24/11/2009

Amor profundo ao nosso torrão natal

A propósito da frase do nosso amigo Daniel Machado, quando ele, aí em baixo, fala do «nosso lindo e risonho torrão natal», lembrei-me de uma cantiga de há mais de 50 anos, cantada numa festa rija com banda, foguetes e tudo, claro, na nossa terra.

Foi na altura da inauguração da luz eléctrica no Casteleiro, em 1956.

Um grupo de raparigas ensaiado, se não estou em erro, pela D. Felícia cantou nessa festa uma cantiga com letra amorosa sobre o Casteleiro e com música de uma canção popular na altura.
As cantoras iam todas vestidas com blusa branca e saia preta rodada, se bem me lembro. Eu tinha oito anos. Foi há «bué» de tempo…
Estão a ver que as reminiscências já não são muito apuradas. Mas estão cá dentro, ainda que diluídas.

Claro que, como mandavam as normas dessa altura, foram muitas pessoas até à ponte receber o Governador Civil.
Ali mesmo, aquele grupo coral cantou então, quando a autoridade chegou, algo como isto:

«Ó Casteleiro, terra de encanto,
Terra tão linda não há, não há.
É por ser bela que a amo tanto.
Nem que me paguem não vou de cá.

Quanto te deixo, ai que saudade…
Sinto os meus olhos brilhar de pranto,
Mas ao voltar que felicidade:
Sinto-me presa ao teu encanto

Em toda a Beira não há igual
Por isso a amo com amor profundo.
É a mais bela de Portugal,
Mais pitoresca de todo o mundo.»


Desde essa época, de vez em quando, cá em casa, canta-se isso, para lembrar (repito) «o nosso lindo e risonho torrão natal»…


Espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

2 comentários :

  1. Amigo José Carlos Mendes:

    Esta cantiga, aqui lembrada, encontra-se escrita como Hino do Casteleiro, no meu livro, "MEMÓRIAS, USOS E COSTUMES DUM POVO - CASTELEIRO", na pág. 47, que também foi cantado num desfile de um "improvisado rancho" onde eu participei (ver foto), aquando das oferendas ao Hospital do Sabugal.
    Se ainda não tem o referido livro, quando for ao Casteleiro, terei o prazer de lhe oferecer um.
    Um abraço de
    Daniel Machado

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  2. Com todo o gosto e... obrigado, caro Daniel.
    Não me vou esquecer.

    Um abraço também.
    José Carlos

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