22/09/2019

A população do Casteleiro em 1920



Prosseguimos a divulgação e análise da evolução demográfica do Casteleiro, hoje com referência ao censos realizado em 1 de Dezembro de 1920.
Relembramos aqui os dados conhecidos relativo à demografia do Casteleiro: 1527: 52 habitantes; 1758: 527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201 fogos; 1864: 848 habitantes e 214 fogos; 1900: 1210 habitantes e 307 fogos; 1911: 1268 habitantes e 317 fogos.
Em 1920 o Casteleiro tinha 1249 habitantes, 627 homens e 622 mulheres. Relativamente ao estado civil, 734 eram solteiros (381 homens e 353 mulheres), 434 casados (210 homens e 224 mulheres) e 81 viúvos (36 homens e 45 mulheres).
Relativamente à instrução, 1032 eram analfabetos (488 homens e 544 mulheres) e sabiam ler 217 (139 homens e 78 mulheres).
Os dados relativos à origem da população indicam que 1103 eram naturais da freguesia ou do concelho do sabugal, 23 de outro concelho do distrito da guarda, 119 de outra naturalidade e 4 considerados estrangeiros. Quanto número de fogos foram contabilizados 313.
Da análise deste censo comparativamente ao de 1911, constata-se que a população diminuiu pela primeira vez: 19 pessoas em 9 anos e o número de fogos também, de 317 para 313.
Esta diminuição da população ficou a dever-se à denominada “pneumónica” ou febre espanhola que assolou o País com maior incidência de Agosto a Dezembro de 1918. Estima-se que tenham morrido em Portugal 50 a 70 mil pessoas, maioritariamente crianças e idosos. Os dados do distrito da Guarda indicam que a população diminuiu 5,7% (258.243 pessoas em 1920) e. no concelho do Sabugal a população residente passou de 34.778 em 1911 para 33.653 em 1920.
Como veremos nos censos de 1930 esta tendência será invertida, mas lentamente!





"Reduto", crónica de António José Marques

Confraria do Cabrito na Brasa

No próximo dia 12 de Outubro a Freguesia de Casteleiro vai receber o II Capítulo da “Confraria do Cabrito na Brasa – Sabugal”.


01/09/2019

UM CASAMENTO EM 1690


Em 31 de Agosto de 1690, faz hoje exactamente 329 anos, houve festa e boda no Casteleiro.

Aos trinta e um dias do mês de Agosto da era de mil seiscentos e noventa anos se receberam em face da igreja por palavras de presente na paróquia do Salvador deste lugar de Casteleiro perante mim o padre cura e testemunhas abaixo nomeadas, Manuel Dias filho de João Gonçalves e Isabel Dias com Maria Cerveira filha de João Cerveira e de sua mulher Isabel Gomes todos meus fregueses e moradores neste lugar, foram testemunhas o padre licenciado João Proença da Fonseca e outro padre Manuel Mendes deste dito lugar e outros moradores , por ser verdade fiz este assento que assino dia mês e era ut supra.
O padre cura Bernardo Nunes Peixoto”


Os pais do noivo, João Gonçalves (filho de João Fernandes e Maria Fernandes) e Isabel Dias (filha de Bartolomeu Dias e Maria Gonçalves) tinham casado em 23/11/1669. Tiveram, pelo menos, mais uma filha, Maria, nascida em 24/10/1678. Os pais da noiva, João Cerveira (filho de João Cerveira e Brites Jerónimo) e Isabel Gomes (filha de Manuel Gomes e Maria Fernandes) tinham casado 27/1/1675.
No ano seguinte ao casamento, em 7/11/1691, o casal teve a sua primeira filha de nome Maria e nove anos depois, em 22/8/1700 nasceu a Isabel.
No entanto, segundo um assento de casamento que se reproduz, ambos terão falecido antes de 1704. E em 31/1/1704, com apenas 13 anos, a sua filha Maria casa com Manuel Gonçalves com 21 anos (nascera em 5/10/1682), filho de Domingos Gonçalves do Olival e de Isabel Lourenço. Em 10/7/1715, Maria já com 24 anos tem a sua primeira filha, Maria.


Aos trinta e um dias do mês de Janeiro de mil setecentos e quatro nesta igreja do Salvador deste lugar do Casteleiro em presença de mim o licenciado Padre João Pinto de Fonseca Cura da dita Igreja e das testemunhas abaixo nomeadas e assinadas o padre Domingos Pinto da Fonseca, Manuel Cerveira e Marcos Gomes todos deste lugar e muita mais gente que presente esteve, em face da igreja conforme dispõem o Sagrado Concílio Tridentino e Constituições deste Bispado da Guarda, se casaram por palavras de presente Manuel Gonçalves, solteiro, filho de Domingos Gonçalves do Olival e de sua mulher Isabel Lourenço já defunta e Maria Cerveira, solteira, filha de Manuel Dias e de sua mulher Maria Cerveira já defuntos moradores neste lugar de Casteleiro e dele naturais os dito contraentes, de que fez este assento o licenciado Padre João Pinto da Fonseca que o escrevi.”

Factos reais de famílias casteleirenses!







"Reduto", crónica de António José Marques