Ontem, 8 de
Outubro, percorri algumas ruas do casteleiro sem qualquer objectivo concreto.
Apenas o sabor de cruzar pela milésima vez as ruas e largos que resistem ao
tempo.
Como
esperava, vi e falei com pouca gente. Os nossos seniores que na soleira da
porta aproveitam estes belos dias de outono, um ou outro tractor que passa e
gatos, muitos gatos!
Tirei esta
foto da rua direita.
E, meus
amigos, confesso que estremeci. Será esta foto o ex-libris do casteleiro dos
nossos dias?
A aldeia que
os nossos antepassados construíram com o suor de sol a sol, é esta?
Estas
pedras, ruas e largos outrora repletos de estórias e vida, respiram sós e
apenas preservam memórias…
Acima de
tudo, olhamos uma foto e estremecemos de raiva. Face à impotência de alterar
rumos e destinos que nos escapam, de querer fazer algo que não está nas nossas
mãos, de querer mudar e não ter ferramentas nem poder para mudar.
Há dias
assim.
Uma rua e um gato podem despoletar sentimentos tão contraditórios como
beleza e raiva…
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