Assento de Baptismo |
Uma das fontes
fundamentais na investigação de um lugar são, sem dúvida, os assentos de
baptismos, casamentos e óbitos. Essenciais do ponto de vista da genealogia, o
seu estudo permite-nos, em muitos casos, conhecer e caracterizar alguns
aspectos da vida social da comunidade. No caso do Casteleiro existem registos
desde 1646.
A curiosidade tema
deste texto tem a ver com um facto pouco comum. A 23 de Novembro de 1783 o
Padre Álvaro Luís da Costa Peixoto, natural do Casteleiro, baptizou em casa a sua
neta Maria nascida no dia anterior com a licença, claro está, do Cura de então,
o Padre Manuel Pires Leal. Eis a transcrição do assento de baptismo:
“Maria, filha legítima
de José Esteves Cameira natural do lugar de Valverdinho termo da Vila de
Sortelha e de sua mulher Leonarda da Costa Peixoto natural deste lugar do
Casteleiro freguesia do Salvador, em primeiro matrimónio; neta paterna de
Sebastião Esteves Cameira natural do lugar das Inguias termo da Vila de
Belmonte e materna do Padre Álvaro Luís da Costa Peixoto natural do dito lugar
do Casteleiro e de Maria Gonçalves Leal natural da Quinta de Santo Amaro,
freguesia de Sortelha, nasceu aos vinte e dois dias do mês de novembro de mil
setecentos e setenta e oito anos e foi baptizada em casa por mostrar perigo aos
vinte e três dias do dito mês acima, pelo dito Padre Álvaro Luís da Costa acima
nomeado … e fez as mais cerimónias do Ritual Romano aos doze dias do mês de
dezembro da dita era acima de minha licença o Padre Manuel Pires Leal cura
desta freguesia, testemunhas que presentes estavam comigo e assinaram Manuel
José Pires Martins, Caetano Esteves Cameira desta freguesia e por ser verdade
fiz este termo que assinei. Casteleiro, dia, mês e era supra. Declaro que a avó
materna se chama Maria Esteves natural de Peraboa termo da Covilhã.”
O casamento de Leonarda Peixoto, filha do Padre Álvaro
Peixoto, com José Esteves Cameira tinha ocorrido a 25 de Setembro de 1769
celebrado pelo Prior e Arcipreste de Penamacor e com testemunhas de vulto caso
do Capitão-Mor de Sortelha. O Cura do Casteleiro, também presente, deu a sua
licença para o acto. Eis a transcrição do assento de casamento:
“Aos vinte e cinco dias
do mês de Setembro de mil setecentos e sessenta e nove, nesta paróquia e igreja
do Salvador do lugar do Casteleiro se casaram por palavras de presente em minha
presença Prior de Santa Maria de Penamacor e Arcipreste da dita Vila e do
Arciprestado de Gouveia, com licença do Reverendo Padre Manuel Pires Leal
Pároco desta mesma freguesia e das testemunhas e do Capitão Mor de Sortelha
Luiz Correia da Costa e Manuel de Pina da Cunha da Vila de Sortelha e demais
gente da parte desta freguesia, José Esteves Cameira, solteiro, natural do
lugar de Valverdinho freguesia do Espírito Santo filho legítimo de Sebastião
Esteves natural do lugar das Inguias freguesia de São Silvestre e de sua mulher
Maria Esteves Cameira do lugar de Peraboa freguesia da Senhora da Conceição, e
Leonarda Maria da Costa Peixoto filha do Padre Álvaro da Costa Peixoto
legitimada por sua … natural deste lugar e de Maria Gonçalves Leal, solteira,
naturais todos desta paróquia e lugar do Casteleiro precedendo primeiro ofícios
como determinam o Concílio Tridentino e Constituições do Bispado. De que fiz
este termo que com o Reverendo Pároco e testemunhas assinei, dia, mês, era,
supra”
"Reduto", crónica de António José Marques
(Com especial agradecimento a GenRegis)
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