31/03/2010

Vem aí a Páscoa

Com o flagelo de terramotos, sismos, tsunamis, tornados, enxurradas, terrorismos, mortes, guerras e guerrinhas e após o Carnaval de três dias de folia, vem a Quaresma, tempo de reflexão para a preparação da Páscoa que se aproxima.
Vem aí a Páscoa, e ainda bem, porque Páscoa é a Ressurreição de Cristo; é tempo de repicar os sinos, de aleluia e de alegria; é tempo de boas-festas, de folares e amêndoas; é tempo de flores, de vida e luz.
Há, no entanto, quem afirme que a Páscoa era uma primitiva festa de pastores nómadas e que já os Cananeus a celebravam no começo das ceifas; outros dizem tratar-se de festejos a assinalar o fim da época das chuvas e começo da época primaveril.
Muito mais tarde, porém, passou a assinalar o êxodo dos Israelitas da escravidão do Egipto, através do deserto, rumo à Terra Prometida, precedida da imolação de um cordeiro ou de um cabrito, cujo sangue, assinalado nas portas das casas do povo eleito, evitava assim a morte dos filhos primogénitos.
Jesus Cristo, como judeu cumpridor, não deixou de celebrar esse ritual a que, na última Páscoa da Sua vida terrena, juntou, na véspera da Sua Paixão e Morte, um novo rito, ordenando aos Seus discípulos que esse gesto fosse repetido até ao fim dos tempos. Assim nasceu a Páscoa Cristã, a imortalizar, para sempre, a entrega do Senhor para resgate da humanidade.
Os Hebreus, ao prepararem a celebração da Páscoa, deitavam fora todo e qualquer resíduo de pão velho, fermentado, para comerem na ceia pascal o pão ázimo, sem fermento e sem sal, sinal da libertação da escravidão no Egipto.
Duma maneira mais lata, também os nossos antepassados faziam com esmero e a preceito a limpeza das casas, para ser apresentada a Cristo, aquando da aspersão da água pascal, uma casa limpa e resplandecente, uma casa nova.
Resumidamente, se para os Hebreus a Páscoa é uma festa anual, a perpetuar a sua saída da escravidão do Egipto para a Terra Prometida, para os Cristãos é a Ressurreição de Cristo ao terceiro dia, após a Sua morte no Calvário e com Ele a nossa Ressurreição; é a vitória do Bem sobre o Mal; da Luz sobre as Trevas; da Vida sobre a Morte; é um convite para vivermos agora e sempre as alegrias da Aleluia.
BOAS-FESTAS.






"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

"J’ai tué mon mari"

José Loureiro, 29 anos, natural do Casteleiro, foi morto em França na localidade de Morsang-sur-Orge. O crime terá sido cometido pela sua mulher, Natália, de 26 anos.
Leia a notícia aqui.

29/03/2010

21 de Março - Dia Mundial da Poesia


As palavras

São como cristal,
as palavras.

Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:

barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.

Tecidas são de luz
e são a noite.

E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade



(post enviado por Joaquim Gouveia)

25/03/2010

A Primavera chegou!






Entrou no passado Sábado, dia 20 de Março, pelas 17:38 horas, a estação do ano mais bonita que podemos ter a seguir a um Inverno chuvoso e frio e que nos brindou com alguns mantos brancos de geada e neve.
Os mais atentos já devem ter reparado na árvores de fruto que estão a dar o ar da sua graça, com as suas flores rosadas e brancas, entre amendoeiras, pessegueiros e abrunheiros. São as chamadas de fruto com caroço, que começam nesta nova estação e iniciam mais um ciclo de flor, folhas e fruto, para podermos degostar no final da primavera, início do Verão.
Existem espécies que precisam de dois exemplares diferentes para haver polonização das flores que mais tarde vão originar o fruto. A espécie mais conhecida deste caso é o kiwi que, dizem, ser um exemplar masculino para dois exemplares femininos. A polonização não é mais que: o polén masculino fecunda o feminino, podendo ocorrer de várias formas, através do vento ou dos insectos. Um dos insectos mais importantes para a polonização são as abelhas que andam sempre de flor em flor à procura do melhor nectar, transportando o polén de umas flores para outras sem se aperceberem que estão ajudar a continuidade da biodiversidade e da humanidade.



"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

24/03/2010

Jardineiros de palmo e meio




Cerca de 100 jovens, alunos do 1º ciclo de escolas do concelho do Sabugal, estiveram ontem no Casteleiro para plantar 300 árvores, nomeadamente carvalhos e pinheiros.
Esta iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal, que se prolonga por toda a semana em freguesias atingidas pelos incêndios do último Verão, tem por objectivo a sensibilização ambiental dos mais jovens, replantando espécies de árvores autóctones.

21/03/2010

Memórias Paroquiais do Castelleyro (2)

Prossigo hoje a publicação das Memórias Paroquiais do Casteleiro (1758), escritas pelo Cura de então, Manuel Pires Leal. O questionário, já publicado, pode ser visto aqui.

8- O pároco é cura e apresentado pelo reverendo vigário da dita vila de Sortelha por ser anexa da igreja matriz de Santa Maria da mesma vila a qual pertençe a El Rei. Tem de rendimento vinte mil réis.
9- Nada.
10-Nada.
11-Nada.
12-Nada.
13- Tem quatro ermidas. Uma de S. Sebastião, esta está fora do lugar quase cem passos, e outra do Divino Espírito Santo, esta está dentro do lugar, e outra de Santa Ana, esta está fora do lugar à distância de meia légua, e outra de S. Francisco que está fora do lugar quase trinta passos e nela está erecta a irmandade dos terceiros, sujeita ao convento de Santo António da vila de Penamacor e todas estam sujeitas à igreja matriz do dito lugar de Casteleiro.
14- À ermida de Santa Ana costumam os moradores do mesmo povo fazer romagem em dois dias do ano: um em dia de Santa Cruz, a três de Maio, e outro no terceiro dia das ladainhas do dito mês de Maio, e nesta data e em todas as mais acima nomeadas se costuma dizer missa.
15- Os frutos que nesta terra se colhem em maior abundância são centeio vinho e azeite castanha e linho, mas esta maior abundância apenas...a terras fortes.
16- Está sujeita aos juízes ordinários da vila de Sortelha e nela está este ano servindo um juíz ordinário por se costumar fazer um da vila e outro da terra....vereador e todos os anos tem dois juízes, oficiais da câmara da dita vila.
17-Nada.
18-Nada por ser gente muito rústica e não se lembrarem de memória alguma.
19 Nada.
20-Não tem correio, serve-se do correio de Penamacor que dista daqui três léguas.
21-Dista da cidade da Guarda, capital deste bispado, seis léguas e de Lisboa capital do Reino dista quarenta e três.
22-Nada.
23-Nada.
24-Nada.
25-Nada.
26-Não padeceu ruína alguma no terramoto de 1755.






"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

17/03/2010

FESTA DA CAÇA - Dias 1 e 2 de Maio

(clique para ampliar)

A primeira edição da “Festa da Caça do Casteleiro” realiza-se já nos próximos dias 1 e 2 de Maio, uma iniciativa da Junta de Freguesia que pretende potenciar o desenvolvimento sustentado da Aldeia.
Esta iniciativa tem ainda por objectivo vir a constituir-se, pela sua repetição anual, como pólo de atractividade e alavanca decisiva no combate à progressiva desertificação a que temos vindo a assistir nos últimos anos, apostando nas vertentes cultural, de animação, valorização do património e dos produtos locais, bem como de outros recursos existentes.
Um programa de qualidade e diversificado, quer a nível da sua estrutura base, quer dos intervenientes, foi uma das apostas assumidas pela Junta de Freguesia. Assim, a Festa vai desenrolar-se e ocupar todos os largos da Aldeia: Largo de S. Francisco, Largo do Chafariz das Duas Bicas, Largo do Reduto, Largo da Praça, Largo do Terreiro da Fonte e Largo da Estalagem. Durante os dois dias da Festa, irão decorrer actividades temáticas em todos os Largos.
Para a realização deste evento, a Junta de Freguesia conta com o apoio decisivo do Clube de Caça e Pesca do Casteleiro e ainda da Câmara Municipal do Sabugal, Empresa Municipal Sabugal +, Federação de Caça e Pesca da Beira Interior e o patrocínio do RaiHotel (Sabugal).
Dias 1 e 2 de Maio, todos os caminhos vão dar ao Casteleiro.

Vamos, todos, fazer da Festa, uma Grande Festa!


11/03/2010

Acordeão. Que saudades!

Nos meus tempos de menina, lembro-me, o domingo era um dia especial. Porquê? Porque nesse dia, para lá de outras coisas, havia bailarico.
Um bailarico dos antigos, entenda-se, não daqueles que se fazem agora nas discotecas, tudo ao molho, com ruído ensurdecedor, com copos cheios de álcool e, por vezes, outras substâncias à mistura. Nessa altura, não precisavam disso para serem felizes.
Chegava-lhes um acordeão, um acordeonista, e espaço ao ar livre.
Só mais tarde, já a tender para os costumes de hoje, se começaram a usar espaços fechados.
Havia um grupo que tinha a tarefa de contratar o acordeonista com antecedência pois, na altura, a procura era muita.
Chegado o dia, esperava-se o artista, quase em clima de festa. Bebido o copito da praxe, dava-se início à primeira ronda (uma volta pela aldeia, a tocar). Aos primeiros acordes, instalava-se um clima de boa disposição, com muita gente a espreitar às portas e às janelas, para ouvirem as «modas» que na altura faziam as delícias de todos. O acordeão quase falava, tal era o empenhamento do intérprete.
Depois de correr a aldeia a tocar para chamar os participantes, sentava-se no Terreiro de S. Francisco num lugar de destaque, e tocava…tocava…
Era então que os primeiros pares avançavam entusiasmados, bamboleando-se para cá e para lá, com o coração a palpitar, muitas vezes de amor; um amor que para alguns já estava em gestação e era ali que se concretizava. A música, a proximidade, a descontracção, ajudavam a desinibir e a dar o primeiro passo.
Ainda me lembro da habilidade de alguns pares, a deslizarem ao som de toda a espécie de ritmos, com as saias esvoaçando, e os pés quase a não tocarem o chão. Tudo isto, alem do divertimento, era também uma forma de convívio. Havia um ou outro que, para ganhar coragem, bebia um copito a mais, para assim se desinibir e então se divertir.
O acordeão fazia milagres! Movimentava toda a aldeia, que se concentrava no Largo (de S. Francisco). Uns a dançar, outros a ver e a gozar o momento. Era um divertimento até às tantas.
A noite terminava com os corpos moídos, mas felizes. Tudo acabava com mais uma ronda, já altas horas. Já em casa, no silêncio, ouvia-se não só o som inconfundível e bonito do acordeão, mas também um coro de vozes cantando entusiasmadas. Era uma sensação boa, o corpo pedia mais, apesar do cansaço, e o coração estava feliz.
Era tempo de terminar, e acompanhar o acordeonista ao meio de transporte, que o levaria ao seu destino.
O dia seguinte era dia de trabalho, que às vezes era árduo. Provavelmente na semana seguinte havia mais.
Que tal uma experiência destas um dia destes?...





Texto de autoria de Maria Dulce Martins

10/03/2010

Dia Internacional da Mulher

Sabia que, no dia 8 de Fevereiro, se comemorou o “Dia Internacional da Mulher”?
E como é que as mulheres o conseguiram?
É o que vamos saber:
Comemorou-se, no dia 8 de Março o “Dia Internacional da Mulher” que, após uma árdua e difícil luta pela igualdade de direitos e deveres, a mulher viu-o a ser reconhecido, no dia 8 de Março de 1975, pelas Nações Unidas.
Não foi fácil que a “Declaração dos Direitos do Homem” fosse aplicada às mulheres, pedido este formulado no fim do século XX, após os protestos sobre as condições de trabalho e reduzidos salários das mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque. Ao entrarem em greve, neste dia, as operárias foram fechadas na fábrica, onde, num incêndio deflagrado, 130 morreram queimadas. Em 1910, porém, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, em homenagem a todas as mulheres que lutaram pela igualdade de direitos, em especial, àquelas heróicas operárias, foi decidido comemorar o dia 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher.”
De então para cá, de luta após luta, foi graças a essas martirizadas mulheres que, pelo menos formalmente, existe actualmente uma igualdade de tratamento, reconhecida em Carta Magna, a permitir que a mulher tenha acesso a qualquer trabalho, realizado pelo homem e que se comemore o dia 8 de Março desde 1975, como “Dia Internacional da Mulher.”





"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

07/03/2010

Viver Casteleiro no Facebook

As redes sociais desempenham cada vez mais um valioso papel na área da comunicação. O Viver Casteleiro passa agora a marcar presença no Facebook, alargando assim os horizontes de divulgação da Freguesia.

04/03/2010

A recuperação lenta da área ardida

No fim de semana passado, numa das noites, encontrei um porco espinho numa estrada da nossa freguesia. Quase que o ia atropelando, mas consegui desviar a tempo. Parei para confirmar se ainda estava vivo e tirei uma foto.
Curioso que, mal sentiu a minha aproximação, enrolou-se todo para se proteger, movia-se lentamente tipo um caracol.
É bom encontrarmos estes animais, é sinal que o ecossistema está a recuperar do incêndio e que existem sobreviventes que vão colonizar novamente o espaço.
O ano tem sido chuvoso, o que não ajuda muito para áreas ardidas, uma vez que está a lavar as cinzas e a levar o banco de sementes que ainda poderia existir no solo.
Se encontrarem mais bicharada comuniquem, para irmos acompanhando a recuperação da área ardida.
A nível de flora também já se começam a ver algumas espécies a florir. Ficará para outro post.



"Ambiente agrícola e espaço florestal"
espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais