31/12/2009

Destaques do Ano

Hoje é último dia do ano. E, como é hábito, é tempo de fazer balanços e avaliar os factos que aconteceram no Casteleiro no ano que ora finda.
Nós, aqui no “Viver Casteleiro”, escolhemos como “Personalidade do Ano” o nosso conterrâneo e casteleirense de gema Daniel Machado, pela publicação da primeira monografia conhecida sobre a nossa Aldeia. Um livro escrito com amor e muitas horas de trabalho, mas que evidencia, a cada página, que o Daniel é um dos filhos mais insígnes do seu/nosso torrão natal.
Como “Acontecimento do Ano”, escolhemos o trágico incêndio que cercou a Aldeia, destruindo à sua passagem culturas e bens. Momentos trágicos que todos vivemos intensamente!
Na área política, em ano de eleições autárquicas, destaque positivo para o Programa apresentado pela nova equipa da Junta de Freguesia e, pela negativa, o facto do líder da lista derrotada não ter ocupado o seu lugar na Assembleia de Freguesia.

Bom Ano a todos.

Sabe que esta igreja hoje podia estar noutro local?

Devia estar-se aí pelos anos 80 ou 90 do século XIX: digamos por volta de 1880 ou 1890. O nosso caro amigo Daniel Machado afirma que foi em 1890 que foi construída a igreja no local onde está hoje, no seu magnífico livro de etnografia popular a que deu o título simples de «Casteleiro» e que agora amavelmente me ofereceu com dedicatória simpática que agradeço.
Pois bem: admitamos: estava-se em 1890.
Soube nestas férias que haveria então no Casteleiro – como em todo o País – dois partidos principais, ambos monárquicos ainda (já começava a aparecer lá para Lisboa o Partido Republicano, mas aqui ainda era cedo): um mais conservador e outro mais modernaço. Para a altura, claro. E cada um tinha o seu chefe, como era hábito no País (leia a nota 1).
Os dois chefes, «como mandavam as normas», nem se podiam ver.
As famílias chegavam a insultar-se de quintal para quintal, lá atrás.
E as famílias vizinhas a apreciar tudo.
Isso passava-se, digamos, das traseiras do actual Centro para as traseiras da casa que depois foi do Sr. Manuelzinho Fortuna.
Mas o pior eram as relações políticas e não só entre os chefes políticos e os seus apoiantes. Como em cada localidade do resto do País, nesses idos de 1880/1890, esses dois «chefes de partido» eram pessoas das mais influentes da aldeia.
Tanto quanto me contam, havia na altura no Casteleiro, como no resto do País, muita luta entre os partidos (leia a nota 2).
Ora o que é que isto tem a ver com a igreja?
Tem tudo e já veremos porquê.
É que ambos os partidos – ou melhor, os seus chefes – queriam oferecer terreno para a construção de uma igreja, uma vez que a igreja matriz da época (a capela do Reduto, dedicada ao Espírito Santo) era já muito pequenina.
Mas há mais.
Acresce que, no local onde hoje está a igreja matriz ou igreja paroquial, estava ainda o cemitério e uma capela.
Ora uma lei liberal de 1834 tinha proibido os enterramentos dentro das localidades (leia a nota 3).
Por isso, colocava-se à data um duplo problema: construir uma igreja matriz maior e transferir o cemitério para fora da aldeia.
O cemitério foi então criado no local onde hoje está e os corpos trasladados.

O local de construção da nova Igreja Matriz
Mas… e a nova igreja? O que é que as lutas entre os partidos têm a ver com a nova igreja?
Pois conta-se na nossa tradição oral que a coisa foi assim: o chefe do partido conservador ofereceu para a nova Igreja um terreno junto do cemitério da época, mesmo no sítio onde agora está de facto a Igreja Matriz; e o chefe do outro partido terá adiantado outra oferta de terreno: queria que a igreja fosse construída no terreno a que chamamos «Miranda» (cá em cima, onde depois foi instalada e onde ainda se encontra a cabina eléctrica, à beira estrada).
A minha fonte diz que o povo foi a votos e que ganhou o local lá de baixo.
Eu não acredito que houvesse uma verdadeira votação de braço no ar em pleno final do século XIX.
O que deve ter acontecido é que a maioria das pessoas, o pároco e os seus mais próximos seriam também mais próximos do partido mais conservador e assim se terá decidido construir a igreja ao lado do sítio onde estava o cemitério da época (que julgo que ficaria lá atrás, no adro de acesso ao Coro).
… E assim ficámos com a Igreja Matriz do Casteleiro naquele local mais antigo e mais histórico onde está hoje.

