Continuamos hoje a divulgação e análise dos dados demográficos
do Casteleiro. Foram já aqui referidos os dados de 1527: 52 habitantes; 1758:
527 habitantes; 1801: 462 habitantes e 135 fogos; 1849: 777 habitantes e 201
fogos e 1864: 848 habitantes e 214 fogos.
Hoje, analisamos os Censos realizados em 1 de Dezembro de
1900. O Casteleiro continua a crescer em muito o número de habitantes e fogos
e, pela primeira vez, temos acesso a dados até aqui desconhecidos, nomeadamente
a naturalidade e a instrução, a nível da freguesia, e do concelho do sabugal
no que se refere à ocupação profissional e deficiências físicas.
Assim, em 1 de dezembro de 1900, o Casteleiro tinha 1210 habitantes,
631 homens e 579 mulheres. Quanto ao estado civil, 367 homens e 299 mulheres solteiros
e 238 homens e 233 mulheres casadas e 73 viúvos (26 homens e 47 mulheres).
Quanto a instrução, 1090 eram analfabetos (536 homens e 554 mulheres), uma taxa
de 90%, e sabiam ler apenas 120 pessoas (95 homens e 25 mulheres). Relativamente
à origem da população, 1036 eram naturais do próprio concelho, 30 de outro
concelho do distrito da Guarda, 139 de outro local e 5 “estrangeiros”. O número
de fogos era, à data, de 307. Constata-se que, em 36 anos, a população do
Casteleiro amentou em 362 pessoas e os fogos em 93.
Relativamente a outros dados recolhidos por estes censos,
apenas são referidos a nível de concelho. Assim, o Concelho do Sabugal tinha
32624 habitantes, 26009 dos quais eram trabalhadores agrícolas, 3354 na área da
indústria, 955 no comércio, 933 nos trabalhos domésticos e os restantes distribuíam-se
por profissões liberais, força pública e ocupação desconhecida. De salientar,
em todo o concelho do Sabugal, a existência de 26 cegos de um olho, 47 dos
dois; 18 surdos-mudos; 15 “idiotas” e 38 alienados.
Como curiosidade, de referir que uma semana depois deste
recenseamento, no dia 9 de dezembro de 1900, nasceu o José, filho de Manuel Antunes
e Joaquina Gonçalves, neto paterno de Policarpo Martins e Maria da Assunção e
materno de João Inzá e Maria Clara.
Em próxima crónica analisaremos o ponto da situação 10 anos
depois, em 1911.
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