19/12/2018

Posse dos Órgãos Sociais do Lar de São Salvador




No próximo dia 22, às 15h, tomam posse os novos órgãos sociais do Lar de São Salvador do Casteleiro eleitos para o quadriénio 2019/2022. Ao ato eleitoral realizado no passado dia 8 concorreram duas listas, tendo a lista A, com Jaime Rodrigues candidato a presidente da Direção, obtido 128 votos e a lista B, protagonizada por Cristina Alexandrino, 107 votos.

ÓRGÃOS SOCIAIS EFECTIVOS

DIREÇÃO

Jaime de Jesus Rodrigues – Presidente

Manuel Cameira Esteves – Vice-Presidente

Vítor Manuel Fortuna Soares – Tesoureiro

Beatriz C. Costa Nabais – Secretária

Armando Jorge Valentim Cameira – Vogal
                                                                                 
CONSELHO FISCAL                                                  

Rui Manuel Martins Catana – Presidente

Nelson Francisco Leitão Clara – 1º Vogal

Carolina M. Cardoso Gonçalves – 2º Vogal               
                
ASSEMBLEIA GERAL

Ismael Gonçalves Valentim Martins – Presidente

Vanessa Galante Marques – 1º Secretário

Maria Orlanda Proença Corista – 2º Secretário

O “Viver Casteleiro” saúda todos os elementos que ora terminam as suas funções e deseja a todos os membros dos órgãos sociais eleitos, na pessoa do Presidente da Direção, Jaime Rodrigues, votos de um excelente mandato na concretização de todos os objetivos a que se propõe para esta prestigiada instituição da nossa Freguesia.  



09/12/2018

A população do Casteleiro em 1911


Prosseguimos a divulgação e análise da evolução demográfica do Casteleiro, hoje com referência ao censos realizado em 1 de Dezembro de 1911, um ano mais tarde que o previsto dado os acontecimentos de 1910 com a implantação da República.
Relembramos os dados conhecidos relativos ao Casteleiro: 1527: 52 habitantes; 1758: 527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201 fogos; 1864: 848 habitantes e 214 fogos; 1900: 1210 habitantes e 307 fogos.
Em 1911 o Casteleiro tinha 1268 habitantes, 619 homens e 649 mulheres. Quanto ao estado civil, 740 eram solteiros (378 homens e 362 mulheres), 439 casados (208 homens e 231 mulheres), 88 viúvos (32 homens e 56 mulheres) e 1 separado judicialmente.
Quanto à instrução, 1133 eram analfabetos (510 homens e 623 mulheres) e sabiam ler apenas 105 pessoas (79 homens e 26 mulheres).
Relativamente à origem da população, 1105 eram da freguesia ou do concelho do sabugal, 15 de outro concelho do distrito e 148 de outra naturalidade. Em 1911 o número de fogos era de 317. Constata-se, assim, que em 11 anos a população aumentou em 58 pessoas e os fogos em 10, mantendo a tendência de crescimento.
Neste censo temos ainda possibilidade de conhecer o número de fogos e população da aldeia e de algumas das anexas. Assim, o Casteleiro aldeia tinha 806 pessoas e 215 fogos, Santo Amaro 183 pessoas e 42 fogos, Valverdinho 187 pessoas e 43 fogos, Quinta das Barrentas 17 pessoas e 4 fogos e dispersos por quintas 75 pessoas e 13 fogos.
Em próxima crónica analisaremos o censos de 1920, onde a “pneumónica”, que atingiu a região de maio a julho de 1918, vai ditar algumas alterações na evolução da população.
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 
 

