20/11/2013

O Casteleiro e o Regadio da Cova da Beira



A Freguesia de Casteleiro tem uma área de 43 Km2 e é das maiores freguesias do Concelho. Foi do “termo” de Sortelha desde tempos remotos e passou, com a reorganização administrativa de 1855, a fazer parte do Concelho do Sabugal. Independentemente de factores diversos, que possamos valorizar ou não, tais como clima, relevo, flora, fauna, localização geográfica por proximidade, etc..., é meu entendimento e faz todo o sentido a sua ligação ao Sabugal. Aliás, pouco interessa, ou mesmo nada, discutir nos tempos que correm se determinado lugar fica aqui ou ali, se foi ou é da Beira Alta ou da Baixa, do Interior Norte ou Sul…
O que interessa e é relevante é que, independentemente dos rótulos administrativos, o Casteleiro tem uma identidade própria, uma história rica, um passado secular, um património de que se orgulha. O Casteleiro e todos os homens e mulheres que o souberam construir, pedra a pedra, sol a sol, ergueram-no aqui, neste local, que é o nosso. Também é justo referir que as gentes do Casteleiro sempre conheceram a diferença de estar situado na margem esquerda ou na margem direita do Côa. A Aldeia sempre viveu com isso e soube, sempre que necessário, erguer a sua voz ou mesmo agarrar em varapaus e caminhar em direcção à Câmara do Sabugal.

Hoje, o que importa é reconhecer que toda esta região está em profunda escalada de desertificação. E que é necessário fazer algo para inverter esse futuro. Isto é que é realmente importante e transversal a todo o Interior. Tudo o resto que se possa dizer são “brincadeiras” sem qualquer significado.
Tem-se falado do Regadio da Cova da Beira. A verdade, os factos, os números, a realidade, é bem diversa do que tenho lido.
A área total do Concelho do Sabugal beneficiada pelo Regadio é de 402,5 hectares. Destes, 121,5 no Sabugal e Quintas de São Bartolomeu e os restantes quase que na totalidade na Freguesia de Casteleiro, cerca de 280 hectares. Estaremos todos de acordo que a área deveria ser maior. Claro que sim. Mas os números são estes. E a realidade que transmitem é que o Casteleiro é, de facto, a freguesia do concelho que mais beneficiou com o Regadio.
Importa também referir que, de facto, a área a nascente do Casteleiro não está beneficiada. Mas, como atrás ficou claro, as gentes desta terra sempre souberam, na maioria dos casos com eficiência e eficácia, como por aqui dizemos, “levar a água ao seu moinho”. A referida área ainda não está beneficiada mas existe um projecto para irrigar essa área em falta…
O caminho faz-se caminhando e o ruído só atrapalha. Quem, como eu, se movimenta na área da comunicação, deve conhecer esse elementar ensinamento. Por vezes o silêncio é o melhor meio para atingir os fins. E quando não ajudamos, estragamos…
 

 
 
 
 
"Reduto", crónica de António José Marques
 
 
 

1 comentário :

  1. Parabéns, Tó-Zé, pela verdade esclarecida, em prol do Casteleiro e das suas gentes e dos leitores em geral.
    Daniel Machado

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