O Outono está aí! Embora as temperaturas persistam em manter os agasalhos bem guardados, a natureza não perdoa!
Percorrendo os campos da nossa terra, agora queimados, os casteleirenses, podem, aqui e a ali, ver as mutações das cores, em que o castanho e o vermelho assumem a excelência.
Mas o Outono trazia outras coisas tão características da nossa terra. As ruas ficavam invadidas do cheiro a mosto, a jeropiga e a aguardente.
Quem não se lembra do sacrifício que os “garotos” faziam quando tinham que entrar às pipas para proceder à sua limpeza, para mais tarde poderem receber o vinho que daria força a tanta gente durante o ano de trabalho.
É que estes, de tão pequenos que eram, entravam mais facilmente naqueles recipientes feitos de madeira, cuidadosamente trabalhada.
Já imaginaram o perigo de intoxicação a que estas crianças eram expostas!? Eu acho que nesse tempo as crianças não corriam qualquer perigo! … ou melhor, o único perigo, era mesmo o de brincar – por isso evitava-se!...
A propósito, lembram-se como se chamava o pó avermelhado saído do interior das pipas, depois de bem raspadas? - Era o “sarro”, que depois era vendido, por um preço razoável, diziam, aos “farrapeiros” do Dominguizo. Às crianças, sujeitas a tais torturas alcoólicas é que não sei se lhe calhava alguma parte do negócio!?
Hoje os tempos são outros: a aldeia desertificou-se, as vinhas estão velhas e cansadas, as pipas estão vazias e, os cheiros a que me refiro estão cada vez mais ausentes deste quotidiano, mas bem guardados nos sótãos das nossas recordações.
Espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
Percorrendo os campos da nossa terra, agora queimados, os casteleirenses, podem, aqui e a ali, ver as mutações das cores, em que o castanho e o vermelho assumem a excelência.
Mas o Outono trazia outras coisas tão características da nossa terra. As ruas ficavam invadidas do cheiro a mosto, a jeropiga e a aguardente.
Quem não se lembra do sacrifício que os “garotos” faziam quando tinham que entrar às pipas para proceder à sua limpeza, para mais tarde poderem receber o vinho que daria força a tanta gente durante o ano de trabalho.
É que estes, de tão pequenos que eram, entravam mais facilmente naqueles recipientes feitos de madeira, cuidadosamente trabalhada.
Já imaginaram o perigo de intoxicação a que estas crianças eram expostas!? Eu acho que nesse tempo as crianças não corriam qualquer perigo! … ou melhor, o único perigo, era mesmo o de brincar – por isso evitava-se!...
A propósito, lembram-se como se chamava o pó avermelhado saído do interior das pipas, depois de bem raspadas? - Era o “sarro”, que depois era vendido, por um preço razoável, diziam, aos “farrapeiros” do Dominguizo. Às crianças, sujeitas a tais torturas alcoólicas é que não sei se lhe calhava alguma parte do negócio!?
Hoje os tempos são outros: a aldeia desertificou-se, as vinhas estão velhas e cansadas, as pipas estão vazias e, os cheiros a que me refiro estão cada vez mais ausentes deste quotidiano, mas bem guardados nos sótãos das nossas recordações.
Espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
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