31/07/2011

As festas da aldeia

O mês de Agosto é por tradição o mês das festas.
Desde criança que me lembro da ansiedade que era, até chegar esse dia.
Havia atitudes, movimentações na vida das pessoas, que mesmo sem pensar muito, iam em direcção à festa.
O melhor cabrito, o melhor galo, o melhor queijo, o melhor presunto, o melhor vinho, e a melhor roupa – era para utilizar no dia da festa.
Hoje em dia não se viverá tanto o acontecimento, pois a vida alterou-se, há muito mais divertimentos e acesso a tudo e os acontecimentos já não terão o impacto de então.
Contudo, nota-se ainda que a FESTA continua a ser um dia especial.
Compreende-se, normalmente é época de férias e os filhos da terra aproveitam para viver esse dia que por norma é de alegria, com os seus familiares e amigos.
Os imigrantes, então, acorrem em grande número, a matar saudades do canto que os viu nascer.
Sempre me entusiasmei com esse dia.
Nem que fosse apenas um fim-de-semana, era vivido ao milímetro.
Vivia-o com intensidade e muito entusiasmo.
A juventude impunha-se e toda a sensibilidade estava à flor da pele.
O tempo passa, as pessoas também, mas fica a grata recordação.
O sabor bom desses tempos ficará perpetuado na memória que, de quando em vez, se encarregará de nos oferecer uma retrospectiva desses momentos bons.
Outros interesses, outros hábitos, outros ambientes – enfim, voltas da vida.
Apesar disso, nunca esquecerei aquela terra que foi o meu berço.
A que instalou em mim as raízes da vida, e me recebeu sempre de braços abertos e com os mimos de muita gente.

O futuro é em frente.
Boa festa para quem gosta de a viver.

Abraço.





Texto de autoria de Maria Dulce Martins


06/07/2011

Lar de S.Salvador participou na Mostra Solidária
























O Lar de S.Salvador do Casteleiro participou, no passado fim de semana, na Mostra Solidária do Concelho do Sabugal.

30/06/2011

Nasceu a Francisca!

Dia de S.Pedro foi dia de Festa no Casteleiro. Nasceu a Francisca, filha do José António e da Nazaré Rosário.
O "Viver Casteleiro" não podia deixar de registar o nascimento de uma casteleirense e desejar-lhe a maior felicidade do mundo!

28/06/2011

Sardinhada em dia de S.Pedro




Amanhã, quarta-feira, dia de S.Pedro, a partir das 20 horas, o Largo de São Francisco vai ser palco da tradicional sardinhada que a Junta de Freguesia oferece a toda a população do Casteleiro.


O convite é extensivo a todos os leitores do "Viver Casteleiro".


22/06/2011

A viagem do elefante passou pelo Casteleiro, de certeza

Agora que acabou a magnífica Festa da Caça de que tanto me falam (não pude estar presente este ano), é talvez o tempo certo para outros imaginários.
Por estes dias, muito se tem falado da Rota das Aldeias Históricas. Diz-se que Saramago, que escreveu uma obra muito interessante sobre um elefante que foi oferecido pelo nosso D. João III ao seu primo Maximiliano II da Áustria, quis esta Rota. Nada melhor do que ler o livro, mas para já, fica aqui o acesso a uma sinopse oficial.
Agora, soube-se há dias, a Rota do Elefante, que passaria sempre por Sortelha, vai passar pelo Sabugal, como se pode ler aqui e aqui.
E isso é bom para a Região.
Este elefante tinha vindo da Índia para ser mostrado em Lisboa e existiu de facto.
Mas o nosso rei um dia resolveu oferecê-lo ao primo. E mandou o exército levá-lo país acima até à fronteira para aí o entregar aos soldados do sacro imperador.
Uma viagem longa e lenta – a passo de elefante, claro.
Na sua deslocação, o exército português que o levava conduz o elefante Salomão pelas calçadas romanas país acima desde a corte de Lisboa até à fronteira na Beira Alta. Lá para perto de Castelo Rodrigo.
Ora, aqui, na nossa zona, terá passado por Sortelha.
Há exactamente dois anos, Saramago refez a viagem e passou por estas zonas, desde Castelo Novo a Sortelha: ia para Figueira de Castelo Rodrigo, mas, antes, quis revisitar Sortelha e passou pelo Sabugal «sem parar». Pode ler isso aqui.
Pois bem, dito de repente e sem perder tempo, digo com clareza que tenho uma teoria: o elefante indiano Salomão, o real (porque ele existiu mesmo e fez esta viagem romanceada «agora» por José) passou por aqui.
A minha teoria é simples: inevitavelmente, neste troço da viagem, entre Castelo Novo e Sortelha, naqueles anos de antanho (meados do século XVI), o Salomão foi conduzido por aqui: pela Ribeira da Cal e pelo Casteleiro (parece que era esse o traçado da Calçada), passando na Calçada Romana que está assinalada pelo Mar(i)neto acima, Serra da Vila acima, até Sortelha.
Alguém me explica como passaria na Calçada Romana (ou calçada medieval, sabe-se lá), que vinha desde a Beira Baixa até à fronteira a Norte… sem passar no Casteleiro?
Claro que Saramago preferiu dizer sempre que «o elefante poderia ter passado por aqui». É que ele não estava a fazer um livro de História mas sim um livro de ficção literária…










