27/07/2010

Junta de Freguesia com horário alargado

A partir do próximo dia 2 de Agosto, a Junta de Freguesia de Casteleiro passa a disponibilizar atendimento à população todos os dias úteis, das 10 às 13 horas e, no período da tarde, das 14 às 17.30 horas. Mantém-se, ainda, o horário praticado até agora, terça-feira e quinta-feira, das 20 às 21 horas.
Com esta medida, possível graças à colocação pelo Centro de Emprego da Guarda de um Assistente Administrativo, através do programa Emprego/Inserção, a Junta de Freguesia concretiza o compromisso assumido de prestar um serviço de atendimento alargado, que vá de encontro às necessidades da maioria da população.
Deste modo, é agora possível, durante praticamente todo o dia, efectuar o pagamento de serviços (Água, Telefone, Electricidade, Contribuições), receber pensões, bem como ter acesso a todos os outros serviços já disponibilizados.

Rosina Almeida participa em Projecto Moda

Rosina Almeida, natural de Casteleiro, faz parte dos 10 participantes do novo programa da RTP1, Projecto Moda. A estilista ganha assim projecção nacional, e tem a oportunidade de mostrar as suas competências na área do design de moda.

Rosina Almeida, costureira de profissão e natural do Casteleiro participa no novo programa da RTP1, produzido pela “Fremantle Media”, que estreou no domingo 25 de Julho, - Projecto Moda. A estilista já foi referida no nosso jornal, na edição de Junho de 2009, quando desenhou e fez o vestido da modelo Michelle Rocha, que desfilou no Full Fashion Look 2009, onde Emanuel Lopes, também natural do Casteleiro foi distinguido.

Este programa é uma adaptação portuguesa de “Project Runway”, apresentado nos E.U.A. pela top model Heidi Klum. Em Portugal, a apresentação é da responsabilidade da modelo Nayma. Projecto Moda pretende dar a oportunidade a 10 estilistas portugueses de demonstrar as suas capacidades técnicas, arte e criatividade no mundo da moda.

Ao longo de oito emissões, os designers terão que enfrentar vários tipos de desafios, e provar que têm a habilidade e o talento necessários para se manterem no programa. Este formato televisivo desafia os concorrentes semana após semana no intuito de estimular ideias. Na avaliação de cada estilista é considerada a sua originalidade e a sua visão individual. Os concorrentes têm que trabalhar sob pressão, e finalizar as suas criações dentro de um espaço temporal limitado.

O prémio atribuído ao vencedor do programa é um estágio remunerado de seis meses na Modalfa, para além da visibilidade nacional que o programa dá aos participantes.

Rosina Almeida, já ultrapassou o primeiro desafio. Com este programa, a estilista nossa conterrânea está a ter projecção nacional. As suas criações traduzem a visão característica e original que esta designer tem sobre o mundo da moda. É este também um dos aspectos mais valorizados no programa, e assim, torcemos para que ela consiga alcançar um dos lugares cimeiros, e retirar proveitos a nível profissional desta oportunidade.

Passeio do Centro de Animação Cultural

Como é do vosso conhecimento, o Centro de Animação Cultural do Casteleiro organizou uma visita ao Castelo de Almourol e à cidade histórica de Tomar, que se realizou no passado dia 17 de Julho.
Com partida do Casteleiro, às 7:30h pusemo-nos à estrada, tendo feito uma única paragem pelo caminho para consolar o estômago. Apesar do difícil acesso, lá chegámos a Vila Nova da Barquinha, onde nos esperava um barco que nos conduziu até ao Castelo de Almourol. Tivemos oportunidade de explorar o Castelo que está erguido numa pequena ilha escarpada no meio do rio Tejo. Do alto das muralhas podemos vislumbrar de várias perspectivas a paisagem envolvente. Para repor as energias escolhemos a cidade de Tomar, almoçámos tranquilamente num parque junto ao Convento de Cristo.
Depois de almoço, percorremos a cidade no comboio turístico que nos deu a conhecer os pontos mais atractivos de Tomar. Passeámos pela zona dos Pegões onde fizemos uma paragem para observar a paisagem abastada de figueiras e o aqueduto que em tempos assegurou o abastecimento de água ao Convento de Cristo. Avistámos a Mata dos 7Montes à medida que íamos descendo para a cidade. No centro de Tomar, especificamente na praceta Alves Redol, vimos trechos arquitectónicos de edifícios de outrora, o pelourinho, os Lagares do Rei, a Igreja de Santa Iria, entre outras. Tivemos ainda oportunidade de atravessar o rio Nabão pela ponte velha e de passear pelo parque do afamado Hotel dos Templários. No centro da cidade, o rio Nabão contorna uma pequena ilha ajardinada, dividindo o seu curso entre o leito principal e uma levada que desvia a água para os antigos Moinhos do Rei. Nessa zona encontra-se uma grande nora de madeira ligada às tradições de rega, conhecida por roda hidráulica do Mouchão. Na margem esquerda do rio Nabão vimos a Igreja de estilo gótico de Santa Maria dos Olivais onde se encontra o túmulo de Gualdim Pais, mestre da ordem dos Templários.
Depois de alguns minutos de descanso nas sombras do parque do Convento de Cristo fomos visitar este exemplar magnífico da história da arquitectura portuguesa. Finda a visita ao Convento de Cristo, aproveitámos para vaguear pelo centro de Tomar desfrutando dos jardins refrescantes ao longo do rio Nabão. O regresso a casa foi animado como não poderia deixar de ser.
Espero que tenham desfrutado do passeio e que aguardem ansiosamente o próximo.


Texto de autoria de Ricardo Fortuna

21/07/2010

José Sócrates no Casteleiro


Momentos antes de inaugurar, esta manhã, a central mini-hídrica do Meimão, o Primeiro Ministro José Sócrates parou no Casteleiro para cumprimentar os autarcas da freguesia e população que o esperava. Na ocasião, foi-lhe oferecida uma monografia da aldeia pelo seu autor, Daniel Machado.

Festa de Stº António


08/07/2010

Casteleiro de outrora: profissões

O que se passava antes de eu ter um mínimo de memória das coisas não sei. Mas como funcionava a nossa terra quando eu tinha os meus 6 a 10 anos?
Bom, antes de mais: as pessoas trabalhavam quase todas no campo. E de sol a sol.
Eram as batatas, o milho para os animais, o centeio (nada de trigo, aqui), os pimentos, as couves. Eram as melancias (com poças da altura de um homem para cada uma), era a azeitona, as castanhas para meia dúzia, os pepinos, os tomateiros e pouco mais (nunca tinha visto cenouras até ao dia em que saí do Casteleiro!).
A agricultura era de sobrevivência, ou seja, cada qual cultivava para si os legumes, batatas, pão – e não dava nem para a família quanto mais para outros brilharetes...
Hoje a malta queixa-se e com razão. Então imaginem nesses tempos.
Uma vida muito difícil. Muito difícil.
De vez em quando, havia assim uns mimos.
Vinha peixe uma ou duas vezes por semana. Em caixas de madeira. Peixe salgado como o diabo. Quem o vendia eram as duas «sardinheiras»: a ti’ Carminda e e a ti’ Mari Cândida Madeiras.
Os comerciantes vendiam o bacalhauzito – ainda mais salgado. Matava-se o porquito no Natal / Ano Novo e dava carninha para todo o ano – era a poupar, meus amigos. Alguns iam à caça (caçava-se durante todo o ano nesse tempo).
Havia uns coelhitos numa capoeira ou outra.
As galinhas, duas ou três vezes por ano, ajudavam a aumentar a dose de proteínas. Mas pouco. Até se dizia que só se matava uma galinha quando alguém estava doente. De resto, as galinhas eram para pôr os ovos da praxe. E que bom que era aquele prato de batata frita com ovos estrelados…

