Há por aí gente, conheço um, que cegos e sedentos pelo lucro e pelo
acumular de riqueza, embora semanalmente se recolham aos evangelhos numa
tentativa frustrada de expiar os pecados da difamação, que não sabem nem sonham
o que é ser solidário, o que é ser voluntário, o que é agir e concretizar obra
a favor dos nossos iguais.
Segundo a
definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que,
devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu
tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem-estar
social, ou outros campos..." (UN, 2001).
É comum em todas
as definições encontrar-se que o voluntariado, se refere ao serviço ou
actividades realizadas sem remuneração financeira, através de uma Organização Sem
Fins Lucrativos (OSFL), com o propósito de beneficiar o próximo, seja a
sociedade em geral, um determinado grupo ou indivíduo que não sejam próximos de
quem exerce a actividade em si (Medina,2011).
Para além da
dimensão da solidariedade e da dimensão cívica e participativa que a actividade
do voluntariado expressa, várias são as análises que têm procurado demonstrar o
significado económico do voluntariado. Em 2008, Moreno e Yoldi exploraram três
grandes questões relacionadas com este tema: a avaliação económica do trabalho
voluntário; os custos de gestão do voluntariado como uma limitação determinante
para a sua expansão e consolidação; e o voluntariado corporativo, como uma das
novas áreas para o desenvolvimento da responsabilidade social corporativa e
expansão do trabalho voluntário propriamente dito (Sajardo Moreno e Serra
Yoldi, 2008).
O terceiro
sector constitui ainda uma problemática teórica e conceptual nas ciências
sociais e no plano político.
É um sector
económico diferente do sector público e do sector lucrativo privado, abrangendo
uma grande diversidade de organizações da sociedade civil que trabalham sem
fins lucrativos nas mais diversas áreas (solidariedade social, saúde, cultura,
desporto e lazer, educação, ambiente, direitos humanos, entre outras),e é
frequentemente referido pela componente do trabalho voluntário que mobiliza.
O valor
económico do voluntariado tem sido estimado com maior rigor no âmbito do
terceiro sector e, de acordo com o relatório efectuado em 2005 pela Johns Hopkins
University, numa perspectiva de
comparação onde é efectuada a caracterização à escala nacional do terceiro
sector de vários países.
Em Portugal a
contribuição do sector para a economia do país (em termos de composição da
força de trabalho) é quantificada em 4,2% do PIB e, relativamente ao “valor do
esforço voluntário” este, por si só, contribui com mais de 0,5% para o PIB do
país.
Comparativamente
com os outros países, o peso deste sector na população economicamente activa,
representa em Portugal 4%.
A importância
do voluntariado é cada vez maior em Portugal.
“Vivemos numa
sociedade de consumidores de acontecimentos em vez de produtores. O voluntário
tem a possibilidade de passar do sofá para a vida onde intervém e produz
acontecimentos.” (Carlos Costa
in Lusa, 2011).
(Presidente da Direcção do Lar S. Salvador do Casteleiro)
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