É com um misto de nostalgia e prazer (e muita alegria
também) que me dou conta de que a minha velha aldeia não é mais aquela que me
recebeu quando nasci.
Cá de longe, sempre atenta, vejo que nesse canto do país,
tudo está a mudar.
Não vejo mais as ruas descarnadas e sujas, não vejo mais o
marasmo contínuo dia após dia, não vejo a aldeia atrasada e sem futuro que
estava fechada ao progresso e ao desenvolvimento.
Vejo uma luz ao fundo.
Disse nostalgia, porque é a essa aldeia antiga que se
reportam as minhas memórias.
Foi nessa aldeia que aprendi a ser gente.
É lá, nessa imagem, que está a minha matriz e foi a ela que
me entreguei durante anos felizes da minha juventude.
Contudo, fico satisfeita quando me dou conta de que alguém
decidiu que essa aldeia tinha futuro.
Não a reconheço e isso traz-me um natural misto de
desconforto e de esperança.
Preciso de acompanhar de perto toda a mudança.
Preciso de interiorizar e absorver as alterações.
Preciso de me situar.
De, sem esquecer a outra, guardar essa aldeia de hoje no meu
coração.
Vejo com orgulho que a minha aldeia não é mais uma das
votadas ao esquecimento, pelo menos por parte da sua gente.
Parabéns e um obrigada a quem tanto tem trabalhado para que,
apesar da desertificação, ainda consegue que se fale, que se visite e que se
viva com gosto no Casteleiro.
Abraço.
Dulce Martins
Eu acho que deve vir ver ao vivo e de perto a aldeia que diz quase não reconhecer.De facto ela está mais bonita, só precisa ser mais habitada e admirada.Se as gentes que ela viu nascer viessem visitá-la mais vezes ela teria um sorriso de orelha a orelha, tenho a certeza.Obrigada pela sua escrita. H.F
ResponderEliminarOlá, Lena.
ResponderEliminarBom reparo.
Mas nem sempre tudo é tão simples como parece.
Prometo ir logo que possa.
Fico muito grata pelo vosso apreço.
Sabe sempre bem saber que nos lêem e que gostam.
Eu é que vos estou muito grata.
Obrigada.
Um abraço.
Dulce Martins