O ‘Viver Casteleiro’ é um dos meus «jornais» diários que não
dispenso consultar.
É lá que procuro a proximidade com o meu passado e com a
minha identidade.
É também lá que me vou mantendo informada das novidades
relativas à nossa aldeia e à nossa gente.
Li no blogue, há dias, sobre a inauguração de um monumento
simbólico dedicado ao Emigrante.
O meu aplauso.
Os nossos emigrantes merecem essa homenagem.
Acompanhei a saga da emigração, ao vivo e a cores.
Observei o sofrimento e a angústia das famílias que tiveram
de se separar para conseguirem uma qualidade de vida melhor para si e para os
seus filhos.
Tive conhecimento de como foi dura a passagem a salto (era
assim que se dizia na altura).
Era feita por montes e vales.
Os homens eram largados muitas vezes sozinhos e sem
orientação digna desse nome.
Passaram fome, sede, noites sem dormir, arrastando-se de
cansaço.
Fizeram tudo isto porque o seu país lhes negou a
oportunidade de terem uma vida digna.
Foi o último recurso para a sobrevivência.
Opção dura e dolorosa.
Só no fim de muitos anos de sacrifícios puderam voltar para
os seus.
Com dinheiro, talvez. Mas muitos, também com a saúde
arruinada, alguns estropiados, infelizmente.
Desenraizados e confusos.
Homenagem merecida.
Pela coragem e pela valentia.
Dulce Martins
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