Figura respeitada, o Regedor, era um subordinado do
Presidente da Câmara, ao serviço do Estado, donde não recebia qualquer ordenado
pelo trabalho que fazia, ocupando-lhe muitas vezes, todo o seu tempo. Para além do policiamento
da freguesia, era chamado a intervir nas situações mais insólitas e até
caricatas, como o roubo de uma galinha, fazer as pazes entre marido e mulher,
em brigas, desacatos, comprovar óbitos…fazer o
registo, anual, da produção de cereais, vinho e azeite, penalizando os
proprietários que não fornecessem corretamente estes dados.
Para o auxiliar em todas as
suas tarefas, tinha às suas ordens e nomeados por este, os chamados Cabos de
Policia, sendo por norma rapazes de boa constituição física, e de preferência,
acabados de chegar da tropa.
Em plena II Guerra Mundial
e com escassez de alimentos, a comida era racionada e a cada família, o Regedor atribuía senhas de racionamento, através das quais era possível levar para
casa um pouco de açúcar, arroz…sempre insuficientes para as necessidades das
crianças e adultos.
Quem se lembra do Ti Américo Fortuna como o último
Regedor do Casteleiro? Morava perto igreja e também da estalagem. Habitava a
casa onde atualmente mora seu filho José Fortuna.