18/03/2018

A caminho da Argentina


Como já referi aqui em crónica anterior denominada “A caminho do Brasil”, muitos foram os casteleirenses que, antes do surto emigratório para França a partir dos anos 50 do século passado, rumaram para aquelas paragens.
Mas antes, no início do século, foi a Argentina um dos primeiros destinos. Publicamos hoje alguns dos nossos conterrâneos que deixaram a sua terra em busca de melhor vida, de um sonho de “riqueza”, afinal, uma partida às cegas para uma terra de “promessas”.
Dos 17 casteleirenses que a seguir enumeramos, todos com destino a Argentina, 12 obtiveram passaporte em 1912, um em 1925, dois em 1927, um em 1928 e um em 1931. As informações são em alguns casos escassas, apenas filiação e/ou idade e em quatro casos reproduzimos mesmo a concessão de passaporte com foto e informações pessoais.
 
 
 
Em 1912 obtiveram passaporte José Pires Saramago, residente em Caria; José Bernardo residente em Inguias; José Ferreira, filho de António Ferreira e Domingas Pinto, casado de 39 anos; Manuel Pinto, filho de António Pinto e Luísa, casado, de 37 anos, residente em Valverdinho; Luís Moita, filho de João Moita e Luísa da Costa, casado, de 30 anos; António Carvalho, filho de Manuel Carvalho e Maria do Carmo Soares, casado, de 28 anos; Manuel Marques, filho de Joaquim Marques e Caetana, casado, de 28 anos; Manuel Machado, filho de João Machado e Maria Emília Soares, solteiro, de 24 anos; Valentim, filho de José Valentim e Maria Nabais, casado, de 24 anos; Manuel Lourenço Capelo, filho de José Lourenço Capelo e Isabel Justiça, casado, de 31 anos; Manuel Valente, filho de António Valente e Theodora Correia, casado, de 31 anos; Manuel José Valentim, filho de José Valentim e Maria Nabais Cameira, casado, de 32 anos.
 
 
A única mulher que surge com passaporte para Buenos Aires é Flamina Clara Cameira, em novembro de 1925, mas sem qualquer indicação de filiação ou idade.
Em 2 de Janeiro de 1927 obtém passaporte José Fonseca, filho de Eduardo Fonseca e Emília Fonseca, de 29 anos (primo direito da avó materna do autor desta crónica) e em 23 de Novembro de 1927 obtém passaporte Francisco Afonso, filho de José Afonso e Maria do Rosário, casado, de 46 anos.
Em Janeiro de 1928, emitido passaporte a João Nabais, filho de José Maria Nabais e Conceição de Jesus, solteiro de 24 anos.
Por último, em 9 de Dezembro de 1931, Fermino Pinto, filho de Joaquim Pinto e Maria Bárbara Gonçalves, viúvo, de 46 anos, obtém passaporte com destino a Montevideu.
 
 
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques

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