29/04/2016

São Pedro


Na Capela do Espírito Santo, situada no conhecido Largo do Reduto, que dá título a esta crónica, além da imagem do Divino Espírito Santo existe desde tempos imemoriais uma pequena imagem de um Santo que todos reconheciam como sendo S. Joaquim, pai da Virgem Maria.
A referida imagem encontrava-se em péssimo estado de conservação e relegada a um canto sem despertar grande atenção nem honrarias. Contava-me há dias a Ti Celeste Triste, actual zeladora da Capela, que um dia o Padre Chorão já levava o “santinho” debaixo do braço e só a intervenção pronta da Conceição Cavaleiro, mordoma que foi do Santo que dá nome à Capela, impediu que o “S. Joaquim” fosse para outras paragens.
Há alguns meses o “santinho” foi restaurado. E eis que se descobre que, afinal, a imagem não é de S. Joaquim mas sim de São Pedro.
Em 1758 o Cura Manuel Pires Leal escrevia a existência de “uma irmandade das almas do purgatório e outra de sam pedro”. Seria pois de toda a lógica que existisse no Casteleiro uma imagem de São Pedro. E, de facto, existe. Está na capela do Espírito Santo, restaurada e em local de destaque.
 
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 
 

24/04/2016

Passeio TT com paragem no Casteleiro

Esta manhã o Casteleiro foi ponto de paragem para um reforçado pequeno-almoço dos participantes no Passeio TT organizado pelo Centro Cultural Recreativo e Desportivo de Carvalhal Formoso.
 






 


17/04/2016

Confraria de Nossa Senhora das Dores

Altar de Nossa Senhora das Dores, recentemente restaurado.
 
No Casteleiro de hoje existem duas Irmandades: a das Almas e a do Sagrado Coração de Jesus. Mas no passado existiram outras que já eram do nosso conhecimento. Em 1758, o Cura de então, Manuel Pires Leal, deu conta nas “Memórias Paroquiais” da existência de “uma irmandade das almas do purgatório; e outra de S. Pedro.”. E ainda da “irmandade dos terceiros, sujeita ao convento de Santo António da vila de Penamacor”, esta na capela de São Francisco.
O que até hoje não era público, a sua existência e uma estória associada, é que existiu, no início do século XX, a Confraria de Nossa Senhora das Dores. Sabemos que esteve activa muito antes de ter sido fundada na freguesia a Comissão Encarregada do Culto Católico em 15 de Agosto de 1930.
Este facto é hoje conhecido graças a um conjunto de documentos a que tivemos acesso relacionados com dinheiro propriedade dessa Confraria. Assim, sabemos que a dita Confraria era rica, mas não tinha alvará, estatutos nem existência legal. Quem o afirma é o regedor de então José Amaral Azevedo. Mas vamos ao enquadramento desta estória casteleirense.
A 20 de Abril de 1911 é publicada a Lei de Separação do Estado e da Igreja. Genericamente, este regime legal estabelecia que os bens imóveis e móveis, incluindo os templos em geral – catedrais, igrejas e capelas – afectos ao culto público da religião católica, passassem a pertencer ao Estado, tendo sido determinado o arrolamento e o inventário dos referidos bens. A recuperação de bens por parte da igreja iniciou-se logo em 1918 e em 1926 mas só com a Concordata de Maio de 1940 é reconhecida à Igreja a propriedade dos bens móveis e imóveis que lhe pertenciam anteriormente.
É neste âmbito, que a 25 de Setembro de 1934, a Câmara do Sabugal comunica ao Presidente da Comissão dos Bens Culturais que encontrou no arquivo “oito acções de Dívida Interna Fundada, de 3%, no valor de setecentos e cinquenta escudos, por terem pertencido à extinta Confraria de Nossa Senhora das Dores do Casteleiro”.
Exemplo de título da Junta de Crédito Público.
A partir desta data inicia-se uma intensa troca de correspondência entre a Câmara, a Comissão de Bens, o Governo Civil e as Finanças. O objectivo era simples: devolver as valiosas acções no valor de 750$00 ao seu proprietário. Mas tal não foi possível. Só 11 anos depois, a 6 de Agosto de 1945, um advogado consultor, A. Morais D’Almeida, propõe que as acções sejam entregues à Comissão da Paróquia, entidade legalmente constituída.
E, assim, fica para a história, a existência no Casteleiro da Confraria de Nossa Senhora das Dores. Sem alvará, sem estatutos, sem existência legal mas com uma valiosa, à época, quantia de dinheiro investido!
 
 
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 
 
 

16/04/2016

Aves Raras


Há por aí, alguns, que a única coisa que vêem na vida é o seu umbigo. Todos nós conhecemos gente assim. Falam e escrevem de cátedra, com ar professoral, soltando verborreias ao vento, convencidos da sua douta e infinita capacidade de provocar. Estão enganados!
A sua diarreia vocabular só demonstra a sua manifesta incapacidade e aparente mediocridade de argumentos. Demonstra, por outro lado, uma total ignorância dos temas que abordam, desconhecimento básico das acções em marcha. Estão enganados!
Para lá do umbigo existe todo um mundo. Mas quando os objectivos não têm em conta o bem em comum esquecem o que os rodeia. Apesar de apregoarem o oposto. Nem procuram saber a causa das cousas. Escrevem, escrevem, falam, falam, disparates, disparates. Nem sabem nem sonham que, apesar da incontinência verbal, não passam de aves solitárias condenadas, quem sabe, a acabar num qualquer deserto. Estão enganados!
Quando perguntam não querem saber as respostas. Querem apenas criar um facto fazendo as perguntas. Bem os conheço, os desta laia. Estão enganados!
No que diz respeito ao Casteleiro, para além do dia-a-dia, ou pessoalmente, há um local onde podem ser colocadas todas as questões: a Assembleia de Freguesia. É um órgão autárquico, eleito, onde o público pode intervir. No próximo dia 23, às 21 horas, terá lugar uma reunião.
Encontramo-nos lá!
 
 
"Reduto", crónica de António Marques