27/03/2014

Utentes do Lar visitam Universidade


No passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, os utentes das valências de ERPI (estrutura residencial para pessoas idosas), Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário do Lar S. Salvador do Casteleiro, aceitaram o convite do Dr. João Luís Batista e rumaram até à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã, onde assistiram à sessão de abertura da Semana Internacional do Cérebro.
Estiveram presentes várias entidades, entre os quais: Dr. Luís Taborda Barata, Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, Dr. Vítor Pereira, Presidente da Camara Municipal da Covilhã, Rui Costa, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências e Investigador Principal da Fundação Champalimaud, Miguel Castelo Branco, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Cova da Beira, Maria Assunção Vaz Patto, Neurologista e Professora da Faculdade de Ciências da Saúde, Rosa Marina Afonso, Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e Graça Baltazar, Professora da Faculdade de Ciências da Saúde.



 
 
 
 
 
 
 
 
 
A intervenção do investigador Rui Costa, como orador na sessão, proporcionou aos nossos utentes uma melhor compreensão sobre o que se passa no interior do cérebro e como este reage perante determinadas situações. De seguida assistiu-se a um debate sobre a temática do envelhecimento activo:O desafio de contrariar o envelhecimento cerebral”.
A sessão contou com dois momentos culturais: um espectáculo de dança contemporânea do Conservatório da Covilhã e a actuação do Coro Intermezzo, Academia de Música e Dança do Fundão. Seguiu-se um lanche convívio com todos os participantes.
No final foi-nos proporcionada uma visita guiada aos laboratórios da Faculdade onde os utentes puderam assistir in loco à explicação de como fazer algumas análises laboratoriais e chegar à obtenção de resultados científicos.
Os nossos utentes fizeram um balanço positivo de mais uma actividade cultural, salientando alguns deles que: “Foi preciso chegar a esta idade para vir a uma Faculdade!”

A Direcção do Lar S. Salvador

24/03/2014

CORNATCHO


Apesar da seara que o há-de, se encontrar no seu desenvolvimento natural, ao longo dos seus nove meses de gestação (de novembro a julho), hoje apeteceu-me trazer à vossa lembrança e conhecimento, algo estranho - «cornatcho» - procurado nas espigas do centeio, por alturas da ceifa.
Crianças e adultos, de olhos bem abertos, percorriam as searas já amadurecidas e, quando encontravam este fungo do centeio, de forma córnea, explodiam de alegria. O preço a que era vendido justificava tal busca.
Depois de colhido, era muito bem guardado até que passavam pelo Casteleiro uns homens munidos com uma “balança de dois braços” para o comprar e pagar. Normalmente aos domingos – dia de agradecimento ao Senhor – ouvia-se o já conhecido pregão:
- “QUEM TEM LENTICÃO, SARRO E FERRO VELHO P’RA VENDER?” Assim diziam em voz alta os homens de saco às costas, vindos do Dominguizo – terra do concelho da Covilhã. 
No tempo em que o dinheiro não abundava, sempre era uma ajudinha para comprar a roupa e os sapatos para a festa de Santo António, que seria no mês de Agosto.
Notas:
(1)   Lenticão: nome das excrescências do centeio (no Casteleiro chamadas de «cornatcho»);
(2)   Sarro: nome dado ao pó retirado ao interior das pipas do vinho, aquando da sua preparação para, em setembro, levarem o vinho novo.
(3)   Ferro velho: relhas e bicos dos arados, já gastos, usados na lavragem da terra; aros de pipas, já corroídos pelos anos; panelas de ferro consumidas pelas gerações já passadas (…) entre outros ferros que pudessem ser «reciclados».
 
APELO: Consciente do espaço mediático e de comunicação que, hoje em dia, o Faceboock ocupa no dia-a-dia dos cidadãos, não posso deixar de fazer um apelo a todos os casteleirenses para que, apesar disso, não deixem de utilizar o nosso blogue VIVER CASTELEIRO.
Considero este meio um espaço plural onde, cada um, à sua maneira, pode contribuir para um conhecimento cada vez maior, desta nossa terra.
Desde os documentos que trazem até nós o conhecimento de figuras e acontecimentos relevantes na história do nosso povo, passando pelos recortes de vidas e tradições, o VIVER CASTELEIRO assume-se, ainda, como um espaço de informação sobre os mais variados aspetos do dia-a-dia do Casteleiro.
 