"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes

20/06/2011

Festa da Caça no Casteleiro

Aproveitando o feriado do dia 10 de Junho, a Junta de Freguesia do Casteleiro, cumprindo o prometido, marcou para os dias 10, 11 e 12 de Junho a realização da FESTA DA CAÇA que, para além de algumas atracções do ano transacto, muitas mais novidades foram incluídas no programa.
Sabendo-se da forte desertificação, verificada no Casteleiro, e dadas as potencialidades agrícolas, gastronómicas, patrimoniais e culturais, a Junta de Freguesia não se poupou a esforços e, tal como no ano anterior, empenhou-se, e ainda mais, para dinamizar e potenciar o desenvolvimento e engrandecimento desta risonha e hospitaleira aldeia que é o nosso torrão natal - Casteleiro, chamando a si os seus filhos e forasteiros para lhe darem mais movimento e vida.
E porque, em tempo não remoto, a vasta área de caça, na freguesia do Casteleiro, devido à muita e variada espécie de caça - javalis, coelhos, lebres, perdizes, codornizes, tordos, etc., era um local apetecível e frequentado por muitos caçadores da Terra e de fora, a Junta de Freguesia, respeitando a tradição cinegética, resolveu, e muito bem, dar a este evento o nome de FESTA DA CAÇA.
Com a Largada de perdizes às 9 horas do dia 10 de Junho, deu-se início à FESTA DA CAÇA, no local da Serra d´Opa, para de seguida, às 11 horas, ser a “Abertura da área de exposições”, nas barracas dos diversos Largos do Casteleiro, com produtos endógenos e regionais - coscoreis, cafés, bifanas e bebidas, amêndoas caseiras, crepes, talassas, buchas do caçador, doçarias, queijos, frutas, licores, tapeçarias, bordados, rendas, trabalhos manuais e de artesanato, cutelaria, antiguidades, caça menor, carne de porco, enchidos, presuntos e bacalhau, chapéus, “t-shirts”, bonés, roupas, etc., etc.
Às 13 horas, com a “Inauguração oficial da Festa,” na Rua ao lado do Posto Médico, para todos os caçadores e Casteleirenses foi servido um lauto almoço ambulante de porco no espeto com arroz de feijão e enchidos.
Para animação da rua, houve, durante os três dias e a toda a hora, Grupos de música, Fanfarra, Bombos e Acordeões; no palco, Grupos de Música Popular da Casa do Povo de Alpedrinha, Concerto com “Lua Nova”, Desertuna, Ranchos Folclóricos e Grupo de Cantares da Escola Secundária do Fundão; demonstração de cães de caça e de parar e Falcoaria com aves de rapina; mostra de cão da Serra da Estrela e de caça e Prova de Santo Humberto; divertimento com tiro virtual e arco, besta e zarabatana.
Do vasto programa do agrado de todos, a Caça ao Gambuzino foi a grande novidade que caiu no goto de toda a “malta”, novos e idosos que, no Largo de S. Francisco, ao verem sair detrás das barracas, dos carros e do meio do público os vinte e quatro artistas, vestidos de gambuzinos, a dançarem, encenando e recreando o imaginário gambuzino, foi um delírio.
Cheios de entusiasmo e alegria, alguns com sacos na mão, para poderem caçar um gambuzino e, ao “caçarem um”, satisfeitos ficaram.
Todos os presentes colaboraram e se divertiram, ao ponto de, em procissão, toda aquela gentinha se deslocou para a Praça e, de seguida, para a Ribeira e em direcção à Estalagem, à caça de gambuzinos. A meio do percurso, porém, preparado estava um caldeiro para o que desse e viesse e, ao pé do mesmo, uma sabida “Velha” que, com arte e engenho, explicou e contou a razão de estar ali o caldeiro e a história do GAMBUZINO.
Finda a história com muitas palmas, a caçada prosseguiu em direcção à Estalagem e local da partida inicial, onde terminou, tal e qual como se iniciou, com divertimento e alegria.
Com um até para o ano, a “Caça ao Gambuzino” e o “Concerto com os “Virgem Suta” foi o culminar de uma FESTA DA CAÇA em grande que jamais se apagará da retina e mente de todos os que a presenciaram e viveram.






