Publica-se hoje a penúltima parte das Memórias Paroquiais
12 –Nesta serra chamada Preza, acha-se em todo o meio os alicerces de uma grande preza que ali houve antigamente, donde a serra tomou o nome de Serra da Preza. E a água desta preza, se conta, a queriam em tempo antigo levar por canos onde chamam a Torre dos Namorados, distante dela quatro ou cinco léguas. E nesta mesma serra, de uma cruz que chamam da Relva Velha, para a parte do lugar chamado Escarigo, tem a Mitra duas partes em todos os frutos e a Comenda uma.
13 –E da mesma cruz, para a parte do mesmo lugar do Castelleiro, tem a Comenda duas partes e a Mitra uma, em todos os frutos.
Rio
1 – Ao pé deste lugar do Castelleiro corre uma ribeira sem outro nome mais que o nome da ribeira, esta principia a nascer ao pé da serra chamada do Mosteiro, ao pé de uma quinta chamada Alagoas, freguesia de Sancto António da Orgueira, termo da vila de Sortelha. E nela também se mete outro ribeiro pequeno que chamam o Ribeiro do Poio, o qual principia a nascer num sítio chamado Corredoura no limite da dita vila de Sortelha, e este se vem meter nela no sítio das Alvercas, limite deste lugar.
2 – Esta ribeira corre quase todo o ano, ou ao menos até ao fim de Julho, e sempre nela se conservam alguns poços de água. Este ribeiro chamado do Poio no princípio corre algo tanto arrebatado, porém em se metendo na tal ribeira entra a correr com ele quieto.
3 – Neste somente se metem três pequenos ribeiros, chamados um o Ribeiro de Val de Castelloins, e outro de Cantellegalo, e outro do Espírito Sancto, este se mete nela no sítio chamado Guaralhais, aqueles no sítio chamado Tinte.
4 – Nada.
5 – A ribeira em si corre quieta mas os tais ribeiros que nela se metem correm algo tanto arrebatados.
13 –E da mesma cruz, para a parte do mesmo lugar do Castelleiro, tem a Comenda duas partes e a Mitra uma, em todos os frutos.
Rio
1 – Ao pé deste lugar do Castelleiro corre uma ribeira sem outro nome mais que o nome da ribeira, esta principia a nascer ao pé da serra chamada do Mosteiro, ao pé de uma quinta chamada Alagoas, freguesia de Sancto António da Orgueira, termo da vila de Sortelha. E nela também se mete outro ribeiro pequeno que chamam o Ribeiro do Poio, o qual principia a nascer num sítio chamado Corredoura no limite da dita vila de Sortelha, e este se vem meter nela no sítio das Alvercas, limite deste lugar.
2 – Esta ribeira corre quase todo o ano, ou ao menos até ao fim de Julho, e sempre nela se conservam alguns poços de água. Este ribeiro chamado do Poio no princípio corre algo tanto arrebatado, porém em se metendo na tal ribeira entra a correr com ele quieto.
3 – Neste somente se metem três pequenos ribeiros, chamados um o Ribeiro de Val de Castelloins, e outro de Cantellegalo, e outro do Espírito Sancto, este se mete nela no sítio chamado Guaralhais, aqueles no sítio chamado Tinte.
4 – Nada.
5 – A ribeira em si corre quieta mas os tais ribeiros que nela se metem correm algo tanto arrebatados.
"Reduto", espaço de crónica semanal de autoria de António Marques
Caro Padre Manuel Pires Leal,
ResponderEliminarO Senhor respondeu muitíssimo bem ao Marquês. Parabéns. Mas há uma coisa em que falhou, mas só porque não quis perguntar ao seu Povo do Casteleiro: foi quando disse que a Ribeira do Casteleiro não tinha nenhum outro nome senão o de Ribeira. Qualquer dos seus paroquianos (eles nesse tempo andavam tanto a pé por todo o lado), qualquer deles lhe diria que a nossa ribeira nasce na Ribeira da Nave, que realmente fica ali entre a Serra do Mosteiro e Sortelha. Hoje até já há uma estrada que no seu tempo nem pensar: vai do Terreiro das Bruxas até Sortelha e passa mesmo, mesmo na Ribeira da Nave…
Outra nota, Senhor Padre: o Senhor esqueceu-se de contar ao Marquês para onde vai a ribeira. Digo-lhe eu de fonte segura que esta mesma ribeira nossa corre em Lisboa. Não acredita? Então siga-me: Ribeira da Nave (Ribeira do Casteleiro) – Ribeira da Meimoa – Rio Zêzere – Rio Tejo / Lisboa. Está a ver? Simples, Padre Leal.
Se eu fosse um salmão e andasse pelos rios acima, até podia fazer a viagem ao inverso e sempre pelas águas da Ribeira do Casteleiro: Lisboa / Tejo acima / Zêzere acima / Ribeira da Meimoa acima / Ribeira do Casteleiro acima / até à nascente, junto da aldeia hoje chamada Ribeira da Nave.
Quer acompanhar-me, Padre Pires Leal?
Vamos a isso.
Nota final ao leitor mais distraído
O Padre Leal já estará no céu há uns 220 / 230 anos.