 
 
 
 
 "A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia

 

 
 

21/03/2014

A busca do ouro em 1724


Investigar a história e as estórias do Casteleiro revela-se uma tarefa rica de episódios  Quadros do quotidiano de uma aldeia rural recheada de vida e onde tudo parece ter acontecido. Hoje falamos de “embusteiros”.
Corria o ano de 1724 na aldeia, então com 500 habitantes. Mas a rotina dos primeiros meses desse ano tinha sido alterada com a chegada de um homem de nome José Bernardo. Chegou com mapas e prometeu descobrir um tesouro: nada mais nada menos que treze arrobas e meia de ouro. Fascinados, os nossos antepassados arregaçaram mangas e toca de cavar em busca do tesouro.
Mas os meses passavam e nada de tesouro. E o tal de José Bernardo a dar ordens a toda a gente, vivendo à custa dos casteleirenses. Até ao dia em que a coisa estalou. O homem era um impostor e como tal merecia uma boa sova: “enfadados de trabalharem sem proveito lhe deram algumas pancadas e o ameaçaram com mais”. Dito e feito. E de seguida uma queixa apresentada em Sortelha a um tal Manuel Mendes Vella, decerto uma autoridade. A estória chega aos nossos dias graças a essa queixa que daria origem a um inquérito conduzido por Frei Manuel Godinho, capelão em Castelo Branco.
É o inquiridor que escreve a 14 de Maio de 1724: “Durante 3 ou 4 meses ter um embusteiro que se nomeava José Bernardo o qual trazia enganado aquele povo e de alguns lugares vizinhos  prometendo-lhes  descobrir  naquele sitio um tesouro de treze arrobas e meia de ouro em contas preciosas . Durante aquele tempo fez trabalhar aquela simples gente de dia e de noite cavando, derribando penedos, fazendo-lhes obrigações por escrito, que eu vi, para o cumprirem. Também fazia algumas curas com palavras que não se lhe entendiam e experiencias com ferros em brasa.” Entretanto, José Bernardo sumiu da região.
O que os casteleirenses de então não sabiam e que hoje nós sabemos,  é que o tal José Bernardo era um “embusteiro” profissional.  A 23 de Julho de 1723, era dado como cirurgião, casado com Ana Mendes e que por “culpas” tinha sido condenado ao degredo pela Inquisição de Coimbra por quatro anos em Castro Marim. Mas, qual degredo, a 19 de Outubro do mesmo ano é citado pela Misericórdia de Castelo Branco como homem solteiro a caminho da vila de Múrcia do arciprestado de Braga.
Pelo caminho, fez uma paragem no Casteleiro. E pôs toda a gente à procura das arrobas de ouro.

Casteleiro, um passado de história e estórias!






"Reduto", crónica de António José Marques



17/03/2014

Assembleia Geral do CACC


Sabão em barra


 
Longe vai o tempo em que o sabão era feito em casa, à medida da necessidade mas, sobretudo, de acordo com a matéria prima existente, ou seja das borras que se depositavam nos potes do azeite que alimentava com muito rigor, as bocas da casa e a candeia que servia de companhia nas noites longas de inverno.
Lembro que a minha mãe fazia muito bem este tipo de sabão sim, porque nem todas as mulheres sabiam tal fórmula mágica!
Antes de escrever sobre este assunto, fiz umas perguntas a várias pessoas ao que me disseram que, em tempos antigos, quando não havia detergentes, a maioria dos sabões caseiros não faziam espuma, mas acrescentava-se cinza, para ajudar a tornar o sabão mais "branqueador" e a gordura utilizada era o resto, borras do fundo, do pote do azeite. Se houvesse dinheiro, então comprava-se um cartucho de sabão em pó, igual ao que os barbeiros usavam para ensaboar as barbas dos homens. Assim, o sabão fazia tal espuma que até parecia de compra.
No Casteleiro, como noutras aldeias do nosso concelho, só as famílias que tinham muitas oliveiras é que faziam este tipo de sabão.
Atualmente e por culpa das gerações presentes, assistimos ao desaparecimento destes saberes fazer, característicos duma época em que “a necessidade aguçava o engenho.
Para que conste da memória futura, aqui fica a receita deste sabão tão popular.
 A receita:
Para fazer este sabão de tipo “caseiro” utiliza-se borra/restos de azeite, soda cáustica e potassa. Para dar espuma e cheiro, adiciona-se detergente ou sabão em pó e água.
Faz-se uma calda ao lume e deixasse apurar até ficar uma pasta pronta para endurecer. Verte-se, com cuidado, numa base que seja lisa e aguente o calor. Depois é só deixar arrefecer. Por fim, corta-se o sabão em barras e talha-se aos bocados, de acordo com a sua utilização futura.
 