"Daqui Viseu", espaço de opinião de autoria de Daniel Machado

17/06/2011

Três dias de Festa

Três dias de Festa, três dias com as ruas do Casteleiro apinhadas de gente, três dias de reencontro com amigos que quiseram marcar presença, três dias em que o habitual silêncio não se fez ouvir!
O objectivo foi mais uma vez atingido: realizar um evento atractivo, com um programa de qualidade, capaz de dinamizar a aldeia e atrair visitantes.
Este ano sob o signo do Gambuzino foi possível, com imaginação e criatividade, chegar a um patamar artístico que surpreendeu pela inovação. Uma aposta ganha que nos motiva a continuar o caminho iniciado.
A organização e logística dos três dias de Festa representou igualmente um esforço assinalável de meios humanos a quem cumpre agradecer.
Mas porque é justo, quero aqui deixar o meu reconhecimento pessoal ao Vitorino Fortuna pelo seu empenho, sem tempo nem hora, sem o qual esta Festa não teria o brilho que todos agora reconhecemos.







"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

Capeia Arraiana destaca Caça ao Gambuzino

06/06/2011

Casteleiro em contra-ciclo faz a Festa da Caça

O Casteleiro foi a terra da região em que o rosa mais sobressaiu no dia 5, no acto eleitoral. Ou seja: foi aqui que se verificou a melhor votação do PS. E até uma das melhores do Norte do País. O Casteleiro e a Bendada, já agora…
Pode ter havido uma circunstância conjuntural, como digo adiante.
Mas não sei: veremos daqui a 4 anos, se não for antes.
O Casteleiro votou muito rosa.
Muito distante da Raia. Muitíssimo distante de Ruivós, uma das terras mais PSD/CDS do País, em que o CDS, inclusive, ultrapassa o PS com quase o dobro dos votos…
No geral, a minha visão é a seguinte:
- A Raia dá a vitória ao PSD e deixa o PS a vários pontos (entre 3 e 10-15 em média, até 30 pontos abaixo na Lageosa, por exemplo).
- As freguesias do Concelho do Sabugal que ficam mais próximas de Belmonte (Santo Estêvão, Moita, Casteleiro, Sortelha, Bendada) são aquelas em que o PS aparece como vencedor e mais bem cotado.
Mas é no Casteleiro que a mancha rosa se propaga com mais intensidade.
Certamente contribuiu para isso a mobilização pessoal e prestigiante por via do facto de o Casteleiro ter na lista uma cidadã de relevo concelhio e regional: Sandra Fortuna.
Isso, veremos nas próximas: se o PS se mantém em alta no Casteleiro ou não.
Mas digo-lhe já que, no Casteleiro, em 2009, foi assim: PS – 49,8%, PSD – 34,1%.
Só por curiosidade: desta vez, em ruptura de contra-ciclo, quando o País quase todo vira, na nossa terra, as posições relativas foram as seguintes, no domingo passado: PS – 48,2%, PSD – 32,3%.
Repito: a presença de uma candidata da terra pode ter vencido o contra-ciclo geral do País: é só olhar para o mapa de Portugal nos jornais do dia a seguir às eleições…
Resta acrescentar que as freguesias próximas mas do lado de Belmonte têm boas votações para o PS – mas não tão boas como na nossa terra. Para comparar, se quiser, deixo-lhe aqui a votação da Freguesia de Belmonte, no domingo passado: PS –37,6%; PSD – 31,6%.

