31/01/2014

Que lindo Quadro!

Chegado o Outono, as “jovens” árvores da Sala de visitas do Casteleiro, no Largo de S. Francisco (Terreiro de S. Francisco), de folhas verdes, verdejantes, que o homem plantou e Mão Divina, com a Sua infinita arte de bem pintar, pintou, com uma matizada e deslumbrante mistura de multicolores, num lindo quadro que, por algum tempo, para gáudio e encanto a nossos olhos se deparou e que, agora, aqui poderá ser visto também, diremos:


 
 
 
 
 
 
 
 
Que lindo quadro!...
Em contraste, no Inverno, porém, as folhas multicolores que, no Inverno, foram envelhecendo e uma a uma caindo no chão, onde calcadas e recalcadas são, morrendo, deixando a nu e ao frio, tão-somente os troncos e os braços dessas mesmas árvores que, ao deliciarem-nos antes com um lindo quadro de uma beleza rara, bem diferentes agora, abaixo se apresentam retratados e, por analogia, algo de semelhante poderemos verificar no ser humano, conforme o poema que a seguir transcrevemos:
 
Enquanto uma a uma
Já amarelecidas
E tocadas pelo vento,
Tristes e desiludidas,
Das árvores
As folhas vão caindo
Que calcadas
E recalcadas,
No chão
Vão jazendo
E, com resignação,
Morrendo,
Por nós,
Um a um,
Os anos vão passando
Que, calcados
E recalcados,
Vão aumentando,
E, quando formos velhinhos, 
Doentes e a sofrer,
Como as folhas,
Acabamos por morrer.

 






Daniel Machado


28/01/2014

Crónicas de Casteleirenses!



 
 
 
 
 
 
 
O tema é o Casteleiro. Sempre um novo ângulo, uma nova estória! Semanalmente, no Capeia Arraiana, o José Carlos Mendes e o Joaquim Gouveia marcam presença com as suas crónicas “A Minha Aldeia” e “Viver Casteleiro”. São espaços fascinantes de amor à terra, ao seu passado, de pequenas grandes estórias, modos, usos e costumes do nosso Casteleiro. Estes nossos conterrâneos contribuem, ao seu modo, para fazer chegar o nome da Aldeia mais longe e, por tudo isso, merecem a nossa admiração e agradecimento.
Não percam todas as semanas. Leiam e deliciem-se com a escrita destes casteleirenses!
 
António Marques
 
 

24/01/2014

Joaquim Mendes Guerra

Casa onde nasceu
Às dez horas do dia 24 de Janeiro de 1953, faz hoje sessenta e um anos, falecia em sua casa, na Quinta Mimosa no Casteleiro, vítima de hemorragia cerebral, o nosso conterrâneo Joaquim Lopes Neves Mendes Guerra.
Joaquim Mendes Guerra nasceu no Casteleiro em 1893, filho de Manuel José Fernandes Mendes Guerra, o maior proprietário da Aldeia à época, também ele natural do Casteleiro e de Emília dos Prazeres Neves Mendes Guerra, natural de Tamanhos no concelho de Trancoso. Joaquim Mendes Guerra foi casado com Maria do Céu Barreiros Guerra, (a “Senhora”) que enviuvou com apenas 52 anos.
Em crónica anterior já aqui abordei a vida deste casteleirense a propósito do motim do aguilhão frente à Câmara do Sabugal a 10 de Fevereiro de 1926. Referi, então, que a investigação sobre a vida de Mendes Guerra estava adiantada. Hoje, está praticamente concluída.
Após muita e diversificada investigação, ouso afirmar que Joaquim Mendes Guerra é, para mim, a personalidade mais fascinante do Casteleiro do século XX. A sua vida, personalidade, acção e obra extravasou as fronteiras da nossa terra, do concelho e da região.
Aluno da Universidade de Coimbra
Em 1913, com vinte anos de idade, estudava em Coimbra, matriculado na Faculdade de Letras. No ano seguinte optou pela Faculdade de Direito. Contemporâneo na Universidade, e em algumas das disciplinas, de António de Oliveira Salazar e Manuel Gonçalves Cerejeira, com quem manteria fortes relações de amizade, Joaquim Mendes Guerra regressaria anos depois ao Casteleiro. Na política, integra a corrente do Integralismo Lusitano, ao invés de seu pai que pertencera ao Directório do Partido Progressista do Sabugal até 10 de Agosto de 1898.
Acta de tomada de posse Presidente da Junta
Jornalista, fundou a “Gazeta do Sabugal”, com sede no Casteleiro, órgão defensor dos “lavradores do concelho”. A 2 de Janeiro de 1926 toma posse como Presidente da Junta de Freguesia de Casteleiro. Um cargo de curta duração já que, a 30 de Junho do mesmo ano é empossado como Presidente da Comissão Administrativa do Concelho do Sabugal. Até à sua morte, desdobrou-se em múltiplas actividades políticas e, sobretudo, de publicação de artigos em diversos jornais do País. No dia da morte era publicado o seu último artigo no jornal “A Voz”, sobre “Usos e Festas Tradicionais da Beira”.
Militante, polémico, interventor, a vida de Joaquim Mendes Guerra, o seu percurso em pormenor, merece ser do conhecimento público de todos os casteleirenses. Isso acontecerá ainda em 2014. 

Assinatura





"Reduto", crónica de António José Marques

19/01/2014

Caminhada por Terras de Casteleiro...



O Casteleiro recebeu hoje os cerca de 60 participantes na Caminhada, com uma manhã fria mas com sol. Óptimas condições para percorrer os 13 Kms do percurso com partida do Largo de São Francisco em direcção à Ribeira, Carvalha, Vale Castelões, Alto da Serra, Gralhais. Bem perto de Sortelha a Velha, a descida para as Quintas do Anascer, onde foi servido o pequeno- almoço. Já por caminhos mais planos, o regresso em direcção à Casa da Esquila para o merecido almoço.






















12/01/2014

Milho para o exército de El Rei

Estamos em Dezembro de 1832. D. Miguel I, filho de D. João VI, era Rei de Portugal mas em luta com seu irmão D.Pedro. Guerra civil entre miguelistas e pedristas, absolutistas e liberais. Por este tempo, 1832, D.Pedro tinha já reunido em Inglaterra uma força de sete mil soldados para lutar contra o seu irmão e defender o partido liberal. D. Miguel perdeu esta guerra e o seu reinado viria a terminar a 26 de Maio de 1834.
No nosso Casteleiro de há cerca de 180 anos, com perto de 550 habitantes, a vida diária decorria de sol a sol a trabalhar a terra. Como sempre. E por isso, em tempo de guerra, quando chamados a contribuir para o exército “de sua majestade”, deram o que mais tinham: milho.
A “Gazeta de Lisboa” de 5 de Janeiro de 1833 relata essas ofertas.
“O Cura José Augusto Cameira e Joaquim Pinto de Oliveira, dois alqueires de milho cada um.
Manoel Martins da Costa 1 e meio do dito. José Fernandes Mendes, Manoel da Fonseca, Manoel Mendes Esteves e Luis Baptista, 1 dito dito cada um. Felix Mendes, Manoel Gomes, José Caetano Esteves, António Cameira, Francisco Pereira, Manoel Louro e José António de Sequeira, em módicas quantidades 3 alqueires e 1 quarta de milho.”
O Casteleiro, no total, contribuiu com perto de 13 alqueires de milho.
Factos e curiosidades da nossa Aldeia!






"Reduto", crónica de António José Marques



Passagem de Ano voltou à Casa da Esquila


Para despedida do ano de 2013 e entrada no Novo Ano de 2014, com desejos de prosperidade, saúde, paz e alegria, a Casa da Esquila, sita no Casteleiro - Sabugal, não quis, uma vez mais, deixar de proporcionar, em ambiente de convívio, uma passagem de fim de ano, para se comer, beber, conviver e divertir.
Com um bom número de pessoas que, certamente, mais seriam, se não fosse ainda tempo de crise e uma noite de chuva e frio, às 8 horas e 15 minutos, iniciou-se a “maratona” de comes e bebes, com muitos e variados aperitivos e entradas, à descrição, e sempre a mastigar e de copo na mão até que nos sentámos em mesas redondas, artisticamente bem decoradas, onde com requinte nos foram servidos pratos de cuja ementa foi:


- Creme de Couve-Flor com Vieiras;
- Estaladiço Folhado de Lagosta e Caranguejo com Salada Rural;
- Suculentos Nacos de Garoupa com Enchidos de Pata Negra e as Preciosidades das Lezírias Portuguesas;
- Tenríssimo Lombo de Novilho Raiano com Puré de Vitelotte e Duxelle de Legumes;
- Buffet de Doces Prazeres (fruta descascada, bolos, doces, tostas, cesta de pães, mesa de queijos, requeijão, etc.);
- Vinho tinto e branco, outras bebidas e café.
Já bem comidos e bem bebidos, para desgastar, não poderia deixar de haver um pezinho de dança ao som de um conjunto que, com música alegre, proporcionou a todos os presentes agradáveis momentos de divertimento e alegria, até que, chegada a meia-noite, com as doze passas e champagne, todos festejaram a chegada do Novo Ano 2014, pedindo, cada um, em particular, o seu desejo e, na generalidade, que seja um BOM ANO.
De seguida, para espanto e regalo dos olhos, pudemos assistir, por uns momentos, a um vistoso fogo de artificio e, com os olhos arregalados, para as mesas voltámos, para se beber mais uns cocktails da Esquila e outros digestivos, continuar a ouvir música, a rodos, até que, por volta das 2:30 horas, chegou o momento do Buffet de Ano Novo, com Caldo Verde, Pão com chouriço, Mini Pregos, Morcela, Chouriça, Alheira, Quiches de Marisco, Barriga de Leitão, Bacalhau à Esquila, Bebidas, à descrição, e, para sobremesa, o reforçado “Buffet de Doces Prazeres”, continuação do animado pé de dança e, para alguns ainda de copo na mão, a Festa prolongou-se até de madrugada (5:30 horas).
Parabéns à gerência, na pessoa do seu proprietário, Rui Cerveira, e a todos os seus colaboradores pelo excelente serviço e bons momentos de acolhimento e ambiente.




Daniel Machado