A minha rua, hoje chamada “Travessa do Forno” mantém características que marcam um tempo passado, que gostaria de trazer aqui, à lembrança de todos.
O Forno comunitário era algo que fazia parte da vivência de todas as famílias do Casteleiro. Era aqui que a “ti Mari Bárbola”-como o povo lhe chamava, forneira de serviço, diariamente tinha por tarefa, ainda com a manhã bem longe, deitar o lume ao forno, normalmente com giestas, arrancadas com muito suor, na da serra que ainda ficava longe, e transportadas com muito custo no seu velho burrito até ao povo.
Ao mesmo tempo que o forno ia ganhando a temperatura necessária, lá ia a “ti Mari Bárbola” calcorreando as ruas do povo avisando as pessoas que tinham a sua vez marcada, para irem preparando a massa.
A farinha era feita de grãos de centeio, semeado, colhido e moído nestas nossas terras rudes mas generosas, outrora todas trabalhadas sol a sol, para que pelo menos o sustento das famílias estivesse assegurado.
Depois do pão, de tamanho familiar, “tendido”, era metido no forno, que tal como a “mestra” sabia, devia estar com o seu interior bem branco, para que a cozedura saísse perfeita.
Pronta esta fornada, outra se preparava para entrar e…este ritual repetia-se durante todo o dia, dia após dia…semana após semana…
No final de cada cozedura e como recompensa pelo seu trabalho a “ti Mari Bárbola” recebia a “poia”, nome que se dava ao pão a que ela tinha direito por cada fornada.
Este tempo já vai longe, muitas das pessoas que o utilizaram já partiram há muitos anos, mas este espaço, noutros tempos “comunitário”, continua em razoável estado de conservação, na Travessa do Forno, à espera que alguém recupere a sua memória e lhe dê nova vida, nem que seja para perpetuar a sua história.
Aqui fica um desafio à nova Junta de Freguesia, recentemente eleita.
Aproveitem enquanto ainda há muita gente com a memória bem vida e que daria um óptimo contributo na sua recuperação.
"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
O Forno comunitário era algo que fazia parte da vivência de todas as famílias do Casteleiro. Era aqui que a “ti Mari Bárbola”-como o povo lhe chamava, forneira de serviço, diariamente tinha por tarefa, ainda com a manhã bem longe, deitar o lume ao forno, normalmente com giestas, arrancadas com muito suor, na da serra que ainda ficava longe, e transportadas com muito custo no seu velho burrito até ao povo.
Ao mesmo tempo que o forno ia ganhando a temperatura necessária, lá ia a “ti Mari Bárbola” calcorreando as ruas do povo avisando as pessoas que tinham a sua vez marcada, para irem preparando a massa.
A farinha era feita de grãos de centeio, semeado, colhido e moído nestas nossas terras rudes mas generosas, outrora todas trabalhadas sol a sol, para que pelo menos o sustento das famílias estivesse assegurado.
Depois do pão, de tamanho familiar, “tendido”, era metido no forno, que tal como a “mestra” sabia, devia estar com o seu interior bem branco, para que a cozedura saísse perfeita.
Pronta esta fornada, outra se preparava para entrar e…este ritual repetia-se durante todo o dia, dia após dia…semana após semana…
No final de cada cozedura e como recompensa pelo seu trabalho a “ti Mari Bárbola” recebia a “poia”, nome que se dava ao pão a que ela tinha direito por cada fornada.
Este tempo já vai longe, muitas das pessoas que o utilizaram já partiram há muitos anos, mas este espaço, noutros tempos “comunitário”, continua em razoável estado de conservação, na Travessa do Forno, à espera que alguém recupere a sua memória e lhe dê nova vida, nem que seja para perpetuar a sua história.
Aqui fica um desafio à nova Junta de Freguesia, recentemente eleita.
Aproveitem enquanto ainda há muita gente com a memória bem vida e que daria um óptimo contributo na sua recuperação.
"A Minha Rua", espaço de opinião de autoria de Joaquim Gouveia
Mãos à obra!
ResponderEliminarAntónio Marques
Parece me uma boa ideia sim senhora.
ResponderEliminarMesmo que ninguém queira usar no inicio o forno comunitário poderia-se fazer um convivio anual com a cozedura do pão e ensinar como se trabalhava a massa e a preparção do forno.
Pois quando estava quente era preciso varre lo para retirar a cinza e colocar o pão na pedra quente.
Cá em casa cozemos pão todos 15 dias e sai muito mais barato é muito melhor.
Mãos à obra....