Concluo que até do ponto de vista sócio-político, o Casteleiro tem mais afinidades com a parte Sul (ou seja: com o início da Cova da Beira) do que com a Raia.
Isso sempre foi assim.
As eleições de domingo vieram novamente confirmar-me a situação.

Vamos fazer a Festa da Caça e mostrar a todos os vizinhos que sabemos receber bem e que recebemos muito bem a todos e que todos são muito bem-vindos, claro.

Boa Festa.






"Memória", espaço de opinião de autoria de José Carlos Mendes


02/06/2011

Participe e ganhe a Licença

No próximo dia 11 de Junho, todos os participantes na "Caça ao Gambuzino" terão acesso a uma Licença de Caça para toda a época. A Freguesia de Casteleiro orgulha-se de ser a única entidade do mundo a emitir este raro documento!



28/05/2011

Caça ao Gambuzino - Dia 11 de Junho, 19H

A "Bica do Imaginário", grupo responsável pela Caça ao Gambuzino, a grande novidade da Festa da Caça deste ano, acaba de divulgar o "rosto" do protagonista!

23/05/2011

Divulgação na Imprensa teve hoje início

TEXTO DE DIVULGAÇÃO

A “Caça ao Gambuzino” é a grande novidade da 2ª edição da Festa da Caça do Casteleiro, que se realiza nos próximos dias 10, 11 e 12 de Junho. Cerca de 20 artistas, actores, bailarinos e músicos vão efectuar uma performance artística em percurso rural sob o signo do gambuzino. Um espectáculo único desenvolvido pela Associação Cultural Bica do Imaginário exclusivamente para a Festa da Caça, com início previsto para as 19h de sábado, dia 11 de Junho.
Depois do êxito alcançado na primeira edição, a Junta de Freguesia aposta num programa de qualidade e diversificado, este ano alargado a três dias. O objectivo maior de dinamizar a Aldeia, numa luta contra a progressiva desertificação, é assumido nesta Festa numa valorização clara das vertentes culturais, de animação, do património e dos produtos locais.
Na área musical destaque maior para um concerto dos “Virgem Suta”, (dia 11, 22H), com entrada livre, que se realizará num espaço especialmente preparado para o momento. A programação musical conta ainda com o Grupo de Música Popular da Casa do Povo de Alpedrinha (dia 10, 16h), Fanfarra Sacabuxa (dia 10, 18h), Grupo Lua Nova (dia 10, 21.30h), Desertuna (dia 10, 23h), Ranchos Folclóricos dos Três Povos e Valverde (dia 12, 15h) e Grupo de Cantares da Escola Secundária do Fundão (dia 12, 17h). Durante os dias de Festa existirá animação de rua em permanência com acordeonistas, grupo “3kuaz4”, “O Dedo Mindinho”, grupos de bombos e um grupo de alunos da Escola Técnica e Artística de Nisa.
Os visitantes da Festa da Caça são convidados a percorrer as ruas e largos da Aldeia e a visitar cerca de 30 stands com produtos e artesanato local e da região, a efectuar passeios a cavalo e de charrette, praticar tiro com arco, besta e zarabatana, paintball, escalada, tiro virtual, demonstração de falcoaria e a deliciar-se com as maravilhas da gastronomia beirã nas tasquinhas que estarão abertas em permanência.
Nesta edição a Caça estará em foco com uma largada de perdizes (dia 10, 9h), uma Prova de Santo Huberto (dia 11, 9h), demonstração de cães de parar (dia 11, 16h), demonstração de caça com aves de rapina (dia 11, 17h), mostra de cães de caça e da Serra da Estrela (dia 12, 11h).

