Todos os casteleirenses conhecem o local. Todos por aqui
passaram centenas de vezes. Esta foto, que me chegou por mão amiga mas que se
desconhece o seu autor ou data, depois de inquirições a alguns dos nossos
seniores, poderá ter sido obtida na década de cinquenta do século passado. A
outra foto, exactamente do mesmo ângulo, foi tirada ontem, 18 de outubro.
Dizia o poeta que “onde não estamos
é que estamos bem. Já não estamos no passado, e então ele parece-nos belíssimo”.
Acrescento eu, neste caso, que não parece, é belo.
Mas estas duas
fotos transportam-nos para a realidade do presente. Ouvi há alguns meses, numa
aldeia do concelho, alguém referir “aqui, onde a estrada acaba”. No Casteleiro
a estrada não acaba, a aldeia é atravessada em todo a sua extensão por uma
estrada nacional. Mas é uma estrada que tem servido para levar gente. Hoje a
população é menor que no século XVI. As casas foram recuperadas, novas e muitas
se construíram. Mas não estão habitadas.
Contudo, o
Casteleiro é a mais bela aldeia. Sempre foi. Porque é a nossa. E quando olhamos
uma foto que nos faz recuar no tempo, as certezas são maiores e a energia para
olhar o futuro ganha força e vigor.
"Reduto", crónica de António José Marques
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