29/11/2009

Limpar Portugal – Limpar a nossa Freguesia

Passou-se uma semana desde o meu primeiro post, hoje escrevo sobre outro projecto a nível nacional, mas que se pode e deve aplicar no nosso concelho e na nossa freguesia.
O projecto chama-se limpar Portugal e está aqui: http://www.limparportugal.org/ onde podem obter mais informações acerca do projecto. Mas a ideia é limpar as lixeiras que existem pelas nossas florestas a céu aberto num só dia recorrendo à ajuda de todos. Deixo as linhas orientadoras do projecto:
1) O Projecto LimparPortugal tem como objectivo limpar as lixeiras ilegais existentes no espaço florestal de Portugal no dia 20 de Março de 2010.
2) O Projecto LimparPortugal é um movimento cívico de pessoas em regime de voluntariado.
3) O Projecto LimparPortugal não aceita doações em dinheiro.
4) O Projecto LimparPortugal aceita e agradece doações de bens e serviços que possam contribuir para a prossecussão do seu objectivo (ex: luvas, sacos de lixo, disponibilização de transportes e/ou máquinas de remoção, etc..).
5) Como única contrapartida, o Projecto LimparPortugal permitirá a todas as pessoas e instituições que contribuam para o objectivo do mesmo, a utilização do logotipo do Projecto LimparPortugal na sua comunicação institucional, com a indicação de "Apoia o Projecto LimparPortugal".
6) O Projecto LimparPortugal funcionará com uma coordenação nacional e com tantas coordenações regionais (distritais e concelhias) quantas as necessárias.
7) O Projecto LimparPortugal ficará vinculado pelas decisões tomadas em reuniões presenciais, a realizar pelo menos uma vez por mês em locais a designar, abertas a todos os seus membros.
Neste site, http://www.limparportugal.ning.com/ existem grupos por concelhos e o do sabugal já tem 8 membros, mais ainda são insignificantes para uma tarefa tão árdua.
Podem-se inscrever no grupo do Sabugal clicando aqui: http://www.limparportugal.ning.com/group/sabugal .
Em conversa com o Presidente da Junta do Casteleiro, surgiu esta problemática na freguesia em que as pessoas continuavam a despejar resíduos de obras e outros para as florestas da nossa freguesia. Como podem ver na foto, este monte de resíduos foi despejado depois de ter ardido.
Infelizmente o fogo veio queimar muita área inclusive lixo ardente que se encontrava nestes locais, sobrando os restos das obras para contar a história e marcar uma lixeira ilegal, basta darem um volta por alguns caminhos da freguesia e irão encontrar alguns destes pontos. O maior e mais perto situa-se no caminho que passa por cima da Quinta da Carrola onde se encontram dois novos montes já despejados depois do fogo.
Além de podermos participar no próximo dia 21 de Março de 2010 neste projecto, a junta de freguesia está a estudar a localização de um parque para todos poderem deitar os resíduos que posteriormente serão reencaminhados para o CIRVA - Centro Integrado de Reciclagem e Valorização Ambiental situado no novo parque industrial do Sabugal no alto do Espinhal onde os entulhos serão tratados e depois reencaminhados para alguns serviços que possam utilizar este produto resultante dos entulhos.
Por isso queria deixar um apelo a todos para fazermos algo pela nossa freguesia e pelo nosso espaço florestal, não deitando lixo para o chão, contactem sempre a junta de freguesia, que eles farão o encaminhamento para um local estratégico enquanto se finaliza o estudo da localização do local definitivo para receber este tipo de resíduos.
Uma boa semana…


"Ambiente agrícola e espaço florestal", espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