A torre
Há também uma história que ouvi nestas férias à lareira sobre a construção da actual torre, que não vem de 1880-90 como a igreja mas sim de 60 ou 70 anos depois.
Mas essa história fica para outra crónica, que esta já vai longa.
Bom Ano, Amigos!

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Notas

1.
As duas formações partidárias da época no País, se ainda me lembro de quando estudei estas coisas, seriam o Partido Histórico e o Partido Democrata.
No Casteleiro, os seus chefes eram os seguintes: um, julgo que do Partido Histórico, mais conservador, era o «Sr. Calheiros» (que vivia na casa mais tarde habitada pelos sobrinhos, o Pe. Fortuna e o Sr. Manuel Fortuna, ao pé da actual Igreja).
O outro, do Partido Democrata, era «o Sr. Manuel José» (pai do Dr. Guerra, marido da Sra. Dona Maria do Céu, da «Quinta» – que na altura viviam nas casas depois ocupadas pela famílias do Pe. António Diogo e no que hoje é o Centro, e onde hoje está também a Junta de Freguesia).

2.
O chefe do partido mais conservador, que, como digo na nota 1 e de acordo com a minha fonte, era «o Sr. Calheiros», tinha um filho muito aguerrido. Tinha o hábito de percorrer o Casteleiro de noite armado de paus e outras armas da época para bater nos adversários políticos e familiares. Uma noite, o rapaz (já com boa idade, entenda-se, não seria nenhuma criança) andava então na sua ronda, armado de uma barra de ferro. Na quelha de trás da casa onde mais tarde habitaria da Sra. Maria Augusta, costureira, mulher do Sr. Miguel «Beijina», encontra-se com ele um adepto da facção contrária, por sinal meu tio-bisavô e ia atacá-lo. O homem tirou a barra de ferro ao rapaz e deu-lhe com ela na cabeça. De tal modo que, segundo me contam, o rapaz esteve de cama até que morreu, um ano depois.

3.
Esta lei levantou muita polémica no século XIX. As suas razões claro que tinham a ver com epidemias e cheiros da situação dos cemitérios próximo das casas de habitação (seriam tantos os cheiros na aldeia, pelo que deduzo, que ninguém achava estranhos os do cemitério). Mas as reacções à lei não se fizeram esperar. Conta-se mesmo que em certas aldeias se recusavam a «enterrar os nossos mortos no meio do mato». No Casteleiro, levou pelo menos 56 anos a ser aplicada esta lei.




Texto de autoria de José Carlos Mendes

30/12/2009

Apoiar as nossas instituições

Para os mais desatentos, saiu há pouco tempo mais um medida do governo para incentivar o emprego e reduzir o desemprego, através da medida INOV-SOCIAl. Podem descarregar o documento clicando aqui.
Estabelece o regime de concessão dos apoios técnicos e financeiros da medida INOV-SOCIAL, define as respectivas normas de funcionamento e acompanhamento e aprova o Regulamento da referida medida.
Descidi escrever estas linhas porque, para quem não me conhece, além da preocupação ambiental que tenho e desenvolver a minha actividade profissional no sector florestal e conservação da natureza, também me preocupo com o interior e o desenvolvimento local bem como o seu futuro, daí apoiar algumas associações que têm um papel importante no desenvolvimento do concelho.
Queria com isto dar um contributo aos dirigentes das nossas intituições, nomeadamente o Centro Cultural e o Lar que têm aqui a possibilidade de ter um estagiário durante 12 meses das áreas que engloba o inov-social. Até mesmo o Clube de Caça e Pesca poderia ter uma pessoa do ramo da engenharia florestal ou recursos naturais para fazer uma melhor gestão da zona de caça.
Gostaria de ver, ainda, o Centro Cultural com outra dinâmica, fazendo mais actividades. Estou disposto a colaborar para manter a instiuição viva.
Acho que não podemos deixar fugir estas oportunidades, ajudando as gentes da freguesia ou mesmo do concelho a manterem-se por cá. Só com o esforço de todos iremos conseguir manter o interior vivo.
Aproveito para desejar boas festas e que 2010 seja um ano cheio de novos projectos e iniciativas pela nossa freguesia.


