
Mesmo não se podendo alongar muito porque ao outro dia era preciso levantar cedo, não dispensavam aqueles momentos de prazer e descontracção.
O domingo era dia de descanso, dia de se embelezarem com as roupas guardadas para o efeito. Chegava o momento de cumprir os deveres religiosos. Como na altura não havia crise de sacerdotes, a missa era sempre ao meio-dia, salvo raras excepções.
Era ver os grupos de jovens, muitos jovens, rua abaixo vaidosos e seguros da sua juventude. Os rapazes concentravam-se na Praça e, malandrecos, procuravam o melhor ângulo de visão para

Acabada a missa e depois do almoço, começavam os grupos a juntar-se, rapazes e raparigas mais ao menos separados, pois as regras da altura eram apertadas.
Apesar disso, eram inevitáveis as trocas de olhares, que eram a denúncia de algumas paixões em gestação, à espera do momento certo. Em muitos casos, isso deu em casamentos – muitos dos quais ainda hoje estão de pedra e cal.
Começava então o passeio dominical estrada-abaixo-estrada-acima sem parar, com um pequeno intervalo para o jantar. Depois continuam à noite até á hora de ir para a cama, exaustos e com o coração a palpitar de entusiasmos.
Era um grupo unido, dinâmico e participativo, sempre pronto a aceitar as propostas que nos eram feitas para animar a vida da aldeia. Desde fazermos parte do coro da igreja, até ministrar a catequese aos mais pequenos, fazíamos pequenas peças de teatro engraçadas no Centro, que eram um

O Casteleiro tinha cor e dinâmica. Foram tempos felizes e ainda hoje quando nos encontramos, recordamos com saudade essa época.
A brincadeira era muita, e a amizade também. Eram tempos em que a palavra solidariedade ainda fazia sentido.
Não acham que por exemplo esta ideia das peças de teatro era também uma boa forma de hoje dinamizar mais a população e os jovens?
Texto de autoria de Maria Dulce Martins
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