Como já referi aqui em crónica anterior denominada “A caminho
do Brasil”, muitos foram os casteleirenses que, antes do surto emigratório para
França a partir dos anos 50 do século passado, rumaram para aquelas paragens.
Mas antes, no início do século, foi a Argentina um dos
primeiros destinos. Publicamos hoje alguns dos nossos conterrâneos que deixaram
a sua terra em busca de melhor vida, de um sonho de “riqueza”, afinal, uma
partida às cegas para uma terra de “promessas”.
Dos 17 casteleirenses que a seguir enumeramos, todos com
destino a Argentina, 12 obtiveram passaporte em 1912, um em 1925, dois em 1927,
um em 1928 e um em 1931. As informações são em alguns casos escassas, apenas
filiação e/ou idade e em quatro casos reproduzimos mesmo a concessão de
passaporte com foto e informações pessoais.
Em 1912 obtiveram passaporte José Pires Saramago, residente
em Caria; José Bernardo residente em Inguias; José Ferreira, filho de António
Ferreira e Domingas Pinto, casado de 39 anos; Manuel Pinto, filho de António
Pinto e Luísa, casado, de 37 anos, residente em Valverdinho; Luís Moita, filho
de João Moita e Luísa da Costa, casado, de 30 anos; António Carvalho, filho de
Manuel Carvalho e Maria do Carmo Soares, casado, de 28 anos; Manuel Marques,
filho de Joaquim Marques e Caetana, casado, de 28 anos; Manuel Machado, filho
de João Machado e Maria Emília Soares, solteiro, de 24 anos; Valentim, filho de
José Valentim e Maria Nabais, casado, de 24 anos; Manuel Lourenço Capelo, filho
de José Lourenço Capelo e Isabel Justiça, casado, de 31 anos; Manuel Valente,
filho de António Valente e Theodora Correia, casado, de 31 anos; Manuel José
Valentim, filho de José Valentim e Maria Nabais Cameira, casado, de 32 anos.
A única mulher que surge com passaporte para Buenos Aires é
Flamina Clara Cameira, em novembro de 1925, mas sem qualquer indicação de
filiação ou idade.
Em 2 de Janeiro de 1927 obtém passaporte José Fonseca, filho
de Eduardo Fonseca e Emília Fonseca, de 29 anos (primo direito da avó materna
do autor desta crónica) e em 23 de Novembro de 1927 obtém passaporte Francisco
Afonso, filho de José Afonso e Maria do Rosário, casado, de 46 anos.
Em Janeiro de 1928, emitido passaporte a João Nabais, filho
de José Maria Nabais e Conceição de Jesus, solteiro de 24 anos.
Por último, em 9 de Dezembro de 1931, Fermino Pinto, filho de
Joaquim Pinto e Maria Bárbara Gonçalves, viúvo, de 46 anos, obtém passaporte
com destino a Montevideu.
"Reduto", crónica de António José Marques
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