Intervalo na crise.
Há ditados populares que se usam no Casteleiro que acho que não se dizem em mais lado nenhum. Os nossos avós (meus: os bisavós da maioria dos que me lêem) baseavam muito da sua vida nestas frases, cada uma delas uma espécie de quiz, uma verdade geral da sabedoria popular…
Vá-se lá saber porquê, muitas vezes dão mesmo certo. Ou melhor, sabemos porquê: é que a origem dessas frases condensadas é a experiência de séculos sintetizada em meia dúzia de palavras.
Adoro perder uns minutos com elas. Desde miúdo, isto sempre me fascinou pela justeza das coisas: bate tudo mesmo certinho!
Hoje trago aqui só três, para não chatear a malta – que pensa que tem muito mais que fazer...
Duas que vêm mesmo a propósito. Num ano de tanto frio, que mais fazer do que queimar lenha e aquecer bem a casa.
Primeira:
Uma velha em Abril
Queimou um carro e um carril.
Uma camba que lhe sobrou
Para Maio a guardou.
Sobrou-lhe um bocadinho
Como um punho:
Ainda o guardou para Junho.
Segunda:
Março, marçagão,
De manhã, Inverno,
À tarde, Verão.
E agora mais três diversificadas.
Ainda sobre o calendário.
Quem malha em Agosto
Malha com desgosto.
Uma dos namorados que achavam pequenos os dias de Maio (os maiores do ano):
Ai, dias de Maio, dias de amargura,
Ainda mal não é manhã, já é noite escura.
E uma que se aplica sempre, quando se faz uma asneira:
Está um edital à porta da igreja:
Quem é burro, não o seja.
Há ditados populares que se usam no Casteleiro que acho que não se dizem em mais lado nenhum. Os nossos avós (meus: os bisavós da maioria dos que me lêem) baseavam muito da sua vida nestas frases, cada uma delas uma espécie de quiz, uma verdade geral da sabedoria popular…
Vá-se lá saber porquê, muitas vezes dão mesmo certo. Ou melhor, sabemos porquê: é que a origem dessas frases condensadas é a experiência de séculos sintetizada em meia dúzia de palavras.
Adoro perder uns minutos com elas. Desde miúdo, isto sempre me fascinou pela justeza das coisas: bate tudo mesmo certinho!
Hoje trago aqui só três, para não chatear a malta – que pensa que tem muito mais que fazer...
Duas que vêm mesmo a propósito. Num ano de tanto frio, que mais fazer do que queimar lenha e aquecer bem a casa.
Primeira:
Uma velha em Abril
Queimou um carro e um carril.
Uma camba que lhe sobrou
Para Maio a guardou.
Sobrou-lhe um bocadinho
Como um punho:
Ainda o guardou para Junho.
Segunda:
Março, marçagão,
De manhã, Inverno,
À tarde, Verão.
E agora mais três diversificadas.
Ainda sobre o calendário.
Quem malha em Agosto
Malha com desgosto.
Uma dos namorados que achavam pequenos os dias de Maio (os maiores do ano):
Ai, dias de Maio, dias de amargura,
Ainda mal não é manhã, já é noite escura.
E uma que se aplica sempre, quando se faz uma asneira:
Está um edital à porta da igreja:
Quem é burro, não o seja.
"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes
É um encanto ler estas frases tão cheias de experiências e vivências vindas de muito longe, talvez de séculos...o que nos demonstra o quão inteligente e observador o HOMEM é. Mas o que mais me gratifica é saber que ainda há pessoas que as trazem à memória ou conhecimento de quem as lê. Os meus cumprimentos. AGil
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