30/11/2017

Lar aprova Plano e Orçamento - 2018



No passado dia 25 de novembro teve lugar a Assembleia Geral dos sócios da Associação do Lar e Centro de Dia de São Salvador do Casteleiro.
De acordo com o número 3 do artº 29 dos seus Estatutos “A Assembleia-Geral reunirá ordinariamente até 30 de Novembro de cada ano, para apreciação e votação do orçamento e programa de ação para o ano seguinte”.
Com o Plano de Atividades e o Orçamento disponibilizados atempadamente todos os sócios puderam fazer a sua análise prévia e consolidar as suas opiniões.
Baseado no RIGOR e na SUSTENTABILIDADE da instituição o Orçamento, a rondar os quinhentos mil euros, prevê um saldo positivo, tal como já se confirmou em anos anteriores.
Das notas explicativas dadas pela Direção registe-se o facto do Lar do Casteleiro manter as suas contas sãs, chegando ao final de cada mês com os salários dos colaboradores e pagamento a fornecedores, completamente regularizados.
Depois de analisados, o Plano de Ação e o Orçamento para 2018 foram aprovados, por unanimidade, pelas três dezenas de associados presentes.

A Direção


21/11/2017

Lar inaugura "Local de Oração"

No meio de um mundo agitado, por vezes é necessário encontrarmo-nos a nós próprios, no meio da multidão, pensar, refletir nos cruzamentos e estradas da vida
Foi com este intuito que a Associação do Lar e Centro de Dia de São Salvador do Casteleiro decidiu construir um espaço físico destinado à oração, à meditação.










A inauguração deste espaço foi no pretérito dia 16 de Novembro, precedida de missa e benção pelo Sr. Pe. Eduardo, e contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, Sra. Vereadora Sílvia Nabais, Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Casteleiro, sócios fundadores, elementos do Conselho Fiscal e Assembleia Geral, familiares e amigos dos utentes, colaboradoras, bem como a presença dos próprios utentes das três valências da instituição.
Passamos a transcever o discurso proferido pelo Sr. Presidente da Direção:
“ Boa tarde meus senhores e minhas senhoras. Em primeiro lugar quero agradecer a todos a vossa presença; à Câmara Municipal do Sabugal, Sr. Padre Eduardo, Junta de Freguesia do Casteleiro, a todas as Associações aqui representadas, e todas as pessoas presentes; É com imensa satisfação que vos recebo nesta casa na inauguração de uma pequena capela, um Lugar de Oração, que o Lar não tinha mas, que se sentia imensa necessidade; Tudo isto nasceu de um sonho; Um sonho de olhos bem abertos; Penso todos os mortais são sonhadores; Eu sou um sonhador; mas quando se sonha é preciso acreditar e, eu acreditei.
Mal de quem não sonha, em especial a pensar no seu semelhante;










Quero agradecer à camara municipal do SABUGAL, na pessoa do seu Presidente Eng. António Robalo, que ao apresentar-lhe a ideia, de imediato foi por si acarinhada, porque todas as vezes que me dirigia ao seu gabinete era sempre bem recebido sem que procurasse se tinha ou não entrevistas marcada e, não forma poucas; Pela ajuda da Cmara Municipal, porque sem ela não seria possível a sua construção; Por vezes não é só o vil metal que conta; as palavras vão muito mais longe e, incentiva-nos a não desistir; Aos Senhores Veradores com quem contactei, sempre me receberam de portas abertas, à Dra. Matilde e arquiteta Sofia pelo seu trabalho e conselhos; À Junta de Freguesia do Casteleiro pela sua ajuda monetária, à utente desta Casa Dª Mª Piedade Mendes e Lena Campos pela ornamentação da nossa capela.
E como os últimos são sempre os primeiros, para a D. T. Dra. Sara Ribeiro e Enf. Carla Clara, que sempre acreditaram em mim, me incentivaram, me ajudaram a sonhar, me acompanharam, me auxiliaram vai para elas o meu reconhecimento e o meu BEM HAJA!
Esta obra nasceu de um sonho, de uma necessidade; Como Sonho foi o início da construção deste Lar, (estão entre nós alguns dos seus fundadores a quem agradeço a sua presença). Esta casa não tinha um local de Oração; Não é uma Catedral, uma Igreja, é apensas uma pequena capela religiosa, que ficará sempre de portas abertas, para quando alguém tenha necessidade de desabafar, meditar, orar ou mesmo falar sozinho, do seu passado, das agruras do presente; Tem aqui onde se refugiar, dar largas ao seu pensamento, limpar algumas lágrimas ao relembrar um passado que dificilmente regressa.
Tudo isto em nome dos nossos utentes que estão e estarão sempre em primeiro lugar; Estarei como sempre estive a seu lado, dentro ou fora dos Corpos Sociais, é a minha missão; É uma missão que impus a mim mesmo; Estar sempre ao lado dos humildes e dos que sofrem. A minha mente está com aqueles que passaram por esta casa e já partiram; Para eles vai a minha homenagem e lembrança.
E para terminar quero citar esta frase, lida por mim em qualquer lugar:
O HOMEM SONHA E A OBRA NASCE.
Muito obrigado a todos os presentes que se dignaram a estar nesta singela inauguração."

