18/09/2016

Arrolamento de bens da Igreja: faltavam os adros!

Em crónica anterior, que pode reler aqui, reproduzi o inventário de arrolamento  de todos os bens da Igreja, realizado no Casteleiro  em 6 de Março de 1912. Uma acção executada na sequência da Lei de Separação do Estado e da Igreja de 20 de Abril de 1911.
O Inventário, bastante exaustivo, tinha, no entanto uma falta: tinham esquecido os adros da igreja e capelas. E, claro, um palmo de terra é um palmo de terra!
 






















E foi assim que, vinte anos depois, a 22 de Julho de 1932, foi feita uma adenda ao documento com a descrição do que estava em falta. Assinaram o documento, o representante do Administrador do Concelho e pela Junta de Freguesia José dos Santos Mourinha. Mais uma vez o pároco de então, António Gonçalves Sapinho, primou pela ausência.
O inventário refere-se, pois, à Igreja Matriz, Capela de São Francisco, Capela do Espírito Santo e Capela de São Sebastião.
 
 
Igreja Matriz: “Um adro pertencente à Igreja, ainda actualmente servindo de cemitério, delimitado pelo lado norte por Manuel José Fernandes Mendes, pelo sul e poente Ferraz de Penamacor e pela nascente pela própria igreja e via pública. Mede 175 metros quadrados.”   
 
 
Capela do Espírito Santo: “Um pequeno quadrilátero de terreno pertencente à capela cujo, noutro tempo, se diz ter sido ocupado por um alpendre. Mede trinta e meio metros quadrados.”
 
 
Capela de São Sebastião: “Um pequeno território que circunda a capela, sito em São Sebastião, que é delimitado pelo nascente, sul e poente por Maria Esteves e pelo norte pela própria capela e via pública. Mede oitenta e um e meio metros quadrados – dentro desta área existem ainda as ruínas de um alpendre”.
 

Capela de São Francisco: “À capela sita no Terreiro do mesmo nome não pertence qualquer território pois que é delimitado pelo nascente pela escola oficial, norte, sul e poente pela via pública”.
Até aos nossos dias não chegou a Capela de São Sebastião, demolida e transladada para o cemitério da Aldeia.
 
 
 
 
 
 "Reduto", crónica de António José Marques