21/05/2011

Uma escolha fácil

No próximo dia 5 de Junho realizam-se as eleições legislativas. Todos temos o dever de votar. É certo que votamos em partidos, mas vamos votar para eleger os deputados que irão representar o Distrito na Assembleia da República.
Pela minha parte, não tenho dúvidas.
Vou votar na casteleirense e nossa conterrânea Sandra Fortuna.





"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques

18/05/2011

A terra que nos viu nascer

A terra que nos viu nascer tem e terá sempre um lugar especial no nosso coração.
Quer estejamos próximos ou afastados, teremos sempre a sua marca, o seu carimbo.
Há laços que não se cortam, ficaremos eternamente enleados neles.
Até podemos estar algum tempo sem contacto físico, mas o coração pula sempre que alguma coisa nos fala desse berço que nos acolheu quando, pela primeira vez, tivemos contacto com o mundo.
A sua marca está gravada em nós.
São as nossas origens.
Renegá-las seria renegar a nossa identidade e as nossas raízes.
Sinto que faço parte da família casteleirense.
Sinto-me feliz pela evolução positiva que se tem verificado nesse bocadinho de terra aprazível e aconchegante da Beira Interior.
A Festa da Caça está a ser uma espécie de vitamina anual, que faz essa terra crescer e tornar-se mais forte.
Essa actividade – e outras igualmente mobilizadoras – é que fazem dela uma terra diferente e dinâmica.
Um exemplo a seguir.
Outras começam agora a sentir que também precisam de sair do anonimato.
A festa é uma forma de incentivo e dinâmica.
Vivam com alegria os dias que se aproximam, tirem partido de tudo e colaborem sem hesitar.
Entreguem-se à festa e a tudo o que ela oferece.
Entusiasmem-se.
Sendo assim, no ano que vem será ainda melhor.

Abraço.






Texto de autoria de Maria Dulce Martins

Chegaram os pendões da Festa

09/05/2011

Quem identifica o local?

Os leitores do Viver Casteleiro não arriscaram na identificação do local.
Trata-se do Brasão existente na Quinta de Santo Amaro, na casa do “Morgado” Eduardo Tavares de Melo da Costa Lobo, filho de José Caetano Tavares da Costa Lobo e Sousa e Antónia Carolina de Melo Machado Corte Real. Eduardo Costa Lobo viria a casar com Eugénia da Conceição Peixoto Brandão. Do casamento nasceu uma filha em 10/5/1875, de nome Maria do Céu Tavares de Melo da Costa Lobo.
O Brasão, com a forma de escudo esquartelado, tem no primeiro quartel as armas dos Tavares, no segundo as dos Costa, no terceiro as dos Lobo e no quarto as dos Melo.

05/05/2011

Assembleia e Junta contra eucaliptal

No passado dia 30 de Março, a Câmara Municipal do Sabugal deliberou autorizar a realização de um ensaio de plantação de eucalipto na Quinta de Valverdinho, na sequência de um projecto apresentado pela empresa Sociedade Civil e Herdeiros de Manuel Macário Castro que contempla uma área de 30 hectares.
Face a esta decisão, a Assembleia e a Junta de Freguesia de Casteleiro,
-Considerando que o Plano Regional de Ordenamento Florestal da Beira Interior Norte refere que a área é excelente para castanheiro e carvalho-negral e que em relação ao eucalipto “esta região é francamente inapta”;
-Considerando que o referido PROFBIN aponta como meta a diminuição de espaços florestais arborizados com eucalipto em 4% até 2025;
-Considerando a informação do Gabinete Técnico Florestal da Câmara do Sabugal que salienta “o eucalipto é problemático para o ecosistema na medida em que contribui para a erosão dos solos” e que a área do projecto apresentado se caracteriza por ser um solo pobre o que “com uma plantação intensiva poderá contribuir para agravar a situação”;
-Considerando ainda a mesma informação ao referir que “uma plantação de eucaliptos afecta negativamente a paisagem e a biodiversidade, degradando os recursos hídricos subterrâneos” e que “a esta espécie está associado sobretudo interesses económicos”;
-Considerando que, por outro lado, o Gabinete Técnico Florestal da Câmara do Sabugal alerta para o facto de que “o eucalipto é produtor de óleos essenciais, produtos altamente inflamáveis, tornando-se os incêndios florestais não só frequentes, como também incontroláveis”;
-Considerando que, no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho do Sabugal, se encontram definidas as Faixas de Gestão de Combustível correspondente à Rede Primária e que a área proposta para arborização é atravessada pela rede primária;
Nos termos da alínea r), do nº 1, do Artigo 17º da Lei nº 5-A/2002, delibera:
1-Manifestar a sua total oposição à aprovação de qualquer projecto de arborização, ou ensaio pontual, com eucalipto, na área da Freguesia de Casteleiro.
2-Não compreender que, muito embora toda a legislação que a informação do Gabinete Técnico Florestal da Câmara evidencia, aponte para a não aprovação do projecto, a Câmara opte pela aprovação de um “ensaio”, tendo ainda em conta que, em 19 de Janeiro, recusou projecto idêntico para a Freguesia de Santo Estevão.
3-Dar conhecimento do teor desta deliberação a todos os órgãos que, directa ou indirectamente, tutelem a área.

