13/10/2014

Lembrando a Lucindinha - 18.06.1958 - 17.10.2007



Faz, no dia 17 de Outubro, 7 anos que a Lucindinha, esta “grande senhora”, sempre de coração aberto para fazer o bem a toda a gente, morreu.
Mas será que morreu?!...
O aforismo, “ As pessoas não morrem, quando nos lembramos delas”, diz-nos, porém, que, quando nos lembramos das pessoas, estas não morrem. É, baseando-me e acreditando no sentido deste aforismo, que lhe presto esta sentida e sincera homenagem, dedicando-lhe este pequenino poema:

“As pessoas não morrem,
Quando nos lembramos delas.”
Sendo assim,
A LUCINDINHA
Que o Casteleiro imortalizou,
Não morreu,
Não,
Porque, a toda a hora e momento,
Está no nosso coração,
No nosso pensamento.






Daniel Machado



As "Tábuas Vermelhas" de Valverdinho

A Quinta de Valverdinho é anexa do Casteleiro desde 24 de Outubro de 1855. Outrora prazo do vínculo de Malta foi Capelania de Caria até 1715, quando passou a curato apresentado pelos senhores da Casa de Penedono. Todos os que ali habitavam pagavam a sua renda ao donatário, no século XVII a João Bernardo Pereira Coutinho de Vilhena, filho de Luís Pereira Coutinho.
Mas, como é que Luís Pereira Coutinho, senhor da Casa de Penedono é, igualmente, senhor de Valverdinho?
A 29 de Outubro de 1783, nascia em Valverdinho Maria, filha de Manuel António e Maria Gonçalves. Passaram quase 231 anos.

A estória começa com o casamento de Álvaro Rodrigues Calvo, Padroeiro de Valverdinho, com Maria Nunes de Brito. Um dos filhos, Domingues Nunes Homem de Brito, casado com Maria Francisca Mendes, torna-se senhor de Valverdinho. Um dos filhos deste casal, Manuel Homem de Brito, casado com Maria Teresa Coutinho, teve uma filha, Feliciana Micaela Pereira Coutinho que casou com Luís Pereira Coutinho, capitão-mor e senhor da Casa de Penedono. E, assim, Valverdinho, passa a ser “apresentado”  pela Casa de Penedono.
E chegamos ao “privilégio das tábuas vermelhas” que Valverdinho usufruía exactamente por via da Casa de Penedono. Este privilégio constava de em Valverdinho não se recrutarem soldados nem se lançarem éguas de criação. Podemos ler: “Tem esta terra o privilégio das tábuas vermelhas por rezam de o ter o donatário e por este motivo se não fazem nela soldados nem se lançam éguas de criação”.


Uma curiosidade da emblemática Quinta de Valverdinho cujo passado é rico de história e estórias.
Mas, porque tudo anda quase sempre ligado, um irmão de Manuel Homem de Brito, referido anteriormente, de nome José Homem de Brito casado com Maria Correia Castelo-Branco, teve uma filha, Maria Josefa de Brito, que casou com Luís Tavares da Costa Lobo, capitão-mor da vila de Sortelha em cujo termo era “senhor do prazo de Santo Amaro”….
Já adivinham que há aqui outra estória para contar…e que estória!





"Reduto", António José Marques



08/10/2014

Marcas de um Tempo


Percorrendo algumas das ruas do nosso Casteleiro são visíveis, aqui e ali, sinais de um tempo alicerçado em muitas vivências e histórias de vida verdadeiramente enriquecedoras.
A velha porta da loja tem ainda bem visível o orifício que dava livre acesso ao gatinho lá da casa bem como aos seus amigos da rua. Sinal, também, de liberdade e de amizade para com os animais de estimação lá de casa.
As colunas graníticas, sinal de robustez e segurança, ajudam a manter a parede da casa, enquanto o telhado, acentuadamente ondulado, já não dá garantias de segurança no inverno que se aproxima.
A argola de ferro feita a partir do «olho de sacho», entalada entre as duas pedras de granito, servira para prender o burro enquanto o dono descarregava a lenha ou as sacas de feijão que era preciso guardar e preservar das chuvas inverniças. Com a rédea ali entalada o burro mais não tinha do que esperar que o seu dono lhe desse a ordem de soltura.
Agora, e apesar da porta já não abrir ela continua a ser a sentinela do tempo e, o gato continua a usar a sua liberdade, como aliás sempre fez!
 

 
 
 
"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia