04/07/2013

Vivências, Sentimentos, Opiniões...

E que viva o "Viver Casteleiro"
 
Aqui há umas semanas atrás, levantei-me, um dia, mais cedo que o habitual. Tinha que ir levar a Rita à escola - como já tenho dito, gosto de lhe chamar Rita porque é assim que mais é conhecida e chamada entre os colegas, professores e amigos.
Dormiu cá em casa enquanto a mãe esteve num congresso e, sempre que as exigências profissionais da mãe a tal obrigam são os avós que avançam, aliás com todo o gosto, porque, atingida que é a nossa “segunda maior idade” os netos são a mais preciosa e a maior riqueza a que os avós podem aspirar e por isso se colocam incondicional e permanentemente disponibilizados para fazerem não só de avós mas também de pais sempre que assim se torna necessário. E não há maior felicidade do que é sentir a juventude, a irreverência, o carinho, o amor e a presença dos netos junto de nós.
Estava uma manhã bonita, com temperatura ambiente muito agradável e, como é seu timbre e gosto, chegámos uns doze a quinze minutos antes do início das aulas. Arrumei o carro ali por perto e dispus-me a dar uma volta pelas redondezas, em jeito de passeio higiénico matinal. E, surpresa, ou talvez não, foi de facto uma experiência muito aprasivel, num reviver de sensações do passado, de pequenas/grandes emoções de outros tempos, ao contemplar tantas e tantos jovens, uns ainda mais crianças outros já mais matulões, uns com a mochila às costas outros de pasta na mão, mas todos cheios de vida, de juventude, de interesses e de sonhos, apressados quer em direcção à Afonso de Paiva, quer para a Amato Lusitano - só preocupa é a incerteza do seu futuro mas isso é outro assunto e ... alma até Almeida, que a esperança é sempre a última a morrer.
O gostoso passeio continuou, com a auto-estima elevada, até porque sempre se vão encontrando aqui e ali velhos conhecidos e amigos, muitos antigos alunos nossos e é sempre uma festa, uma alegria.
Já de regresso para o carro, em frente do Hospital, deparei-me com o João Carlos, mais um ex-aluno nosso, dinâmico, como sempre, inteligente, estudioso, interessado, responsável.
Lá vieram uma vez mais as calorosas saudações, o matar saudades e, conhecendo nós, para além das altas funções profissionais, o seu manifesto bichinho pelas actividades politicas, era inevitável que a conversa descambasse em cambiantes variados e se tornasse naturalmente multifacetada. A situação crítica do país e da Europa, os desacertos mais que acertos do governo, o descrédito mais que a confiança nos partidos, a enorme e muito ilustrativa lição vinda da Itália, onde o comediante ia varrendo tudo e todos com os votos que foram mais de protestos que de devoções, quedando-nos, por fim, mais nos nossos pecados internos onde uma nova moda e avassaladora onda de comentadores para todos os gostos e feitios vão aparecendo nos meios de comunicação social.
- Repare, diretor - dizia-me convictamente, mantendo velhos hábitos de tratamento de quando era meu aluno - há de facto por aí um ou outro comentador que até merece algum crédito. Outros só estão interessados no bota-a-abaixo, no dizer mal, na demagogia fácil e barata. E há-os ainda que só falam porque gostam de ser ouvidos...
Talvez sim, ou talvez não, pensei. Mas vim matutando nestas e noutras realidades do nosso dia-a-dia, semana a semana, mês a mês... até que, já em casa, o computador me foi levando para outras paragens, outras vivências, outras emoções e sentimentos e... outros apetites. Então não é que desejei mesmo, ao menos por uma só vez ser também comentador (embora de meia tijela, está visto) do nosso “Viver Casteleiro”? É que me parece de toda a justiça comentá-lo.
Ora então vamos lá: antes de mais é digna de louvor a ideia feliz do padrinho ou padrinhos que assim lhe chamaram. Viver o Casteleiro é mesmo só para os amantes do Casteleiro. Honra e merecimento lhes sejam dados.
Igualmente merecedora de todos os elogios é a vontade dos que constantemente o têm alimentado e actualizado, numa altura em que tantas aldeias vão agonizando, num abandono confrangedor.
Sem desprimor para ninguém, apraz-me relevar a sagesa e o dinamismo de António José Marques, atual presidente da Junta. Parabéns Tó Zé e a toda a equipa. Bom trabalho, não restam dúvidas.
Também a disponibilidade voluntariosa e inspirada de Daniel Augusto Machado, sempre oportuno e atento aos acontecimentos. Igualmente a atenção cuidadosa e preocupada de Joaquim Luís Gouveia no carinho pelo seu/nosso lar e no desvelo com que trata outros temas.
E tantos, tantos outros contribuintes para manter bem acesa a chama do Viver Casteleiro.
Porém, e não me levem a mal, não aprecio menos a sensibilidade ternurenta, a simples mas bela escrita de Dulce Martins. É que – é a minha opinião – tudo o que escreve são autênticas vivências que nos fazem partilhar de emoções e sentimentos de fundo, enraizados nas nossas memórias autobiográficas, como diria, possivelmente, António Damásio.
Há uns anos atrás, uma Casteleirense não residente, ao ter conhecimento do nosso jornalinho, ficou contente, louvou e exortou-nos, no mesmo jornal, a continuarmos e a “não deixar morrer nunca tão boas iniciativas”. Pois o nosso noticias ai continua, muito em breve a caminho dos vinte anos de vida.
O Viver Casteleiro lá chegará também e continuará, assim o desejamos e esperamos.
É inegável que os últimos mandatos na Junta de Freguesia do Casteleiro têm contido elementos que muito amam a sua terra, não se poupando a esforços para engrandecê-la e não duvidamos que assim vai continuar a ser.
A união e o contributo de todos nós é muito importante e indispensável para que tal aconteça.
 
 
 
 
 
Ismael Martins
 
 
 

1 comentário :

  1. Impossível fingir indiferença perante mais um elogio que me é feito no Viver Casteleiro.
    Ainda mais, porque vem de um conterrâneo que me viu nascer e crescer.
    O Ismael, permita-me que o trate assim, foi meu vizinho durante largos anos.
    Um muito obrigada pelo apreço.
    Guardá-lo-ei não só como um elogio, mas também como um gesto de carinho a que me habituaram os conterrâneos que sempre gostaram de mim.

    Um abraço, Ismael, e até breve.

    Dulce Martins.

    ResponderEliminar