"Ambiente agrícola e espaço florestal", espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

27/12/2009

Nascer Casteleiro

Uma das iniciativas enunciadas no compromisso eleitoral da actual Junta de Freguesia, foi a implementação do subsídio “Nascer Casteleiro”, no valor de 500€ por nascimento, a jovens casais com residência permanente na Aldeia.
Hoje, domingo, foi publicamente entregue o primeiro subsídio ao Vitor e à Suzete Fortuna, pelo nascimento da sua filha Raquel. Com esta iniciativa pretende a Junta de Freguesia incentivar a natalidade na nossa terra, onde os nascimentos são cada vez mais escassos e a média de idade dos residentes avança a cada ano.
Independentemente do valor monetário entregue, importa aqui o valor simbólico. Porque o nosso melhor património são as pessoas!
Felicidades Raquel.

26/12/2009

A Maria e o Natal

A Maria nasceu no seio de uma família modesta no final dos anos 40. O principal acontecimento no Casteleiro, em noite de Natal, era assistir à “Missa do Galo” à meia-noite, quando os sinos repicavam sem parar e anunciavam o nascimento do Menino Jesus. Tinha o pequenino coração inundado de alegria, pois o Menino tinha nascido. Lá estava Ele no presépio da Igreja, muito pequenino e pronto para cada um o beijar, pois era uma figurinha que a sua mente transformava em menino verdadeiro.
Ao terminar a “Missa do Galo” caminhava para junto do “madeiro” que os rapazes que iam nesse ano à inspecção, a fim de serem apurados ou não para a vida militar, se encarregavam de acender, diziam, para aquecer o Menino Jesus. Aqueciam ao mesmo tempo, com vinho e filhós o corpo. O espírito, esse, era alimentado com as canções de Natal. Faziam rondas pelas ruas a cantar “ Oh meu Menino Jesus, Oh meu Menino tão belo, só tu vieste nascer, na noite do caramelo”, ou outras canções mais profanas como, “ Natal! Natal! Filhoses com vinho não fazem mal” coisa que a gente bem estranhava e achava mal, por haver assim uma profanação da Noite Sagrada.
Para ela as prendas de Natal eram coisas de meninos ricos. Apesar de tudo tentava a sorte ao colocar na chaminé o seu sapatinho de menina. Tinha rezado ao deitar, mas nunca se sabe, pois Ele tinha tantos meninos para cuidar, porquê ela ser especial?
Ao levantar-se, na manhã seguinte, corria para a lareira, para ver se o Menino Jesus se tinha lembrado dela nessa noite. Aí encontrava então alguns tostões e rebuçados. Que bom, dizia, afinal o Menino Jesus tinha passado por ali. Não entendia porém, porque é que junto a este presente estava também piripiri!...Era uma coisa que a intrigava, pois o Menino Jesus que sabe tudo, bem sabia que ela tinha horror ao picante. No entanto ouviu o criado de lavoura a rir-se e descobriu que afinal tinha sido ele que fez tamanha malvadez, pois o Menino Jesus nunca lhe pregaria uma partida dessas. A mãe Hermínia repreendia o criado por fazer isso à miúda, porém o pai Manuel Guerra ria, pois tinha achado piada.
A avó também tinha sempre algum pequeno presente para si, nem que fosse o boneco pançudo, feito com a massa das filhós, assim como o melhor bocado de cabrito ou peru, o arroz doce e o famoso leite-creme da avó.
A Maria cresceu, foi para a cidade e o Natal mudou. Já não há “Missa do Galo” não há “madeiro” mas as prendas, essas, são mais valiosas do que os simples tostões colocados no seu sapatinho. As prendas deviam dar-lhe uma alegria proporcional ao valor dos presentes que recebe, mas isso não acontece! Descobriu então, que afinal ela tem mais prazer em dar do que receber, sobretudo àqueles que nem sequer têm como ela tinha os tostões e o boneco pançudo feito da massa das filhós.

“A viagem mais importante que podemos fazer na vida é encontrar pessoas pelo caminho”

Um Bom Ano 2010 para todos.

Texto de autoria de Mariazinha Guerra

24/12/2009

Feliz Natal

A equipa do "Viver Casteleiro" deseja a todos os Casteleirenses, especialmente aos que vão passar a consoada longe da sua Aldeia, um Santo e feliz Natal. Estamos certos que, independentemente do local onde estão, continuam na nossa companhia e não vão deixar de saborear as tradicionais filhozes.

Casteleiro nevado




No passado Domingo, pela noite, a neve chegou ao Casteleiro. O nosso amigo Daniel Machado, qual repórter destemido, estava lá e enviou estas fotos do Terreiro e do Madeiro. Bem Hajas Daniel.

22/12/2009

Reunião da Assembleia Municipal

A Assembleia Municipal do Sabugal reúne no próximo dia 29 de Dezembro. Em análise, entre outros pontos, vão estar o Orçamento e Plano de Actividades da autarquia para 2010. Fique a conhecer a Ordem de Trabalhos, aqui.

20/12/2009

Linguajar antigo com piada

Sempre me deliciou a maneira como os nossos mais velhos falam e falavam.
Quanto mais entrava pelo Liceu e Faculdade, mais percebia o que estava em cima da mesa quando alguém chegava e dizia: «A marrana anda barronda». E sempre procurei perceber de onde vinham aquelas palavras que não estavam no dicionário. Umas vezes percebia, outras nem tanto. Querem ler alguns exemplos? Vamos a isso.
Mas, antes de mais, umas notas sobre pronúncia propriamente dita:
- na nossa terra pronunciava-se «tch» em vez de «ch» (por exemplo: «tchave» por «chave»);
- dizia-se «ais» no final das palavras em vez de «agem» (em «lavagem», por exemplo: «lavais»);
- pronunciava-se «ê» por «ei» (em «rosêra», em vez de «roseira», por exemplo).

Agora alguns vocábulos típicos do Casteleiro:
Irvais
(por ervagem, penso) – lameiro, pasto para os animais.
Lapatchêro (por lapacheiro,acho, seja lá o que for: não encontro no dicionário) – lamaçal, água entornada no chão.
Gatcho – cacho de uvas (trata-se apenas de uma corruptela na pronúncia: o abrandamento de consoantes, de c para g neste caso, é muito frequente na linguagem popular).
Pintcho – fechadura.
Cortelho – pocilga, local onde permanecem os animais (chamo a atenção para o seguinte: no Minho, pelo menos, chamam «corte» – leia-se côrte – às pocilgas. Ora, pela proximidade de Castela, a nossa palavra «cortelho» pode resultar de um diminutivo de corte – o que em castelhano se escreveria, hipoteticamente, «cortello»… Sei lá…).
Sampa – tampa de uma panela (esta é muito boa…).
Azado, azadinho – jeitoso (leia o 1º «a» aberto, como se tivesse um acento: «àzado».
Cotear – usar muito.
Frintcha – abertura estreita.
Cote – uso. Mas há duas expressões antigas com piada: o fato dos domingos era o fato domingueiro, o da semana era o «da cote». Leia «dà cóte» e faça sorrir os seus mais velhos lá de casa.
Limbelha – metidiça, que quer saber tudo (ponho no feminino porque era mesmo usado só para as raparigas e para as mulheres).
Atchaque – maleita, doença
Assêqui (esta é muito bem apanhada) – dizem que, parece que, consta (de: «Eu sei que», acho).
Pantchana – enrascado.
Delido – desfeito (por exemplo, um peixe quase podre está mesmo «delido»).

Gostaram? Isto tem muita piada.
Obrigado a quem me ajudou nesta tarefa.

Já agora uma nota: foi preciso chegar esta malta à autarquia para se poder pagar a água e a luz etc. sem mais aquelas. Ainda bem. É com estas e com outras que até já me fazem abrir o raio do «site» todos os dias – já tinha poucas leituras obrigatórias, então: é mais uma… Obrigado pela dinâmica serena que mostram.


Espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

19/12/2009

Junta disponibiliza novos serviços

A partir do próximo dia 5 de Janeiro, a Junta de Freguesia de Casteleiro passa a disponibilizar a todos os casteleirenses os serviços de pagamento das facturas da EDP, PT e Água, bem como o pagamento de reformas.


Concretiza-se, assim, um dos objectivos anunciados no período de campanha eleitoral, integrado num amplo projecto de apoio à população, com vista a facilitar o dia-a-dia, especialmente dos mais idosos.
As operações podem ser realizadas nos dias e horário em que a Junta se encontra aberta ao público: terças e quintas feiras, das 20 às 21 horas (horário de Inverno).

18/12/2009

Os cheiros e sabores do Natal da nossa Aldeia

“Ande o frio por onde andar, pelo Natal cá vem parar!”

A noite de Natal no Casteleiro, a tradição é para manter! Madeiro já, preparadinho para ocupar o lugar que lhe compete – largo da praça. Por isso o ritual vai cumprir-se: à hora certa, o madeiro será aceso para aquecer o Menino Jesus. À sua volta, a malta junta-se, confraterniza, revê amigos, bebe uns copos para aguentar as diferenças térmicas de uma noite, geralmente gélida e longa.
Nas ruas, o cheiro a azeite quente, onde as filhoses ganharam forma, adquire uma dimensão que só estas aldeias rurais conseguem manter. Longe da correria e da poluição da cidade, os filhos da terra espalhados pelo país ou estrangeiro, renovam ano após ano a ligação à sua aldeia natal.
As casas enchem-se de familiares e amigos. Com frio ou mesmo com chuva, o calor humano, invade as ruas e os lares da aldeia. Apesar do consumismo que nos invade e teimosamente persiste em fazer esquecer o espírito natalício, continuemos nós, a regressar à aldeia, de modo a manter bem vivos estes rituais, que tão bem caracterizam esta quadra natalícia.

"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

16/12/2009

Neve

Quando era criança, a quadra do Natal era passada quase sempre em redor de uma lareira. Recordo bem os pingos do fumeiro que me escolhiam como alvo.
O meu parque de diversões era o Reduto e, durante muitos anos, havia sempre uma manhã que o meu recreio estava coberto de neve.
Há pouco, nevava na Serra da Estrela.
Há quantos anos não neva no Reduto?


"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

Sessão de Esclarecimento DIA 27 - 15 H

No próximo dia 27 de Dezembro, às 15 horas, no salão do Centro de Animação Cultural, a Junta de Freguesia promove uma sessão de esclarecimento, com a presença de técnicos da área, relativamente a dois projectos que vai candidatar no âmbito do PRODER: alcatroamento de caminhos rurais e trabalhos de conservação do solo e da água, através de intervenções de estabilização de emergência nas áreas atingidas pelo incêndio.
Na ocasião, serão ainda prestados esclarecimentos quanto ao novo Código Florestal que entra em vigor já este mês.
Considerando a importância para a Freguesia dos temas em questão, apela-se à participação de todos os casteleirenses.

