Desde criança que me lembro da ansiedade que era, até chegar esse dia.
Havia atitudes, movimentações na vida das pessoas, que mesmo sem pensar muito, iam em direcção à festa.
O melhor cabrito, o melhor galo, o melhor queijo, o melhor presunto, o melhor vinho, e a melhor roupa – era para utilizar no dia da festa.
Hoje em dia não se viverá tanto o acontecimento, pois a vida alterou-se, há muito mais divertimentos e acesso a tudo e os acontecimentos já não terão o impacto de então.
Contudo, nota-se ainda que a FESTA continua a ser um dia especial.
Compreende-se, normalmente é época de férias e os filhos da terra aproveitam para viver esse dia que por norma é de alegria, com os seus familiares e amigos.
Os imigrantes, então, acorrem em grande número, a matar saudades do canto que os viu nascer.
Sempre me entusiasmei com esse dia.
Nem que fosse apenas um fim-de-semana, era vivido ao milímetro.
Vivia-o com intensidade e muito entusiasmo.
A juventude impunha-se e toda a sensibilidade estava à flor da pele.
O tempo passa, as pessoas também, mas fica a grata recordação.
O sabor bom desses tempos ficará perpetuado na memória que, de quando em vez, se encarregará de nos oferecer uma retrospectiva desses momentos bons.
Outros interesses, outros hábitos, outros ambientes – enfim, voltas da vida.
Apesar disso, nunca esquecerei aquela terra que foi o meu berço.
A que instalou em mim as raízes da vida, e me recebeu sempre de braços abertos e com os mimos de muita gente.
O futuro é em frente.
Boa festa para quem gosta de a viver.
Abraço.
Texto de autoria de Maria Dulce Martins