- Daquênada – daqui a pouco
- Inté amanhã – até amanhã (despedida)
- Òdespoi - depois
- De vreve – rapidamente
- Está atchacado – está muito doente/muito engripado
- A marrana está barronda / A marrana anda saída – a porca anda com cio
- Estás a olhar p’ò dismo – estás a olhar para o boneco
- Tá ali mai contcha! – está mais invejosa!
- Andar de candeia às avessas – Andar zangado com…
- É uma marrana – Refere-se a pessoa pouco asseada
- Acmodar o vivo – dar de comer aos animais (acontecia antes do dono se ir deitar)
- É uma badagnêra – é uma parva/mal educada
- Atende-me daí a faca (o pão…) – dá-me a faca
- A laranja de manhã é ouro, ao meio dia prata e à mata – Isto para dizer que a laranja, à noite; faz mal
- O prato está esboslado – o prato apresenta os seus bordos meio desfeitos
- Apitcha a pinha com o tção – acende a pinha com pau que está no lume a acabar de arder
- O garoto é mesmo um boguêlo – a criança anda sempre doente
- Deitaram-lhe mau olhado – alguém desejou algo de mau (esta expressão era relacionada com actos de bruxaria)
- Traz o diabo no corpo – anda com algum espírito maligno
- É um patchá - é um pasmado; com habilidade para pouquíssimas coisas
- Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado vem – para explicar que pessoas que vivem bem e não têm modo de vida é porque recebem dividendos de uma forma ilícita.
- Nô atcho o cu cas mãos ambas - tenho mesmo muito que fazer/dificilmente conseguirei fazer tudo...

Até breve!




"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

02/02/2011

Prova de Santo Huberto na "Festa da Caça"

Está já assegurada a realização de uma prova de Santo Huberto na Festa da Caça do Casteleiro: Dia 11 de Junho, às 9 horas.
As provas de St Huberto são direccionadas a caçadores com cão de parar que, num determinado percurso definido pelo juiz, são avaliados pelo desempenho de cão e caçador. Neste tipo de prova são aspectos avaliados pelos juízes a forma correcta de abordar o terreno a caçar, o respeito pela natureza, o cumprimento das regras de segurança que devem ser observadas no decorrer do acto venatório, o espírito desportivo, a ética, o sentido ecológico do caçador, a ligação com o seu cão, a forma como este sinaliza a caça (paragem), obedece às ordens, respeita o levante da caça e o tiro, a forma como cobra a peça abatida e a entrega ao dono.

Dia 11 de Junho - 09 horas

Frases que são ditados: sabedoria popular a sério!

Intervalo na crise.
Há ditados populares que se usam no Casteleiro que acho que não se dizem em mais lado nenhum. Os nossos avós (meus: os bisavós da maioria dos que me lêem) baseavam muito da sua vida nestas frases, cada uma delas uma espécie de quiz, uma verdade geral da sabedoria popular…
Vá-se lá saber porquê, muitas vezes dão mesmo certo. Ou melhor, sabemos porquê: é que a origem dessas frases condensadas é a experiência de séculos sintetizada em meia dúzia de palavras.
Adoro perder uns minutos com elas. Desde miúdo, isto sempre me fascinou pela justeza das coisas: bate tudo mesmo certinho!

Hoje trago aqui só três, para não chatear a malta – que pensa que tem muito mais que fazer...

Duas que vêm mesmo a propósito. Num ano de tanto frio, que mais fazer do que queimar lenha e aquecer bem a casa.

Primeira:
Uma velha em Abril
Queimou um carro e um carril.
Uma camba que lhe sobrou
Para Maio a guardou.
Sobrou-lhe um bocadinho
Como um punho:
Ainda o guardou para Junho.

Segunda:
Março, marçagão,
De manhã, Inverno,
À tarde, Verão.

E agora mais três diversificadas.

Ainda sobre o calendário.
Quem malha em Agosto
Malha com desgosto.

Uma dos namorados que achavam pequenos os dias de Maio (os maiores do ano):
Ai, dias de Maio, dias de amargura,
Ainda mal não é manhã, já é noite escura.


E uma que se aplica sempre, quando se faz uma asneira:
Está um edital à porta da igreja:
Quem é burro, não o seja.





"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes