28/10/2017

A população do Casteleiro em 1801


O primeiro recenseamento geral da população foi feito em 1864. No entanto, através de fontes quase sempre com origem na Igreja, é possível encontrar alguns dados relativos ao Casteleiro.  O primeiro que se conhece, já aqui referido, é o numeramento de 1527 que aponta a existência de 52 moradores na aldeia.
Hoje, abordo aqui aquele que ficou conhecido pelo “Censo do Conde de Linhares” referente a 31 de dezembro de 1801 que, pela primeira vez, nos revela dados concretos sobre a população e que, de alguma forma, colide com os elementos escritos pelo cura Pires Leal nas “Memórias Paroquiais” de 1758.
Assim, em 1801, o Casteleiro tinha 462 habitantes, 223 homens e 239 mulheres. Durante esse ano houve 25 nascimentos e 24 óbitos. A estrutura etária era distribuída da seguinte forma: até aos 7 anos – 42 do sexo masculino e 31 do feminino; entre os 7 e os 25 anos – 79 e 102; entre os 25 e os 40 – 62 e 61; entre os 40 e os 60 anos – 32 e 38; entre os 60 e os 80 anos – 9 homens e 6 mulheres. Com mais de 80 anos não consta ninguém. Quanto aos fogos é referida a existência de 135.
A análise destes números mostra-nos uma população muito jovem: 73 crianças até aos 7 anos; 181 pessoas entre os 7 e os 25 anos; 123 com idade entre os 25 e os 40 anos e apenas 70 entre 40 e 60 anos.  Acima de 60 anos apenas 15 pessoas e nenhuma com mais de 80 anos. Números que indicavam já o grande aumento de população que o Casteleiro iria ter ao longo do século XIX.
Chegados aqui, importa referir os números já nossos conhecidos revelados nas “Memórias Paroquiais” de 1758. Aí, o cura Pires Leal refere: “  Tem cento e cinquenta e dois fogos, pessoas de confissão e comunhão trezentas e quarenta e oito; só de confissão setenta e quatro, crianças que ainda não se confessam cento e três, pessoas ao todo quinhentas e vinte cinco.”
Ora, comparando os números, em 43 anos existe um decréscimo da população de 63 pessoas e o número de fogos decresce em 17. Numa primeira análise algo parece não bater certo já que estamos num período em que a aldeia se encontra em expansão. No entanto, embora possam existir erros, poderá haver uma explicação.
Em relação ao número de fogos, não sendo provável que em quase 50 anos houvesse decréscimo de fogos mas sim o seu aumento, a justificação pode estar na noção de “fogo” que foi variando ao longo do tempo e de região para região. Alguns estudos nesta matéria referem essa realidade. Um “fogo” tanto pode ser considerado uma casa como poderá estar, por exemplo, relacionado com “um” chefe de família.
Em relação à diminuição da população em 63 pessoas, embora a probabilidade seja mínima, também pode ter uma justificação. Estamos num período em que o País atravessa um período de fome generalizada e, mais concretamente na nossa região, com condições meteorológicas adversas em que as culturas são quase inexistentes. Acresce, ainda, ser esse um período em que as doenças proliferam, nomeadamente o tifo e outras epidemias que, ao tempo, não tinham cura.
Por exemplo, de agosto a dezembro de 1762, estão registados cerca de 50 óbitos nos assentos paroquiais do Casteleiro, na sua maioria de menores, podendo este número ser muito superior já que em muitas paróquias era hábito não registar os falecimentos de menores de 7 anos.
Com ou sem erros, justificações plausíveis ou não, estes foram os números que chegaram aos nossos dias. E que nos ajudam a conhecer um pouco mais da nossa história!


 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 

Posse da Assembleia e Junta de Freguesia


No passado dia 21 de outubro, teve lugar a cerimónia de posse da Junta e Assembleia de Freguesia de Casteleiro eleitas para o quadriénio 2018/2021.

JUNTA DE FREGUESIA
Presidente – António Marques
Tesoureiro – Vitorino Fortuna
Secretário – Carlos Gonçalves

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA
Presidente – Cristina Alexandrino
1º Secretário – Beatriz Nabais
2º Secretário – Manuel Moita
Vogal – Albertino Lopes
Vogal – Ismael Martins
Vogal – Cristina Clara
Vogal – António Nabais


17/10/2017

17 DE OUTUBRO DE 2007


Faz hoje, dia 17 de Outubro de 2017, 10 anos, que faleceu a Dr.ª Maria Lucinda Gouveia Pires, a saudosa e querida “Lucindinha.”
Será que morreu?
Não. Ela está aqui todos os dias no Casteleiro e, para sempre, no nosso pensamento, no nosso coração, a toda a hora e momento.
Que Deus, em paz, a tenha no eterno descanso que bem merece.

Daniel Machado


07/10/2017

REDUTO

O Largo do Reduto vai ganhar novas formas. Após largos meses de negociações, a Junta de Freguesia adquiriu as “palheiras” junto à capela do Espírito Santo, entretanto já demolidas. No local vai nascer um WC público e reordenado todo o espaço envolvente. O projecto está concluído e foi já entregue na Câmara do Sabugal no início do mês de Agosto.









02/10/2017

CASTELEIRO SEMPRE

Este blog “Viver Casteleiro” nasceu em Setembro de 2009, por minha iniciativa, no âmbito das eleições autárquicas daquele ano. Posteriormente, despiu as vestes políticas e passou a ser uma plataforma de comunicação aberta a todos os casteleirenses. O Casteleiro passou a ser o único tema deste espaço.
Exactamente por essa razão, e porque estivemos em período eleitoral, não foi aqui publicado qualquer post nas últimas semanas. Foi uma interrupção voluntária.
Terminado o acto eleitoral, o Viver Casteleiro volta a ganhar dinâmica.
Os casteleirenses reforçaram o seu apoio à actual Junta de Freguesia que continuará nos próximos quatro anos a procurar, com os escassos meios que dispõe, criar as melhores condições para todos os que lá vivem.
O Casteleiro corre-nos no sangue e é, será sempre, a mais bela aldeia.
Mãos à obra.

António Marques