Percorrendo algumas das ruas do nosso Casteleiro são visíveis, aqui e
ali, sinais de um tempo alicerçado em muitas vivências e histórias de vida
verdadeiramente enriquecedoras.
A velha porta da loja tem ainda bem visível o orifício que dava livre
acesso ao gatinho lá da casa bem como aos seus amigos da rua. Sinal, também, de
liberdade e de amizade para com os animais de estimação lá de casa.
As colunas graníticas, sinal de robustez e segurança, ajudam a manter
a parede da casa, enquanto o telhado, acentuadamente ondulado, já não dá
garantias de segurança no inverno que se aproxima.
A argola de ferro feita a partir do «olho de sacho», entalada entre as
duas pedras de granito, servira para prender o burro enquanto o dono
descarregava a lenha ou as sacas de feijão que era preciso guardar e preservar
das chuvas inverniças. Com a rédea ali entalada o burro mais não tinha do que
esperar que o seu dono lhe desse a ordem de soltura.
Agora, e apesar da porta já não abrir ela continua a ser a sentinela
do tempo e, o gato continua a usar a sua liberdade, como aliás sempre fez!
"A Minha Rua", Joaquim Luís Gouveia
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