Antes do grande surto emigratório, sobretudo para França, iniciado
na década 50 e que se confirmou na década seguinte (o Casteleiro perdeu 693
habitantes de 1950 a 1970), houve casteleirenses que partiram em busca de uma
vida que fosse para além do trabalho agrícola de sol a sol. O destino mais
comum foi o Brasil e também a Argentina.
Foi o caso do nosso conterrâneo agricultor Amândio Valentim.
Nascido a 3 de Fevereiro de 1892, filho de José Valentim e de Maria Nabais e
casado com Libânia Ferreira. Com passaporte emitido pelo Governo Civil de
Lisboa a 4 de Março de 1939 e visto do consulado dois dias depois, aos 47 anos
de idade parte de vapor para o Brasil. No Casteleiro deixa a sua esposa Libânia
e 5 filhos: Joaquim, Manuel e Orlindo (já falecidos), Idalina e Maria. Por
terras do Brasil terá ficado até cerca de 1951. Regressado ao Casteleiro
faleceu em meados da década de sessenta.
Embora tenha partido para o Brasil 6 meses antes do início da
II Grande Guerra, Amândio Valentim já tivera o seu quinhão de militar. A 21 de
Março de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português, com 25 anos de
idade, partia para França onde combateu na frente de batalha na I Guerra
Mundial. Participou na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918 e após ter sido ferido em
combate por três vezes, foi evacuado da “frente” e embarcou para Lisboa a 13 de
Setembro de 1918.
Um agradecimento especial ao meu amigo Manuel Cerveira
Valentim, filho de Orlindo Valentim e neto de Amândio Valentim que me ajudou a “enquadrar”
a descendência familiar, gente que muitos de nós conhecemos e que estão entre
nós.
"Reduto", crónica de António José Marques
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