Em 9/7/2013 publiquei neste espaço um documento inédito do primeiro numeramento do reino, feito entre
1527 e 1532, de todos os lugares do então termo de Sortelha. Lá constava o Casteleiro
com 52 fogos e outras quintas e casais. No entanto, a quinta de Santo Amaro não
constava….
E não era referida porque tinha outro nome: “Quymtam do
Ameall”, com 2 fogos.
A Quinta do Ameal foi um prazo da Comenda do Seixo Amarelo da
Ordem de São Bento de Avis. Pelo menos em 1396 já pertencia à Ordem, já que D.
Afonso IV a escusou de impostos por estar despovoada. Na ocasião estava aforada
a Fernão Gomes Góis.
Os caminhos de quando se investiga o passado são sempre
imprevisíveis. E eis que é hoje possível saber e tornar público parte da
estória de como a família Costa Lobo chega a esta Quinta que até hoje
conhecíamos apenas por Quinta de Santo Amaro.
Gregório Tavares da Costa, filho de Luís Tavares da Costa e
Inês de Cáceres, Capitão Mor da Covilhã, Fidalgo da Casa Real, casou primeira
vez com Maria de Campos, viúva de António Camelo Botelho que detinha o
aforamento da Quinta. Este tinha herdado esse aforamento de seu pai, Nuno
Camelo, em 1591, que o tinha herdado de sua mãe D. Constança Afonso de Proença
em 1538, que esta recebera em 1530 por morte do marido, Jorge Álvares.
Maria de Campos deixa em 1624, por 3 vidas, o aforamento da
Quinta a seu marido Gregório Tavares da Costa. Este é o momento que vai ditar a
posse da Quinta do Ameal e mais tarde de Santo Amaro à mesma família por mais
de três séculos.
Por morte de Maria de Campos, em julho de 1653, Gregório
Tavares da Costa casa com Catarina Pinto Lobo em 15/5/1655, na Covilhã.
Catarina Pinto Lobo, filha de Francisco Pinto Lobo, de Seia, e Inês Mendes, da
Covilhã, descendente dos Senhores da Quinta de Carragosela de Santa Comba
(Seia).
Em 30/11/1678, Gregório Tavares da Costa Lobo (passa a usar o
apelido da esposa), obtém o aforamento em seu nome, por mais três vidas. Fica a
pagar a renda de 1220 réis, a entregar no dia de Natal. Faleceu em 26/2/1684 e
sucedeu-lhe seu filho Luís Tavares da Costa Lobo.
Este é, apenas, o início da estória da posse da Quinta até ao
seu último proprietário José Caetano Tavares da Costa Lobo, nascido em
2/11/1876, oitavo neto de Gregório Tavares da Costa Lobo, por todos conhecido
pelo “Morgado de Santo Amaro”.
Mas, seria mesmo Morgado?
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