29/07/2013

Casteleiro vai homenagear os seus Emigrantes

O Casteleiro é uma terra de emigrantes. Os primeiros números conhecidos quanto a população residente remontam a 1527, com 52. Desde então, a população aumentou sempre até atingir o seu auge em 1950 com 1578 residentes. O fenómeno da emigração começa nesta década. Em 1960 reduziu para 1271, em 1970, 885, em 1981, 721, em 1991, 563, em 2001, 504 e, os últimos censos, de 2011, registam 365 moradores.
O Casteleiro dos nossos dias terá uma população muito próxima da que teve há 300 anos

Chegou o tempo de homenagear estes nossos conterrâneos que partiram ao longo dos anos e que se espalharam por todos os continentes.
Por iniciativa da Junta de Freguesia, o Casteleiro passará a ter um monumento evocativo do Emigrante, uma homenagem que ficará para o futuro, bem no centro da Aldeia. Concebido pelo escultor Augusto Tomás, o monumento será inaugurado no próximo dia 11 de Agosto, pelas 15 horas e ficará implantado no novo largo da freguesia que também se passará a denominar Largo do Emigrante.
 
 

26/07/2013

Festa das Mães, faz hoje 70 anos

Hoje, dia em que se evoca o dia dos avós, lembramos aqui a "Festa das Mães" que se realizou no Casteleiro há exactamente 70 anos, no dia 26 de Julho de 1943. Festa rija, com comissão para a venda de flores, comissão para os festejos, etc..

 
 

24/07/2013

Dia Nacional dos Avós


 
É já no dia 26 de Julho o “Dia Nacional dos Avós” que vem sendo celebrado desde o dia 26 de Julho de 2003.
Para quem não sabe, e à semelhança do Dia do Pai e da Mãe, também o Dia dos Avós teve a sua origem, sabendo-se que, “Segundo o site Avós no Mundo (http://www.avosnomundo-26julho.com/), a ideia de instituir o dia 26 de Julho, como Dia dos Avós em Portugal, foi lançada no final dos anos 80 por Ana Elisa do Couto Faria, uma portuguesa de 66 anos, então avó de quatro meninas e dois meninos.
Nascida a 2 de Janeiro de 1926, na cidade de Penafiel, era uma dentre os nove filhos de um casal de proprietários humildes e generosos. Já casada e mãe, Ana Elisa, logo se apercebeu que seus pais, perante os netos, teriam um papel fundamental ao nível da família e da sociedade.
Com o nascimento do primeiro neto, Ana Elisa começou a verificar e a interiorizar o modo como seria bonito dar relevo aos avós do seu país e do mundo.
Por cerca de dezasseis anos, percorreu diversos países do mundo, levando consigo a mensagem do dia 26 de Julho. Ela não se poupou a esforços para fazer nascer o “Dia dos Avós.” Recorreu a diversos organismos da Igreja Católica, meios de comunicação social e deputados e usava todos os meios ao seu alcance, sendo que um deles dos mais notados era recorrer a figuras públicas portuguesas, em especial, atletas de alta competição e lhes pedia para levarem a mensagem, através de posters.
Após muita perseverança, em Portugal, a Assembleia da República aprovou, pela resolução 50/2003 de 04 de Junho, o dia 26 de Julho, como “Dia Nacional dos Avós”, dia previamente escolhido, por ser dia de S. Joaquim e de Santa Ana, pais da Virgem Maria e avós do Menino Jesus”.
Com esta vitória, para além dum agradecimento sincero a Ana Elisa do Couto Faria, repassado dum triste sentimento pelo seu falecimento em Novembro de 2007, celebremos condignamente este dia, prestando aos avós que, no dizer do povo, são pais duas vezes, aquela justa homenagem com alegria, carinho e amor, com gratidão e muitos, muitos beijinhos que bem merecem.
 
 

 
 
 
Daniel Machado
 
 

22/07/2013

O Motim do Aguilhão


Ontem, dia 21, fui ao Sabugal assistir à recriação do ”Motim do Aguilhão”, uma iniciativa do Município, integrada na “Viagem aos anos 20”.
 
