Não vai assim tão distante na História, o tempo em que, para tudo
e para nada, era necessário uma licença específica quer fosse para, acender o
isqueiro ou, simplesmente, para o carro de bois poder “circular” em caminhos de
lama ou na estrada alcatroada. Para ridículo da questão, as respetivas licenças
tinham que acompanhar, sempre, o verdadeiro utilizador e, no caso do carro de
bois, teria que a exibir em local bem visível às autoridades. Por hoje,
ocupemo-nos, apenas da licença do isqueiro.
A licença do isqueiro foi um dos símbolos das absurdas taxas
aplicadas ao cidadão pelo regime de Salazar. Os portadores dos isqueiros eram
obrigados, no início de cada ano civil, a deslocarem-se às finanças para tirar
a respetiva licença de porte e uso, medida essa que, levava aos cofres do
Estado muitos milhares de escudos, usurpados aos magros bolsos de muitos
portugueses. Quem não cumprisse tal normativo e fosse apanhado a acender, na
via pública, um simples cigarro, candidatava-se ao pagamento de uma coima,
deveras superior ao valor da licença.
É evidente que contra este exagero, havia aqueles que, não
concordando, boicotavam tal medida.
Deste tempo … não temos saudade alguma!
NOTA:
Qualquer semelhança com a realidade dos nossos dias pode ser pura ficção.
"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia
É caso para dizer, Quim, que qualquer semelhança com a realidade atual está cada vez mais longe de ser ficção.
ResponderEliminarConcordo com essa conclusão.
ResponderEliminarJGouveia
JL,
ResponderEliminarEsta foi bem arrancada.
Venham mais «do mesmo teor»...
Abr.