Casa onde nasceu |
Às dez horas do dia 24 de Janeiro de
1953, faz hoje sessenta e um anos, falecia em sua casa, na Quinta Mimosa no
Casteleiro, vítima de hemorragia cerebral, o nosso conterrâneo Joaquim Lopes
Neves Mendes Guerra.
Joaquim Mendes Guerra nasceu no
Casteleiro em 1893, filho de Manuel José Fernandes Mendes Guerra, o maior
proprietário da Aldeia à época, também ele natural do Casteleiro e de Emília
dos Prazeres Neves Mendes Guerra, natural de Tamanhos no concelho de Trancoso.
Joaquim Mendes Guerra foi casado com Maria do Céu Barreiros Guerra, (a “Senhora”)
que enviuvou com apenas 52 anos.
Em crónica anterior já aqui abordei a
vida deste casteleirense a propósito do motim do aguilhão frente à Câmara do
Sabugal a 10 de Fevereiro de 1926. Referi, então, que a investigação sobre a
vida de Mendes Guerra estava adiantada. Hoje, está praticamente concluída.
Após muita e diversificada
investigação, ouso afirmar que Joaquim Mendes Guerra é, para mim, a
personalidade mais fascinante do Casteleiro do século XX. A sua vida, personalidade,
acção e obra extravasou as fronteiras da nossa terra, do concelho e da região.
Aluno da Universidade de Coimbra |
Em 1913, com vinte anos de idade,
estudava em Coimbra, matriculado na Faculdade de Letras. No ano seguinte optou
pela Faculdade de Direito. Contemporâneo na Universidade, e em algumas das
disciplinas, de António de Oliveira Salazar e Manuel Gonçalves Cerejeira, com
quem manteria fortes relações de amizade, Joaquim Mendes Guerra regressaria
anos depois ao Casteleiro. Na política, integra a corrente do Integralismo
Lusitano, ao invés de seu pai que pertencera ao Directório do Partido
Progressista do Sabugal até 10 de Agosto de 1898.
Acta de tomada de posse Presidente da Junta |
Jornalista, fundou a “Gazeta do
Sabugal”, com sede no Casteleiro, órgão defensor dos “lavradores do concelho”.
A 2 de Janeiro de 1926 toma posse como Presidente da Junta de Freguesia de
Casteleiro. Um cargo de curta duração já que, a 30 de Junho do mesmo ano é
empossado como Presidente da Comissão Administrativa do Concelho do Sabugal.
Até à sua morte, desdobrou-se em múltiplas actividades políticas e, sobretudo,
de publicação de artigos em diversos jornais do País. No dia da morte era
publicado o seu último artigo no jornal “A Voz”, sobre “Usos e Festas
Tradicionais da Beira”.
Militante, polémico, interventor, a
vida de Joaquim Mendes Guerra, o seu percurso em pormenor, merece ser do conhecimento
público de todos os casteleirenses. Isso acontecerá ainda em 2014.
Assinatura |
"Reduto", crónica de António José Marques
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