23/08/2010

Convocatória

Com o aproximar do final do mês de Agosto, o rigor do silêncio vai impondo a sua cortante e impiedosa realidade às ruas do Casteleiro.
Como dizia há dias um amigo, ficam os “inverniços”!
Sabemos que esta é uma evidência que alastra a todo o Interior e, muito concretamente, às aldeias do Concelho do Sabugal. Mas este progressivo vazio não é, nem pode ser, uma fatalidade.
Todos nós estamos convocados para contribuir para a inversão deste caminho.
Em nome das gerações que nos antecederam e que construíram o Casteleiro, em nome das gerações futuras, todos nós, individual e colectivamente, estamos convocados a dizer presente e multiplicar o som pelas ruas e largos desta terra.





"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

19/08/2010

Há 55 anos: o dia-a-dia de um miúdo de 8 anos no Casteleiro

Ali por meados dos anos 50 do século XX (digamos, em 1956/57), como era a nossa vida no Casteleiro? O que fazíamos? Como nos divertíamos? Como era a escola? Brincávamos a quê?



Antes de mais, íamos à escola. Entrava-se cedo e havia aulas de manhã e de tarde. Os professores e as professoras desse tempo, com tantos problemas de pedagogia mal resolvidos, tinham uma coisa muito interessante: davam-nos aulas de apoio da parte da tarde. As escolas eram separadas: as raparigas, na escola de cima (ao pé do Lar), e os rapazes naquela coisinha pequenina do Largo de São Francisco, onde mais tarde foi a Junta. Tinha havido no Casteleiro professores muito violentos, que deixaram má memória nas gerações anteriores: a D. Aurora, que batia nas cabeças e as fazia estourar contra as paredes, nos anos 40; a Rabaça, que batia até fartar, no início dos anos 50. A essa, uma das vítimas, com dificuldades de pronúncia, até lhe chamava «Lhabaça dum filha dé p…), se é que me entendem. Assim mesmo: Lhabaça…
Quem não sabia quantos são 4 vezes 5 ou coisa do género, já sabia: meia dúzia de reguadas ou de varadas pela cabeça abaixo.
De resto, como era um ensino essencialmente baseado na memorização e daí o uso sistemático e obsessivo da repetição, armava-se nas escolas um coro sem-fim do género (bem gritado, quase a cantar):
- 2 vezes um, dois!
- 2 vezes dois, quatro!
- 2 vezes três, seis!
E assim por diante até ao
- 2 vezes 10, vinte!
Do mesmo passo, debitavam-se as linhas de caminho de ferro, com as estações todas alinhadinhas, as serras uma a uma pelo País abaixo (Penedo, Soajo, Gerês…) ou os nomes dos rios todos com os seus afluentes e tudo o mais: coisas que ainda hoje cá estão dentro e ficarão para sempre, claro, a ocupar espaço…

Nos sábados e domingos, era sagrado: ou havia baile em São Francisco ou nos Italianos. Os jovens e adultos dançavam imenso nesse tempo. Nós, os pequenitos, passávamos a tarde a correr que nem uns doidos por entre as pernas dos dançantes, a fugir uns dos outros sem parança. Eram momentos de grande excitação.
Uma vez por acaso, havia comédias ou cinema. As comédias eram trazidas pelo «Delfim e a sua Troupe», incluindo a mulher, Maria Estrela, que fazia trapézio com movimentos que nos pareciam impossíveis e arriscadíssimos. Um dia caiu mesmo. Mas não foi no Casteleiro. O cinema era projectado na parede branca da casa grande dos Srs. João Rosa e Quim Paiva, em São Francisco. E às vezes nos Italianos, também.

E as brincadeiras dos miúdos?
As raparigas da nossa idade tinham lá as suas bonecas com as quais se entretinham horas e horas e na rua brincavam às danças de roda. Também as víamos a jogar em quadrados desenhados no chão, saltando ao pé-coxinho alternadamente de quadrado em quadrado. Acho que lhe chamavam o jogo do «mata». E jogavam à corda e ao «Ti Limão».

Nós, os rapazes, jogávamos ao pião, corríamos a aldeia de alto a baixo com o arco, íamos para o olival atrás do Sr. Tó Pinto e do Sr. José Mourinha brincar aos canais com regos de água que não sei de onde vinham e com represas de onde «canalizávamos» a água através de gargalos de garrafas partidas. As garrafas dos pirolitos davam ainda os berlindes para jogarmos a tarde inteira se preciso fosse.
A ribeira era naturalmente uma atracção irresistível: andava-se lá a tomar banho toda a tarde em grupos de três ou quatro.
Mas o futebol ou lá o que aquilo era – isso, sim, era o máximo. Podíamos andar quatro ou cinco horas a jogar que ninguém se cansava. Qualquer largo de terra batida nos servia mas o «campo» propriamente dito era no largo em frente do Lar, ao pé da padaria desse tempo.





"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

18/08/2010

Parabéns!



Terminada a Festa, importa que fiquem registados os rostos dos que a idealizaram e concretizaram. Muitos meses de trabalho de uma equipa coesa, jovem e de um dinamismo que todos louvamos e reconhecemos. Parabéns.

Festa de Santo António (3)
























































No Domingo, dia 8, a Festa começou bem cedo com a chegada do grupo “Os Prazeres do Bombo” e da Banda Filarmónica do Paul. Após a missa solene, realizou-se a tradicional procissão em honra de Santo António. Durante a tarde actuou o rancho folclórico “As Tricanas da Enxabarda” e a noite terminou com a exibição do grupo musical “Idade Média”.

Festa de Santo António (2)










































No sábado, dia 7, a Festa prosseguiu com um renhido jogo de futebol entre solteiros e casados (vitória dos casados por 3-2). O grupo musical “Radical” animou o serão e a noite terminou com uma tradicional “queimada”.

Festa de Santo António (1)












A Festa de Santo António foi, este ano, mais uma vez o ponto de encontro de muitos casteleirenses. Na sexta-feira, 6 de Agosto, num Largo de São Francisco com novo mobiliário urbano colocado por intervenção da Junta de Freguesia, brilharam os acordeonistas “Alziro Pai e Filho” e, mais tarde, o conjunto musical “Tuse”.

09/08/2010

Aniversário do Lar

O Centro de Dia da 3ª idade de S. Salvador comemorou no sábado, dia 7 de Agosto, o 15º aniversário. Além da valência Lar, também funciona como Centro de Dia e presta serviços de apoio domiciliário, usufruindo destes serviços 75 pessoas.
Pela primeira vez comemorou-se o aniversário deste lar. Foram convidados os familiares dos utentes, os sócios e toda a população do Casteleiro. Esta iniciativa, tal como nos referiu Sandra Fortuna tem o intuito de dinamizar a instituição. Para os utentes, é importante na medida em que têm oportunidade de ver pessoas novas, conviver com elas, e proporciona-lhes um dia diferente, com muita alegria e animação. “O lema da actual direcção é fazer mais e melhor.”, e o objectivo também é imprimir uma dinâmica diferente à instituição.
As pessoas demoraram a chegar, provavelmente com “medo” do calor abrasador que se fazia sentir, mas aos poucos, o pátio do Centro de Dia da 3ª idade de S. Salvador começou a encher-se de gente. Depois de algumas palavras proferidas pela Vice-presidente Delfina Leal, pelo Director da Segurança Social, José Albano e pela Presidente da Direcção do Lar, Sandra Fortuna, actuou o grupo das Cantadeiras de Caria, que animaram a festa e levaram o ritmo dos adufes até ao Casteleiro. Delfina Leal destacou o papel de uma instituição deste tipo numa freguesia como o Casteleiro, enquanto José albano afirmou que IPSS’s como o Centro de dia da 3ª idade de S. Salvador são o rosto da política social. Tal como referiu o presidente da Assembleia Geral do lar, esta instituição representa uma mais-valia para a freguesia. Sandra fortuna realçou ainda o papel de outras instituições do Casteleiro que articulam o seu serviço com o do lar como o Centro Cultural do Casteleiro, o Clube de Caça e Pesca do Casteleiro, e a Junta de Freguesia.
O lar do Casteleiro tem óptimas infra-estruturas, e é muito procurado, não só por pessoas do concelho do Sabugal, mas também por gente dos concelhos de Belmonte e Covilhã, devido à proximidade da freguesia com estas localidades. Só na valência Lar, são 42 os utentes do Centro de Dia S. Salvador, no entanto, ao todo são cerca de 75 as pessoas que beneficiam dos serviços prestados pela instituição, a qual emprega, actualmente, 22 pessoas.

04/08/2010

A Festa

Aproxima-se a passos largos, a festa de Santo António. Tenho a certeza de que os organizadores, ou mordomos, como queiramos chamar-lhes, andam em grande azáfama para que tudo corra bem e para que toda a gente se divirta, durante três dias. Esta festa sempre foi muito importante não só para os residentes no Casteleiro, mas também para os seus emigrantes, que se deslocam dos mais variados destinos para participarem e darem também a sua contribuição, para que a festa brilhe ainda mais. Durante alguns anos, e devido ao envelhecimento da sua população, e ao afastamento dos mais jovens, a festa teve um declínio assinalável. Esse dia era apenas mais um, e deixava um amargo de boca, porque era inevitável fazer comparações com o que a festa já fora. Havia no ar uma certa tristeza camuflada.
Ainda bem que o Casteleiro está a rejuvenescer e que há pessoas dinâmicas e generosas que se entregam, agitam e impedem que tudo pare numa terra bonita como a nossa.
Parabéns pelos acordeonistas, vai ser um momento bonito que irá abrilhantar ainda mais o momento.






Texto de autoria de Maria Dulce Martins

02/08/2010

Equipa de Futsal em alta!

A equipa de Futsal do Casteleiro, patrocinada pelo Centro de Animação Cultural (CACC), obteve o 5º lugar, entre 16 participantes, no torneio 24 horas que se realizou no passado fim-de-semana na freguesia de Carvalhal Formoso.
Nesta sua segunda participação em torneios do género, esta jovem equipa conquistou uma classificação geral brilhante, tendo ainda obtido o prémio de gurda-redes menos batido, com apenas dois golos.
Mais uma vez estão todos de parabéns quer pela iniciativa, pela participação e pelos bons resultados.
Um bem haja a todos os que se dedicam a este projecto.
Espero que esta equipa não se fique por aqui e vá á luta...
Bons jogos....e.....bons resultados....