Rei D. Manuel I |
Sabemos, e
esse facto foi já aqui publicado em crónica anterior, que o Casteleiro, em 1527,
tinha 52 moradores. Será, certamente, um número discutível, dado que o conceito
de morador, residente e “vizinho” não é
o mesmo ao longo da História e sempre foi muito dependente do autor da “contagem”.
Pessoalmente,
por indicadores que fui recolhendo, atrevo-me
a dizer que o número seria muito maior. Mas isso é outra crónica…
Mas, hoje,
sabemos o nome de um desses moradores no Casteleiro no ano de 1512. Chamava-se
João Pires Mouro. E só o sabemos porque o então Rei D. Manuel I o nomeou a 28
de Novembro desse mesmo ano “Besteiro”. Por curiosidade, ele já o era, porque o
registo existente na Chancelaria de D. Manuel I refere “João Pires Mouro, morador
no Casteleiro, termo de Sortelha, nomeado novamente Besteiro, sendo
privilegiado e escusado em forma.”
Esta
nomeação remete-nos para aquilo que, ainda, não está claro ou, pelo menos, com
evidências concretas. A origem do Casteleiro e a sua relação com Sortelha. É
que esse nosso antepassado foi nomeado “besteiro” de Sortelha. De facto, o Rei
D. Manuel tinha dois anos antes, em 1510, dado novo foral à vila de Sortelha
que iria regular a vida do concelho até 1832, data em que os foros cessaram.
Um “Besteiro”
não era um simples soldado. Através do Rol de Besteiros das diferentes
fortificações podemos deduzir da sua importância militar. Os Besteiros eram os
principais defensores das vilas e neles só o Rei mandava. E o número de
besteiros de Sortelha, nesse tempo, seria de pouco mais de duas dúzias.
O
Casteleirense João Pires Mouro era um deles.
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