31/12/2012

Natal no Lar de S. Salvador


 
 







Natal! Época de harmonia, paz, amor, tempo de união.
Foram com estes ingredientes que se realizou no passado dia 23 de Dezembro, no Lar S. Salvador do Casteleiro, uma festa de Natal para todos os utentes e famílias.
Para ajudar a este espírito natalício, estiveram presentes o Grupo Musical do Sabugal: Côa-ristas, que encantaram os presentes com um rol de músicas características desta quadra.
Durante a actuação foi clara a interacção entre o grupo musical e o público, ouvindo-se em algumas músicas, o som de fundo dos utentes a cantarolar.
No final houve um lanche partilhado com todos os presentes, onde não faltaram rabanadas, filhóses, o tradicional Bolo Rei e outros doces típicos da época.
Não poderíamos deixar de agredecer ao Grupo da Catequese do Casteleiro que inauguraram esta tarde de convívio cantando músicas tradicionais natalícias.
Um Bem-haja a todos!
 Votos de um Feliz Ano 2013!
 A Direção do Lar S. Salvador
 

30/12/2012

25/12/2012

Conto de Natal


Reza a História que em Belém, à meia noite – 25 de dezembro - nascera o “Menino Jesus, filho da Virgem Maria”. Foi assim que nos ensinaram e foi assim que aprendemos!
Era uma noite misteriosa que juntava famílias em torno da mesa, nem sempre farta, como agora, mas onde o espírito natalício estava bem patente nos rostos, por vezes cansados do duro trabalho de uma jorna, mas com a enorme vontade de cumprir o ritual da ceia bem regada…das filhoses, e do madeiro.
Depois do jantar (ceia) pequenos e graúdos acorriam ao madeiro onde, entoavam cânticos em louvor do Menino que acabara de nascer. Pela noite dentro uns valentes copos de vinho sangravam das adegas para ajudar a aquecer os corações dos mais resistentes.
Na minha aldeia – Casteleiro – o Natal era, sem dúvida, a festividade do ano vivida com mais fervor, em que os valores humanísticos povoavam o espirito daquelas gentes.
Presentes? Prendas? Eram algo raro, e que nem a todas as crianças lhe calhavam em sorte: uma moeda…uns rebuçados…uma boneca…um ou outro brinquedo…
Hoje fala-se do Natal e a sociedade consumista encarregou-se de inventar o “Pai Natal” – aquele que satisfaz todos os desejos de cada criança. A árvore de Natal, essa recente criação desta mesma sociedade, deve ser bem brilhante, com enormes bolas multicolores, entremeada de luzinhas, catrapiscando ao som de melodias musicais alusivas à época. Mas para esta estar completa, deve ter amontoada à sua volta, embrulhos e mais embrulhos, também estes coloridos, comprados em filas intermináveis nos “shoppings”, que vão pluriferando por esse país fora e também na nossa região interior.
Então, e o que é feito do Menino Jesus, o tal Menino que, ano após ano, era recreado o seu nascimento através do presépio, feito de musgo e de figuras de barro – comprados aos loiceiros no mercado da vila - que encantavam os mais pequenos e eram venerados pelos mais velhos?
Quem no dia de Natal não fazia questão de beijar o Menino Jesus?
Na igreja, a população perfilava-se, diante do altar-mor, primeiro os homens…depois as mulheres e beijavam o Menino que o senhor padre exibia; era assim a tradição! As crianças, essas não paravam! O entusiasmo era tanto que o sossego era coisa rara…todos queriam ver e beijar o Menino, acabado de nascer, embalados em cânticos ancestrais, ensaiados repetidas vezes nas semanas que antecediam o grande dia, pelo grupo de cantores da igreja.
Podem cantar comigo:
Alegrem-se os céus e a terra
Cantemos com alegria
Já nasceu o Deus Menino
Filho da virgem Maria.
(…)





Joaquim Luís Gouveia

23/12/2012

Personalidade do Ano: o Emigrante!

José Malhoa - "O Emigrante"
O Emigrante Casteleirense foi a escolha da equipa do Viver Casteleiro para personalidade do ano – 2012. Aqui homenageamos, todos e cada um, que um dia partiram da sua terra em busca de uma melhor vida, de um novo caminho. Longe, em vários pontos do mundo, serão sempre casteleirenses que não esquecem esta aldeia e que, diariamente, neste blog, anseiam por notícias e fotos do lugar onde um dia nasceram.
 
 
 
O Viver Casteleiro deseja a todos os seus leitores  e amigos, especialmente aos casteleirenses que longe da sua terra aqui nos visitam diariamente, uma feliz quadra festiva.


 

22/12/2012

Sensibilidades




Por muito difícil que seja o momento por que estamos a passar, é inevitável não sentir que o Natal está por aí.
Ao contrário dos outros anos, são poucas as casas que se encontram decoradas com motivos natalícios.
Contudo é quase impossível não sentir o cheirinho.
A mim toca-me sobremaneira a música alusiva à época.
São melodias suaves, tranquilas, que mexem comigo e me levam sempre de «viagem".


Oiça aqui  uma versão do «Noite Feliz».

Em português seria:

Noite feliz, noite feliz / Ó Senhor, Deus de amor /
Pobrezinho nasceu em Belém / Eis na lapa Jesus, nosso bem
/ Dorme em paz, ó Jesus / Dorme em paz, ó Jesus...

.
Nestas alturas, percorro a minha vida desde criança.
Visito em pensamento todos os locais onde a tradição se consumou.
Sinto de uma forma especial, ainda que à distância, os sítios, os cheiros e o calor humano que então se vivia.
Então não havia estas músicas a tocar por todo o lado.
Apenas se ouviam na igreja os cânticos religiosos que já me fascinavam.
Talvez por isso tenha dentro de mim o gosto por elas.
Sinto-as com qualquer coisa de misterioso.
Revejo-me no local onde nasci, de uma forma quase real.
Quase sinto o calor da lareira e as vozes das pessoas que me eram queridas.
Saudosismo, dirão alguns.
Não.
É apenas um sentimento forte de pertença.
São as minhas raízes a não quererem que eu me solte completamente.
Foi uma herança boa, de que não deixam que me separe.
Apesar de às vezes ser um pouco doloroso, também me trazem de volta momentos únicos.
Todas as tradições que lá vivi fizeram de mim a pessoa que sou.
Afectiva, sensível e solidária.
Até parece um auto-elogio.
Não é.
São apenas três adjectivos, que têm, desde sempre, dificultado a minha existência.
Abraço.
 



Dulce Martins
 

14/12/2012

Junta de Freguesia - Novas instalações


 
Até ontem, dia 13 de Dezembro, a Junta de Freguesia do Casteleiro era a única do Concelho sem instalações próprias. A escritura de compra do edifício e terreno adjacente, situado no Largo de S. Francisco, foi ontem concretizada no Cartório Notarial do Sabugal.
O emblemático edifício do largo principal da freguesia, propriedade da família Mourinha, será a futura sede da Junta de Freguesia e o terreno anexo transformado num espaço de lazer polivalente.
Está, assim, concretizado um dos principais compromissos assumidos pelo executivo da Junta aquando da sua eleição em Outubro de 2009.
António José Marques

09/12/2012

Opções

 

Construir! Uma bela palavra que rima com resistir.
As peças movem-se no tabuleiro. Hoje prefiro a Torre.
Lembra-me castelos.
E sempre o Casteleiro!
Cubelo de prata e picões a esvoaçar.
Livres...
 
 




"Reduto", espaço de crónica de autoria de António Marques

03/12/2012

A razão do sim aos feriados

Após a morte do jovem-Rei D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, este não tendo descendentes diretos, subiu ao trono o Cardeal D. Henrique que já de idade avançada, doente e não tendo também descendentes, reuniu pela última vez as cortes, em Almeirim, e indicou para seu sucessor Filipe II de Espanha.
Decisão tomada, o Prior do Crato com um pequeno exército tentou resistir, mas foi vencido na batalha de Alcântara, perdendo-se assim a Independência com a proclamação de Filipe I, rei de Portugal. Era o início do reinado Filipino desde 1580 a 1640.
Sessenta anos durou o cativeiro, até que, na manhã do dia 1 de Dezembro de 1640, despertou a aurora, rica de promessas. Os grilhões, carcomidos pela ferrugem dos erros castelhanos, quebraram-se; a base do trono, mirrada pela hipocrisia e cobiça, ruiu estrondosamente nesse 1º de Dezembro de 1640. Portugal riu-se do papão, caído de bruços, e o medo-arma psicológica- venceu-se a si mesmo e o “jovem Rei-Sol” voltou triunfante com a vitória dos 40 conjurados de 1640.
Todos, remoçados da alma nacional, com fé no ressurgimento nacional, saíram para a rua e, no coração de cada um, cresceu a esperança, ateou-se o fogo sagrado. Portugal, o gigante, que desconhecia a sua força, conscientemente aprendeu a lição dos seus heróis que galhardamente derrubaram do trono o poderio espanhol e aclamaram D. João IV, Rei de Portugal.
Por outras razões, o povo português republicano, o exército e a armada, descontentes com a má governação dos atuais políticos monárquicos, outra solução não havia a tomar, senão empreender uma revolução de que resultou a vitoriosa implantação da República, no dia 5 de Outubro de 1910.
Exilado o Rei D. Manuel II, foi nomeado um governo provisório, a que presidiu Teófilo Braga. 
Eis a lição profunda da página histórica dos conjurados de 1 de Dezembro de1640 e dos revolucionários de 5 de Outubro de 1910.
Com tais feitos heroicos, impensável seria retirar os feriados, ainda que provisoriamente, de 1 de Dezembro, dia da restauração da Independência de Portugal do jugo de Espanha; do dia 5 de Outubro, comemorativo da implantação da República com os seus ideais e dos dias de Corpo de Deus e de Todos os Santos, dias Santos de Guarda, de tão grande devoção da maioria do povo português, mas, mesmo assim, foram retirados.
Rasgar a história, a memória coletiva dum povo que é Portugal, é imperdoável traição. Por certo cada um de nós ainda não rasgou a história na sua mente e no coração ainda não se apagou o amor sagrado da Pátria. Sendo assim, á luz fulgurante da nossa história, descobriremos o sentido profundo e atual destes dias no coração de portugueses e guardaremos a alta lição dos conjurados e dos revolucionários-uma página da história de imputável valor heroico.
Assustados e revoltados, dos heroicos conjurados e revolucionários que jazem no eterno descanso ouvem-se gritos de contestação, dizendo que só se calarão, quando os feriados retirados voltarem a ser comemorados e guardados.
Em sinal de agradecimento e reconhecimento, desculpai terem-vos quebrado o silêncio sagrado em que viveis. Obrigado pelo vosso heroísmo, porque até na sepultura sois heróis
Descansai eternamente que bem o mereceis, na certeza de que Portugal continuará a respeitar e a comemorar os dias 1 de Dezembro de 1640 e 5 de Outubro de 1910.

 
 
"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado