28/06/2010

O Tempo e o Modo

No passado sábado revivi o nascimento do Centro de Animação Cultural. Noite dentro, na actual cozinha, na companhia de alguns jovens que hoje contribuem para que aquele espaço respire, percorri essa bonita aventura que um grupo de jovens empreendeu: criar um Centro de Animação Cultural no Casteleiro.
Passaram 35 anos! Foi ontem…
E hoje, relembrar esses momentos, faz-me acreditar que os sonhos se podem concretizar, com ambição, persistência e ousadia. Afinal, é essa a história do nascimento do CACC, que estes jovens agora ficaram a conhecer.

Uma noite de belas memórias. Uma noite ganha!







"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

25/06/2010

Sardinhada de S.Pedro


Na próxima terça-feira, a partir das 20 horas, a Junta de Freguesia promove no Largo de S.Francisco a tradicional sardinhada de S.Pedro. O convite é para todos, inclusivé os fiéis leitores deste blog!

22/06/2010

José Saramago morreu


A notícia caiu seca. Apesar de o saber bastante débil, surpreendeu-me e custou-me a aceitar. Imediatamente me questionei: quem vai agora agitar as consciências? Espicaçar as inteligências quantas vezes adormecidas? Pôr à frente dos nossos olhos aquilo que nos esconderam ou nos negámos a ver?
Quem como ele vai dar uso às palavras? Esmiuçar os pensamentos e pô-los no papel com a clareza e a profundidade que nos encantavam?
Ao ver as cerimónias fúnebres, não pude evitar uma lágrima, pelo Homem frontal e honesto, pela sua coragem e principalmente pelo escritor completo.
Vou sentir a falta do próximo livro, se calhar vou relê-los todos. Tenho a certeza de que só ganharei com isso.

Até sempre, José Saramago.









Texto de autoria de Maria Dulce Martins

13/06/2010

O dia da tosquia

Com o evoluir dos tempos, também na agricultura se viram várias árduas tarefas tornarem-se um pouco mais fáceis com ajuda de maquinaria e utensílios que antes não existiam.
Hoje trago um exemplo disso pois já não se vê ninguém a tosquiar as ovelhas com ajuda de uma tesoura específica para este trabalho, como ilustra a foto.
Estas tesouras eram compradas nas feiras e mercados da região, muitas vezes os pais ofereciam aos filhos esta ferramenta que tinham que saber utilizar.
Como era um trabalho duro, a maioria dos utilizadores enrolavam uns farrapos em volta da pega ou mesmo lã para não fazer doer as mãos, uma vez que os rebanhos eram enormes e levava imenso tempo a tosquiar uma ovelha.
Era preciso apernar (prender as quatro patas da ovelha) para não se conseguir levantar e facilitar o trabalho). Na altura a lã tinha bom preço e muitas famílias utilizavam o dinheiro da venda, para pagar dividas/ pagar rendas ou mesmo a compra de novos terrenos, com o passar do tempo o preço da lã começa a baixar e o número de rebanhos na região também.
Hoje em dia os poucos que há são mais sofisticados e a tosquia é feita mecanicamente. O preço da lã não dá para pagar ao operador da máquina e normalmente são alugados.
Fica uma imagem de eu próprio a tosquiar uma ovelha usando a máquina.
Quem souber mais sobre esta tradição agradeço que deixe nos comentários.




"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

10/06/2010

Os Santos Populares

Como se sabe, os Santos Populares são três: Santo António (a 13 de Junho), São João (a 24) e São Pedro (29). Mas no Casteleiro o único que era festejado era o S. João.
Nunca percebi porquê. Por simpatia apenas? Por ser considerado um santo casamenteiro? Fica a pergunta no ar.
Estas imagens que vou descrever, estavam no sótão da minha memória: são recordações longínquas, mas claras. Depois de as trazer ao de cima, de lhes limpar o pó, estou a ver o momento com clareza e vou tentar fazer-me perceber.
Esse dia era um dia normal de trabalho, apenas alguns se movimentavam em direcção à pequena comemoração.

Preparativos
Havia que arranjar um pinheiro alto para fazer o mastro e o rosmaninho para a fogueira. Depois de obtidas estas duas coisas, deitava-se mãos à obra. Um buraco no chão, o pinheiro ao lado estendido. As raparigas (normalmente era delas esta tarefa) vestiam-no na íntegra de rosmaninho. Carradas de rosmaninho.
Depois de fartamente enfeitado, os rapazes, mais fortes, erguiam o pinheiro e prendiam-no ao chão com pedras bem apertadas à volta.Preparava-se a fogueira ao lado. Também ela era suficientemente grande. Depois era aguardar pela noite. Chegada a hora, acendia-se a fogueira, uma grande fogueira, que exalava um perfume muito agradável, o que era notório á distância.

A festa nocturna
À noite, era a festa. Para que o cenário se completasse, era preciso que houvesse música para animar os ânimos. Então, havia sempre alguém que puxava por um realejo (agora chamado gaita de beiços) e começava a tocar. Aí começava a festa: caseira, mas muito divertida. Aquela música fraquinha, que se juntava ao som do crepitar da fogueira, fazia
as minhas delícias. Enquanto a festa durava, saltava-se a fogueira sem parar.Terminava-se com o incêndio ao mastro, coisa bonita de se ver. Parecia fogo de artifício. O rosmaninho estalava, as faúlhas voavam pelo ar. Era o entusiasmo geral, o culminar de uma noite de brincadeira.
Depois disto, era o recolher. Só ficavam os mais malandrecos, para iniciarem as brincadeiras da noite. Já de madrugada, a tradição cumpria-se.Começava a caça aos vasos de flores que as moças tinham a enfeitar as escadas das suas casas. Era um corrupio, os vasos eram levados do cimo para o fundo da aldeia e vice-versa, pondo as donas doidas à sua procura, de manhã, ao darem por falta deles. Chegavam a ir várias vezes aos locais (por exemplo, em cima da pedra alta do Chafariz da Praça) para trazerem de volta os seus vasos tão carinhosamente tratados.
Os rapazes, às esquinas, riam por terem provocado toda aquela brincadeira um tanto ou quanto confusa, mas muito engraçada e, sobretudo, de uma convivência saudável.






Texto de autoria de Maria Dulce Martins

05/06/2010

Casteleiro com equipa de Futsal

O Casteleiro conta, a partir de hoje, com uma equipa de futsal. A estreia ocorre este sábado, no torneio "Belmonte 24 horas" onde a nossa equipa, inscrita pelo Centro de Animação Cultural e com equipamentos oferecidos pela Junta de Freguesia vai realizar 3 jogos, o último dos quais cerca das 5 da manhã.

Casteleirenses na Capeia do Campo Pequeno










































02/06/2010

Dia Mundial da Biodiversidade

No passado dia 22 de Maio foi o dia internacional da biodiversidade. Só agora tive tempo para escrever umas linhas sobre este assunto e lembrei-me de o fazer porque quando ia a sair da quinta deparei-me com 5 belos exemplares de grifos - Gyps fulvus, mais conhecido por abutres a sobrevoar o canal.
Estes animais alimentam-se de carne morta, animais que chegam ao fim da sua vida e ficam nos campos. Costumam andar pela serra da Malcata, zona de Idanha-a-Nova e, raras vezes, poderão vir de Espanha. Mais uma vez é um bom sinal ver esta espécie pela nossa freguesia, apesar da paisagem ainda estar a recuperar já se notam os primeiros sinais de adaptação das espécies.
Curioso que várias entidades, entre outras o jornal Público, lançaram um site Grifos na Web com informação acerca dos mesmos, que podem espreitar.
Estas espécies não nidificam na freguesia mas temos outras espécies que nidificam como é o caso da cegonha branca.
Para além do dia 22 ser o dia internacional, o ano de 2010 também é o ano da biodiversidade, com várias iniciativas de campo para inventariar as espécies existentes no nosso país, onde foram já encontradas algumas espécies novas de insectos.
Ou observarmos estas espécies é bom sinal, uma vez que não há grandes fontes de poluição nem de perturbação.
Caso encontrem algum animal ferido contactem a linha do SOS ambiente.







"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais