24/10/2013

Casteleiro Freguesia do Sabugal há 158 anos

Faz hoje 158 anos que o Casteleiro deixou de pertencer ao Concelho de Sortelha e passou a freguesia do Sabugal. Tudo isto por força da extinção da Câmara de Sortelha contemplada na reorganização administrativa do País imposta pelo por Decreto de 24 de Outubro de 1855. A partir desta data todas as freguesias de Sortelha passaram a integrar o Concelho do Sabugal.

 
 
 
 

 
 

23/10/2013

Utentes do Lar S. Salvador do Casteleiro visitam Museu do Queijo em Peraboa






 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No passado dia 18 de Outubro os utentes das três valências do Lar S. Salvador : Lar, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário realizaram um passeio ao Museu do Queijo em Peraboa, Covilhã.
“O Museu do Queijo permite conhecer o processo de fabrico de um dos melhores queijos do mundo através de um percurso real e multimédia, o queijo de ovelha Kosher, produzido segundo os preceitos da religião judaica”.
A recepção foi muito calorosa por parte do guia que nos recebeu o que permitiu que se criasse um clima de grande empatia.
 Os nossos utentes relembraram o meio e o ambiente que envolvem a arte e o processo de fabrico artesanal do Queijo da Serra, bem como as técnicas e os utensílios utilizados ao longo dos tempos para confeccionar esta iguaria.
A visualização de um filme em 3D, sobre a Transumância, com necessidade de uns óculos especiais foi um dos momentos altos desta visita ao Museu, dado que para alguns dos nossos idosos representou o primeiro contacto com o cinema.
No final da visita fomos presenteados pelo Museu com um lanche onde o queijo era o elemento essencial.
Com mais esta iniciativa o Lar S. Salvador do Casteleiro pretende proporcionar aos seus utentes momentos de lazer e de animação com a comunidade exterior e o meio envolvente, promovendo o envelhecimento activo, a partilha de vivências e o intercâmbio sociocultural.

A Direcção do Lar S. Salvador
 
 
 
 

22/10/2013

Escuridão


Penso muitas vezes nesse tempo longínquo.
Portugal era um país ignorado e vivia nas trevas.
A sua gente, pelo menos a grande maioria, era analfabeta e demasiado limitada no conhecimento.
As pessoas desconheciam que havia mundos diferentes e outras culturas.
Viviam oprimidas e subjugadas.
Havia depois os senhores da terra.
Esses, apesar de serem os senhores, pouco mais sabiam.
Sabiam, sim, explorar os que dependiam deles.
A escuridão era total.
No País, na nossa aldeia, assim como nos cérebros.
Uma das consequências dessa situação tinha a ver com a falta de higiene nas ruas e nas pessoas – o que era tido como um estado normal.
A escola era vedada aos filhos, porque estes faziam falta nas tarefas do campo.
Se fossem do sexo feminino a coisa piorava um pouco.
Havia a ideia de que o conhecimento levava a maus caminhos.
Achava-se que quanto mais se sabia, maior seria a confusão.
O mais grave, é que ninguém se apercebia de que estava ser enganado.
Ninguém se dava conta de que poderia ser doutra forma; que seria benéfico em todos os aspectos que as coisas fossem diferentes.
Essa informação não lhes chegava.
A «escuridão» tinha a primazia.
Em termos de higiene: a nossa aldeia estava enxameada com currais, galinheiros e palheiras com animais, que desaguavam os seus detritos para as ruas.
Os habitantes procuravam o campo ou um local escondido atrás de qualquer obstáculo, um sítio para fazerem as necessidades fisiológicas, porque as casas, mesmo as mais ricas, não tinham casas de banho.
Durante a noite, usavam-se baldes que depois, de manhã, eram despejados para a rua que todos pisavam.
Vivia-se e respirava-se um cheiro nauseabundo, que ninguém estranhava.
Era assim. Era normal.
A falta de conhecimento e a escuridão em que se vivia, convinha aos governantes e a muitos outros que viviam à sombra dessa escuridão e dessa ignorância.
Alguém quer voltar atrás?
Abraço.
 
 
 
Dulce Martins
 
 
 
 

21/10/2013

Uma mais-valia para o Casteleiro


Nem sempre a interioridade é sinónimo de apatia, encolher dos braços…desistir!
Situada no Casteleiro, a Casa da Esquila é hoje sinónimo de requinte, bom gosto, profissionalismo e muita simpatia.
Rui Cerveira, proprietário e criativo na arte da gastronomia tem o gosto pela ruralidade do Casteleiro e das suas gentes.
A consideração pelo cliente e o respeito que este lhe merece fez com que, aos domingos, o som do saxofone se misture com o requintado bufet, com que presenteia as dezenas de forasteiros que ali se deslocam, oriundos de variadas terras.
Numa destas refeições dominicais fui presenteado com este requinte, invulgar, por estas e outras paragens…
 

Mas a surpresa não ficou por aqui!
Não resisti, e trouxe comigo um documento informativo dos vários serviços que a Casa Esquila presta.
“É o manifesto” do PORQUÊ GOURMET RURAL que não resisto a transcrever, aqui:
«Antes de mais, Rural, porque é a nossa identidade, somos assumidamente rurais; gostamos de ter tempo para as coisas, gostamos de provar os primeiros frutos da época, os legumes que vemos crescer da terra, a carne que vem das pastagens beirãs, o peixe com os perfumes da tradição.
Gourmet, porquê? Porque são esses produtos, naturalmente rurais, produtos de excelência. Carnes criadas livremente em pastos, legumes cultivados com a ternura das avós, que explodem de sabor quando os provamos; frutas que tiveram tempo para amadurecer…de manhã, ainda, na árvore e ao almoço apresentam-se, delicadamente, na mesa com todos os seus perfumes.
(…) Acima de tudo pretendemos com esta nossa forma de estar, proporcionar-lhe sensações de puro prazer e bem-estar físico e etéreo».
OBRIGADO RUI, PELO TEU PROFISSIONALISMO E BOM GOSTO!
 
 
"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia


20/10/2013

Posse da Junta e Assembleia de Freguesia

Ontem, 19 de Outubro, tomaram posse a Junta e Assembleia de Freguesia, eleitas no acto eleitoral realizado a 29 de Setembro, candidatos pela lista "Juntos pelo Casteleiro".

Junta de Freguesia
Presidente - António José Gonçalves Marques
Tesoureiro - Vitorino dos Reis Cantinhas Fortuna
Secretário - Carlos Alberto Antunes Gonçalves



Assembleia de Freguesia
Presidente - Cristina Maria Soares Alexandrino
1º Secretário - Beatriz da Conceição Costa Nabais
2º Secretário - Jaime de Jesus Rodrigues
Vogal - Ismael Gonçalves Valentim Martins
Vogal - Cristina Maria Leitão Clara
Vogal - Manuel João Gouveia Moita
Vogal - Albertino Machado Lopes

 

 
 

17/10/2013

Lucinda Pires (18/06/1958 - 17/10/2007)

Faz hoje seis anos que a Lucinda partiu. Aqui fica a homenagem que então foi feita pelo Agrupamento de Escolas do Teixoso onde era professora de Português e História.


Rotas e Raízes promove Freguesia de Casteleiro e Concelho do Sabugal em Setúbal











No passado fim-de-semana, 12 e13 de Outubro, a Rotas e Raízes, Lda. participou na V Edição da Feira Observanatura, realizada na Quinta da Mourisca, em Setúbal.
A Feira Observanatura tem como principal pressuposto divulgar recursos turísticos naturais, em particular o Turismo Ornitológico (modalidade do turismo de natureza com particular ênfase na observação de aves) e consciencializar para a conservação da natureza e da biodiversidade.
Representadas na Feira estiveram várias Empresas de Turismo de Natureza, Entidades de carácter Público e Associações de Preservação e Conservação da Natureza.
A Rotas e Raízes, empresa de animação turística, esteve presente pela primeira vez nesta feira tendo divulgado durante o evento as suas actividades e programas, mas também enquanto promotora do concelho do Sabugal e da freguesia do Casteleiro.
Os visitantes adquiriram no stand da Rotas e Raízes vários produtos locais: Azeite Peninha; Figos secos; Mel; Grão e Feijão; Pão Caseiro e Vinho da Freguesia do Casteleiro.
No stand podiam também recolher informação sobre os nossos parceiros: Casas da Pedra; Casas de Campo Carya Tallaya e Moinho de Maneiro e sobre a história, cultura e infra estruturas do concelho.
Todos os produtos comercializados foram do agrado de quem os provou e também comprou.
A Rotas e Raízes continuará a participar em Feiras e outras iniciativas onde seja possível divulgar a Região.
Não prometemos, mas continuaremos a surpreender e a levar a nossa Região a todo o país.
 
 Ricardo Nabais
 
 

16/10/2013

Posse da Junta de Freguesia



No próximo sábado, dia 19 de Outubro, às 20 horas, realiza-se a reunião da Assembleia de Freguesia de Casteleiro, resultante das eleições autárquicas do passado dia 29 de Setembro, com a tomada de posse da Junta de Freguesia para o mandato 2014/2017. A reunião é aberta ao público.
 
 

14/10/2013

Junta de Freguesia sempre atenta


As tardes solarengas deste início de Outono trazem ao largo de S. Francisco – local de todas as novidades – as conversas masculinas, reflexo dos trabalhos agrícolas, marcados pelo ritmo da natureza.
As vindimas acabam por ser o tema dominante destes últimos tempos: a abundância de uvas deste ano contrasta com a dificuldade de escoamento das mesmas mas, também, com a diminuição de consumidores do líquido protegido por Baco.
Mas neste espaço, nobre da aldeia, que ao domingo se encontra mais composto, a crítica às suas instituições assume por vezes, particular atenção neste canal vivo, desta terra que teima em resistir e se apresentar como um local onde apetece viver.
Vem isto a propósito de que, nem todas as críticas, que aqui são feitas têm razão de ser, nomeadamente, quando estas pretendem visar o infundado descuido da Junta de Freguesia, perante a manutenção dos caminhos rurais. O Inverno chuvoso, seguido de um Verão quente e prolongado, fizeram germinar todas as sementes que a terra guardara de anos anteriores, tomando conta de alguns dos caminhos por onde, solitariamente e de longe em longe, encontramos os seus utilizadores.
Atentos a esta realidade, ontem mesmo, pude encontrar o Presidente da Junta, o Secretário e o Tesoureiro, em pleno caminho da estrada a inteirar-se do estado dos caminhos, depois das fortes chuvadas deste início de Outono.
Gostei do que vi. Os caminhos estão ser limpos: silvas cortadas, valetas limpas, reposição de terras… A isto chama-se PREVENÇÃO! Mas também se chama GOSTO PELA TERRA!

 AS PESSOAS ESTÃO PRIMEIRO!







"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia



13/10/2013

"Saio com a certeza de que há um caminho alternativo para o Concelho do Sabugal"

A nossa conterrânea Sandra Fortuna termina agora o seu mandato autárquico enquanto Vereadora, na oposição, do executivo da Câmara Municipal do Sabugal. Quatro anos na defesa de um Concelho com Futuro, em que desenvolveu um trabalho ímpar e dignificou, com saber e rigor, a aldeia que a viu nascer. Na última reunião, realizada a 9 de Outubro, deixou a comunicação que transcrevemos.




Sr. Presidente da Câmara
Senhora e senhores vereadores
Em 2009 integrei a lista do Partido Socialista à Câmara Municipal, porque acreditava no projecto de futuro do PS e das mulheres e homens que acompanhavam António Dionísio para transformar o Concelho do Sabugal num território competitivo e atractivo para nascer, crescer, viver, trabalhar, investir, envelhecer e visitar, promovendo de forma sustentada a qualidade de vida dos sabugalenses.
Candidatei-me, porque considerava que a manutenção por mais quatro anos de uma gestão PSD, nada traria de bom para os sabugalenses, e que, por isso era chegada a altura de mudar!
Mudar para resolver os problemas que se colocavam ao Concelho, dialogando com todos, e estabelecendo as parcerias adequadas, mas sempre no sentido de tomar decisões para a acção, e para encontrar as melhores soluções.
Mudar para melhorar os níveis de qualidade de vida dos sabugalenses, criando as condições necessárias para inverter o processo de desertificação crescente do nosso território.
Mudar para colocar o Concelho numa posição competitiva mais favorável no âmbito regional, atraindo empresas e criando emprego.
Mudar para recuperar o orgulho de sermos sabugalenses, arraianos, transcudanos e beirões.
Mudar, porque tínhamos a certeza que, juntos, seríamos capazes de construir um Concelho do Sabugal com futuro!
Infelizmente não conseguimos fazer chegar esta mensagem aos cidadãos sabugalenses, e, embora perdendo a maioria absoluta, o PSD manteve a liderança do executivo municipal.
Embora continuando a acreditar que o Partido Socialista e o seu cabeça de lista tinham razão e tinham apresentado um conjunto de propostas adequadas à ultrapassagem da situação gravíssima em que o Concelho se encontrava, assumi as minhas funções de vereadora da oposição, tentando, em cada momento, optar pelas soluções que, não sendo as do Partido Socialista, eram aquelas que menos agravavam a situação.
Passados quatro anos, considero-me satisfeita pelo trabalho que eu, o Luis Sanches e o Francisco Vaz, aqui desenvolvemos.
Mas naquilo que era fundamental para o Concelho, continuam alguns problemas como:
O processo de desertificação das nossas terras mantem-se, continuando o Concelho a perder população, mantendo-se as tendências de envelhecimento da população, a que se associa uma crescente incapacidade de regeneração da população residente.
O Concelho acentua a sua baixa competitividade territorial, revelando-se incapaz de atrair empresas e de criar empregos.
Embora registando algumas melhorias o Concelho continua a revelar uma incapacidade estrutural de afirmação enquanto destino turístico, apesar das condições excepcionais que possui, do ponto de vista natural e histórico-cultural.
O poder democrático vive de derrotas, muitas, e de vitórias, poucas.
O Partido Socialista perdeu mais uma vez, mas o seu amor ao Concelho do Sabugal e a vontade indomável de continuar a lutar pelo futuro desta terra e das suas gentes, levará a que, desta derrota, os socialistas saibam tirar as lições devidas e continuem, dia após dia, a construir a alternativa política que reconduzirá o Concelho do Sabugal à senda de progresso que tem sido a pedra de toque diferenciadora destas gentes raianas e transcudanas.
Termino deixando uma palavra de agradecimento ao Luís Sanches e ao Francisco Vaz pelo empenho e a dedicação que souberam demonstrar na defesa dos interesses do Concelho, mas agradecendo também a todos os militantes e independentes que sempre souberam estar ao nosso lado.
Não posso também terminar sem deixar uma saudação ao Sr. Presidente e restantes vereadores do PSD e ao Vereador Joaquim Ricardo. Separam-nos questões fundamentais, mas, considero que todos nortearam as suas posições para defender aquilo que consideravam ser o melhor caminho para o bem do Concelho e dos seus habitantes.
Uma palavra também de agradecimento às funcionárias e funcionários do Município que deram o seu apoio a este Executivo e sempre corresponderam aos meus pedidos de apoio.
Como dizia o Vereador Francisco Vaz “Saio desta experiência mais madura e mais sábia do que entrei.”
Mas saio também com a certeza de que há um caminho alternativo para transformar o Concelho do Sabugal num território competitivo e atractivo para nascer, crescer, viver, trabalhar, investir, envelhecer e visitar, promovendo de forma sustentada a qualidade de vida dos sabugalenses.
E que estarei na construção desse caminho alternativo!
Sandra Fortuna
 
 

12/10/2013

Dia do Idoso no Lar de S. Salvador






 
 
 
 
 
O Lar S. Salvador do Casteleiro festejou no passado domingo, 6 de Outubro, o Dia do Idoso.
Ainda que a data oficial seja a 1 de Outubro, este evento realizou-se no domingo para proporcionar aos nossos utentes o intercâmbio com a comunidade local e com os familiares num ambiente de grande animação e de festa.
A música ficou a cargo do jovem Rui Pereira, saxofonista da Banda Filarmónica da Covilhã que nos presenteou com vários temas conhecidos que muito agradaram aos nossos utentes.
Com estes eventos, o Lar S. Salvador pretende elevar a auto-estima e o intercâmbio social e cultural dos seus utentes num ambiente recreativo e lúdico partilhado com a comunidade e seus familiares.
Agradecemos a todos a presença!
 