Profissões especiais

No Casteleiro, como certamente em cada aldeia, havia umas quantas profissões que fugiam deste registo.
Vamos corrê-las uma a uma.
Primeiro, os lagares de azeite que, em dois meses por ano, ocupavam cinco ou seis pessoas. O mais antigo era nos Lagares, a caminho da Ribeira da Nave, digamos. Depois, funcionavam o do Sr. Manelzinho Fortuna, no Alvarcão, e o da Senhora da Quinta. Trabalhar nestes lagares, não era bem uma profissão: era antes um biscate naqueles dois meses muito duros de trabalhos forçados.
Depois, a padaria do Sr. Abílio Moleiro, lá em cima, ao pé do campo da bola desses tempos, em frente ao actual Lar. A família toda laborava na profissão: o Sr. Hermínio Moleiro (Fernandes), a Sra. Adelina, familiares e empregados.
Um profissional que sempre me impressionou foi um senhor que era latoeiro e caldeireiro. Era o ti’ João Latoeiro. A oficinazita acanhanda dele, lembro-me muito bem, era ali ao Batorel, mesmo em frente da casa do Sr. Manuel Machado (pai do nosso Amigo Daniel Machado e avô do nosso fotógrafo e operador de vídeo, o jovem José Manuel).
Barbeiros, no Casteleiro desse tempo, acho que havia pelo menos três: o ti’ Nàciso (Narciso), o «mudo» (desculpem, mas não me lembro do nome), e o «Zé Rosa». O ti’ Narciso era também «enfermeiro, médico, dentista» – tudo, para desenrascar as situações desse foro.
Comerciantes, houve uns quantos: o t’ Manè Pinto (avô do Paulinho Pinto Martins), ao pé da Praça; mais tarde, o Sr. José Mourinha e o Sr. Tó Pinto; um pouco antes e por pouco tempo, o Sr. Manuel Abade, e sempre, naqueles tempos, o Sr. Firmino – estes dois, mais lá para os lados do Largo do Chafariz.
Para comércio mais grossista, havia o t’ Jaquim Canelo, que viveu lá mais adiante, a caminho da saída para os lados da Ponte.
Carpinteiros, havia o T’ Zé Mel e o Ti Zé Lopes.
Ferreiros: o t’ João Ferreiro e o filho, o Tó Ferreiro (pai do meu especial Amigo Zé Augusto, que também fez a sua vida profissional no mesmo ramo).
Taxistas, havia um só de cada vez: primeiro, o Sr. Quim Paiva, depois o Quiel e por fim, nesses tempos, o meu pai, o t’ Zé Pedro (José Augusto).
Sapateiros havia dois: o ti’ Luís Pinto, na Rua Direita, e o ti’ António Martins no Reduto.
Havia pedreiros na nossa terra. Um grupo deles: em primeiro lugar, os Catanas quase todos (o ti’ João Catana – o tal que batia na televisão da Casa do Povo quando a emissão estava suspensa ou o aparelho avariava! –, o ti’ Manel Catana, irmão do primeiro, e ainda o meu avô, o t’ Jaquim Pedro (Joaquim Catana). O Sr. Venâncio era pedreiro também.
Havia também três alfaiates, o Sr. Tó «Coxo», o Sr. Miguel Coelho e, mais tarde, o Tonito.
E duas costureiras: a Sra. Maria Augusta (mulher do Sr. Miguel «Beijina»), que morava na Rua Direita, logo a seguir à Praça, e a Sra. Ana Eleutério, avó da actual Presidente da Assembleia de Freguesia, Dra. Cristina Alexandrino, que morava no Largo de São Francisco, na casa que ainda é da família.
E havia as duas forneiras: a ti’ Mari Barbra (Maria Bárbara de seu verdadeiro nome, claro) e outra, a ti’ Maria (era chamada só assim, mas os eu nome era Maria da Piedade Leitão). Os fornos ficavam um próximo da casa do Sr. Alexandre Paiva e o outro em frente do balcão da casa do ti’ Henrique Cameira, cuja frente dá para o Reduto.
Na nossa terra naqueles tempos da minha infância houve vários professores que nos marcaram. Penso que, por todos, devo citar o Prof. Neves e a mulher, D. Nazaré.
Houve na terra pelo menos uma tecedeira: a Sra. Antónia, ao Batorel.
Havia o alambique, a São Francisco, com o ti’ Adelino.
E a profissão dos ferreiros (que ferravam burros, cavalos, vacas) tinha dois representantes: Firmino «Ferreiro», do Monte do Bispo, radicado no Casteleiro, e o ti’ António Torra (que também foi taberneiro).
Taberneiros, havia mais dois: o t’ Manel Silva, ao pé do Sr. Tó Pinto, e o t’ Zé «da Velha», na Praça.
E é tudo.
A rapaziada que me lê não se lembra disto. Mais uma vez aconselho-os a que perguntem aos pais e sobretudo aos avós. Eles conhecem isto tudo e vão gostar que vocês lhes leiam os nomes da malta do seu tempo.

Se os conto bem, numa aldeia que à data devia ter uns 1 500 habitantes, haveria aí umas 40 a 50 pessoas que não faziam a sua vida na agricultura mas sim em profissões de outros ramos. Ou seja: 97% eram agricultores; 3% estavam noutras profissões.

Assim era o Casteleiro desse tempo difícil. Muito difícil.




"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

01/07/2010

Sardinha e Futebol

Após um jogo de futebol em que Portugal parece que perdeu não nos recordamos já com quem, os Casteleirenses reuniram-se no Largo de S. Francisco para a tradicional sardinhada anual. Numa noite de Verão muito agradável, notou-se apenas uma leve brisa vinda dos lados de espanha!