20/05/2022

O juiz eleito do Casteleiro

O juiz desembargador do Tribunal da Relação de Coimbra José Avelino Gonçalves tem, nos últimos anos, passado horas no sótão do Tribunal da Covilhã explorando um arquivo morto de processos amontoados, cobertos de pó, de folhas amarelecidas e sem qualquer organização. Pegou em alguns e transformou-os em crónicas publicadas em livro, numa escrita própria inspirada em Camilo Castelo Branco. Com sua permissão transcrevo aqui uma delas, resultado de um processo com gentes do Casteleiro datado de 1852.  


O juiz eleito do Casteleiro e a lenda do beijo eterno

A povoação do Casteleiro está fundada num vale. A Vila de Sortelha está à distância de uma légua, observa-a do alto do seu castelo medieval. As serranias protegem-na, aliviam-na da dureza do frio invernal. Os trigos e sobretudo os centeios, mas também os linhos, cultivam-se por tapadas, veigas cercadas e terras distribuídas por folhas. É abundante a produção de linho que se faz nas serras, mas também nos ribeiros. Fazem-se enseadas onde se semeia linho “secadal”.

José Maria anda embeiçado pela mulher do José Gonçalves Churro. Moçoilo forte, cabelo negro, esplendoroso, a deslizar pelos soberbos ombros, nascido na sede do concelho, mas criado nas leiras que escorregam pelas Serra d’Opa e da Preza. Domina a arte da moedura de cereais, aprendida com o avô Francisco no moinho da família. Aos dezoito anos era já um perdido, brejeirava pelas margens da ribeira, à cata das meninas, que se banhavam aos gritinhos nas águas límpidas e frias da ribeira.

A Joaquina Chula é mulher de carnes cheias, muito bem conservada, de apetite! Levava, quase diariamente, com as manápulas sebentas do marido. Os ciúmes enlouqueciam-no! Um bruto, um animal, que a trazia “debaixo d´olho”! Nas festas e romarias fazia cenas, quebrava ossos aos atrevidos que com o “olho gordo” iam alimentando fantasias!

O Zé Maria herda o moinho da ribeira da Nave, com a sua pedra secular coberta de fetos e musgo e a pequena represa. Adora o murmúrio suave da água, o chiar da roda e a sombra recolhida das grandes árvores. Um local edílico, delicioso, onde ainda se apanham alguns barbos à mão. Joaquina é sua freguesa, leva-lhe o cereal para moer. Adorava ouvi-lo, escutava-o de olhos baixos, pasmada de se achar ali tão só com aquele moço tão robusto, salpicado de farinha, um contador de estórias bonitas. Fazia-a rir. Ele adorava, achava-a mais linda e apetitosa. A mulher casada treme no pedestal da sua virtude, não resiste às investidas do moço bonito. Trigueira, com um sinalzinho fofo na bochecha, rende-se aos encantos do moleiro. Começam os encontros, os primeiros beijos. Acarinham-se no aconchego das rochas a que o povo chama do “Beijo Eterno”, para selar o amor para toda a vida! Como a lenda, que dizem, deu origem ao lugar do Casteleiro.

Manuel d´Almeida, o juiz eleito da freguesia, tinha os seus admiradores. Pouquíssimos pela amizade e competência! Um ser feroz e sanguinário que sofre de autoritarismo! Todas as cenas de horror que se têm praticado no Casteleiro têm a mão do dito juiz. Contam-se algumas estórias, como a do filho do ferreiro do Sabugal, que na romaria da Nossa Senhora da Póvoa fora esfaqueado. O assassino era familiar do juiz eleito. Abafa-lhe o processo, não levanta o respetivo auto de notícia! Com meia dúzia de reis e uma pipa de vinho compra o silêncio das testemunhas. Não prende o matador e esquece-se de comunicar ao juiz ordinário de Sortelha.

O recebedor de impostos de Sortelha é a sua mais recente vítima. Conta-se em duas ou três palavras. O mês de Agosto queima, Sortelha esconde-se na sombra das suas muralhas. Cândido Martins Negrão marcha para o Casteleiro para intimar o juiz eleito. Tinha a notícia que havia adquirido algumas propriedades no sítio da Ribeira e do Enxertado. Não paga a sisa! O devedor acolhe-o de maus modos. “– Sim senhor, não quer mais nada do que isso? “Eu já te dou as certidões!” Injuria-o tremendamente, ameaça o servidor da fazenda!

O juiz eleito trazia alguma gente contratada na sua laje da Ribeira. Pergunta aos seus malhadores – “Se não havia quem quebrasse as pernas aquele diabo?” Que lhes pagaria um quartilho de vinho. Logo dois dos serviçais saíram ao caminho do Negrão, que no regresso à sede do concelho, aproveitava para descansar no souto do António da Cunha. Leva muitas pancadas. Retira-se muito maltratado para casa do reverendo vigário, onde foi curado.

O Inverno de mil oitocentos e cinquenta e dois corre muito primaveril, os amantes querem fugir para a cidade de Castelo Branco. Joaquina sabe que o adultério de mulher é punido com degredo temporário. Já se falava “à boca cheia”, o enredo amoroso percorria as ruelas do lugar, entrava nos portais das beatas. Que a Joaquina do Churro andava embrulhada com o moleiro. O marido enganado torna-se a chacota do povo! O padre Joaquim Leal sabia-o em confissão, tentara “pôr tino” na cabeça da mulher perdida. O marido já ameaçara que apresentaria querela e acusação, quer mandar enforcá-la!

O marido enganado suplica os bons ofícios do juiz eleito. Os amantes estavam acoitados na casa do moinho. Comiam-lhe o seu presunto! Que aí deixara a cocar dois bons amigos de Benquerenças.

A tardinha escurecia, o frio entranhava. O regedor estava acamado com a sua terrível gota. O magistrado eleito leva os cabos de polícia, ordena a prisão do prevaricador e da mulher adúltera, sem precedência de mandado e observância das formalidades prescritas na lei! Tinha uma dívida para com o traído. Negócios de erva santa que crescia abundantemente na fazenda do António Gonçalves, no sítio da Cascalheira, limite do povo de Quarta Feira. Era preciso fazer cuidados. Os meirinhos João do Couto e António Pessoa da Silva da Administração dos Tabacos já andavam a rondar!

Apanha os malvados em trajes menores e a petiscar o presunto e as morcelas do marido chifrudo. A Joaquina lançava-se à presa masculina de uma forma lasciva! Uma devassa! Faz conduzir os presos para a praça do lugar. O juiz eleito vociferava – “Andem lá cães que vos apertarei!”. Traz uma pequena moca na mão. Manda-os recolher a casa particular, cada um em sua divisão, devidamente guardados. Castigam-nos, não lhes servem a ceia! Ainda tinham a barriguinha cheia!

A manhã está frigidíssima, entranha-se no corpo e na alma. O povo vai enchendo a praceta, não arreda pé! A testemunha Lobo foi aí atraída pela novidade do caso. O mestre dos meninos é arrancado ao tálamo conjugal. Estremunhado e a resmungar passa às mãos do Manuel d´Almeida uma palmatória! Determina que o manso desse palmatoadas aos “amiguinhos”. Ordena que a Joaquina entregasse a mão a seu marido. A mulher encolhia-se, chorava, pedia. – “Ai homem da minha alma! Deixe-me por amor de Deus!” O Almeida estava atento, resmungava. – “Ah! Agora já há marido?! Bate para baixo, não tenhas dó! O José Maria apanha também a sua dose. As manápulas do Churro batem forte. As pessoas burburinham, dão gritinhos, nunca tinham visto igual. A Feliciana dos “Padres” resguarda as mãos geladas no seu xaile. Pensa no quão perigoso é pensar nos santinhos! Uma vida de escândalo e imoralidade grassa na mente de tantos homens e mulheres. Oferecem-se os amantes em espectáculo em uma praça pública!

A autoridade ruma a Sortelha, que fica a pouco mais de uma légua. O Zé Maria alomba com o resto do presunto! Vale como prova do delito e do “bacanal”. O juiz eleito vai-lhe aconchegando os costados. Um bárbaro!