A Direcção do Lar S. Salvador
 

09/10/2013

Gatos!


 
Ontem, 8 de Outubro, percorri algumas ruas do casteleiro sem qualquer objectivo concreto. Apenas o sabor de cruzar pela milésima vez as ruas e largos que resistem ao tempo.
Como esperava, vi e falei com pouca gente. Os nossos seniores que na soleira da porta aproveitam estes belos dias de outono, um ou outro tractor que passa e gatos, muitos gatos!
Tirei esta foto da rua direita.
E, meus amigos, confesso que estremeci. Será esta foto o ex-libris do casteleiro dos nossos dias?
A aldeia que os nossos antepassados construíram com o suor de sol a sol, é esta?
Estas pedras, ruas e largos outrora repletos de estórias e vida, respiram sós e apenas preservam memórias…
Acima de tudo, olhamos uma foto e estremecemos de raiva. Face à impotência de alterar rumos e destinos que nos escapam, de querer fazer algo que não está nas nossas mãos, de querer mudar e não ter ferramentas nem poder para mudar.
Há dias assim.
Uma rua e um gato podem despoletar sentimentos tão contraditórios como beleza e raiva…
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques



02/10/2013

Quatro anos


Este espaço, “Viver Casteleiro”, faz agora quatro anos. Durante este período foram publicados 518 posts, tivemos cerca de 75 mil visitas e mais de 120 mil visualizações de páginas, com 500 comentários publicados.
O “Viver Casteleiro” é hoje um espaço de referência para todos os casteleirenses, independentemente do local onde vivem. E temos a noção que o único veículo de informação para muitos dos nossos emigrantes espalhados pelo mundo.
Procuraremos, com força e vigor, prosseguir e levar a todos mais e melhor informação sobre o quotidiano da nossa aldeia.
 
António José Marques
 
 

A semente


 
Chegado o momento, com muita canseira e algum suor, a semente era lançada à terra.
A partir daquele momento, os olhos atentos do lavrador e /ou pequeno agricultor, não se cansavam de olhar para a sua obra.
Esperavam pacientemente, que a semente acarinhada pelo sol e pela humidade, germinasse.
O momento em que furava a terra e se mostrava era de regozijo para todos.
A partir daí, era o período de crescimento até à idade adulta, com as tarefas inerentes.
Pelo meio: mondar, sachar etc….
Chegada a altura, tudo se preparava para mais uma colheita.
A espiga já grada era cortada pelos ceifadores e imediatamente feitos molhos para, logo que fosse oportuno, ser levada para a laje e ser malhada.
Depois de limpa em dias de vento, era ainda ensacada e carregada para os carros de vacas, que a levavam para as tulhas ou lojas frescas.
Todas estas tarefas tinham que ser feitas manualmente e com muito sacrifício.
Logo que o grão estivesse em casa, ainda era preciso levá-lo ao moinho para que fosse moído e se fizesse a farinha que serviria para fabricar o pão.
Começava então uma etapa que pertencia à mulher.
– Senhora Ana! Pode amassar.
A responsável pelo forno comunitário (forneira – era assim que lhe chamavam) corria toda a aldeia e gritava a cada porta a mesma palavra de ordem.
A situação repetia-se quando era chegado o momento de tender (preparar o pão para ser cozido).
As mulheres, em grupo no forno, depositavam na pá a massa que, depois de algum tempo, saía já pão (centeio) tostadinho e com um cheiro irresistível.
Entrava em casa num tabuleiro comprido para, durante quinze dias, ser uma das bases da alimentação das famílias.
Um pão suado e temperado de sacrifícios.
Era assim que tudo se processava no tempo em que ainda não havia máquinas que facilitassem todas as tarefas do campo.
 
Abraço.


 

 
Dulce Martins