27/01/2019

Quinta do Ameal foi o primeiro nome da Quinta de Santo Amaro


Em 9/7/2013 publiquei neste espaço um documento inédito  do primeiro numeramento do reino, feito entre 1527 e 1532, de todos os lugares do então termo de Sortelha. Lá constava o Casteleiro com 52 fogos e outras quintas e casais. No entanto, a quinta de Santo Amaro não constava….
E não era referida porque tinha outro nome: “Quymtam do Ameall”, com 2 fogos.
 
A Quinta do Ameal foi um prazo da Comenda do Seixo Amarelo da Ordem de São Bento de Avis. Pelo menos em 1396 já pertencia à Ordem, já que D. Afonso IV a escusou de impostos por estar despovoada. Na ocasião estava aforada a Fernão Gomes Góis.
Os caminhos de quando se investiga o passado são sempre imprevisíveis. E eis que é hoje possível saber e tornar público parte da estória de como a família Costa Lobo chega a esta Quinta que até hoje conhecíamos apenas por Quinta de Santo Amaro.
 
 
Gregório Tavares da Costa, filho de Luís Tavares da Costa e Inês de Cáceres, Capitão Mor da Covilhã, Fidalgo da Casa Real, casou primeira vez com Maria de Campos, viúva de António Camelo Botelho que detinha o aforamento da Quinta. Este tinha herdado esse aforamento de seu pai, Nuno Camelo, em 1591, que o tinha herdado de sua mãe D. Constança Afonso de Proença em 1538, que esta recebera em 1530 por morte do marido, Jorge Álvares.
Maria de Campos deixa em 1624, por 3 vidas, o aforamento da Quinta a seu marido Gregório Tavares da Costa. Este é o momento que vai ditar a posse da Quinta do Ameal e mais tarde de Santo Amaro à mesma família por mais de três séculos.
Por morte de Maria de Campos, em julho de 1653, Gregório Tavares da Costa casa com Catarina Pinto Lobo em 15/5/1655, na Covilhã. Catarina Pinto Lobo, filha de Francisco Pinto Lobo, de Seia, e Inês Mendes, da Covilhã, descendente dos Senhores da Quinta de Carragosela de Santa Comba (Seia).
Em 30/11/1678, Gregório Tavares da Costa Lobo (passa a usar o apelido da esposa), obtém o aforamento em seu nome, por mais três vidas. Fica a pagar a renda de 1220 réis, a entregar no dia de Natal. Faleceu em 26/2/1684 e sucedeu-lhe seu filho Luís Tavares da Costa Lobo.
Este é, apenas, o início da estória da posse da Quinta até ao seu último proprietário José Caetano Tavares da Costa Lobo, nascido em 2/11/1876, oitavo neto de Gregório Tavares da Costa Lobo, por todos conhecido pelo “Morgado de Santo Amaro”.
 
Mas, seria mesmo Morgado?
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 

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