O velho castelo medieval impõe-se ao casario de forte pedra granítica. São arrecadados na cadeia do julgado. Construída com a pedra retirada dos muros da Vila. Assim se poupa alguma despesa! Só os garrotes da Cadeia custam 12.300 réis. Na sessão de 26 de Janeiro de 1844 determinou-se: (…) visto ter-se arrematado a obra de pedraria da Cadeia, e casa da Câmara desta villa, com as condições de sair dos muros desta villa a pedra para tal obra, por nisto se poupar alguma despesa ao concelho e haver alguns pedaços de muro que devem… acordarão que a pedra fosse tirada dos ditos muros, aonde convir e menos falta fizer (…). Os presos jazem esquecidos nas pedras frias do cárcere. São soltos sem haver processo, sem uma notazinha de culpa!

Cândido Negrão dá suspeição do juiz ordinário de Sortelha. Firmino da Paula Pinto Tavares não pode julgar o feito. Manuel d´Almeida, contra quem o delegado requer querela, é feitor da Casa de Thomaz Ignácio, seu cunhado e inimigo declarado da vítima. Fala-se que as autoridades locais andam mancomunados! Nas últimas eleições o juiz eleito convidou o Feliciano da Costa Neves para dar umas bordoadas no Henrique de Sousa Homem. De tudo isto há prova, não obstante terem ameaçado testemunhas!

A Covilhã é a cabeça da Comarca. Fica nas encostas da Estrela, longe deste amiguismo. O processo passa às mãos do juiz Emygdio Jozé da Silva, que desanca fortemente no juiz eleito! Haverá alguém, quanto mais um juiz eleito, que ignore merecerem os presos todo o favor e protecção da lei? A Joaquina enquanto presa não era a mulher do José Gonçalves Churro! A boa administração da Justiça, a Causa Pública e a Humanidade não podem sofrer, nem tolerar semelhantes arbitrariedades e violências por parte de um empregado público. O santuário da Justiça não pode continuar à mercê destes esfoladores da lei!

Manda prender e remover o juiz eleito para a cadeia da Covilhã. Porque na Comarca não se publica folha periódica alguma, a sentença condenatória é escarrapachada, sob a forma de edital, no sítio mais público da praça do Casteleiro. A Joaquina regressa aos braços rudes do marido e o José Maria volta para o moinho da ribeira da Nave e para suas farinhas. Já com saudades dos petiscos!

Covilhã, Páscoa de 2021.



01/12/2020

Primeiro Assento há 374 anos

No dia 1 de dezembro de 1646, faz hoje 374 anos, faleceu o nosso conterrâneo António Pires do Olival. Este é o primeiro assento escrito da paróquia de Casteleiro de que há conhecimento feito pelo Cura de então João da Fonseca Pinto. O primeiro casamento e baptismo são registados já em 1647.

Ao primeiro dia de dezembro de mil seiscentos e quarenta e seis anos faleceu da vida presente António Pires do Olival o qual está sepultado dentro do adro desta igreja, não fez testamento e por ser verdade fiz este assento hoje 11 de dezembro de 1646 anos.”

A obrigação da Igreja manter registos, de casamento, nascimento e óbito, surgiu no Concílio de Trento em 1563. A data de início dessa prática não foi igual em todas as paróquias. Registe-se que, por exemplo em Sortelha, o primeiro assento, igualmente um óbito, é de 1599 e em Valverdinho em 1660.




"Reduto", Crónica de António José Marques

23/11/2020

ESTADO DE EMERGÊNCIA

 Nos termos do Decreto 9/2020 que regulamenta a aplicação do estado de emergência, o concelho do Sabugal, e logo o Casteleiro, é posicionado como de risco Muito Elevado, aplicando-se assim, para além das medidas nacionais, as indicadas igualmente para os concelhos de risco Extremamente Elevado.

Das medidas que estarão em vigor a partir das 00h de terça-feira, dia 24 de novembro, até às 23h59 de dia 8 de dezembro, destacam-se:

-Proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 5h00;
-Proibição de circulação na via pública aos sábados e domingos entre as 13h00 e as 5h00 bem como nos feriados de 1 e 8 de dezembro;
-Proibição de circulação entre concelhos das 23h de 27 de novembro às 5h de 2 de dezembro;
-Proibição de circulação entre concelhos das 23h de 4 de dezembro às 5h de 9 de dezembro;
-Nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro os estabelecimentos comerciais encerram às 15h;

10/10/2020

A população em 1940

Prosseguimos a divulgação e análise da evolução demográfica do Casteleiro, hoje com referência ao censos realizado em 12 de Dezembro de 1940. Relembramos os dados conhecidos relativo à demografia do Casteleiro: 1527: 52 habitantes; 1758: 527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201 fogos; 1864: 848 habitantes e 214 fogos; 1900: 1210 habitantes e 307 fogos; 1911: 1268 habitantes e 317 fogos; 1920: 1249 habitantes; 1930: 1325 habitantes.

Em 1940 residiam no Casteleiro 389 famílias num total de 1487 pessoas, 744 homens e 743 mulheres. Relativamente ao estado civil, 820 eram solteiros (424 homens e 396 mulheres), 578 casados (287 homens e 291 mulheres) e 75 viúvos (21 homens e 54 mulheres). Dos 14 restantes apenas é referido que um se encontrava separado judicialmente.

Relativamente à instrução, 1174 eram analfabetos (545 homens e 629 mulheres) e sabiam ler 313 (199 homens e 114 mulheres).

No total foram contabilizados 378 fogos em toda a freguesia, com referência aos existentes, assim como aos residentes nas anexas: Casteleiro: 296 fogos e 1099 residentes; Carrola: 5 fogos e 29 residentes; Gralhais: 9 fogos e 65 residentes; Santo Amaro: 24 fogos e 98 residentes; Valverdinho: 39 fogos e 158 residentes e isolados ou dispersos 5 fogos e 38 residentes.

Da análise deste censo comparativamente ao de 1930, constata-se que a população aumentou: 162 pessoas em 10 anos (111 homens e 51 mulheres). Depois da diminuição da população na década de 20 devido à “pneumónica”, confirma-se a tendência significativa do aumento da população.

Os dados do concelho do Sabugal relativos à população residente confirmam também essa tendência passando de 35.502 em 1930 para 41.487 em 1940. De referir, ainda, que das 40 freguesias que faziam parte do concelho do Sabugal, o Casteleiro era a oitava freguesia com maior número de população, sendo as sete primeiras por ordem decrescente: Sabugal, Quadrazais, Soito, Vale de Espinho, Alfaiates, Bendada e Aldeia da Ponte.






"Reduto", Crónica de António José Marques


03/09/2020

CASA DA MEMÓRIA


Estão praticamente concluídas as obras de reabilitação da velha escola primária para instalação da “Casa da Memória do Casteleiro”, uma iniciativa e projecto da Junta de Freguesia com o apoio do Programa Leader, na área 4 “Desenvolvimento Local” do PDR2020, Câmara Municipal do Sabugal e Pró-Raia.

Este será um espaço repositório fiel de objectos, documentação e tradições do passado, preservando e divulgando deste modo a memória colectiva da Freguesia. O espaço reunirá um vasto e variado conjunto de elementos representativos da vida diária e tradições da Aldeia, nomeadamente ligados à actividade agrícola, aos usos e costumes da população, ao ambiente caseiro e também espólio documental, documentos antigos maioritariamente recolhidos na Torre do Tombo, fotos, livros, etc…
A “Casa da Memória do Casteleiro” será um núcleo representativo da memória da Aldeia, destinado a todo o público, assumindo-se como pólo de atratividade cultural e dinamizador de visitantes, alunos de escolas e outros, aliando desta forma a recuperação do património a um efectivo enriquecimento cultural da Aldeia, do Concelho e de toda a Região.
Pretende-se atingir esse objectivo com uma eficaz e eficiente divulgação, através de material gráfico e outro, que promova a “Casa da Memória” e o que o visitante ali pode encontrar e que, simultaneamente, divulgue o percurso do projecto tendo por base a recuperação do que foi uma escola primária durante décadas.


08/08/2020

Casteleiro vai ter Área de Serviços de Autocaravanas


Foi assinado no dia 4 de agosto o contrato de financiamento da Área de Serviços de Autocaravanas entre a Junta de Freguesia de Casteleiro e o Turismo de Portugal, um evento que contou com a presença da Secretária de Estado Turismo, Rita Marques e do Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.

Este projeto da Junta de Freguesia de Casteleiro, elaborado há cerca de uma ano e candidatado à Linha de Apoio de Valorização Turística do Interior - Programa Valorizar, foi um dos sete projetos aprovados na área do autocaravanismo. Com um investimento global de 65 mil euros, o projeto será financiado com uma verba de cerca de 45 mil euros não reembolsável.

A Área de Serviços será construida no espaço do antigo parque infantil, à entrada da freguesia, integrando também a área de lazer adjacente, reabilitando de forma integrada todo aquele espaço atualmente sem utilização.

Com este projeto, a Junta de Freguesia tem por objetivo a valorização do seu património, deixando de ser apenas uma localidade que turistas apenas atravessam nas suas viagens para se tornar um destino turístico com impacto na promoção do território, bem como no desenvolvimento e na economia local. É objetivo que esta infraestrutura, que terá as mais avançadas características de apoio, nomeadamente tecnológicas, possa constituir uma forte âncora no desenvolvimento da Aldeia colocando-a no mapa europeu das localidades amigas dos autocaravanistas, uma atividade de turismo itinerante atualmente em franco desenvolvimento.

Continuamos a acreditar e trabalhamos para que o Casteleiro seja, de facto, uma “Terra com Futuro”!

08/07/2020

Boda em Valverdinho há 290 anos



Nesta Igreja do Espírito Santo da então paróquia de Valverdinho, termo da Vila de Sortelha e desde 24 de outubro de 1855 anexa da Freguesia de Casteleiro, faz hoje precisamente 290 anos houve boda. Foi o casamento do António e da Maria. Nesse ano, 1730, houve em Valverdinho 5 casamentos, 2 batizados e 4 óbitos.

Aos nove dias do mês de Julho de mil setecentos e trinta anos em esta igreja do Espírito Santo deste lugar de Valverdinho termo de Sortelha e Arciprestado de Covilham, contraíram matrimónio por palavras de presente ante mim o padre cura dela Manuel Pires Soares e das testemunhas Francisco Fernandes Correia deste lugar e Manuel Mendes Delgado das Inguias e muita gente de hum e outro lugar precedidos os inquéritos do Concílio Tridentino e constituições deste Bispado, António Antunes Guitta solteiro natural do lugar das Inguias filho de Domingos Antunes Guitta natural do mesmo lugar das Inguias e de sua primeira mulher Maria Francisca natural da Quinta do Monte do Bispo freguesia da igreja de Caria arciprestado de Covilham e Maria Gonçalves solteira filha de João Fernandes, ambos naturais e moradores neste dito lugar, e de sua mulher Maria Gonçalves natural da Quinta de Santo Amaro freguesia da igreja da Villa de Sortelha, de que logo na mesma igreja há este assento que assinaram as testemunhas comigo.”
Deste casamento nasceu Maria, a 2 de janeiro de 1732. Mas, poucos meses depois, a 2 de abril desse ano, o António faleceu. No entanto, três meses depois, no dia 18 de julho de 1732 a Maria Gonçalves voltou a casar com Manuel Antunes, natural da Benespera.

Deste segundo casamento nasceram 10 filhos: Josefa: 8/9/1733; Manuel: 5/2/1735; José:  10/3/1738; Custódia: 9/7/1740; Isabel: 30/7/1742; Bernarda: 26/5/1745; Francisca: 22/9/1747; Luís: 1/5/1749; Quitéria: 14/5/1755 e Bernarda, segunda do nome, em 20/12/1757.
O Manuel Antunes viria a falecer, repentinamente diz o assento, em 9/12/1767, com 59 anos. Embora não exista registo a Maria Gonçalves faleceu após 1772.



"Reduto", crónica de António José Marques

11/06/2020

A população em 1930



Prosseguimos a divulgação e análise da evolução demográfica do Casteleiro, hoje com referência ao censos realizado em 1 de Dezembro de 1930.
Relembramos os dados conhecidos relativo à demografia do Casteleiro: 1527: 52 habitantes; 1758: 527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201 fogos; 1864: 848 habitantes e 214 fogos; 1900: 1210 habitantes e 307 fogos; 1911: 1268 habitantes e 317 fogos e 1920: 1249 habitantes.
Em 1930 residiam no Casteleiro 344 famílias num total de 1325 pessoas, 633 homens e 692 mulheres. Relativamente ao estado civil, 704 eram solteiros (348 homens e 356 mulheres), 547 casados (264 homens e 283 mulheres) e 74 viúvos (21 homens e 53 mulheres).
Relativamente à instrução, 1066 eram analfabetos (467 homens e 599 mulheres) e sabiam ler 259 (166 homens e 93 mulheres).
Os dados relativos à origem da população indicam que 1251 eram naturais da freguesia ou do concelho do sabugal, 9 de outro concelho do distrito da guarda, 62 de outra naturalidade e 3 considerados estrangeiros.
Da análise deste censo comparativamente ao de 1920, constata-se que a população aumentou: 76 pessoas em 10 anos (6 homens e 70 mulheres). Depois da diminuição da população na década anterior devido à denominada “pneumónica” a tendência começa a inverter embora lentamente.
Os dados do concelho do Sabugal relativos à população residente confirmam também essa tendência passando de 33.653 em 1920 para 35.502 em 1930.
Esta foi uma década em que prosseguiu o surto emigratório com destino à Argentina com maior incidência a partir de 1912 com a partida, só nesse ano, de 12 casteleirenses. Foi o caso de João Nabais, filho de José Maria Nabais e Conceição de Jesus que aos 24 anos partiu no ano de 1928 com destino a Buenos Aires.







"Reduto", crónica de António José Marques

05/05/2020

Distribuição de Máscaras

A Junta de Freguesia de Casteleiro iniciou hoje a distribuição à população de máscaras sociais recicláveis, luvas e álcool gel para desinfeção. Igualmente fez oferta ao Lar de São Salvador de material de desinfeção, luvas e máscaras cirurgicas. Mas porque estamos em situação de calamidade não podemos baixar a guarda e devemos cumprir o dever cívico de recolhimento domiciliário.




















20/04/2020

Casamento em 1682



Em tempo de confinamento, tempo para retomar algumas estórias relacionadas com o passado do Casteleiro e das suas gentes.
Em 20 de abril de 1682, faz exactamente hoje 338 anos e, curiosamente, também era segunda-feira, houve boda no Casteleiro. Foi o casamento de Manuel Pires do ribeiro com Domingas Gonçalves. O pároco João Pinto da Fonseca registou assim esse facto:
Aos vinte dias do mês de Abril de mil seiscentos e oitenta e dois, em presença de mim João Pinto da Fonseca Pároco deste lugar em face desta Igreja do Salvador, conforme o Sagrado Concílio Tridentino e Constituições deste Bispado, celebraram o sacramento do matrimónio por palavras de presente, Manuel Pires filho de João Pires e sua mulher Isabel Dias e Domingas Gonçalves, filha de Manuel Gonçalves e sua mulher Isabel João todos deste lugar. Foram testemunhas Sebastião Pires da praça, Álvaro Peixoto e muito mais gente deste povo; de que fiz este termo dia, mês e era ut supra.”
Fruto deste casamento, no ano seguinte, a 22 de agosto de 1683 nasceu a Isabel e, em 27 de dezembro de 1685 nasceu o Tomás. Do Tomás não foi possível saber mais.
A Isabel viria a casar com Filipe Sanches em 17 de abril de 1701 e tiveram dois filhos: o Manuel que nasceu a 6 de março de 1702 e a Maria nascida a 27 de fevereiro de 1705 mas que viria a falecer com menos de um mês de vida, a 18 de março de 1705, no mesmo dia que a sua mãe Isabel.

 






"Reduto", Crónica de António José Marques

09/04/2020

ESTAMOS JUNTOS

A Junta de Freguesia de Casteleiro procedeu ontem à desinfeção dos locais públicos mais frequentados pela população, nomeadamente todo o espaço exterior do Lar de São Salvador.



26/03/2020

FIQUE EM CASA

É assim, nos tempos que passamos, que queremos ver a nossa Aldeia!


QUARENTONA OBRIGATÓRIA - ALERTA



A Junta de Freguesia de Casteleiro alerta, mais uma vez, que todo o Distrito da Guarda se encontra em isolamento profilático. Assim, é obrigatório para todos os que cheguem ao Casteleiro, vindos do estrangeiro ou de outras zonas do país, que cumpram uma quarentena de 14 dias sem sair de casa.
Porque temos conhecimento que começam a existir casos de pessoas chegadas à nossa freguesia, que foram já por nós contactadas e disso dado conhecimento ao Serviço Municipal de Proteção Civil, apelamos a quem tenha conhecimento de novas situações ou outras em que a quarentena não esteja a ser cumprida, entre em contacto com a Junta de Freguesia para reportar às autoridades competentes.
Deve ser prioridade de todos nós prevenir a doença, conter a pandemia, salvar vidas e assegurar que as cadeias de transmissão sejas evitadas ao máximo.

O CASTELEIRO RECEBE OS SEUS DE BRAÇOS ABERTOS MAS AGORA NÃO É A MELHOR OCASIÃO
FIQUE EM CASA ONDE HABITUALMENTE RESIDE
POR SI E POR NÓS!

FIQUE EM CASA


Declarado Isolamento Profilático

CIDADÃOS QUE REGRESSEM DO ESTRANGEIRO E/OU DE OUTRAS REGIÕES DO PAÍS TÊM QUE PERMANECER EM ISOLAMENTO PROFILÁTICO PELO PERÍODO DE 14 DIAS
A Junta de Freguesia de Casteleiro divulga este comunicado da Delegada de Saúde Coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ULS da Guarda e apela ao seu cumprimento por todos, com a indicação que terá que reportar ao Serviço Municipal de Protecção Civil do Sabugal, o nome e contacto de todos os que se encontrarem nessa situação na freguesia de Casteleiro.


11/02/2020

Floresta Segura



Ação de sensibilização e esclarecimento promovida pelo Comando Territorial da GNR da Guarda.

05/02/2020

Casa da Memória do Casteleiro


Prosseguem a bom ritmo as obras de reabilitação da velha escola escola primária para instalação da “Casa da Memória do Casteleiro”, uma iniciativa e projecto da Junta de Freguesia com o apoio do Programa Leader, na área 4 “Desenvolvimento Local” do PDR2020.
Este será um espaço repositório fiel de objectos, documentação e tradições do passado, preservando e divulgando deste modo a memória colectiva da Freguesia.

















06/01/2020

Passagem de Ano na Casa da Esquila























Como é habitual, ano após ano, a PASSAGEM DE ANO NA CASA DA ESQUILA, no Casteleiro-Sabugal, tem sido mais e melhor, no serviço, acolhimento e embelezamento do SALÃO.

Com lotação esgotada, como é habitual, teve o seu início assim:
ENTRADAS, na Sala do Gourmet, com bebidas à descrição, tiras de presunto, lagosta, sapateira, camarão e uma extensa variedade de iguarias, espalhadas em mesas, à volta da Sala, seguindo-se depois para o Salão com a seguinte ementa:
NO SALÃO
-Linguado com folhado de legumes e puré de abobrinha.
-Suculento naco de vitela com Risoto de enchido.
-Terra do Casteleiro.
-Bebidas.
-Café e digestivos.
-Música ao vivo, com animada dança e muita alegria.
-À meia-noite, passas, espumante, fogo de artifício e continuação de animada dança.
NA SALA DO GOURMET
-BUFFET DA NOITE, com caldo verde e mais comes e bebes, à descrição.













Após o Buffet da noite e mais uma dança, por volta das 3 horas da manhã, foi um até para o ano, agradecendo a todos os que contribuíram para o excelente e eficiente serviço, na pessoa do seu proprietário e Chef Rui Cerveira.


Daniel Machado