A Assembleia e Junta de Freguesia de Casteleiro

30/04/2011

Festa da Caça na Internet

A partir de hoje, a Festa da Caça tem um espaço próprio na Internet.

No blog casteleiroemfesta.blogspot.com, será divulgada toda a programação, dia a dia, hora a hora, e também os preparativos feitos no terreno, bem como os bastidores e também algumas curiosidades.

Não deixe de acompanhar a "construção" da que ambicionamos venha a ser a maior Festa temática da Beira Interior.

27/04/2011

Páscoa desportiva

O Centro de Animação Cultural do Casteleiro levou a efeito a iniciativa “Páscoa Desportiva”. No sábado, foi tempo para o reviver de alguns jogos tradicionais e, no domingo, um disputado jogo solteiros/casados que terminou com um suado empate.



























20/04/2011

O som das badaladas

Na minha aldeia, durante muitos anos, a única forma de orientação para lá da inclinação do sol, era o relógio instalado na torre da igreja.
Dlam, dlam, dlam…
Dolente, sem pressa, ia batendo as horas e dizendo a cada um, em que ponto do dia se encontrava.
Com os ouvidos sempre atentos, as cabeças erguiam-se e contavam:
Uma.
Duas.
Três…
Era a este ritmo manso que, naquele tempo, decorria a vida.
De dia e de noite.
O sino era uma companhia sempre presente.
Se por acaso parava (às vezes esqueciam-se de lhe dar corda), era logo notada a sua falta.
«Hoje o relógio não dá as horas!»
«Que horas serão?»
«Ai, isto assim é uma tristeza»!
Ouvi pessoas dizerem que o relógio era uma companhia, tal era a solidão.
Sempre que me lembro daquele som, revejo a aldeia quieta, serena, em silêncio.
Era um toque forte mas triste.
Sem pressas.
Um toque que soava cá mesmo no fundo, que mexia comigo, sobretudo se fosse em dias de tristeza ou de preocupação.
Ainda hoje quando telefono para casa e oiço lá longe o sino actual, mesmo sem querer, sou transportada para esse tempo.

Depois havia os outros toques do sino.
Esses tinham outras funções.
Praticamente as mesmas de hoje quase sempre relacionadas com actos religiosos.
Mas havia um toque que me marcou mais que qualquer outro.
O toque que anunciava mortes, o toque «a dobrar».
Era certo que esse era um dia de tristeza.
Como a aldeia era e ainda é pequena, a tristeza era geral, o espírito de união deixava todos com um semblante carregado e unidos na dor.
O sino aumentava ainda mais esse sentimento.
Dou comigo muitas vezes a recordar para mim mesma um célebre poema de Fernando Pessoa:

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

Como é lento…

É bom recordar.
Ainda que as recordações por vezes, não sejam tão agradáveis assim.
É sinal de que aceitamos o passado.







Texto de autoria de Maria Dulce Martins