E fui por um motivo muito concreto. É que este motim, que aconteceu a 10 de Fevereiro de 1926, teve como mentor o nosso conterrâneo e Presidente da Junta de Freguesia de Casteleiro à época: Joaquim Mendes Guerra, (falecido a 24/1/1953), filho do abastado lavrador e ilustre casteleirense Manoel José Fernandes Guerra e marido da ainda hoje muito falada na aldeia, D. Maria do Céu Guerra (a Senhora).
Joaquim Guerra pertenceu à geração do “integralismo lusitano” e foi um grande defensor da causa dos lavradores do concelho. O motim, obviamente com motivos políticos, juntou frente à Câmara do Sabugal cerca de 1500 manifestantes e teve como causas directas a imposição de um imposto de turismo, a licença de cães e a licença de “aguilhão” , a ponta de metal usada para incitar as juntas de bois. Um leque de impostos que atingia ferozmente os lavradores. Ontem, tal como hoje!
A acção de Joaquim Mendes Guerra foi multifacetada. A 18 de Abril desse ano, fundou o jornal “Gazeta do Sabugal”, com sede no Casteleiro, onde continuou com numerosos artigos a defender as causas em que acreditava. Logo no primeiro número do jornal escrevia “Os lavradores sabem que devem pagar contribuições e hão-de pagá-las, mas só querem pagar as que forem justas e as que forem necessárias”.
A vida deste nosso conterrâneo foi rica de momentos cruciais, durante muitos anos, na vida política do concelho. O seu estudo e divulgação é outro dos objectivos em carteira, mas já em avançado estado de pesquisa.
Acreditem que foi com enorme prazer que ontem assisti à recriação deste motim com a praça frente à Câmara do Sabugal repleta de gente, muitos com varapaus e em grande berraria, e ouvir o actor abrir o discurso à multidão:
“Chamo-me Joaquim Mendes Guerra e venho do Casteleiro”.
 
 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques

19/07/2013

É bom ter conhecimento


Há coisas que nos chegam e nós gostamos de saber.
Todos os dias, visito o blogue «Viver Casteleiro».
É através dele que vou sabendo as novidades da minha terra.
Ontem, li um pequeno texto da Direcção do Lar que me deixou reconfortada.
É uma mais-valia ter na nossa terra uma instituição como o Lar.
É bom darmo-nos conta de que esse lar é dirigido por pessoas de bem e empenhadas em fazer o melhor que podem, em benefício de um povo que trabalhou e que merece ter o melhor.
É bom sabermos que trabalham lá profissionais preparados, a exercer com profissionalismo o que aprenderam.
É bom darmo-nos conta de que, para poderem exercer esse trabalho, têm certamente ao seu alcance, as condições necessárias.
É muito bom concluirmos que aquele lar não é apenas um depósito de «restos» humanos já sem utilidade.
É, sim, um local onde há gente que ainda é capaz de se empenhar e de ser útil, se para isso for motivada.
É muito bom sabermos que os nossos idosos são tratados com a dignidade que merecem.
Que não se sentem despejados, apenas à espera do fim.
Por mim, sinto orgulho em constatar que essa instituição poderá ser um exemplo a seguir por tantas outras.
Onde os idosos vegetam e se vêem definhar aos poucos, quais trastes velhos.
Um abraço de parabéns e incentivo a todos os trabalhadores e seus dirigentes.
Orgulhem-se da oportunidade que estão a ter.
Tirem dele o melhor proveito também para vossa satisfação pessoal.
 
 
 
 
Dulce Martins
 
 

17/07/2013

Festa de Santo António

 
 
A Festa de Santo António está-se a aproximar…
Este ano tem lugar nos dias 9, 10 e 11 de Agosto e podem desde já consultar o cartaz oficial. Não faltará animação. Desde o tiro ao alvo, ao tradicional jogo de futebol solteiros X casados, já para não falar do acordar ao som dos bombos e da banda filarmónica, não esquecendo a pequenada que se poderá divertir no insuflável.
Sem dúvida que o Casteleiro está mesmo em festa, até porque no dia 11 também se festejam as bodas de ouro da ordenação sacerdotal do Rev. Padre António Augusto Gonçalves Diogo.
Os mordomos estão a dar o seu melhor e contam com a colaboração de todos os Casteleirenses. Pode desde já adquirir a sua t-shirt.
A festa é de todos e para todos.

A Comissão de Festas 2013
 
 

15/07/2013

Recordar é viver!


A prática e o desenvolvimento de actividades de lazer têm-se revelado na vida dos mais idosos como um factor de crucial importância.
É necessário fazer renascer o seu sentimento de pertença à comunidade.
A valorização das capacidades, competências e saberes do idoso não devem ser esquecidas e isso verificou-se nos últimos meses no Lar S. Salvador do Casteleiro.
Os utentes reviveram hábitos e costumes de agricultura: a colheita de cerejas, a colheita de tília, a selecção de folhas de louro, utilizadas como ervas aromáticas, foram algumas das “tarefas” que os utentes realizaram nas instalações da instituição, auxiliando as colaboradoras, mas sempre com a supervisão destas e da nossa Animadora sociocultural.
A transmissão de saberes, quer no que diz respeito à poda das árvores, quer de fruto quer de jardim, foram uma constante. Ouviam-se expressões como estas: “Corte este ramo aqui!” ou, “ Para o ano, estas já estão maiores, agora ainda é muito cedo!”
Por tudo isto, faz sentido dizer: Recordar é viver!












A Direcção do Lar São Salvador
 

14/07/2013

Bruxa e Feiticeira...


Em 1716, o Casteleiro teria uma população muito próxima da actual. Cerca de 400 habitantes. Certamente, a agricultura era a sua principal ocupação. Gente humilde, pobre, a exemplo do resto do país rural. Isto, enquanto em Lisboa a corte de D. João V era das mais ricas da europa graças ao ouro que chegava do Brasil. O luxo e a opulência rivalizavam com as dificuldades do povo com inúmeros impostos para pagar. A Inquisição estava no seu auge, com autos de fé transformados em verdadeiros espectáculos no Terreiro do Paço, em Lisboa.
No Casteleiro rural, uma mulher de 70 anos era acusada de bruxaria. Feitiços testemunhados pelos seus conterrâneos que levaram à sua denúncia ao Capitão-Mor de Sortelha.
Chamava-se Leonor Fernandes, era viúva de Sebastião Fernandes Gázio, natural e moradora no Casteleiro.
O processo, extenso, descreve os feitiços, as bruxarias como, por exemplo, “dar e tirar saúde a criaturas”. As inúmeras testemunhas dão os seus nomes  e “contam” tudo. Quem eram, o que viram, o que aconteceu a esta nossa conterrânea? Uma estória real que teve lugar há cerca de 300 anos.
Uma estória que terá que ser estudada e revelada…






"Reduto", crónica de António José Marques



11/07/2013

Bodas de Ouro do Padre António Diogo


O Rev. Padre António Augusto Gonçalves Diogo, natural do Casteleiro, comemora este ano, em Agosto, as Bodas de Ouro da ordenação sacerdotal. Por iniciativa da Junta de Freguesia, em conjunto com uma comissão organizadora alargada ao Rev. Padre César Cruz e a José Manuel Gonçalves, em representação da família, no próximo dia 11 de Agosto, pelas 12 horas, na Igreja Paroquial do Casteleiro, vamos comemorar os 50 anos de vida sacerdotal deste nosso conterrâneo, seguido de almoço de confraternização aberto a toda a população.
 
 
 

09/07/2013

Apontamentos, estórias, factos...


Inicio hoje uma série de “apontamentos” históricos sobre o Casteleiro. Na sua grande maioria são inéditos ou, embora conhecidos, nunca foram objecto de publicação. São pequenas estórias, dados, curiosidades e alguns factos até hoje “soltos” mas que procurarei relacionar com o conhecimento existente sobre a nossa aldeia.
Esta série de apontamentos, que aqui serão referidos mas sem desenvolvimento aprofundado, fazem parte de um dossier que estou a construir e que, proximamente, poderá ver a luz do dia em forma de livro. Assim a utilização das horas o permita.
A primeira grande operação de “recenseamento” do Reino foi efectuada entre 1527 e 1532. Este “Cadastro” ou “Numeramento” está disponível na Torre do Tombo. Mas não está completo. Faltam dois volumes, os relativos à Beira e Alentejo. Esses estão na Biblioteca do Museu Britânico.
Graças a um amigo que reside em Londres, foi possível obter a digitalização da parte que a nós, casteleirenses, nos interessa: o cadastro do termo de Sortelha, então concelho de que o Casteleiro fazia parte. E aqui podemos ver o documento original, embora seja de há muito conhecido que ao Casteleiro era referenciado a existência de 52 moradores.
Mas este documento levanta imensas questões e numerosas pistas de investigação, todas relacionadas com o Casteleiro e suas actuais anexas.
Mas, esse, é um estudo em desenvolvimento….
 
 
 
 
"Reduto", Crónica de António José Marques
 


07/07/2013

Chegou o Verão


 
Na cadência sequenciada do tempo o verde dos campos, ditado por uma prolongada primavera, deu lugar à cor dourada das searas e ervas daninhas que invadem a paisagem casteleirense contrastando, aqui e ali, com o arvoredo autótone da região.
A cor da paisagem mudou. A natureza, hoje e sempre, a cumprir a sua missão.
Com a magia do verão a aldeia transforma-se.
Os filhos da terra preparam-se para regressar, depois de mais um ano de intenso trabalho, noutras paragens, algumas bem distantes.
As casas, edificadas à custa de muitas ausências e saudades de quem fica, preparam-se para abrir as suas portas e, acolher no seu aconchego as gerações que um dia partiram à procura de uma vida melhor.
As ruas preparam-se para receber a gente que aqui falta, que dará mais vida à procissão de agosto – festa de Santo António.
A Junta de Freguesia, que durante o ano criou espaços novos e requalificou outros, quer agora, abrir as portas da aldeia e desejar a todos, votos de boas férias.
Também o Centro Cultural prepara já, o tradicional almoço de confraternização com todos os cateleirenses.
Com a chegada do verão os dias e as noites ganham outra dimensão.
O calor invade a aldeia, chamando todos ao convívio, interrompido pelas noites longas deste inverno, agreste, que passou.
Para os que estão…para os que regressam, BOAS FÉRIAS!






Joaquim Luís Gouveia



05/07/2013

Vivências

A propósito de um elogio, despertaram em mim tantas recordações!...
Saí da minha terra, do meu ninho, há quarenta e tal anos.
Lembro-me como se fosse hoje.
Vim atrás de um sonho de amor.
Não havia dúvida que era aquilo que eu queria.
Ao mesmo tempo, deixei metade do meu coração lá, no aconchego do meu berço.
Com o coração feliz e ao mesmo tempo ferido.
Ficou colado às paredes, às pessoas, à família e aos locais.
Os momentos de menina, alguns, apenas alguns, muito pesados, também me acompanharam.
Comigo veio a imensa recordação de uma vida feliz.
Vieram comigo os cheiros que ainda hoje guardo.
Mesmo em situações tão complicadas e traumáticas como as que passei lá longe, em Cabinda, na guerra colonial.

Veio comigo a saudade da inocência responsável.
Dos momentos em que, de repente, tive que me fazer mulher.
«Vieram comigo», aqueles que me ajudaram e ensinaram a crescer.
As amigas da minha idade, tantas!...
E também as amigas mais velhas.
As que me protegiam e me tratavam com imensa ternura.
Já casadoiras, chamavam-me para as acompanhar nos passeios e outras formas de lazer.
A Dulcinha, era assim que todos me chamavam, era para elas a menina ainda muito novinha, em quem depositavam confiança.
Aquela que guardava os segredos e que não estorvava os seus devaneios de jovens namoradeiras.
Nunca esquecerei a Zézinha Azevedo, a Maria de Jesus Soares, a Zulmira Fonseca, a Idalina Silva e outras que me acarinharam sempre e me ensinaram utilidades que ainda hoje me são úteis.
Como não hei-de eu falar com ternura das vivências de infância e juventude?
Porque não haveria eu de recordar com carinho, todo o carinho que recebi?
Escrevo assim, talvez porque a minha escrita vem do coração.
Talvez porque escrevo com a alma – assim haja, continue a haver, quem goste de me ler.

Obrigada a todos.
Abraço.

 

 
 
 
Dulce Martins
 
 
 

04/07/2013

Vivências, Sentimentos, Opiniões...

E que viva o "Viver Casteleiro"
 
Aqui há umas semanas atrás, levantei-me, um dia, mais cedo que o habitual. Tinha que ir levar a Rita à escola - como já tenho dito, gosto de lhe chamar Rita porque é assim que mais é conhecida e chamada entre os colegas, professores e amigos.
Dormiu cá em casa enquanto a mãe esteve num congresso e, sempre que as exigências profissionais da mãe a tal obrigam são os avós que avançam, aliás com todo o gosto, porque, atingida que é a nossa “segunda maior idade” os netos são a mais preciosa e a maior riqueza a que os avós podem aspirar e por isso se colocam incondicional e permanentemente disponibilizados para fazerem não só de avós mas também de pais sempre que assim se torna necessário. E não há maior felicidade do que é sentir a juventude, a irreverência, o carinho, o amor e a presença dos netos junto de nós.
Estava uma manhã bonita, com temperatura ambiente muito agradável e, como é seu timbre e gosto, chegámos uns doze a quinze minutos antes do início das aulas. Arrumei o carro ali por perto e dispus-me a dar uma volta pelas redondezas, em jeito de passeio higiénico matinal. E, surpresa, ou talvez não, foi de facto uma experiência muito aprasivel, num reviver de sensações do passado, de pequenas/grandes emoções de outros tempos, ao contemplar tantas e tantos jovens, uns ainda mais crianças outros já mais matulões, uns com a mochila às costas outros de pasta na mão, mas todos cheios de vida, de juventude, de interesses e de sonhos, apressados quer em direcção à Afonso de Paiva, quer para a Amato Lusitano - só preocupa é a incerteza do seu futuro mas isso é outro assunto e ... alma até Almeida, que a esperança é sempre a última a morrer.
O gostoso passeio continuou, com a auto-estima elevada, até porque sempre se vão encontrando aqui e ali velhos conhecidos e amigos, muitos antigos alunos nossos e é sempre uma festa, uma alegria.
Já de regresso para o carro, em frente do Hospital, deparei-me com o João Carlos, mais um ex-aluno nosso, dinâmico, como sempre, inteligente, estudioso, interessado, responsável.
Lá vieram uma vez mais as calorosas saudações, o matar saudades e, conhecendo nós, para além das altas funções profissionais, o seu manifesto bichinho pelas actividades politicas, era inevitável que a conversa descambasse em cambiantes variados e se tornasse naturalmente multifacetada. A situação crítica do país e da Europa, os desacertos mais que acertos do governo, o descrédito mais que a confiança nos partidos, a enorme e muito ilustrativa lição vinda da Itália, onde o comediante ia varrendo tudo e todos com os votos que foram mais de protestos que de devoções, quedando-nos, por fim, mais nos nossos pecados internos onde uma nova moda e avassaladora onda de comentadores para todos os gostos e feitios vão aparecendo nos meios de comunicação social.
- Repare, diretor - dizia-me convictamente, mantendo velhos hábitos de tratamento de quando era meu aluno - há de facto por aí um ou outro comentador que até merece algum crédito. Outros só estão interessados no bota-a-abaixo, no dizer mal, na demagogia fácil e barata. E há-os ainda que só falam porque gostam de ser ouvidos...
Talvez sim, ou talvez não, pensei. Mas vim matutando nestas e noutras realidades do nosso dia-a-dia, semana a semana, mês a mês... até que, já em casa, o computador me foi levando para outras paragens, outras vivências, outras emoções e sentimentos e... outros apetites. Então não é que desejei mesmo, ao menos por uma só vez ser também comentador (embora de meia tijela, está visto) do nosso “Viver Casteleiro”? É que me parece de toda a justiça comentá-lo.
Ora então vamos lá: antes de mais é digna de louvor a ideia feliz do padrinho ou padrinhos que assim lhe chamaram. Viver o Casteleiro é mesmo só para os amantes do Casteleiro. Honra e merecimento lhes sejam dados.
Igualmente merecedora de todos os elogios é a vontade dos que constantemente o têm alimentado e actualizado, numa altura em que tantas aldeias vão agonizando, num abandono confrangedor.
Sem desprimor para ninguém, apraz-me relevar a sagesa e o dinamismo de António José Marques, atual presidente da Junta. Parabéns Tó Zé e a toda a equipa. Bom trabalho, não restam dúvidas.
Também a disponibilidade voluntariosa e inspirada de Daniel Augusto Machado, sempre oportuno e atento aos acontecimentos. Igualmente a atenção cuidadosa e preocupada de Joaquim Luís Gouveia no carinho pelo seu/nosso lar e no desvelo com que trata outros temas.
E tantos, tantos outros contribuintes para manter bem acesa a chama do Viver Casteleiro.
Porém, e não me levem a mal, não aprecio menos a sensibilidade ternurenta, a simples mas bela escrita de Dulce Martins. É que – é a minha opinião – tudo o que escreve são autênticas vivências que nos fazem partilhar de emoções e sentimentos de fundo, enraizados nas nossas memórias autobiográficas, como diria, possivelmente, António Damásio.
Há uns anos atrás, uma Casteleirense não residente, ao ter conhecimento do nosso jornalinho, ficou contente, louvou e exortou-nos, no mesmo jornal, a continuarmos e a “não deixar morrer nunca tão boas iniciativas”. Pois o nosso noticias ai continua, muito em breve a caminho dos vinte anos de vida.
O Viver Casteleiro lá chegará também e continuará, assim o desejamos e esperamos.
É inegável que os últimos mandatos na Junta de Freguesia do Casteleiro têm contido elementos que muito amam a sua terra, não se poupando a esforços para engrandecê-la e não duvidamos que assim vai continuar a ser.
A união e o contributo de todos nós é muito importante e indispensável para que tal aconteça.
 
 
 
 
 
Ismael Martins