30/04/2011

Festa da Caça na Internet

A partir de hoje, a Festa da Caça tem um espaço próprio na Internet.

No blog casteleiroemfesta.blogspot.com, será divulgada toda a programação, dia a dia, hora a hora, e também os preparativos feitos no terreno, bem como os bastidores e também algumas curiosidades.

Não deixe de acompanhar a "construção" da que ambicionamos venha a ser a maior Festa temática da Beira Interior.

27/04/2011

Páscoa desportiva

O Centro de Animação Cultural do Casteleiro levou a efeito a iniciativa “Páscoa Desportiva”. No sábado, foi tempo para o reviver de alguns jogos tradicionais e, no domingo, um disputado jogo solteiros/casados que terminou com um suado empate.



























20/04/2011

O som das badaladas

Na minha aldeia, durante muitos anos, a única forma de orientação para lá da inclinação do sol, era o relógio instalado na torre da igreja.
Dlam, dlam, dlam…
Dolente, sem pressa, ia batendo as horas e dizendo a cada um, em que ponto do dia se encontrava.
Com os ouvidos sempre atentos, as cabeças erguiam-se e contavam:
Uma.
Duas.
Três…
Era a este ritmo manso que, naquele tempo, decorria a vida.
De dia e de noite.
O sino era uma companhia sempre presente.
Se por acaso parava (às vezes esqueciam-se de lhe dar corda), era logo notada a sua falta.
«Hoje o relógio não dá as horas!»
«Que horas serão?»
«Ai, isto assim é uma tristeza»!
Ouvi pessoas dizerem que o relógio era uma companhia, tal era a solidão.
Sempre que me lembro daquele som, revejo a aldeia quieta, serena, em silêncio.
Era um toque forte mas triste.
Sem pressas.
Um toque que soava cá mesmo no fundo, que mexia comigo, sobretudo se fosse em dias de tristeza ou de preocupação.
Ainda hoje quando telefono para casa e oiço lá longe o sino actual, mesmo sem querer, sou transportada para esse tempo.

Depois havia os outros toques do sino.
Esses tinham outras funções.
Praticamente as mesmas de hoje quase sempre relacionadas com actos religiosos.
Mas havia um toque que me marcou mais que qualquer outro.
O toque que anunciava mortes, o toque «a dobrar».
Era certo que esse era um dia de tristeza.
Como a aldeia era e ainda é pequena, a tristeza era geral, o espírito de união deixava todos com um semblante carregado e unidos na dor.
O sino aumentava ainda mais esse sentimento.
Dou comigo muitas vezes a recordar para mim mesma um célebre poema de Fernando Pessoa:

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

Como é lento…

É bom recordar.
Ainda que as recordações por vezes, não sejam tão agradáveis assim.
É sinal de que aceitamos o passado.







Texto de autoria de Maria Dulce Martins

19/04/2011

Águas Radium, obviamente!

A foto aqui publicada é, de facto, das Águas Radium na Serra da Pena. Foi retirada de um blog onde poderão ver outras belas imagens. Aqui.


E porque o edifício das Águas Radium nem sempre foi ruína, aqui fica uma foto do tempo em que estava em plena actividade termal e outra da publicidade feita em Madrid.






16/04/2011

Sandra Fortuna integra lista de deputados



A nossa conterrânea Sandra Fortuna integra a lista de candidatos a deputados do Partido Socialista pelo Distrito da Guarda.

É com grande orgulho que as gentes casteleirenses e, estou certo, do concelho do Sabugal, recebem esta notícia.

A Sandra Fortuna tem já um percurso profissional e de vida a todos os títulos exemplar, de dedicação à causa pública, mas também na áreas do ensino e da solidariedade social. Como Vereadora eleita na Câmara do Sabugal tem liderado a oposição ao actual executivo camarário, pautando a sua intervenção pela defesa intransigente de um Concelho com futuro, onde dê gosto viver e trabalhar.

A sua inclusão na lista de candidatos a deputados é o reconhecimento público e assumido que a Sandra Fortuna reúne condições para contribuir, na Assembleia da República, pela defesa e engrandecimento de todo o Distrito da Guarda.

Para nós, casteleirenses, que conhecemos a Sandra desde que nasceu, é reconfortante saber que os méritos que lhe reconhecemos vão muito além da nossa terra!

No próximo dia 5 de Junho, os casteleirenses e as gentes do Concelho do Sabugal, irão confirmar que confiam na Sandra Fortuna e que se revêem na sua representatividade.


António José Marques


13/04/2011

Quem identifica o local?


Volfâmio, as minhas lembranças

Lembro-me do minério negro e ainda húmido, a secar sobre um tolde em minha casa, à espera de comprador. Tinha sido extraído em Gralhais, naquela a que chamavam a vala rica. Era dado este nome à dita vala, por ter uma quantidade de minério superior ao normal e também por aparecerem juntamente com o volfrâmio, pequeninas pipetas de ouro. O volfrâmio naquela época não me interessava muito, mas o ouro sim. Era bastante atractivo, apesar dos meus seis ou sete anos. Catava então as pequenas pipetas, que juntava numa caixa até encontrar comprador. A concorrência para a comercialização naquela altura não era muita, mas acabava por aparecer um judeu de Belmonte, que era o mesmo que comprava as peles dos borregos, e os “cornachos” extraídos dos cereais. Havia então que negociar com o judeu, embora o negócio não fosse propriamente renhido. Dava cinco tostões ou dez, depois de algum adulto dizer que era muito pouco, que tinha que dar mais alguma coisa.

Acontecia que todo o minério extraído tinha que ser declarado, o que nem sempre acontecia. Recordo-me então de vir do Sabugal a GNR investigar e levar todo o minério que encontrou na aldeia, inclusivamente o do meu pai, Manuel Guerra e do meu tio, Manuel Machado. Acontece, porém, que quem o comercializava e por conseguinte tinha sempre maior quantidade, era o Joaquim Soares, a quem não foi apreendido sequer um punhado. Gerou-se então uma grande confusão na aldeia. Pensavam que só podia ter sido suborno, ou que ele próprio tivesse denunciado os outros. Ali havia gato, pensavam. Mas afinal não havia. O que aconteceu foi que os Agentes da GNR foram almoçar a uma tasca no Sabugal, então a empregada, uma tal Trindade, que era do Casteleiro, ouviu a conversa e contou ao dito comerciante Joaquim Soares que estava programada uma acção de fiscalização para aquele dia, pelo que ele fez de imediato desaparecer todo o volfrâmio que tinha na sua posse.

Cada um vivia à sua maneira o dinheiro resultante do volfrâmio, mas era certo e sabido que todos os Domingos havia baile no terreiro de S. Francisco. Com o baile e o vinho, era certa a zaragata. Umas vezes porque os dois queriam dançar com a mesma rapariga, outras porque tinham que defender a honra, e a melhor maneira de o fazerem era à pancada.
Então num desses Domingos exageraram na zaragata. Um deles ficou caído no chão sem se levantar. Julgavam-no morto e houve alguém que telefonou para a GNR. Os agentes chegaram e perguntaram onde está o morto? Levanta-se então do chão o dito morto e responde, sou eu Sr Guarda.

Texto de autoria de Maria do Nascimento Guerra Soares