07/04/2013

A ribeira dos meus afectos


 
Esta visão fotográfica da nossa ribeira com que o «Viver Casteleiro» me presenteou, fez-me voltar lá.
Obrigada por isso.
A ribeira do Casteleiro em toda a sua pujança.
Esta ribeira trouxe até mim recordações de mil afectos.
De muitos, muitos e bons momentos da minha vida.
De momentos ao vivo e a cores.
De quando o arco-íris brilhava e me fazia sorrir de espanto e admiração. 
De quando, no meu coração de menina, a alegria era difícil de parar.
Do cheiro dos campos de ervas frescas.
Do cheiro das searas prontas para cortar.
Do cheiro a roupa lavada com sabão azul e branco, a corar ao sol.
Da brancura imaculada dessa roupa.
Do regador com que a mãe cuidadosa a molhava para que ela branqueasse ainda mais.
Aquela ribeira era, para mim, as Maldivas de então.
O local paradisíaco, calmo e silencioso.
O canto quase de mistério, onde eu vivia fantasias e punha em prática desportos para mim na altura desconhecidos, mas que estavam lá.
Onde, no silêncio, se ouvia apenas o cantarolar manso e doce das águas que deslizavam e me faziam sentir num mundo à parte.
Aquela ribeira foi os meus encantos.
O meu local de lazer e prazer.
De paz, de alegria e de muitos, muitos afectos!...
A ribeira da minha infância.
Das minhas alegrias e dos meus sonhos de menina.
Vê-la assim outra vez limpa e cheia deu-me imenso prazer.





Dulce Martins



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