27/11/2009

Forno comunitário

A minha rua, hoje chamada “Travessa do Forno” mantém características que marcam um tempo passado, que gostaria de trazer aqui, à lembrança de todos.
O Forno comunitário era algo que fazia parte da vivência de todas as famílias do Casteleiro. Era aqui que a “ti Mari Bárbola”-como o povo lhe chamava, forneira de serviço, diariamente tinha por tarefa, ainda com a manhã bem longe, deitar o lume ao forno, normalmente com giestas, arrancadas com muito suor, na da serra que ainda ficava longe, e transportadas com muito custo no seu velho burrito até ao povo.
Ao mesmo tempo que o forno ia ganhando a temperatura necessária, lá ia a “ti Mari Bárbola” calcorreando as ruas do povo avisando as pessoas que tinham a sua vez marcada, para irem preparando a massa.
A farinha era feita de grãos de centeio, semeado, colhido e moído nestas nossas terras rudes mas generosas, outrora todas trabalhadas sol a sol, para que pelo menos o sustento das famílias estivesse assegurado.
Depois do pão, de tamanho familiar, “tendido”, era metido no forno, que tal como a “mestra” sabia, devia estar com o seu interior bem branco, para que a cozedura saísse perfeita.
Pronta esta fornada, outra se preparava para entrar e…este ritual repetia-se durante todo o dia, dia após dia…semana após semana…
No final de cada cozedura e como recompensa pelo seu trabalho a “ti Mari Bárbola” recebia a “poia”, nome que se dava ao pão a que ela tinha direito por cada fornada.
Este tempo já vai longe, muitas das pessoas que o utilizaram já partiram há muitos anos, mas este espaço, noutros tempos “comunitário”, continua em razoável estado de conservação, na Travessa do Forno, à espera que alguém recupere a sua memória e lhe dê nova vida, nem que seja para perpetuar a sua história.
Aqui fica um desafio à nova Junta de Freguesia, recentemente eleita.
Aproveitem enquanto ainda há muita gente com a memória bem vida e que daria um óptimo contributo na sua recuperação.

"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

25/11/2009

Feira Franca do Sabugal

No próximo domingo, dia 29, no Largo do Castelo, realiza-se a Feira Franca do Sabugal, uma iniciativa da Casa do Castelo e do bar "O Bardo". Oportunidade para encontrar uma grande diversidade de produtos do concelho, dos enchidos às velharias.

24/11/2009

Amor profundo ao nosso torrão natal

A propósito da frase do nosso amigo Daniel Machado, quando ele, aí em baixo, fala do «nosso lindo e risonho torrão natal», lembrei-me de uma cantiga de há mais de 50 anos, cantada numa festa rija com banda, foguetes e tudo, claro, na nossa terra.

Foi na altura da inauguração da luz eléctrica no Casteleiro, em 1956.

Um grupo de raparigas ensaiado, se não estou em erro, pela D. Felícia cantou nessa festa uma cantiga com letra amorosa sobre o Casteleiro e com música de uma canção popular na altura.
As cantoras iam todas vestidas com blusa branca e saia preta rodada, se bem me lembro. Eu tinha oito anos. Foi há «bué» de tempo…
Estão a ver que as reminiscências já não são muito apuradas. Mas estão cá dentro, ainda que diluídas.

Claro que, como mandavam as normas dessa altura, foram muitas pessoas até à ponte receber o Governador Civil.
Ali mesmo, aquele grupo coral cantou então, quando a autoridade chegou, algo como isto:

«Ó Casteleiro, terra de encanto,
Terra tão linda não há, não há.
É por ser bela que a amo tanto.
Nem que me paguem não vou de cá.

Quanto te deixo, ai que saudade…
Sinto os meus olhos brilhar de pranto,
Mas ao voltar que felicidade:
Sinto-me presa ao teu encanto

Em toda a Beira não há igual
Por isso a amo com amor profundo.
É a mais bela de Portugal,
Mais pitoresca de todo o mundo.»


Desde essa época, de vez em quando, cá em casa, canta-se isso, para lembrar (repito) «o nosso lindo e risonho torrão natal»…


Espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

20/11/2009

Vizinhança

Esta semana enviei um sms a um amigo casteleirense que vive em terras de França. Perguntava-lhe se visitava este Blog, em jeito de alerta e lembrete, sabendo eu da sua insaciável necessidade de ligação à velha aldeia.
Passados dias, a resposta chegou no figurino de comentário feito neste espaço.
É evidente que ele lê tudo o que aqui é escrito. O meu sms não adiantou nada, tal como eu suspeitava!
Fiquei com a noção exacta do poder das novas formas de comunicação e da possibilidade de um espaço, como este blog, poder servir como elo de ligação entre os muitos casteleirenses que vivem longe.
Afinal, este meu amigo está sempre bem perto, como nos tempos de vizinhança do “Largo Ribeiro dos Santos”.


"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

Novo Governador Civil


Santinho Pacheco, ex-Presidente da Câmara Municipal de Gouveia, foi hoje nomeado Governador Civil do Distrito da Guarda.

19/11/2009

Lar - Orçamento e Plano aprovados

No passado dia 14 de Novembro, e no cumprimento dos Estatutos, realizou-se a Assembleia Geral do Lar e Centro de Dia de S. Salvador do Casteleiro, onde foram aprovados, por unanimidade, o Orçamento e o Plano de Acção para o ano de 2010, documentos essenciais que irão ajudar a crescer, ainda mais esta instituição que os casteleirenses fizeram brutar desta terra dura, mas com gente do coração forte.
Quero registar, em primeiro lugar, o significativo número de associados presentes, o que aliás não era normal, e que enriqueceram esta Assembleia com a troca de ideia e sugestões. É certo que ultimamente o número de pessoas que querem colaborar com esta casa tem vindo a aumentar, mas este, deve ser o esforço a desenvolver por cada um dos associados.
Como diria o saudoso poeta e cantor: “ traz outro amigo também”. Nós subscrevemo-lo!
Para quem não pode estar presente, é bom transmitir aqui as palavras de confiança que a actual Direcção nos brindou, dando-nos conta do imenso trabalho desenvolvido nestes dez meses à frente da instituição.
Confiança:
- na melhoria dos cuidados a prestar aos utentes, nas vertentes de Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Lar, das quais destaco: assistência médica uma vez por semana; serviço de enfermagem 3 a 4 dias por semana, com a responsabilidade da gestão da medicação dos utentes e todos os serviços inerentes à situação de cada um;
- na melhoria da alimentação, com selecção cuidadosa dos produtos e ementas orientadas por uma nutricionista;
- na melhoria do serviço prestado ao Apoio Domiciliário, com visitas regulares a estes utentes, pela Directora Técnica, tomando conhecimento das suas necessidades e colaborar na resolução;
- na melhoria da formação de todo o pessoal que aqui trabalha
- na gestão de todos os serviços, actualmente assegurados pela Directora Técnica.
Por último e porque estamos a construir uma instituição de referência, é justo informar que brevemente teremos um fisioterapeuta e uma assistente social (em situação de estágio profissional), e uma animadora cultural.
Que mais se pode exigir a esta Direcção que definiu muito claramente o seu objectivo de melhoria desta nossa instituição e que tão boas provas tem dado?!
Continuem o vosso trabalho e, claro está, contem com todos nós!


"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

16/11/2009

Obrigado pela boa vontade, meus amigos!

Há um fenómeno que está a acontecer na nossa terra que me deixa muito orgulhoso: é que as coisas estão a mexer, uma nova geração está a mostrar-se empenhada em mudar para melhor e atrás deles já está a perfilar-se outra malta mais nova para os dias de amanhã.
Pelo contrário, infelizmente, em muitas aldeias do nosso País, as instituições morrem, as pessoas desinteressam-se e entra-se em preocupante situação de paralisação.
A nossa terra tem três instituições muito interessantes: a autarquia, com os seus dois órgãos, a Junta e a Assembleia de Freguesia; o Centro; e o Lar.
São três pontos fortes do Casteleiro. E oxalá que nunca morram.
O Centro, que ajudei a criar nos primórdios, tem um registo de intervenção que dá pouco nas vistas, mas devo dizer que sempre gostei muito de acompanhar o que ali se passa, mesmo que de longe. Pelo que oiço, tornou-se ao longo dos anos, cada vez mais, num ponto de encontro para convívios de tipo diversificado. O que é bom.
O Lar tem a maior importância para a nossa terra. É o amparo dos nossos mais velhos e é uma esperança de apoio para todos os que precisarem. E não só do Casteleiro: não há mal nenhum em que pessoas de outras terras onde não existe este tipo de estrutura possam beneficiar dos serviços do Lar. Sei que está a ficar melhor. E isso agrada-me.
E quanto à Junta e Assembleia, só duas palavras: muito bem. Ou seja: acho que ainda bem que nos últimos mandatos estas duas sedes do Poder Local ganharam alguma maior visibilidade e uma importância crescente – ao que sei até fora da freguesia, pelo menos ao nível concelhio.
Fico muito satisfeito com dois factos. Primeiro: estas instituições funcionam, e agora melhor do que antes; segundo: há agora mais gente e mais jovem, com nova mentalidade, mais aberta e mais moderna, empenhada em fazer funcionar estas realidades.
Às vezes falo destas coisas aos meus amigos.
Eles quase nem acreditam que as coisas funcionem assim lá longe, no meio da serra – como eles dizem, e eu gosto de os ouvir dizer isso… para depois lhes dar uma tareia de realismo (porque para eles tudo o que seja longe do Marquês de Pombal é demasiado longe).
Aos meus vários amigos e conhecidos que agora estão nestas frentes de combate, só uma palavra: Força!
Cá de longe, quero estar com vocês em tudo aquilo que possam fazer pelas pessoas da minha e vossa terra. Se eu puder ser útil, por favor telefonem, mandem um «mail», digam qualquer coisinha.
E… obrigado pela boa vontade.


Espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

Mesa das Juntas


Os Presidentes das Juntas de Freguesia do Concelho do Sabugal, em cerimónia realizada no passado dia 13 na Câmara do Sabugal, elegeram os seus representantes, a denominada "Mesa das Juntas".
O Casteleiro passou a estar representado nesta estrutura, através do seu presidente da Junta de Freguesia.
Foto: "Cinco Quinas"

14/11/2009

Daqui Viseu

O mais importante no homem não é o poder, a fama e a glória, mas sim as obras e o bem-fazer em prol do engrandecimento de uma povoação e do bem-estar das suas gentes.
Para tal, há que ter amor, força e persistência, já que este nosso querido Casteleiro bem merece que saia duma certa letargia e dum esquecimento por parte de quem tem poder de decisão, sabendo-se que memórias históricas e potencialidades não lhe faltam.
Não sendo considerada “aldeia histórica”, tem, na verdade, a sua história que a podemos e devemos divulgar e enaltecer, trabalhando para isso.
Eu por mim, já dei o lamiré. Agora há que dar as mãos e unir esforços para que, com a colaboração de todos os Casteleirenses, se ressuscitem as tradições, os usos e costumes, as memórias, ricas de um passado histórico, e se preservem lugares, coisas, obras rústicas e típicas que chamem a atenção e atraiam, não só os filhos da terra ausentes, mas também turistas, uma vez que o turismo é uma fonte de riqueza para o comércio e indústria hoteleira.
Que o Programa de Acção, apresentado pela nova Junta de Freguesia, ao qual se poderão adicionar outras propostas, venha a contribuir para o engrandecimento do nosso lindo e risonho torrão natal — CASTELEIRO e para o bem-estar da boa gente que nele nasceu e vive, são os votos de um filho seu,


"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

Jantar/Convívio

No dia 7, sábado, realizou-se no Casteleiro um jantar/convívio que reuniu muitas dezenas de amigos, oriundos de diversas freguesias do Concelho. Ementa recheada e uma boa conversa, foram os ingredientes certos para uma noite bem passada.






























13/11/2009

Feira de S. Martinho no Casteleiro

10 de Novembro. Hoje a manhã estava linda! O sol convidava os poucos habitantes da aldeia de Casteleiro - Sabugal - a saírem à rua, afinal era feira de S. Martinho, acontecimento anual que traz muitas lembranças àqueles que, mesmo com dificuldade saem de casa e vão até ao largo de S. Francisco - local de encontro dominical - para fazerem as suas compras e trocarem novidades. Há anos que este ritual se repete e claro está, que o convívio entre os que por ali se passeiam é um ponto alto deste dia. É bom recordar o ditado popular, que por aqui tinha força, " pelo S. Martinho, assa um magustinho, vai à adega prova o vinho e mata o teu porquinho". Actualmente, embora já não se mate o porquinho, mas continua-se a assar o magustinho e a provar o vinho.
É bom podermos sair da vida agitada dos nossos dias e mergulharmos neste ritual da Feira de S. Martinho, nesta aldeia marcada fortemente pela emigração, e que todos os anos nesta data pára a sua actividade para conviver, e fazer as compras há muito desejadas.
Que para o ano se repita!


"A minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia

11/11/2009

Dia de S. Martinho


· A cada bacorinho vem o seu S. Martinho.
· A cada porco vem o seu S. Martinho.
· Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
· Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho.
· No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
· No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
· No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
· No dia de S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho.
· No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho.
· Pelo S. Martinho abatoca o pipinho.
· Pelo S. Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
· Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
· Pelo S. Martinho nem nado nem no cabacinho.
· Pelo S. Martinho prova o teu vinho; ao cabo de um ano já não te faz dano.
· São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho rapa.
· Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
· Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
· Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho.
· Vindima em Outubro que o S. Martinho to dirá.

06/11/2009

O Casteleirense Albertino

Uma das características que marca a sociedade do nosso tempo é, cada vez mais, a cerrada competição “individual” e a total ausência dos valores do “colectivo”. Essa realidade é bem patente em áreas como o associativismo, no designado terceiro sector e também na política. A disponibilidade pessoal em prol do bem comum, de resposta séria e descomprometida de outros objectivos que não sejam o bem colectivo, vai rareando.
Perante este quadro, é justo evocar quem faz a diferença. No Casteleiro, o meu amigo Albertino Machado tem demonstrado no terreno que há excepções. Ligado à Junta de Freguesia nos últimos 16 anos, primeiro como vogal e depois como Presidente, provou o seu amor à comunidade e à terra que o viu nascer. Sem horários e sempre com total disponibilidade pessoal, deu diariamente o seu melhor em favor da nossa terra. Ao longo de 16 anos, o Albertino trabalhou em favor do “colectivo” e merece o reconhecimento dos casteleirenses.
Aqui fica o meu agradecimento pessoal, certo que, a curto prazo, todos teremos oportunidade de o apoiar para novos desafios.

"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

05/11/2009

Posse da Junta e Assembleia

No passado dia 31 teve lugar a cerimónia de tomada de posse da Junta e Assembleia de Freguesia do Casteleiro. Os novos orgãos autárquicos ficaram assim constituídos:

Junta de Freguesia
Presidente - António Marques
Tesoureiro - Vitorino Cantinhas
Secretário - Carlos Gonçalves

Assembleia de Freguesia
Presidente - Cristina Alexandrino
1º Secretário - Beatriz Nabais
2º Secretário - Jaime Rodrigues
Vogal - Ismael Martins
Vogal - Albertino dos Reis

Não compareceram ao acto os cidadãos eleitos Jorge Cameira e Isabel Fortuna.











04/11/2009

Assembleia Geral do Lar

No próximo dia 14, às 20 horas, realiza-se a Assembleia Geral do Lar de S. Salvador do Casteleiro, para apreciação e votação do orçamento e programa de acção para o ano de 2010.




02/11/2009

O Santóro

Para refrescar a memória dos já esquecidos e para conhecimento dos mais jovens deixo-vos hoje aqui uma tradição típica do Casteleiro, do dia 1 de Novembro, dito de todos os Santos.
O Dia dos Santos era considerado muito especial para a garotada da época (situemo-nos na década de sessenta).
Os padrinhos ofereciam aos seus afilhados “uma bica” – pão fabricado com uma massa especial, bem esticadinha, e untada com azeite. Bem, tinha um gosto, que deliciava pequenos e graúdos! Hoje, já não se consegue reproduzir. Acho mesmo que, nas padarias actuais, que fornecem pão ao Casteleiro, já não existe tal receita, isto a avaliar pelas imitações que neste dia a tradição ainda impõe.
Nesta manhã, os pequenos não tinham sono. Depois da visita ao padrinho, a quem pediam “a sua bênção”, rumavam em grupo, percorrendo todas as ruas da aldeia, de cesta ou bolsa na mão a pedir o “Santóro”. Batendo a todas as portas, destacando as casas mais abastadas, chamando pelos moradores, que lhes ofereciam: figos secos, castanhas, nozes…
De regresso a casa, e com as cestas mais ou menos cheias, deliciavam-se e extravasavam a sua alegria perante os restantes membros da família.
Este “Dia de todos os Santos” terminava com toda a família à volta da lareira, saboreando umas castanhinhas assadas, acompanhadas de uns copinhos de jeropiga.

Joaquim Gouveia

01/11/2009

Renascer das Cinzas

Passaram dois meses após o gigante incêndio que passou pela nossa freguesia e que deixou um rasto de destruição, pintando paredes, caminhos e troncos de árvores que restaram de negro. As primeiras chuvas já se fizeram sentir, algumas até provocando derrocadas, levando consigo pedras, pequenos ramos e cinzas que cobriam o solo despido de vegetação. Perdeu-se, assim, a riqueza das cinzas que iriam fertilizar as primeiras plantas a aparecer, como as herbáceas ou este pequeno carvalho que podemos ver na foto.
Este pequeno rebento conseguiu regenerar pouco tempo depois de o incêndio ter passado por ele, tal é a energia, a vontade de crescer e poder dar continuidade à sua espécie por muitos anos vindouros de tempestades e incêndios e outras catástrofes que poderão surgir.
Quando me fizeram o convite para colaborar no Viver Casteleiro demorei a responder, pois achava que não ia ter tempo para colaborar. Mas hoje tive um tempinho e decidi escrever. Não sei qual vai ser a periodicidade da colaboração, mas seguramente irá abordar fundamentalmente a questão ambiental agrícola e espaço florestal, pois é essa a minha área de formação e o que faço no dia a dia. Espero que este seja o primeiro de muitos posts.
E porque a vida dos nossos campos tem que continuar, e muitas vezes com tragédias como esta é que se repensa, planeia e modifica o ordenamento do território, plantando diversidade de espécies, fazendo mosaicos com campos agrícolas e campos florestais, penso que “infelizmente, já que o mal está feito” temos aqui uma boa oportunidade para repensar o ordenamento da nossa freguesia.
Para isso, e dado que estou a colaborar com o projecto da Quercus. - Associação Nacional de Conservação da Natureza (http://www.quercus.pt/), mais propriamente no projecto denominado Criar Bosques, (http://criarbosques.wordpress.com/) os proprietários de terrenos com aptidão para floresta que queriam reflorestar, podem obter mais informações naquele site. Este projecto disponibiliza plantas gratuitamente e, em troca, o proprietário tem que cuidar delas durante 35 anos, sem as poder abater.
Não podemos deixar os terrenos ao abandono como muitos já estavam e ajudar dessa forma a aumentar as dimensões do incêndio.
Quem precisar de alguma ajuda em termos de espécies a escolher e tudo mais, posso dar umas dicas.
Penso que juntos podemos fazer mais e melhor pela nossa freguesia!

"Ambiente agrícola e espaço florestal", espaço de opinião de autoria de Ricardo Nabais

Cheiros e Sabores de outros tempos (1)

O Outono está aí! Embora as temperaturas persistam em manter os agasalhos bem guardados, a natureza não perdoa!
Percorrendo os campos da nossa terra, agora queimados, os casteleirenses, podem, aqui e a ali, ver as mutações das cores, em que o castanho e o vermelho assumem a excelência.
Mas o Outono trazia outras coisas tão características da nossa terra. As ruas ficavam invadidas do cheiro a mosto, a jeropiga e a aguardente.
Quem não se lembra do sacrifício que os “garotos” faziam quando tinham que entrar às pipas para proceder à sua limpeza, para mais tarde poderem receber o vinho que daria força a tanta gente durante o ano de trabalho.
É que estes, de tão pequenos que eram, entravam mais facilmente naqueles recipientes feitos de madeira, cuidadosamente trabalhada.
Já imaginaram o perigo de intoxicação a que estas crianças eram expostas!? Eu acho que nesse tempo as crianças não corriam qualquer perigo! … ou melhor, o único perigo, era mesmo o de brincar – por isso evitava-se!...
A propósito, lembram-se como se chamava o pó avermelhado saído do interior das pipas, depois de bem raspadas? - Era o “sarro”, que depois era vendido, por um preço razoável, diziam, aos “farrapeiros” do Dominguizo. Às crianças, sujeitas a tais torturas alcoólicas é que não sei se lhe calhava alguma parte do negócio!?
Hoje os tempos são outros: a aldeia desertificou-se, as vinhas estão velhas e cansadas, as pipas estão vazias e, os cheiros a que me refiro estão cada vez mais ausentes deste quotidiano, mas bem guardados nos sótãos das nossas recordações.

Espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia