30/11/2014

1783 - Padre do Casteleiro baptiza a neta em casa

Assento de Baptismo
Uma das fontes fundamentais na investigação de um lugar são, sem dúvida, os assentos de baptismos, casamentos e óbitos. Essenciais do ponto de vista da genealogia, o seu estudo permite-nos, em muitos casos, conhecer e caracterizar alguns aspectos da vida social da comunidade. No caso do Casteleiro existem registos desde 1646.
A curiosidade tema deste texto tem a ver com um facto pouco comum. A 23 de Novembro de 1783 o Padre Álvaro Luís da Costa Peixoto, natural do Casteleiro, baptizou em casa a sua neta Maria nascida no dia anterior com a licença, claro está, do Cura de então, o Padre Manuel Pires Leal. Eis a transcrição do assento de baptismo:

“Maria, filha legítima de José Esteves Cameira natural do lugar de Valverdinho termo da Vila de Sortelha e de sua mulher Leonarda da Costa Peixoto natural deste lugar do Casteleiro freguesia do Salvador, em primeiro matrimónio; neta paterna de Sebastião Esteves Cameira natural do lugar das Inguias termo da Vila de Belmonte e materna do Padre Álvaro Luís da Costa Peixoto natural do dito lugar do Casteleiro e de Maria Gonçalves Leal natural da Quinta de Santo Amaro, freguesia de Sortelha, nasceu aos vinte e dois dias do mês de novembro de mil setecentos e setenta e oito anos e foi baptizada em casa por mostrar perigo aos vinte e três dias do dito mês acima, pelo dito Padre Álvaro Luís da Costa acima nomeado … e fez as mais cerimónias do Ritual Romano aos doze dias do mês de dezembro da dita era acima de minha licença o Padre Manuel Pires Leal cura desta freguesia, testemunhas que presentes estavam comigo e assinaram Manuel José Pires Martins, Caetano Esteves Cameira desta freguesia e por ser verdade fiz este termo que assinei. Casteleiro, dia, mês e era supra. Declaro que a avó materna se chama Maria Esteves natural de Peraboa termo da Covilhã.”


O casamento de Leonarda Peixoto, filha do Padre Álvaro Peixoto, com José Esteves Cameira tinha ocorrido a 25 de Setembro de 1769 celebrado pelo Prior e Arcipreste de Penamacor e com testemunhas de vulto caso do Capitão-Mor de Sortelha. O Cura do Casteleiro, também presente, deu a sua licença para o acto. Eis a transcrição do assento de casamento:

“Aos vinte e cinco dias do mês de Setembro de mil setecentos e sessenta e nove, nesta paróquia e igreja do Salvador do lugar do Casteleiro se casaram por palavras de presente em minha presença Prior de Santa Maria de Penamacor e Arcipreste da dita Vila e do Arciprestado de Gouveia, com licença do Reverendo Padre Manuel Pires Leal Pároco desta mesma freguesia e das testemunhas e do Capitão Mor de Sortelha Luiz Correia da Costa e Manuel de Pina da Cunha da Vila de Sortelha e demais gente da parte desta freguesia, José Esteves Cameira, solteiro, natural do lugar de Valverdinho freguesia do Espírito Santo filho legítimo de Sebastião Esteves natural do lugar das Inguias freguesia de São Silvestre e de sua mulher Maria Esteves Cameira do lugar de Peraboa freguesia da Senhora da Conceição, e Leonarda Maria da Costa Peixoto filha do Padre Álvaro da Costa Peixoto legitimada por sua … natural deste lugar e de Maria Gonçalves Leal, solteira, naturais todos desta paróquia e lugar do Casteleiro precedendo primeiro ofícios como determinam o Concílio Tridentino e Constituições do Bispado. De que fiz este termo que com o Reverendo Pároco e testemunhas assinei, dia, mês, era, supra”







 "Reduto", crónica de António José Marques



(Com especial agradecimento a GenRegis)




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