03/11/2018

O meu amigo Tó


Há cerca de 45 anos, por meados de junho, vindo de Lisboa, chegava anualmente ao Casteleiro para iniciar as “férias grandes”. Recordo que tinha três visitas que fazia de imediato. Ir a casa da tia Adelaide e Manuel Diogo, ir a casa da tia Ressurreição e Joaquim Diogo e subir o balcão do “tó alfaiate”. O Tó recebia-me sempre com grande carinho. Era um encontro de um jovem adolescente e um adulto com mais de o dobro da minha idade. Encontrava-o no seu trabalho de alfaiate num espaço com pouco mais de quatro metros quadrados, uma grande mesa que ocupava metade e, do lado esquerdo, uma pequena cadeira onde me sentava enquanto ele continuava a marcar os tecidos, a cortar as fazendas quase sempre também ele em cima da mesa. Um ritual que se repetiu durante muitos anos. E aquela sua “oficina”, qual porto de abrigo a qualquer hora do dia ou noite dentro, encerra estórias que, não sendo escritas, permanecem na minha memória e na de muitos e muitos dos seus amigos.
Falar do Tó é fácil. De como ele estimava os seus amigos, do seu amor incondicional ao Casteleiro. Em 1974, logo a seguir ao 25 de Abril, fez parte da Junta de Freguesia com o Sr. Manuel Guerra e o Joaquim Roxo. Sempre disponível, o Tó foi e será uma figura incontornável da Aldeia.
No início dos anos oitenta, num janeiro frio, o tó casou-se. Grande motivo de Festa e de mais uma vinda desde Lisboa para o acompanhar. Lá fomos até à Quarta-Feira, terra da Celeste. E a boda foi forte e duradoura.
O Tó partiu há três dias. Ontem rumei ao Casteleiro. Passei pelo “balcão” e olhei para o pequeno espaço que foi a sua oficina, segui para a Igreja. Ficam as memórias.
O Casteleiro está mais pobre. Eu estou mais pobre!






"Reduto", crónica de António José Marques


 

16/10/2018

"Lucindinha"


Falecida em 17-10-2007, será que a “Lucindinha” morreu?
Não, ela continua e continuará viva e bem viva, para sempre, no nosso pensamento, no nosso coração.
Que Deus a tenha no etéreo descanso, na companhia dos seus familiares falecidos que bem merecem também.

Daniel Machado

 

13/10/2018

A população do Casteleiro em 1900

Continuamos hoje a divulgação e análise dos dados demográficos do Casteleiro. Foram já aqui referidos os dados de 1527: 52 habitantes; 1758: 527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201 fogos e 1864: 848 habitantes e 214 fogos.
Hoje, analisamos os Censos realizados em 1 de Dezembro de 1900. O Casteleiro continua a crescer em muito o número de habitantes e fogos e, pela primeira vez, temos acesso a dados até aqui desconhecidos, nomeadamente a naturalidade e a instrução, a nível da freguesia, e do concelho do sabugal no que se refere à ocupação profissional e deficiências físicas.
Assim, em 1 de dezembro de 1900, o Casteleiro tinha 1210 habitantes, 631 homens e 579 mulheres. Quanto ao estado civil, 367 homens e 299 mulheres solteiros e 238 homens e 233 mulheres casadas e 73 viúvos (26 homens e 47 mulheres). Quanto a instrução, 1090 eram analfabetos (536 homens e 554 mulheres), uma taxa de 90%, e sabiam ler apenas 120 pessoas (95 homens e 25 mulheres). Relativamente à origem da população, 1036 eram naturais do próprio concelho, 30 de outro concelho do distrito da Guarda, 139 de outro local e 5 “estrangeiros”. O número de fogos era, à data, de 307. Constata-se que, em 36 anos, a população do Casteleiro amentou em 362 pessoas e os fogos em 93.
Relativamente a outros dados recolhidos por estes censos, apenas são referidos a nível de concelho. Assim, o Concelho do Sabugal tinha 32624 habitantes, 26009 dos quais eram trabalhadores agrícolas, 3354 na área da indústria, 955 no comércio, 933 nos trabalhos domésticos e os restantes distribuíam-se por profissões liberais, força pública e ocupação desconhecida. De salientar, em todo o concelho do Sabugal, a existência de 26 cegos de um olho, 47 dos dois; 18 surdos-mudos; 15 “idiotas” e 38 alienados.
Como curiosidade, de referir que uma semana depois deste recenseamento, no dia 9 de dezembro de 1900, nasceu o José, filho de Manuel Antunes e Joaquina Gonçalves, neto paterno de Policarpo Martins e Maria da Assunção e materno de João Inzá e Maria Clara.
Em próxima crónica analisaremos o ponto da situação 10 anos depois, em 1911.
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 

05/09/2018

Almoço/Convívio do CACC

Esta notícia do almoço/convívio do Centro de Animação Cultural do Casteleiro, já com algo de atraso, continuando a ser tradição, realizou-se, no dia 15 de Agosto findo, após a Festa de Santo António, no salão do referido Centro Cultural.











Com a presença dos sócios e seus familiares já chegados e sentados à mesa e outros a chegarem, sem demora, o arroz com feijão, as febras e a carne entremeada foram servidas em travessas e levadas a todas as mesas, onde todos, já com apetite, a hora foi de ataque ao desejado arroz com feijão, às febras e à carne entremeada, tudo bem regado com as variadas bebidas, à descrição.


Conversa para aqui, conversa para ali, do muito que havia para falar, veio a sobremesa de queijo, melão e, mais ainda, três dedos de conversa.
Por fim, com um até para o ano, um merecido agradecimento à Direcção do Centro de Animação Cultural do Casteleiro, bem como a todos os colaboradores na confecção do tão saboroso e apetitoso almoço, contribuindo assim para um salutar e agradável almoço/convívio.

Daniel Machado


28/08/2018

A população do Casteleiro em 1864


Em Outubro do passado ano abordei nesta crónica os dados relativos à população do Casteleiro segundo o censo de 1801, conhecido pelo ”Censo do Conde de Linhares”. Nesse ano, a Aldeia tinha 462 habitantes, 223 homens e 239 mulheres. Quanto aos fogos eram referidos 135.
Em 1849 existem dados de outro recenseamento, ainda com base nos assentos paroquiais, que referem 777 habitantes, 378 homens e 399 mulheres. Nesse ano foram registados 25 nascimentos, 9 óbitos e 3 casamentos. Relativamente aos fogos passaram a 201. Constata-se, assim, que em apenas 48 anos, a população aumentou em 315 pessoas e o número de casas em 66.
Mas foi em 1864 que se realizou o primeiro recenseamento geral da população, em que os dados obtidos são mais concretos e têm já um grau de confiança razoável.
Assim, em 1864, o Casteleiro tinha 848 habitantes, 430 homens (267 solteiros, 143 casados e 20 viúvos) e 418 mulheres (236 solteiras, 143 casadas e 39 viúvas). A estrutura etária estava assim distribuída: até aos 10 anos – 101 do sexo masculino e 86 do feminino; entre os 11 e os 25 anos – 109 do sexo masculino e 117 do feminino; entre os 26 e os 40 anos – 128 e 114; entre os 41 e os 60 anos – 69 e 73; entre os 61 e os 80 anos – 22 homens e 27 mulheres. Entre os 80 e os 90 anos foram recenseados um homem e uma mulher. Quanto aos fogos registam-se 214, um aumento de 13 em 15 anos.
Da análise destes números a salientar uma população francamente jovem: 187 crianças com menos de 10 anos e 226 jovens com idade entre os 11 e os 25 anos. Quase metade da população (413) tinha menos de 25 anos.
O censo de 1864 foi reportado ao dia 1 de Janeiro. Aí é referido que existia uma única criança do sexo masculino com mais de um mês e menos de dois meses completos. Para memória futura, após investigação nos paroquiais, essa criança chamava-se Joaquim, nascido a 5 de Novembro de 1863, filho de Manuel Cameira Nabais e Rosa Gomes, neto paterno de António Nabais e Maria Cameira e materno de José Caetano Esteves e Maria Gomes. Foi baptizado em 15 de Novembro de 1863 sendo padrinhos o casal José Fernandes Chambaril (forneiro) e Maria Soares.
A evolução demográfica do Casteleiro, conhecida e já aqui referida é a seguinte: ano de 1527 – 52 habitantes; ano de 1758 – 527 habitantes; ano de 1801 – 462 habitantes; ano de 1849 – 777 habitantes e ano de 1864 – 848 habitantes.
Em menos de 30 anos depois deste censo, o Casteleiro vai ultrapassar os mil habitantes. Essa é outra crónica!







"Reduto", crónica de António José Marques



27/08/2018

CASA DA MEMÓRIA DO CASTELEIRO


A Junta de Freguesia de Casteleiro submeteu uma candidatura no âmbito do anúncio de abertura nº 002/Pró-Raia/10.2.1.6/2018, Renovação de Aldeias, inserida na área 4 “Desenvolvimento Local” do PDR 2020, da “Casa da Memória do Casteleiro” um projecto de reabilitação e recuperação do edifício da velha escola primária do Casteleiro, património de referência da Aldeia, que se encontra há muito fechado e em adiantado estado de degradação.
O projecto, já com parecer favorável da Câmara do Sabugal, tem por objectivo uma intervenção de fundo no edificado e área envolvente adaptando-o e criando de raiz a “Casa da Memória do Casteleiro”, um espaço que se pretende seja um repositório fiel de objectos, documentação e tradições do passado, preservando e divulgando deste modo a memória colectiva da Freguesia.
O espaço reunirá um vasto e variado conjunto de elementos representativos da vida diária e tradições da Aldeia, nomeadamente ligados à actividade agrícola, aos usos e costumes da população, ao ambiente caseiro e também espólio documental, documentos antigos maioritariamente recolhidos na Torre do Tombo, fotos, livros, etc…
A “Casa da Memória do Casteleiro” será um núcleo representativo da memória da Aldeia, aberto diariamente e destinado a todo o público, assumindo-se como pólo de atractividade cultural e dinamizador de visitantes, alunos de escolas e outros, aliando desta forma a recuperação do património a um efectivo enriquecimento cultural da Aldeia, do Concelho e da Região.
Pretende-se atingir esse objectivo com uma eficaz e eficiente divulgação, através de material gráfico e outro, que promova a “Casa da Memória” e do que o visitante ali pode encontrar e que, simultaneamente, divulgue o percurso do projecto tendo por base a recuperação do que foi uma escola primária durante décadas.
A Junta de Freguesia de Casteleiro, entidade responsável pelo projecto, conta com a colaboração do Lar de São Salvador do Casteleiro, contiguo ao edifício, com quem celebrou um Acordo de Cooperação através do qual, dentro das suas possibilidades e sem quaisquer encargos, assegurará a recepção dos visitantes por utentes do Lar, igualmente guias do espaço, aliando desta forma a memória exposta à memória viva das gentes do Casteleiro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

14/08/2018

Requalificação do Largo do Reduto

                                                       
O secular Largo do Reduto ganhou nova dimensão. Domingo, 12 de agosto, assinalou-se a conclusão das obras de requalificação do Largo. Uma obra promovida pela Junta de Freguesia que implicou a aquisição das “palheiras” existentes no local, a sua demolição acompanhada por um arqueólogo e elaboração e execução do projecto que permitiu edificar um bloco de sanitários públicos, recuperar os muros e edificações envolventes, alterar a iluminação da área e, ainda, “transformar” um bloco granítico ali existente num chafariz público.
Estiveram presentes, entre outros, o Presidente da Câmara, António Robalo, o Vice-Presidente Vítor Proença, a Vereadora Sandra Fortuna e todos os membros da Junta e Assembleia de Freguesia do Casteleiro.
O primitivo Reduto amuralhado e estrutura defensiva da Aldeia num tempo em que tinha ao centro o único local de culto do aglomerado, hoje Capela do Espírito Santo, ganhou uma nova escala. Porque os espaços e as pedras também falam….
 
 
 
 
 
 




 
 



Almoço do CACC


08/06/2018

Terapia do Riso no Lar do Casteleiro



A Associação do Lar e Centro de Dia de São Salvador do Casteleiro, proporcionou um dia diferente aos seus utentes: Terapia do Riso.
Foi no passado dia 14 de Abril que, o dia começou ao som dos risos e gargalhadas dos vários utentes de ERPI, lar de idosos, CD e SAD.
“O riso é um comportamento próprio dos seres humanos. O número de vezes que as pessoas se riem tende a reduzir ao longo da vida, diariamente uma criança ri aproximadamente 300 vezes, um adulto 15-100 vezes e um idoso ri ainda menos. O riso pode ser treinado com recurso à terapia do riso, que se faz em grupo, num ambiente descontraído e de relação interpessoal, em sessões aproximadamente de 60 minutos.













As sessões, dinamizadas pelas terapeutas do riso, do Belorriso, são marcadas pela combinação de técnicas de respiração, alongamentos e exercícios para estimular o riso que, no seu conjunto, provocam múltiplos benefícios tanto a nível físico, como psicológico/emocional, como social em particular nas relações interpessoais. Este treino do riso assenta na evidência de que o organismo não distingue entre o riso espontâneo e um riso provocado por exercícios, produzindo os mesmos benefícios, por isso se se provocar o riso, o corpo produz os mesmos benefícios que obteria com o riso espontâneo. Assim, durante uma sessão de riso, constata-se que após algum treino se consegue alcançar o riso espontâneo muito facilmente. As pessoas idosas, como em geral se riem menos, beneficiam muito com as sessões de terapia do riso, que é um valioso contributo para a promoção e vivência de um envelhecimento digno, com qualidade, ativo e positivo.” (Maria Barbosa & Maria Miguel Barbosa.

A Direção

10/04/2018

Raptado por um oficial inglês


É do conhecimento histórico que, por ocasião das Invasões Francesas, Sortelha e todo a zona envolvente foi um dos alvos das tropas invasoras. Aliás, é bem conhecida a vitória do exército luso-inglês na famosa Batalha do Gravato, no Sabugal, a 3 de Abril de 1811. Certo é que os ingleses, depois da retirada dos franceses, ficaram por cá nomeadamente para reorganizar o exército luso, sob o comando dos generais Wellington e Beresford. E essa presença terá acontecido, também, na então capitania de ordenanças de Sortelha. O que poderá de algum modo estar na base deste facto acontecido no Casteleiro, em 1811 ou 1812.




Luís, filho do casteleirense José Martins da Costa e Maria da Costa do Vale de Lobo, nasceu em 1801. Setenta e um anos depois, a 3 de fevereiro de 1872, ficamos a saber por intermédio de um seu primo, Luís Martins Fortuna, que solicitou que o assento de baptismo fosse reescrito, que o Luís tinha sido raptado a seus pais por um oficial inglês, teria então dez ou onze anos de idade.

O porquê deste rapto, em que condições, o que lhe aconteceu, nunca o vamos saber. Quem serão os descendentes da família do Luís? Também dificilmente o saberemos. O que sabemos é que nunca mais se soube dele já que o assento é escrito setenta e um anos depois do seu nascimento.
E sabemos outra coisa. É que tantas décadas depois o casteleirense Luís não foi esquecido pelos seus, que fizeram questão de deixar para memória futura prova da sua existência e do que lhe aconteceu.
E esse foi um objectivo conseguido. Passados 217 anos estamos aqui a falar do Luís.

“Luís, filho legítimo de José Martins da Costa natural desta freguesia de Casteleiro concelho extinto de Sortelha e Belmonte, hoje do Sabugal Diocese da Guarda e de Maria da Costa ou Pires Reina, natural do Vale de Lobo concelho de Penamacor da dita Diocese , neto paterno de José Martins  Osório e de Violante da Costa , ignora-se o nome dos avós maternos por não serem desta freguesia. Nasceu no ano de mil oitocentos e um , foi solenemente baptizado pelo Reverendo José dos Santos e foi seu padrinho seu tio paterno  Manuel Martins da Costa o que tudo me foi certificado pelas testemunhas Luís Martins Fortuna primo do baptizado, de idade de setenta anos e Joaquim Gomes Rodrigues da idade de setenta e quatro anos. Em vista do alvará de autorização que me foi apresentado por Sua Exª reverendíssima o Bispo desta Diocese, Manuel Martins Manso, o qual alvará fica no arquivo desta paróquia, lavrei este assento que assino, Casteleiro 3 de fevereiro de 1872- o Vigário Joaquim Lopes Almeida. Declaro em tempo que as sobreditas testemunhas me confessaram que o baptizado foi raptado a seus pais por um Oficial Inglês em mil oitocentos e onze ou doze. Era ut supra.”






"Reduto", crónica de António José Marques




Assento de Baptismo disponibilizado por http://www.genregis.com/

18/03/2018

A caminho da Argentina


Como já referi aqui em crónica anterior denominada “A caminho do Brasil”, muitos foram os casteleirenses que, antes do surto emigratório para França a partir dos anos 50 do século passado, rumaram para aquelas paragens.
Mas antes, no início do século, foi a Argentina um dos primeiros destinos. Publicamos hoje alguns dos nossos conterrâneos que deixaram a sua terra em busca de melhor vida, de um sonho de “riqueza”, afinal, uma partida às cegas para uma terra de “promessas”.
Dos 17 casteleirenses que a seguir enumeramos, todos com destino a Argentina, 12 obtiveram passaporte em 1912, um em 1925, dois em 1927, um em 1928 e um em 1931. As informações são em alguns casos escassas, apenas filiação e/ou idade e em quatro casos reproduzimos mesmo a concessão de passaporte com foto e informações pessoais.
 
 
 
Em 1912 obtiveram passaporte José Pires Saramago, residente em Caria; José Bernardo residente em Inguias; José Ferreira, filho de António Ferreira e Domingas Pinto, casado de 39 anos; Manuel Pinto, filho de António Pinto e Luísa, casado, de 37 anos, residente em Valverdinho; Luís Moita, filho de João Moita e Luísa da Costa, casado, de 30 anos; António Carvalho, filho de Manuel Carvalho e Maria do Carmo Soares, casado, de 28 anos; Manuel Marques, filho de Joaquim Marques e Caetana, casado, de 28 anos; Manuel Machado, filho de João Machado e Maria Emília Soares, solteiro, de 24 anos; Valentim, filho de José Valentim e Maria Nabais, casado, de 24 anos; Manuel Lourenço Capelo, filho de José Lourenço Capelo e Isabel Justiça, casado, de 31 anos; Manuel Valente, filho de António Valente e Theodora Correia, casado, de 31 anos; Manuel José Valentim, filho de José Valentim e Maria Nabais Cameira, casado, de 32 anos.
 
 
A única mulher que surge com passaporte para Buenos Aires é Flamina Clara Cameira, em novembro de 1925, mas sem qualquer indicação de filiação ou idade.
Em 2 de Janeiro de 1927 obtém passaporte José Fonseca, filho de Eduardo Fonseca e Emília Fonseca, de 29 anos (primo direito da avó materna do autor desta crónica) e em 23 de Novembro de 1927 obtém passaporte Francisco Afonso, filho de José Afonso e Maria do Rosário, casado, de 46 anos.
Em Janeiro de 1928, emitido passaporte a João Nabais, filho de José Maria Nabais e Conceição de Jesus, solteiro de 24 anos.
Por último, em 9 de Dezembro de 1931, Fermino Pinto, filho de Joaquim Pinto e Maria Bárbara Gonçalves, viúvo, de 46 anos, obtém passaporte com destino a Montevideu.
 
 
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques

Assembleia Geral do CACC