"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia
 
 

16/03/2014

Assembleia Geral do Lar




Carnaval no Lar de S. Salvador

Serpentinas, chapéus, confetis, trajes da época, cravos vermelhos, cartazes alusivos ao 25 de Abril...apetrechados com estes símbolos e indumentárias rumámos ao Sabugal para participar no tradicional desfile de Carnaval, que teve lugar no passado dia 2 de Março.
Foi lançado o repto aos participantes de festejarem a liberdade, uma referência à comemoração dos 40 anos do 25 de Abril.
Todos os nossos participantes puderam relembrar esta época tão marcante da nossa sociedade.
O dia foi de festa. A agitação e travessuras tomaram conta dos nossos utentes.
Salientamos, uma vez mais, a importância de manter os nossos idosos ligados à comunidade local, promovendo a troca de experiências e de saberes com os mais novos.
Não poderiamos deixar de concordar com  uma citação de Constança Paúl: “A realização de actividades é vital na estimulação dos mais velhos para o uso das capacidades e competências cognitivas no caminho da autonomia e da velhice com sucesso”.  É esse o caminho que queremos traçar para os nossos utentes.

A Direcção do Lar S. Salvador

15/03/2014

"Casa da Esquila" em 1º lugar


A “Casa da Esquila” restaurante do nosso conterrâneo Rui Cerveira, obteve o 1º lugar no concurso promovido pela Câmara do Sabugal no âmbito da 7ª edição dos “Roteiros Gastronómicos” realizados no período do Carnaval.

A Casa da Esquila prova mais uma vez a qualidade da sua cozinha e que o caminho que trilha está no rumo certo. Parabéns Rui!


06/03/2014

Dia Internacional da Mulher - E do Homem?


Sabendo que esta notícia já foi divulgada em anos anteriores, tem, no entanto, por finalidade, lembrar uma vez mais os leitores, em especial, a classe feminina, dar a saber quem não sabe que, no dia 8 de Março, é o “Dia Internacional da Mulher”, resultante da luta pela igualdade de direitos, melhores condições de trabalho e salários das operárias de vestuário e indústria têxtil, em Nova Iorque, e perguntar:
Há ou não há o “Dia Internacional do Homem?”
Em pesquisas feitas, diz-se que o “Dia Internacional do Homem” existe e é no dia 3 de Novembro, mas quase ninguém sabe, por ser muito pouco divulgado.
No Brasil, no entanto, diz-se que o “Dia Internacional do Homem” é no dia 15 de Julho e que oficialmente mudou para o dia 19 de Novembro.
Mais concretamente, ainda segundo pesquisas feitas, diz-se que o “Dia Internacional do Homem” é um evento internacional, celebrado em 19 de Novembro, cujas comemorações foram iniciadas em 1999 pelo Dr. Jerome Teelucksingh, em Trinidad e Tobago, apoiadas pela ONU e, a partir daqui, em Portugal (?!), na Croácia, Hungria, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda, Bélgica, Alemanha, Áustria, Finlândia, Espanha, França, Reino Unido, etc.                
Com estas incertezas e certezas, aqui vai a pergunta para o ar:
Há ou não há, oficialmente, o “Dia Internacional do Homem” e a ser comemorado em Portugal?
Se há, por que não se comemora?






 Daniel Machado

05/03/2014

Vedor


Eu não sei explicar. Mas que os antigos sabiam muitas coisas, não tenho dúvidas. O mais incrível é que a maioria nem ia à escola! Aprendiam com as leis da natureza.
Pura sapiência!
Já pensou na quantidade de poços espalhados pelas várias parcelas de terreno do Casteleiro, todos eles pesquisados por este método ancestral?!
Não sei se algum dos leitores deste blog já viu um vedor a trabalhar…É uma coisa impressionante que desafia a credibilidade, a imaginação e até, por ventura, o simples senso comum.
Se ainda não viram não sabem o que perdem.
O homem pega num raminho, usualmente de salgueiro, tira-lhe as folhas até ficar uma simples varinha, segura-o de determinada maneira, e começa a andar pelo terreno fora…
Depois, com um pouco de sorte para o dono do terreno e para si próprio, a vara começa a torcer-se, forte sinal de que “Há água”!
Eu já experimentei, mas comigo não dá!
A figura casteleirense de que tenho vaga recordação: Chamava-se Joaquim, tendo Barbas como apelido. Morava para os lados do “Ribeirinho”. Seus filhos (Zé Nabais, Tó Nabais, Carlos Nabais e Maria Nabais) e netos residem no Casteleiro e são defensores acérrimos desta que os viu nascer.
 

 
 
 
 
"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia
 
 
 
 

04/03/2014

Rastreio


 
Por iniciativa do Lar de São Salvador, realizou-se no passado domingo um Rastreio aberto a todos os habitantes do Casteleiro para controlo da tensão arterial e diabetes. A acção esteve a cargo dos Enfermeiros Isabel Silva, Carla Clara e António Silva.
 

02/03/2014

O Galo e o Entrudo


No Casteleiro a tradição cumpriu-se em domingo de entrudo. No Largo de São Francisco, os jovens leram o Testamento do Galo perante uma assistência atenta. No final, como ditam as regras, o animal foi oferecido, este ano à professora Fernanda Paiva.