O Presidente da Direção
Jaime Rodrigues


11/11/2017

A Dona Maria do Céu


“Maria do Céo” nasceu pelas oito horas da noite do dia 23 de maio de 1900 no lugar de Enxames, freguesia da Fatela, concelho do Fundão. Foi baptizada no dia 13 de julho do mesmo ano, na Igreja de São João Baptista da Fatela.
Ilegítima por ser filha de pai incógnito, era filha de Theresa Jorge de Carvalho, solteira, com a profissão de costureira, empregada de casa do Padre António Vaz Barreiros, natural e moradora na freguesia das Inguias, concelho de Belmonte. Foi padrinho de baptismo Manoel Mathias Lopes, solteiro, pastor e madrinha Maria Nunes dos Santos, solteira, costureira, ambos da freguesia da Capinha.
Theresa de Carvalho, mãe da Maria do Céo, nascera às dez horas da manhã do dia 26 de Setembro de 1876, filha de José Rodrigues Carvalho, carpinteiro e de Theresa Jorge, fiadeira, naturais e moradores na freguesia das Inguias que tinham casado em 14 de agosto de 1865, ele com 29 e ela com 20 anos. Era neta paterna de Thimóteo Ambrósio, pastor, natural de Caria e de Maria de Carvalho natural das Inguias. Por parte da mãe era neta de António Rodrigues Leitão e de Maria Jorge, igualmente das Inguias.
A Maria do Céu, após ter passado os seus primeiros anos de vida nos Enxames, segundo as nossas fontes regressou às Inguias para junto da mãe e aí frequentou a escola.
Em 20 de janeiro de 1919, com apenas 18 anos, casou civilmente nas Inguias com Joaquim Lopes Neves Mendes Guerra, natural do Casteleiro, então com 25 anos, que terminara em 1916 o curso de Direito na universidade de Coimbra.
Começava nesta data o período uma nova etapa na vida da, agora, Dona Maria do Céu, durante décadas conhecida como a “Senhora” da Quinta. A Quinta Mimosa. A 31 de Janeiro de 1951 morre, nas Inguias, a sua mãe Teresa. E dois anos mais tarde, a 24 de Janeiro de 1953, perde o marido, Joaquim Guerra, na sequência de uma hemorragia cerebral. Fica viúva aos 52 anos.
O Dr. Joaquim Guerra era filho de um dos mais abastados proprietários do Casteleiro, Manuel José Fernandes Mendes Guerra casado com Emília dos Prazeres Neves Mendes Guerra, natural de Tamanhos, concelho de Trancoso. Sobre a vida e personalidade deste nosso conterrâneo já aqui, em crónica anterior, fizemos referência. Assim, por ocasião da sua morte, o património agrícola era imenso e, sem duvida, o principal empregador da aldeia a par da Quinta de Santo Amaro. O Casteleiro tem de área 4300 hectares. As duas maiores quintas, Santo Amaro e Valverdinho, somariam, na altura, cerca de 2400 hectares. A “casa” agrícola do Dr. Guerra estaria muito próximo dos 500 hectares.
A “Quinta” foi durante muitas décadas uma referência em vários aspectos. A Dona Maria do Céu, benfeitora, teve uma vida sempre ligada à Igreja. Essa é uma realidade bem conhecida dos casteleirenses. Contribuiu e apoiou monetariamente diversas obras de índole religiosa nomeadamente nos distritos da Guarda e Castelo Branco. São disso exemplo a construção do novo edifício do Seminário Maior da Guarda, inaugurado em 1931, as referências existentes no arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal (que lhe prestou homenagem) ou mesmo um subsídio de 250$00 (quando a média de donativos era de 40$00) dado ao Jardim Escola João de Deus de Castelo Branco, como nos refere o jornal “Beira Baixa” de 13 de Março de 1960.
E muito mais se poderá escrever sobre a “Senhora”. Este é apenas um contributo de pendor e âmbito genealógico.
Faleceu no dia 1 de Janeiro de 1987. Está sepultada no cemitério do Casteleiro junto ao seu marido e também do Padre António Vaz Barreiros que falecera a 1 de Abril de 1954, tendo passado os últimos anos de vida na Quinta Mimosa.
Na lápide da sua sepultura está escrito “Aqui jaz D. Maria do Céu Barreiros Guerra”. Após uma vida de 87 anos com um assento de baptismo onde estava escrito “ilegítima”, apenas na morte lhe foi reconhecida a paternidade.
 

 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 

05/11/2017

O SINO DO CASTELEIRO


Este é o sino original do Casteleiro que desde 1950 até meados dos anos oitenta, marcou o tempo na Aldeia. Depois de muito tocar e com muitas fissuras, foi substituído por dois, mais pequenos, que hoje lá se encontram. E teve um fim dramático já que acabou num voo de 23 metros, lá do alto até ao chão, frente à porta de entrada da Torre.
Foto: António Marques (1980)