15/12/2009

Novo Código para o Sector Florestal

No passado dia 5 de Dezembro, estive numa sessão de apresentação do código florestal, organizado pela Unidade de Gestão da AFN nas suas instalações da Guarda. Desde já os parabéns pela organização e pela acção, penso que as associações florestais bem como juntas de freguesia deviam seguir este bom exemplo.
Para quem não sabe ou ouviu falar no código florestal, é o novo diploma que irá manter a ordem no sector florestal e que agrupa uma série de decretos leis e portarias, algumas muito antigas, num só. Estamos a falar do Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de Setembro, que irá entrar em vigor no próximo dia 23 de Dezembro de 2009. Muito haveria para escrever nestas linhas mas será mais fácil descarregarem o documento aqui.
Chamar atenção só para alguns aspectos que antes não estavam regulamentados e que agora vai ser obrigatorio cumprir: pedido de autorização por escrito aos próprietários dos terrenos para fazer recolha de cogumelos e plantas aromáticas, bem como fazer pastoricia isto em terrenos particulares. Caso se trate de matas públicas do Estado, sob gestão da AFN ( Autoridade Florestal Nacional) ou as áreas protegidas sob a gestão do ICNB ( Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade), terão que pedir uma licença e pagar a devida taxa.
Nada melhor que ler o documento na integra. Deixo aqui o desafio à Junta de Freguesia do Casteleiro, para fazer uma sessão de divulgação/sensibilização com as entidades competentes ou a AFN ou membros da associação de produtores florestais OPAFLOR, para informar os interessados da Freguesia do Casteleiro e quem quiser aparecer. Penso que seja muito importante fazer a divulgação do diploma para não virem a sofrer coimas, que bem pesadas são.
Existe também uma declaração de Rectificação n.º 88/2009, DR n.º 227, série I, de 2009-11-23 que Rectifica o Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de Setembro de 2009, Código Florestal. A rectificação diz respeito ao Artigo 5.º – Norma revogatória. Aqui.
Dado estar nesta área penso que é meu dever contribuir com este pequeno gesto de divulgação e sensibilização para esta nova legislação, que vem ajudar a travar a degradação dos terrenos florestais.

Nota: A imagem é de um livro que transcreve o Decreto lei, num texto com melhor leitura que o publicado em DR. A destribuidura do livro é a DisLivro.
Caso queira tirar alguma dúvida, deixem comentários que eu responderei.
Boa semana.


"Ambiente agrícola e espaço florestal", espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

13/12/2009

O Natal no "Terreiro"


O Largo de S.Francisco, o nosso Terreiro, ganhou novas cores com as iluminações que assinalm esta quadra festiva. Hoje foi colocado o presépio e a nossa sala de visitas ganhou outra dimensão!

Chegou o MADEIRO!











O Madeiro já chegou ao Casteleiro!
Centenários castanheiros vão aquecer a noite da consoada no local tradicional: a Praça.
Não, não foi "roubado". Mas a tradição vai-se cumprir.

A sabedoria da «medicina» popular

Hoje, quando estamos doentes, é fácil: médico, farmácia, químicos e, se tudo correr bem, em dois tempos fica tudo como novo. Dantes não era assim. Dantes, não havia os actuais produtos farmacêuticos, como imaginam. Por isso, o Povo teve de se socorrer ao longo dos séculos de ervas e produtos da terra para minorar os efeitos das doenças. Mas houve doenças em que não havia solução: tantas pessoas morreram antes de se descobrir a penicilina ou as vacinas…

No entanto, a sabedoria popular resolveu muita coisa. Um médico português do século XVII escreveu um livro com as mezinhas populares e ajudou a divulgar os seus benefícios.
Leia o texto de Maria do Sameiro Barroso aqui.
Vamos então a duas ou três mezinhas simples que eram muito usadas no Casteleiro.

Infecções graves por golpes profundos
Lavagem com borato (de sódio) – um pó branco como o bicarbonato, diz a minha fonte – e depois punha-se mel como se fosse uma pomada.

Dores de intestinos e dores menstruais
Chá de malvas e bredos mercuriais (parece erva cidreira e dá-se nas paredes. Tinha muitíssima fama há 50 anos)

Constipações e dores de garganta
Chá de sabugueiro misturado com leite. Era difícil de tomar. Tinha um sabor esquisito, diz a minha mãe.
Ou então: aguardente queimada, mel e chá de alecrim.

E, não. Tirem daí o sentido: ao contrário do que eu queria escrever, há três ervas que não servem para nada de útil nesta campo: nem os cocilhos, nem urtigas, nem as azedas. Se não sabe do que se trata, pergunte aos mais velhos.
Boa noite. Gozem a vida moderna.


Espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

11/12/2009

Reunião da Assembleia de Freguesia

A Assembleia de Freguesia de Casteleiro reúne no próximo 12, pelas 20.30 horas. Nesta primeira reunião após a tomada de posse, a Assembleia vai deliberar sobre o Orçamento e Plano de Actividades para 2010, documentos já aprovados pela Junta de Freguesia. Igualmente para apreciação estará o Regulamento e Tabela de Taxas a vigorar no próximo ano.

08/12/2009

Força Casteleiro

“VIVER CASTELEIRO – TERRA COM FUTURO”, um Blogue da Junta de Freguesia, resultante de uma feliz e boa escolha, é uma fonte inesgotável para temas vários, notícias, informações, comentários, contactos, definições, esclarecimentos, imagens, etc…, etc… que todos os Casteleirenses têm à sua disposição.
Assim, para além de mais, “VIVER CASTELEIRO – TERRA COM FUTURO” é, fundamentalmente, conhecer as suas raízes, os tempos de antanho, não para se voltar ao saudosismo, mas sim para chamar a atenção das novas gerações para que conheçam, comparem e melhor compreendam aquilo que hoje se faz com o que se fez no passado e para que haja, certamente depois, uma motivação para os jovens saberem, não só viver melhor o momento presente, mas também para melhor saberem conhecer o passado; é, como já dissemos, numa outra ocasião, preservar as memórias, lugares, coisas, obras rústicas e típicas, ricas de um passado histórico, adaptando-as aos tempos e necessidades, se for caso disso; é perspectivar o futuro com novas ideias e iniciativas para uma vida melhor e bem-estar das suas gentes, mormente dos idosos e jovens; é um elo de ligação e informação entre todos os Casteleirenses, residentes e não residentes e, em especial, entre os nossos emigrantes.
Se estas palavras servirem de lenitivo a todos os que se empenham para o progresso do nosso Casteleiro e para o bem viver dos seus filhos, ficamos muito contentes.
Força Casteleiro!...
Aproximando-se a quadra natalícia e um novo ano, auguramos a todos os que vivem Casteleiro um FELIZ NATAL e um próspero ANO NOVO com PAZ, SAÚDE e ALEGRIA.


"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

03/12/2009

Aqui bem perto: Museu da Pastorícia

Aqui bem perto do Casteleiro, e mesmo do lado de lá do monte, denominado “Cabeço Pelado”, situam-se os Três Povos: Escarigo, Quintãs e Salgueiro. Hoje, um caminho agrícola, alcatroado, aproximou o que há muitos anos atrás era uma longa distância que nos separava.
Contrariamente ao que possam pensar hoje, não venho falar do Casteleiro, mas sim enaltecer um bom exemplo do que é possível fazer para que as tradições não morram, bem pelo contrário, perdurem no tempo e, possam transmitir às gerações actuais e vindouras um pouco da história dos nossos povos.
O Núcleo Museológico da Pastorícia, localizado no centro da aldeia de Salgueiro, no concelho do Fundão, preserva a memória de um dos últimos pastores artesãos da Beira Baixa, o falecido José dos Santos. Entre as peças construídas, encontram-se bombos, cajados, flautas pastoris e outros utensílios ligados à pastorícia.
A exposição inclui ainda uma leitura fotográfica do autor, instrumentos musicais, objectos do seu quotidiano e uma reprodução da sua oficina.
Fica então o registo de um espaço, aqui tão perto, que vale a pena visitar.
Exemplo a seguir?
E porque não!









"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

01/12/2009

Hoje é dia 1 de Dezembro

Hoje é dia 1 de Dezembro, feriado nacional.
Assinala-se o dia 1 de Dezembro de 1640, dia em que termina o período de 60 anos em que o Reino de Portugal foi governado pela dinastia de origem austríaca dos Habsburgos, com o fim do reinado de Filipe III.
Hoje é dia 1 de Dezembro, feriado nacional.
Assinala-se o Dia Mundial da Luta contra a Sida.
Hoje, dia 1 de Dezembro, entra em vigor o Tratado de Lisboa.
Hoje é dia 1 de Dezembro, feriado nacional.
No Casteleiro as ruas estão desertas.
Hoje, dia 1 de Dezembro, os casteleirenses partiram para os campos e assinalam mais um dia de “apanha da azeitona”.


"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques